Pesquisas com dados e focos estranhos mostram Dino liderando e Roseana em segundo na corrida aos Leões

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Flávio Dino lidera, seguido de Roseana, Roberto Rocha, Márlon Reis e Maura Jorge 

Duas pesquisas sobre a corrida sucessória no Maranhão sacudiu a blogosfera e, por via de desdobramento, os bastidores políticos no início desta semana. Nas duas, o governador Flávio Dino (PCdoB) lidera a corrida, tendo a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) em segundo lugar, confirmando assim tendência apontada por outro levantamento no sentido de que a grande peleja eleitoral será mesmo entre o governador e o movimento por ele liderado, e o Grupo Sarney, que por falta de opção, deverá mesmo interromper a aposentadoria política da ex-governadora. A primeira pesquisa, feita por Perfil Pesquisa de Opinião, empresa registrada no interior de São Paulo, que incluiu como pré-candidatos o senador Roberto Rocha (PSB), o ex-juiz Márlon Reis (Rede) e a ex-prefeita de Lago da Pedra Maura Jorge (PSDB). A segunda, realizada pelo bem avaliado instituto Exata, de São Luís, estranhamente mediu apenas o poder de fogo de Flávio Dino e Roseana Sarney, como se a disputa estivesse restrita aos dois, o que não é, e muito provavelmente não será, uma verdade política.

Alvo de todas as restrições e suspeitas, por ter sido feito por uma empresa do interior de São Paulo, não se sabendo quem o contratou, o levantamento da tal Perfil Pesquisa de Opinião foi realizada no período de 4 a 10 de abril, e mediu o poder de fogo de cinco pré-candidatos a governador, sem, no entanto, informar o número de eleitores ouvidos, a região enfocada nem a margem de erro, que são informações essenciais para a avaliação a uma pesquisa dessa natureza e importância. Com esses “porens”, o quadro que encontrou foi o seguinte: Flávio Dino com 31% das intenções de voto, Roseana Sarney (27%), Roberto Rocha (11%), Márlon Reis (9%) e Maura Jorge (4%). Indecisos, brancos e nulos totalizaram 18%.

Uma leitura superficial dos resultados da Perfil remete, de cara, para uma eleição em dois turnos duríssimos. Além disso, sugerem que, se são números verdadeiros, mesmo com a liderança do governador Flávio Dino e a vice-liderança da ex-governadora Roseana Sarney, a corrida sucessória no Maranhão está rigorosamente indefinida, já que o favoritismo do líder nas preferências não parece nem um pouco consolidado, situação que poderia ser perfeitamente respondida pela margem de erro. Numa avaliação mais realista, é difícil entender que um governador que aparece com mais de 60% de aprovação – numa outra pesquisa, é bom frisar – tenha apenas 31% de intenções de votos para o seu projeto de reeleição. Tal cenário produz uma forte suspeita que o levantamento objetivou mostrar o governador Flávio Dino eleitoralmente fragilizado.

Se tem uma base verdadeira, a pesquisa da empresa paulista coloca o senador Roberto Rocha no páreo com seus 11%, porque sugere que ele tem potencial de crescimento, exatamente por ser uma novidade. E num candidato com potencial de crescimento, crescer, por exemplo, 16% para alcançar a ex-governadora e medir forçar com o governador. O mesmo acontece com o ex-juiz Márlon Reis, que deve estar festejando os seus 9% e que o cacifaram para entrar na briga ou se movimentar em outra direção, como candidato a vice ou ao Senado.  E, finalmente, por mais inexpressivos que pareçam os 4% de preferência que lhe deram, a ex-deputada estadual e ex-prefeita Maura Jorge tem todos os motivos do mundo para comemorar, porque isso a credencia a uma vaga de candidata a vice ou a uma provável eleição de deputada federal, ou alimentar o sonho de se viabilizar durante a campanha.

A pesquisa do já acreditado Instituto Exata, que tem contabilizados acertos últimas campanhas eleitorais, surpreende negativamente pelo fato de ter medido apenas o potencial do governador Flávio Dino e a ex-governadora Roseana Sarney, como se fossem eles os púnicos aspirantes ao Governo, o que não é verdadeiro, e dando a impressão de que por isso a eleição se dará em turno único. Realizada no período de 23 a 26 de março e tendo ouvido 1.400 em 40 municípios, a singular medição chegou ao seguinte resultado: Flávio Dino com 59% das preferências do eleitorado, contra 26% da ex-governadora Roseana Sarney. Outros 10% disseram que votariam em branco ou anulariam o voto, e 5% estão indecisos.

Não se questiona aqui a integridade do levantamento, mas não há como não indagar o motivo que levou o contratante a limitar a dois candidatos de uma disputa que poderá ter no mínimo três, com possibilidade de chegar a sete aspirantes ao Palácio dos Leões. E nesse contexto, vale a indagação: será que o governador Flávio Dino alcançaria 59%? Roseana Sarney teria 26%? Dificilmente, mesmo levando em conta os indicativos de que o governador lidera a corrida em qualquer cenário e reúna todas as condições de confirmar o favoritismo nas urnas.

Que as próximas pesquisas tragam informações completas.

