Revelação de Duarte Jr. mostra que no STF, Dino abandonou a política e deixou o dinismo sem norte

Flávio Dino: longe da política desde que vestiu a toga do Supremo

A declaração do deputado federal Duarte Jr. (PSB), dada em entrevista a um podcast revelando estar “muito distante” do hoje ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, e admitindo sólida relação política com o governador Carlos Brandão (sem partido), explica, em certa medida, a extrema dificuldade política porque passa a chamada corrente dinista, um grupo formado pelo vice-governador Felipe Camarão (PT), os deputados federais Márcio Jerry (PCdoB) e Rubens Jr. (PT) e os deputados estaduais Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PCdoB), Ricardo Rios (PCdoB), Júlio Mendonça (PCdoB), Leandro Bello (Podemos), Francisco Nagib (PSB) e Othelino Neto (Solidariedade). Desde que vestiu a toga de membro da Suprema Corte, o ex-deputado federal, ex-governador e ex-senador Flávio Dino se afastou da cena política do Maranhão, por dever de ofício, deixando o grupo que seguia sua liderança, e ainda o tem como referência política maior, sem o suporte da sua orientação direta.

O depoimento do deputado Duarte Jr. dando conta de que a última vez que encontrou o ministro Flávio Dino foi dentro de um avião, e que o encontro se limitou a um cumprimento com um aperto de mão, e nada além disso, coincide em parte com o que respondem dinistas de proa quando provocado sobre esse assunto.  “Cumprimentei, peguei na mão dele e fui sentar. Não tem conversa frequente. Não troco mensagens por uma questão ética. Mas não existe nenhum problema entre nós”, declarou Duarte Jr., confirmando a grande distância do ex-governador de quem foi muito próximo e um dos o principais colaboradores nos dois governos, primeiro como presidente do Procon e depois responsável pelo Viva Procon. Hoje, Duarte Jr. mantém relação política firme com o governador Carlos Brandão (sem partido).

Via de regra, quando são provocados sobre essa relação, os ex-liderados do então governador e senador Flávio Dino respondem de maneira meio vazia e quase sempre cautelosa, informando que a essa ou aquela ação ou manifestação contra o governador Carlos Brandão não foi fruto de orientação do ministro. E falam com o cuidado de quem não quer levar o assunto adiante. Essa é, pelo menos, a postura cuidadosa dos integrantes da bancada dinista na Assembleia Legislativa.

Em relação aos deputados federais Márcio Jerry e Rubens Jr., os dois já foram mais “dinistas” ao se posicionarem em relação a presença do ministro na cena política maranhense. Atualmente, os dois parlamentares têm dado seguidas demonstrações de que já não atuam sob o comando político do ex-senador da República e presidente estadual do PSB. Na chamada “crise dos áudios”, por exemplo, na qual o comunista e o petista, que foram diretamente atingidos, reagiram com notas e discursos, mas em nenhum momento passaram a impressão de que de alguma maneira o ministro Flávio Dino estaria envolvido, direta ou indiretamente, no episódio. Ou seja, os dois deputados federais emitem sinais de que eles também não mais têm relação próxima como ministro da Suprema Corte, de quem foram muito próximos.

No contexto da política maranhense, o fato incontestável é que o grupo dinista está sem referência, mergulhado numa situação complicada, fazendo uma oposição até aqui sem resultados ao governador Carlos Brandão e seu Governo e sem conseguir dar sentido e consistência à quase solitária corrida do vice-governador Felipe Camarão para embalar sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões. Imaginou-se que a conversa do presidente Lula da Silva seria uma ponte entre o ministro e o governador, mas está claro que Flávio Dino nada tem a ver com essa articulação, pois não há qualquer sinal da sua participação. O futuro da candidatura de Felipe Camarão passou a ser um problema do Palácio do Planalto.

