Othelino Neto é reeleito presidente da Assembleia Legislativa e ganha poder de fogo até para ser governador

 

Othelino Neto com a futura Mesa Diretora do Poder Legislativo: Glaubert Cutrim, Detinha, Rildo Amaral, César Pires, Andreia Resende, Cleide Coutinho, Pará Figueiredo e Paulo Neto

A Assembleia Legislativa antecipou ontem, em pouco mais de 20 meses, a eleição da Mesa Diretora que norteará os destinos da Casa no biênio 2021/2022. Com a eleição, consumada em chapa única pelos 41 deputados presentes – apenas Hélio Soares (PR) não compareceu -, o presidente Othelino Neto (PCdoB) e boa parte da atual Mesa Diretora foram reeleitos, assegurando o comando do Poder Legislativo por toda a atual legislatura. O resultado da sessão conduzida pelo deputado Roberto Costa (MDB), foi uma decisão consensual, avalizada por todas as bancadas, incluindo as dos partidos de Oposição. Othelino Neto destacou o consenso expressado na votação. Para ele, a eleição antecipada revelou que a Casa está harmonizada, em que pesem as profundas diferenças que separam a Situação e Oposição. “A Assembleia Legislativa compreendeu que esse era o momento e resolvemos antecipar a eleição”, justificou o presidente, que encabeçou a chapa “Igualdade e Democracia”, com a seguinte composição: 1º vice Glaubert Cutrim (PDT), 2º vice: Detinha (PR), 3º vice: Rildo Amaral (SD), 4º vice: César Pires (PV), 1º secretário: Andreia Rezende (DEM), 2º secretário: Cleide Coutinho (PDT), 3º secretário: Pará Figueiredo (PSL) e 4º secretário: Paulo Neto (DEM).

O presidente Othelino Neto saiu fortalecido com a reeleição. Reeleito, ele ganhou estatura política para ser o principal interlocutor da classe política com o Palácio dos Leões, e para ser uma das vozes de peso nas articulações e composições dentro da aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) visando as eleições municipais do próximo ano e as eleições gerais de 2022. E foi exatamente a capacidade de articulação e a habilidade no trato com os deputados, reveladas já na legislatura anterior quando substituiu em várias ocasiões o então presidente Humberto Coutinho (PDT), habilidades que se acentuaram quando assumiu o comando efetivo da instituição com a morte do ex-presidente, em janeiro de 2018.

Discreto, avesso a alardes e adepto da conversa e da articulação, Othelino Neto não apenas manteve a estabilidade interna, como foi aos poucos imprimindo sua própria marca no funcionamento do Poder Legislativo. A atenção que vem dando a todos os deputados eleitos e reeleitos, independentemente da posição política e da cor partidária de cada um, lhe deu credibilidade junto aos seus pares. Eles, principalmente os recém-chegados passaram a tê-lo como um interlocutor importante e eficiente, e como um presidente que, ainda jovem, assimilou com perfeição as regras do jogo e tem feito a sua parte exercendo uma liderança forte. Seus atos, gestos e movimentos têm surpreendido muitos dos que inicialmente imaginaram que ele seria apenas mais um presidente.

A estatura que o presidente reeleito da Assembleia Legislativa ganhou já o coloca como um quadro destacado no cenário político estadual. Tanto que nas rodas que se formaram no plenário da Assembleia Legislativa após a eleição da futura Mesa Diretora, ele já estava sendo inserido nas mais diferentes situações que poderão se formar dependendo do rumo que o governador Flávio Dino e o vice-governador Carlos Brandão (PRB) tomarem na corrida eleitoral. Como chefe do Poder Legislativo, portanto o segundo na linha sucessória, poderá permanecer no cargo e se reeleger deputado estadual. Mas também poderá assumir o Governo do Estado e disputar a reeleição de governador, ou ainda, numa terceira hipótese, largar tudo e arriscar-se na disputa por um mandato federal, de deputado federal ou de senador.

