O day after ao embate travado quarta-feira pelo secretário Clayton Noleto (Infraestrutura) com deputados oposicionistas no plenário da Assembleia Legislativa em torno do programa “Mais Asfalto”, empreendido pelo Governo do Estado, foi a confirmação de que a motivação do convite pouco teve a ver com preocupação fiscalizadora da Oposição e que a intenção central da iniciativa foi colocar o governador Flávio Dino (PCdoB) em xeque, se possível abrindo rombo na couraça que até agora tem protegido o Governo de acusações de corrupção, desvios e uso abusivo do poder, principalmente com fins eleitoreiros, o que não aconteceu. Esse cenário foi evidenciado na sessão de ontem, durante a qual deputados oposicionistas e governistas travaram um verdadeiro duelo verbal centrado na política e durante o qual o deputado Adriano Sarney (PV) entregou o jogo proclamando: “Em 2018, o grupo que faz oposição ao governo comunista retornará ao poder, Vossas Excelências querendo ou não querendo. O povo já está dizendo”. Ao que o deputado Othelino Filho (PCdoB) respondeu: “Vocês vivem uma crise de tal ordem que não têm ainda um nome para apresentar para o Maranhão, porque vocês fizeram tão feio que ainda não conseguiram apresentar uma alternativa. Vocês estão como quem está num navio e o comandante ficou em terra firme, estão simplesmente navegando sem saber para onde vão”.
A troca de “petardos” políticos ocorrida na sessão de ontem foi reveladora de que as eleições de 2018 entraram definitivamente na pauta da Assembleia Legislativa, indicando com clareza que a bancada que representa o Grupo Sarney vai usar de todos os recursos regimentais e artifícios políticos para impor desgastes ao Governo Flávio Dino, enquanto a bancada governistas não perderá qualquer oportunidade de usar o seu peso político e parlamentar para desacreditar seus adversários. E pelo visto até aqui, está claro que os dois grupos estão dispostos a esticar a corda até onde for possível, não fazendo qualquer concessão um ao outro. Em resumo: o ambiente já é de guerra declarada, e num cenário francamente desfavorável ao Grupo Sarney, que conta com uma bancada aguerrida, mas limitada de talentos. A banda governista, ao contrário, tem muito poder de fogo e está disposta a varrer o sarneysismo do mapa político do Maranhão.
Na fala em que se esperava que criticasse o desempenho do secretário Clayton Noleto na sabatina do dia anterior, o deputado Adriano Sarney partiu para o ataque frontal acusando o Governo de estar “empobrecendo o Maranhão”, referindo-se a uma informação recente segundo a qual o PIB maranhense caiu alguns pontos percentuais em 2016, interrompendo uma curva de crescimento que vinha se mantendo há pelo menos duas décadas. “O Governo comunista está acabando com o Maranhão”, bradou o neto do ex-presidente José Sarney (PMDB), que é economista, prevendo, em seguida, que o grupo a que pertence, apeado do poder em 2014, depois de seis anos de comando de Roseana Sarney (PMDB), derrotará o movimento liderado pelo governador Flávio Dino e voltará ao comando do Estado nas eleições do ano que vem. “Eu tenho uma pesquisa em que nós já estamos na frente. O povo vai colocar de volta o progresso para o Maranhão, o verdadeiro progresso que traz estradas, que traz portos, que constrói hospitais, que constrói estradas de verdade e não brincadeirinha de asfalto sonrisal, asfaltos que cruzam o Maranhão, que levam a nossa produção”, completou Adriano Sarney, numa demonstração clara de que o que move a Oposição é a corrida às urnas, e com ela o projeto de voltar ao poder.
Um dos contendores mais eficientes da bancada governista, que também é economista e não perde a oportunidade de surrar verbalmente o sarneysismo, o deputado Othelino Neto contra-atacou, afirmando que “o maior legado da oligarquia” foi ter deixado o Maranhão como um dos estados “mais pobres e injustos” da Federação: “Esse é o legado que vocês carregam nas costas como um carimbo que o tempo passa e não sai, porque receberam um Estado próspero e entregaram-no com os piores indicadores do Brasil, com o povo mais pobre do país. Mandaram no Maranhão, na República e entregaram o Estado na pior situação possível, e isso ninguém vai conseguir tirar, nem a força do império de comunicação tem como tirar. Vocês vão carregar para sempre e para toda a história essa mácula”, disparou Othelino Neto, para arrematar em seguida: “O Maranhão, em quatro anos, vai estar melhor do que esteve no passado”.