Tudo o que aconteceu do dia 22 de fevereiro de 2024, quando se tornou ministro da Suprema Corte, para cá reforçou, fato a fato, a impressão de que Flávio Dino rompeu com a vida político-partidária. Só que causando um enorme estrago no movimento politicamente reformista que ele criou em 2014.

PONTO & CONTRAPONTO

Econométrica confirma Orleans na liderança da corrida aos Leões com Braide em segundo

Orleans Brandão confirmado pela Econométrica à frente
de Eduardo Braide, Lahesio Bonfim e Felipe Camarão

O secretário de Assuntos Municipalista Orleans Brandão (MDB) ganhou mesmo a dianteira na corrida ao Palácio dos Leões, tendo o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que ainda não disse se será ou não candidato, agora em segundo lugar. Foi o que encontrou pesquisa da Econométrica contratado pelo portal Imirante, que aponta Orleans Brandão com 33% das intenções de voto, enquanto Braide aparece com 29,2%, uma vantagem de 3,8 pontos percentuais.

Além da vantagem de Orleans Brandão sobre Eduardo Braide e da colocação do ex-prefeito de São Padro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo) com 18,2%, a pesquisa mostra outro dado que chama a atenção: a posição crítica do vice-governador Felipe Camarão (PT), que aparece com 7,2% na preferência dos entrevistados.

A pesquisa Econométrica, que é o mais experiente instituto de pesquisas do Maranhão, confirma a mudança de cenário na corrida ao Palácio dos Leões apontada pela pesquisa do Inop, contratada pelo Jornal Pequeno, com ascensão do emedebista Orleans Brandão, apoiado pela base governista, à liderança da corrida, enquanto o prefeito de São Luís Eduardo Braide, que não declarou ser ou não ser candidato, perdendo a posição que manteve por mais de um ano.

Na outra ponta, o vice-governador Felipe Camarão entra numa zona turva, que pode tira-lo da corrida se ele não protagonizar um movimento que reverta a tendências de queda.

A Econométrica fez uma investigação mais ampla e quis perguntou aos entrevistados sua posição sem a presença do prefeito Eduardo Braide na corrida. Nesse cenário, Orleans Brandão sobe para 38,3%, enquanto Lahesio Bonfim sobre para 25,3% e Felipe camarão chega a 14% das intenções de voto.

Em Tempo: a pesquisa Econométrica ouviu 1.283 eleitores entre 12 e 16 de novembro, tem margem de erro de 2,7%, e intervalo de confiança de 95%.

Voto de Fux e placar de 9 a zero confirmam de vez reeleição de Iracema

Iracema Vale: reeleição
consolidada no Supremo

Perde tempo quem ainda aposta na possibilidade de uma reviravolta na eleição para a presidência da Assembleia Legislativa, realizada em 13 de dezembro de 2024 e na qual a presidente Iracema Vale (PSDB) foi reeleita numa disputa com o deputado Othelino Neto (Solidariedade), que terminou empatada em 21 a 21 e foi decidida favoravelmente à parlamentar pelo critério da maior idade, conforme o Regimento da Casa.

Agora com o placar de 9 a 0 no Supremo Tribunal Federal favorável à reeleição da presidente, alcançado pelo voto do ministro Luiz Fux, não existe possibilidade de o processo desembocar noutra vertente que não seja a confirmação do mandado da atual presidente do Poder Legislativo do Maranhão, que caminha para a metade do mandato, que será completada daqui a pouco mais de dois meses.

O fato de a relatora da ADIN, ministra Cármen Lúcia, haver mandato para o arquivo morto a petição do PCdoB tentando reverter a situação incluindo no processo um vídeo em que o deputado Fred Maia (PDT) questiona o voto do deputado Júnior Cascaria (Podemos) naquele pleito é um recado evidente de que a questão está fechada. Inclusive com o voto do ministro Flávio Dino, que muitos apostaram que seria favorável ao pleito do deputado Othelino Filho.

Não há mais o que discutir sobre esse julgamento.

São Luís, 19 de Novembro de 2025.

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