Antes dos desdobramentos que estão a caminho e que deverão ganhar corpo a partir do ano que vem com as eleições municipais, o presidente reeleito Othelino Neto tem pela frente três enormes desafios. O primeiro é garantir o equilíbrio nas relações internas, tornando a Assembleia Legislativa uma instituição ao mesmo tempo ativa e produtiva, movida pelo confronto das opiniões num ambiente plural, mas sem crises ou traumas. O outro é assegurar que o Poder Legislativo mantenha sua independência e permaneça convivendo harmonicamente com o Poder Executivo e o Poder Judiciário. E o terceiro é atuar politicamente para fortalecer a aliança partidária liderada pelo governador Flávio Dino, com a perspectiva de vencer as eleições em todos os níveis.

– Vou trabalhar muito para isso – declarou, numa demonstração de que está muito consciente do papel que passou a desempenhar desde ontem no contexto político maranhense.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Glaubert Cutrim e Roberto Costa se destacaram na definição da futura Mesa Diretora da Assembleia Legislativa

Na ciranda das articulações que desaguaram na montagem da Mesa Diretora que comandará a Assembleia Legislativa no último e decisivo biênio da atual legislatura, dois deputados se destacaram: o pedetista Glaubert Cutrim e o emedebista Roberto Costa.

Com o aval do PDT, Glaubert Cutrim (foto) foi reeleito 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa, um cargo estratégico no segundo biênio. Se o presidente Othelino Neto deixar o cargo assumir o Governo ou disputar assento na Câmara federal ou no Senado, o parlamentar, que está no segundo mandato, assumirá o comando da Casa, ganhando, além do status de chefe de Poder, uma estatura que lhe dará voz de peso na mesa das negociações políticas decisivas para a grande guerra eleitoral de 2022. Entusiasmado com a reeleição, ele agradeceu ao PDT e, ao lado do pai, o conselheiro do TCE Edmar Cutrim, e do irmão, deputado federal Gil Cutrim, Glaubert Cutrim assumiu o compromisso honrar o mandato.

Roberto Costa (foto) ganhou destaque por outro caminho. No clima de consenso que dominou as articulações para a formação da futura Mesa Diretora, o deputado emedebista abriu mão de se reeleger 4º vice-presidente para ceder a vaga para o deputado César Pires (PV), num grande entendimento na seara oposicionista. Se decidisse manter-se no cargo, bastaria levar a decisão para uma votação no plenário, que teria sem dúvida a maioria dos votos. Político inteligente, que tem os pés no chão, Roberto Costa preferiu abrir mão do cargo e cedê-lo a puxar César Pires para um confronto desnecessário. Saiu do episódio em paz com a banda oposicionista e com o respeito dos deputados de tidas as correntes, a começar pelo presidente Othelino Neto, que foi o mediador e fiador do gesto de Roberto Costa.

 

Sobrinho de Jair Bolsonaro veio ao Maranhão para se informar sobre cargos federais

Leo ìndio, primo favorito de Carlos Bolsonaro, esteve em São Luís e se reuniu com aliados do tio

Continuava repercutindo ontem a inesperada e festiva visita de um certo Léo Índio ao Maranhão. Sobrinho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e recém-nomeado assessor parlamentar no Senado, lotado no gabinete de um senador fluminense, o primo predileto do vereador carioca Caros Bolsonaro (PSL) desembarcou em São Luís na companhia do deputado Edilázio Jr. e recepcionado pela ex-prefeita Maura Jorge, ainda candidata a ser o braço do bolsonarismo no estado. Pelo que foi divulgado por fontes ligadas a Maura Jorge e Edilázio Jr., o primo de Carlos Bolsonaro veio ao Maranhão tomar pé da situação dos bolsonaristas da terra, e informar-se sobre cargos federais a disposições. O resultado é que Léo Índio foi badalado por partidários do presidente da República, festejado com um banquete em restaurante conhecido da Ilha, tendo como anfitriões entusiasmados Maura Jorge e Edilázio Jr., que   resolveram juntar forças contra o deputado federal Aloízio Mendes (Avante), que estaria na iminência assumir o controle de alguns cargos federais importantes o Maranhão.

São Luís, 07 de Maio de 2019.

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