
em segundo, seguido de Lahesio Bonfim e Felipe Camarão
Se a eleição para governador do Maranhão fosse agora, a decisão se daria em dois turnos entre o secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), e o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que sairiam do 1º turno como os mais votados. Esse cenário foi captado por pesquisa do Instituto Nacional de Opinião Pública (Inop), que encontrou o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo) em terceiro lugar, seguido do vice-governador Felipe Camarão (PT), em último. Os números: Orleans Brandão recebeu 35,15% das intenções de voto e Eduardo Braide 33,9%, Lahesio Bonfim foi escolhido por 13,50%, enquanto Felipe Camarão teve a preferência de 9,6%. Os indecisos somaram 7,75%.
Essa é a primeira pesquisa confiável na qual o prefeito Eduardo Braide aparece em segundo lugar, quebrando uma série de mais de três dezenas de levantamentos feitos para medir a corrida ao Palácio dos Leões desde o ano passado. Nela, Orleans Brandão, que começou com menos de três pontos percentuais, chega à liderança, ainda que o resultado seja um rigoroso empate técnico, à medida que a diferença é de apenas 1,22%, dentro de uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Além disso, essa pesquisa indica um elevado número de eleitores decididos, com percentual reduzido de indecisos.
A diferença pró-Orleans ganha uma dimensão gigantesca diante do fato de que o pré-candidato do MDB, apoiado pelo governador Carlos Brandão (sem partido) e pela base governista, vem num crescendo ponto a ponto, o que lhe dá consistência. E é fácil perceber que seu crescimento se dá tirando votos principalmente de Lahesio Bonfim, já que Eduardo Braide se mantém estável. O seu projeto de candidatura do emedebista ganhou forma em junho, quando o governador Carlos Brandão, então no PSB, bateu martelo confirmando-o como escolhido para ser o candidato do seu grupo à sua sucessão e decidiu permanecer no cargo para a comandar a campanha, abrindo mão de uma eleição certa para o Senado.
Já o prefeito Eduardo Braide, que continua mantendo silêncio sobre ser ou não ser candidato, sofre a perda da liderança pela primeira vez, em mais de um ano, aparecendo numa pesquisa na condição de segundo colocado. E o que é pior: essa perda de liderança acontece num momento complicado para o prefeito de São Luís, que mais uma vez enfrenta uma greve no sistema de transporte coletivo ao medir forças com as empresas de transporte coletivo. Vale registrar, no entanto, que, indiferente à movimentação dos demais pré-candidatos o prefeito de São Luís mantém o mesmo cacife, com suporte de intenções de voto um pouco acima dos trinta pontos percentuais.
Os desempenhos modestos de Lahesio Bonfim e Felipe Camarão é um forte indicador de que a disputa pode caminhar para uma polarização irreversível, caso o prefeito Eduardo Braide venha a ser candidato. Ou caminhar para uma situação absolutamente imprevisível se Eduardo Braide decidir esnobar a corrida aos Leões e permanecer como prefeito de São Luís. Isso porque os candidatos do Novo e do PT não têm demonstrado fôlego para reagir. Os levantamentos mais recentes vêm indicando tendência de uma guerra isolada entre Orleans Brandão e Eduardo Braide, já que não há no horizonte nenhum dado que indique mudança nesse rumo.
Apenas o fator tempo pode sugerir a possibilidade de mudança nesse cenário, uma vez que a eleição acontecerá daqui a dez meses e meio, tempo suficiente para até boi voar em se tratando de política no Maranhão.
Em Tempo: Contratado pelo Jornal Pequeno, o Inop entrevistou 2.555 eleitores em 54 municípios, entre os dias 10 e 14 de novembro. O levantamento tem margem de erro de 2,2%pontos percentuais para mais ou para menos.
PONTO & CONTRAPONTO
Braide reage a greve, autoriza corridas por app, revela custo do subsídios e levanta suspeita sobre gastos do SET
Tudo indica que o comando do SET, o poderoso sindicato das empresas de transporte coletivos de São Luís, pegou em fio pelado quando tentou colocar o prefeito Eduardo Braide (PSD) contra a parede. Conseguiu criar uma situação incômoda ao acusar o prefeito de não repassar o subsídio mensal para bancar salários e benefícios dos rodoviários – motoristas e cobradores -, mas a reação do prefeito, ontem, foi uma rebordosa e tanto.