Todos os indícios sugerem que embates como o de quinta-feira, principalmente sendo rescaldo de um fato relevante como foi a sabatina do secretário de Infraestrutura, serão frequentes e mais acirrados à medida que as eleições forem se aproximando. As vozes do Grupo Sarney tentarão minar o poder de fogo do governador Flávio Dino e seu grupo, que por sua vez tentar reforçá-lo e usá-lo para impor mais uma derrota ao sarneysismo.
PONTO & CONTRAPONTO
Lobão e filho reagem contra a Operação Leviatã
Quem imaginou que a Operação Leviatã, por meio da qual a Operação Lava Jato investiga denúncias de corrupção na construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, obtidas em delações premiadas, tiraria o senador Edison Lobão (PMDB) do eixo devido ao suposto envolvimento do empresário Márcio Lobão, seu filho, num esquema de corrupção, isso uma semana depois de ser aclamado presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, errou na avaliação. Em vez de acabrunhar-se, entrar em parafuso e sair do cenário, o senador partiu para o ataque, considerando, por intermédio do seu advogado, que o mandado de busca e apreensão na residência de Márcio Lobão “foi descabido”, principalmente pelo fato de que a ação policial se baseou na delação premiada de um executivo da Andrade Gutierrez, feita em circunstâncias não informadas. Outro dado que chamou a atenção foi que Márcio Lobão fez questão de acompanhar pessoalmente a ação da Polícia federal no seu apartamento e no seu escritório, não criando qualquer obstáculo à investigação, declarando, em seguida, que está tranquilo porque não cometeu qualquer ato que possa ser interpretado como corrupção. A reação do senador e a atitude do seu filho não podem funcionar como atestado de idoneidade, mas diante das circunstâncias, é difícil imaginar que um sujeito com as mãos sujas se declare inocente de uma maneira tão enfática e ousada. Vale, portanto, aguardar os desdobramentos.
Roberto Costa tenta evitar fechamento do Basa em Bacabal
Enquanto aguarda o desfecho da chicana judicial em relação ao resultado da eleição para a Prefeitura de Bacabal, que acredita lhe será favorável o deputado Roberto Costa (PMDB) se movimenta no sentido de resolver problemas da cidade que não dependem da ação do prefeito. Ontem, o parlamentar pemedebista ocupou a tribuna para fazer um apelo: que o Banco da Amazônia não feche a agência localizada em Bacabal.
Roberto Costa anunciou que por meio de Requerimento à Mesa Diretora tentará mobilizar toda a Assembleia Legislativa para reforçar esse movimento para convencer a direção do Banco da Amazônia no sentido de reverter o projeto de encerrar as suas operações naquele município. “Vamos lutar para que o Banco da Amazônia volte atrás da decisão do fechamento dessa agência, porque será um prejuízo enorme para Bacabal e para toda a Região do Médio Mearim”, enfatizou Roberto Costa. O parlamentar argumenta que o Banco da Amazônia “é um banco de fomento, que leva investimento para os comerciantes, leva investimento para a agricultura, especialmente para agricultura familiar”.
Roberto Costa frisou que a situação é tão preocupante, que logo tomou a iniciativa de entrar em contato com o senador João Alberto (PMDB), para que este também lute em Brasília para evitar essa perda para Bacabal. E o fez lembrando que o sistema bancário de Bacabal é extremamente frágil. “Quem conhece a cidade de Bacabal sabe das dificuldades que a população passa no sistema bancário. O Banco do Brasil com duas agências, e a Caixa, o Bradesco e o Itaú, todos com uma agência, não conseguem atender à grande demanda do município de Bacabal. Então, em razão disso, a perda desta agência do Banco da Amazônia é um tiro certeiro na economia de Bacabal”.
São Luís, 16 de Fevereiro de 2017.
Concordo com o deputado Adriano, porque este governo atual fala muito de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que é calculado a partir de fatores como renda, educação e saúde da população. Se ocorre recuo no PIB do estado, com prejuízo à renda da população, isso afeta também o IDH. Então, o governo que tanto preza o IDH em suas políticas propagandísticas, na verdade está trabalhando contra o IDH, que vem apresentando decréscimos elevados a cada ano.
ABAIXO O COMUNISMO
O deputado Adriano Sarney tem uma visão aguçada das necessidades do estado. Parabéns pelo seu trabalho em prol de uma sociedade que clama por justiça social.
Parabéns ao Deputado Adriano Sarney! Deputado Othelino sobe na tribuna apenas com falácias e não leva dados que comprovem de fato que o governo que ele tanto defende está fazendo alguma coisa, creio que não tenha dados suficientes que comprovem… Aí dá nisso… Leva surra do garoto!