 PONTO & CONTRAPONTO

Se for candidato a presidente, Lula poderá repetir performance eleitoral no Maranhão ano que vem

Luiz Inacio Lula da Silva, Brazil's president, attends a meeting regarding changes in the Brazilian tax system at the Planalto Palace in Brasilia, Brazil, on Thursday, Feb. 27, 2008. Brazil posted a budget surplus of 5.53 billion reais ($3.3 billion) in January, and Finance Minister Guido Mantega said that the country's tax code will boost economic growth to 5.5 percent. Photographer: Adriano Machado/Bloomberg News
Lula da Silva é líder disparado na preferência do eleitorado do Maranhão para presidente

A pesquisa do Instituto Exata apurou também as preferências do eleitorado do momento em relação à corrida para o Palácio do Planalto. Confirmando a tendência histórica, o ex-presidente Lula da Silva (PT) desponta para sair das urnas mais uma vez como campeão de votos, com nada menos nada menos que 62% das intenções de voto. Atrás, muito atrás, dele, em segundo lugar, aparece a verde Marina Silva (Rede) com 15%. Como terceira opção do eleitorado maranhense desponta o deputado fluminense Jair Bolsonaro (PSC) com 7%; o ex-governador cearense  Ciro Gomes (PDT), o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) com 3% e o prefeito de São Paulo João Dória (3%). Esse cenário dificilmente será alterado se Lula firmar a aliança com o governador Flávio Dino, que aparece na mesma pesquisa com 59%.

Mesmo que venha amargar mais problemas na Operação Lava Jato, como ser preso, por exemplo, o que vem se tornando uma possibilidade mais concreta a cada dia, Lula continuará sendo o candidato preferencial da esmagadora maioria do eleitorado maranhense. Isso porque ele é e é quase certo que continuará sendo o “Pai do Bolsa Família”. Essa posição será mais forte agora, se vier a ser mesmo candidato numa aliança com o governador Flávio Dino, que a mesma pesquisa mostra com 59% das intenções de voto num embate direto com a ex-governadora Roseana Sarney.

 

Eduardo Braide e Wellington do Curso desancam Edivaldo Jr. chamando-o de “incompetente”, “covarde” e “omisso”

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Eduardo Braide e Wellington do Curso: chumbo grosso contra Edivaldo Jr. ao avaliar os 100 dias da nova gestão 

As avaliações dos 100 das novas administrações municipais, a gestão do prefeito de São Luís, Edivaldo Jr (PDT), e ele próprio, foram alvos de carga pesada, com chumbo grosso a granel, disparada em duas baterias verbais, uma pelo deputado Eduardo Braide (PMN) e outra pelo deputado Wellington do Curso (PSB), seus adversários mais incômodos na disputa do ano passado e que continuam fazendo-lhe oposição cerrada.

A primeira carga foi disparada pelo deputado Eduardo Braide, que foi seu adversário no turno final e saiu das urnas com a chancela de 240 mil eleitores. Braide começou dizendo que “São Luís está completamente abandonada”, justificando com a afirmação, feita em tom de denúncia, de que “o prefeito não pisou na Prefeitura neste mandato”. E foi em frente fazendo, por sua ótica, uma radiografia quase caótica da administração municipal: saúde em crise com hospitais que funcionam precariamente – “o Hospital da Mulher não tem um mamógrafo, o que é um absurdo” -, a maioria das escolas está com problemas, a cidade está toda esburacada, o sistema de transporte está em crise por causa da pane na emissão do passe escolar. “A cidade está acéfala”, bradou o parlamentar do PMN, que perguntou: “Cadê as parcerias com o Governo do Estado prometidas na campanha?” E terminou fazendo um desafio ao prefeito e aos seus aliados a rebater suas afirmações. Ninguém se apresentou.

Em seguida, o deputado Wellington do Curso não deixou por menos, ao contrário, foi mais abrangente nas reclamações e mais agressivo nos ataques pessoais ao prefeito. “Temos em São Luís um gestor incompetente”, afirmou, acusando Edivaldo Jr. de ter “sumido da cidade”. E foi em frente acrescentando uma denúncia: “Ele agora só está aparecendo no interior”, referindo-se à participação do prefeito de São Luís nos atos de pré-campanha do deputado federal Weverton Rocha ao Senado em diversos municípios. “Em vez de se preocupar com São Luís que o reelegeu, ele só se preocupa agora com a manutenção do poder”, afirmou. Mais à frente, ao falar sobre a insegurança que infelicita São Luís, o deputado bateu mais forte:  “Esse prefeito é omisso e covarde”. E provavelmente acreditando estar falando pelos 100 mil ludovicenses que lhe deram o voto na corrida à Prefeitura, Wellington do Curso disparou o ataque mais duro: “O prefeito não tem competência nem vergonha na cara”.

Tanto quanto os petardos verbais disparados pelos deputados Eduardo Braide e Wellington do Curso, chamou atenção o fato de que nenhum aliado do prefeito Edivaldo Jr. se apresentou para defendê-lo.

São Luís, 18 de Abril de 2017.

2 comentários sobre “Pesquisas com dados e focos estranhos mostram Dino liderando e Roseana em segundo na corrida aos Leões

  1. Esses dois meu filho ainda não inguliram a derrota das últimas eleições. Em vez deles estarem trabalhando como deputado, só viram notícia quando abrem a boca para falar do prefeito.

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