Para começar, Eduardo Braide abriu as contas e informou que neste ano a Prefeitura já repassou R$ 66 milhões ao SET, média de R$ 6,6 milhões por mês para pagar rodoviários, conforme o que foi acordado em janeiro. E anunciou os usuários do transportes prejudicados com a greve parcial iniciada ontem poderão se deslocar em veículos de aplicativos, tendo inclusive orientado didaticamente a respeito de como proceder para obter o benefício.
Mas a pancada maior foi a enorme e cinzenta nuvem de suspeita que o prefeito de São Luís colocou sobre como o SET está utilizando os recursos repassados pela Prefeitura para pagar rodoviários. E disparou dois petardos na direção das empresas beneficiadas com os subsídios.
O primeiro: a partir de agora, vai depositar o valor do subsídio em conta judicial na Justiça do Trabalho, para garantir que os recursos serão destinados exclusivamente para pagar os salários e os benefícios dos rodoviários. Segundo: vai acionar a Justiça para acessar a movimentação financeira do SET e saber como os recursos dos subsídios foram gastos nos últimos quatro anos.
Acostumados a emparedar prefeitos, os integrantes do SET já sabem que o prefeito de São Luís sabe jogar como poucos e dentro das regras.
Falas em Barreirinhas reforçam pré-candidatura de Orleans Brandão e o blindam de ataques adversários

Barreirinhas, entre Vinícius Vale e Weverton Rocha,
em ato que destacou Orleans Brandão (e)
Barreirinhas foi palco, domingo, de um grande ato no qual o governador Carlos Brandão (sem partido) lançou um pacote de obras, incluindo uma rodovia de 26 km ligando a sede ao povoado Mandacaru. E como estava escrito nas areias dos Lençóis Maranhenses, a agenda administrativa ganhou peso político, com manifestações do governador, do senador Weverton Rocha (PDT) e do prefeito anfitrião Vinícius Vale (MDB) no sentido de fortalecer o secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão (MDB), pré-candidato do grupo ao Governo do Estado.
O governador e seus aliados demonstraram com clareza que o projeto de candidatura de Orleans Brandão ao Palácio dos Leões é fato, e cuidaram de lapidar a imagem do jovem secretário, dando-lhe a estatura que os seus adversários estão lhe negando com duras críticas.
O governador Carlos Brandão não podia ser mais claro ao elogiar o trabalho do sobrinho na articulação política, fazendo a ponte entre prefeitos, deputados e segmentos da sociedade civil organizada com o Governo: “Já recebemos 148 prefeitos e até o final do ano queremos conversar com os gestores dos 217 municípios. Nosso trabalho não para, porque todos os dias estamos discutindo as necessidades dos municípios. Não seria possível tirar tantas obras do papel sem a competência e a dedicação do Orleans”. Mais claro, impossível.
O senador Weverton Rocha, que é candidato à reeleição, aproveitou o mote da polêmica sobre parentesco na política para reforçar o perfil do secretário Orleans Brandão, que é sobrinho do governador Carlos Brandão: “Filho de peixe, peixinho é. E em time que está ganhando não se mexe. Não é uma pessoa que governa sozinha. O governador Brandão vai para o exterior buscar investimentos, vai a Brasília buscar recursos no governo Lula, tem que cuidar do Maranhão rodando o Brasil. Mas deixa uma equipe trabalhando e Orleans está indo a todos os municípios conhecer as necessidades e encaminhar as soluções no Governo, por isso tem o meu reconhecimento”.
O prefeito de Barreirinhas, Vinícius Vale (MDB), um jovem engenheiro civil e filho da deputada Iracema Vale, reforçou a defesa do secretário: “Por onde andamos tem ação do Governo do Estado, e o secretário Orleans está sempre presente, nos ouvindo, acompanhando as necessidades de cada município e dedicado em resolver os problemas. Se estão incomodados com seu trabalho, é por que sabem do potencial de Orleans. Sei que vai valer a pena acreditar nesse jovem que tem muita vontade e está trabalhando muito pelo Maranhão”.
Estimulado pelo suporte verbal, Orleans Brandão pegou a onda e reagiu: “O nosso governador é o mais bem avaliado da história do Maranhão porque tem trabalhado incansavelmente, realizando obras tidas como impossíveis, ampliando programas e aumentando os investimentos em saúde, educação, infraestrutura, no combate à fome e na geração de emprego e renda. São obras e ações que estão desenvolvendo o Maranhão e mudando a vida das pessoas. Às críticas a gente responde com muito trabalho”.
A estratégia, ao que parece, é blindar o secretário de Assuntos Municipalistas das duras críticas da oposição e partir para o “bateu, levou”, quando for o caso.
São Luís, 18 de Novembro de 2025.
