O Maranhão político entrou na quarta semana do novo ano emitindo todos os sinais de que tempos muito animados estão a caminho. O governador Carlos Brandão (PSB) começou a trabalhar para reunificar a base governista e a desenhar o seu futuro político, o do vice-governador Felipe Camarão (PT) e de pelo menos dois pré-candidatos ao Senado, avisando também que vai fazer ajustes na equipe; o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), prepara para sábado o lançamento da sua pré-candidatura a governador; o deputado federal Rubem Júnior (PT) anuncia um processo de mudanças no braço maranhense do partido; a Assembleia Legislativa se prepara para empossar a nova Mesa Diretora de olho no Supremo Tribunal Federal, e os novos prefeitos caem na real após as festas de posse. São movimentos que direta ou indiretamente estão relacionados com o grande embate eleitoral de 2026.

Ao sinalizar com a conciliação na base governista, que significa normalizar as relações com o segmento dinista da aliança político-partidária, o governador Carlos Brandão mostra que sabe mais sobre política do que muita gente imagina. Quando adversários apostaram que as investidas contra o seu Governo o tirariam do eixo, ele atuou para evitar o confronto, às vezes desarmando os atacantes. Agora, diante do fato de que ninguém ganha com a crise, ele repõe as peças nos seus devidos lugares e abre caminho para a aliança caminhar unida rumo às urnas de 2026, devendo disputar cadeira no Senado. Essa posição tira o vice-governador Felipe Camarão de uma situação incômoda e o deixa turbinado para investir no seu projeto de chegar ao Palácio dos Leões.

O aviso de Lahesio Bonfim de que lançará sua pré-candidatura a governador no próximo sábado acrescenta uma peça no tabuleiro da sucessão estadual, levando-se em conta o fato de que ele foi o segundo colocado na disputa de 2022, deixando para trás o senador Weverton Rocha (PDT). É nesse contexto que o deputado federal Rubem Júnior revela que o PT do Maranhão vai iniciar o seu processo de eleição para escolher a nova direção estadual e que deve aproveitar a agenda de debates internos para se auto avaliar e corrigir sua postura no contexto da política maranhense, onde sua força política não é transformada em mandatos.

Ao mesmo tempo em que caminha para instalar a nova Mesa Diretora, eleita em novembro passado, a Assembleia Legislativa mantém atenção em relação à Suprema Corte, que a qualquer momento pode bater martelo sobre o questionamento do Solidariedade em relação à eleição para presidente. É quase unânime a expectativa de que a eleição da presidente Iracema Vale para novo mandato será confirmada, já que para especialistas nada houve de errado na votação que resultou em empate e ela foi eleita por ser o candidato mais velho. O parlamento estadual retornará em fevereiro renovado em 10% da sua composição, com a entrada de quatro novos deputados, todos alinhados ao Governo estadual, o que refaz a maioria governista, devolvendo garantias ao Palácio dos Leões.

Finalmente, depois de uma intensa rodada de comemorações, os novos prefeitos começam a cair na realidade, descobrindo que comandar municípios não é a atividade prazerosa que imaginaram, tendo alguns deles de decretar “emergência” e “calamidade” financeira dado o trágico estado das finanças das suas unidades municipais. Além disso, os desafios que se apresentam são graúdos e exigirão, além de vontade política, muito trabalho planejado e esforços redobrados para adequar as finanças à realidade de cada prefeitura, entrando aí a necessidade de medidas duras, nada simpáticas, mas necessárias.

São situações aparentemente desconexas, mas que têm objetivos comuns, que é chegar bem em 2026, pois a partir de agora, qualquer movimento que tenha alguma relação com a política terá como objetivo a próxima e decisiva corrida às urnas.    

PONTO & CONTRAPONTO

Juscelino permanece nas Comunicações mesmo sob pressão de outras legendas que querem a pasta

Rumores que correm nas entranhas de Brasília especulam que o deputado federal Juscelino Filho corre o risco de não continuar no comando do Ministério das Comunicações, para o qual foi indicado pelo seu partido, o União Brasil.

O problema é que em meio aos movimentos visando a reforma ministerial admitida pelo presidente Lula da Silva (PT), o deputado Marcos Pereira (AM), presidente do Republicano, partido do Centrão que caminha para integrar a base governista, está de olho no Ministério das Comunicações.

O que alimenta a permanência do deputado maranhense frente à pasta é o fato de ela ter sido entregue ao União Brasil. E até onde se sabe, o partido não pretende entregar o cargo e parece decidido a manter o deputado Juscelino Filho no seu comando.

É provável que o presidente Lula entregue outra pasta ao Republicanos e mantenha o parlamentar maranhense onde ele se encontra atualmente. Até porque uma fonte petista diz que o chefe da Nação gosta de Juscelino Filho.

Batista Segundo é do PL, mas vai manter alinhamento ao Governo Brandão

O deputado João Batista Segundo desembarcou na Assembleia Legislativa aumentando o poder de fogo da bancada do PL, que com ele passou a ter seis integrantes, turbinando o cacife do deputado federal Josimar de Maranhãozinho na negociação com o governador Carlos Brandão para fazer parte do Governo. O chefe do PL quer três secretarias, mas o governador só estaria disposto a liberar duas pastas. Josimar de Maranhãozinho joga com os votos bancada do PL, que podem ser a favor ou contra o Governo. Só que o deputado João Batista Segundo já emitiu sinais de que não seguirá à risca essa orientação. Ao ganhar a titularidade como parlamentar, o político pinheirense declarou, de alto e bom som, que é aliado incondicional do governador Carlos Brandão, e ponto final. Ou seja, seguirá a orientação dos Leões, goste ou não Josimar de Maranhãozinho.

São Luís, 21 de Janeiro de 2025.