Por mais que ele esperneie, jure inocência e diga que está sendo perseguido por causa do seu projeto de disputar o Governo do Estado, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, o todo-poderoso chefe maior do PL e controlador de mais dois partidos no Maranhão (Patriotas e o Avante), está encrencado. A situação dele como político e empresário, que já era difícil, ficou mais complicada ontem, com a realização, pela Polícia Federal, de mais um desdobramento da operação “Ágio Fina”, colocada em prática em dezembro de 2020, em busca de provas para a suspeita de que ele comanda uma quadrilha que desvia dinheiro de emendas parlamentares num suposto grande esquema envolvendo prefeituras e empresas fajutas, deputados aliados e uma organização criminosa por ele comanda. A PF busca elementos para sustentar a acusação de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, que pode ter desviado pelo menos R$ 15 milhões, recursos que deveriam ser aplicados em educação e saúde.
Os indícios que a PF diz ter para fundamentar uma denúncia contra Josimar de Maranhãozinho são robustos. As investigações encontraram documentos comprometedores sobre o esquema de emendas nas áreas de educação e saúde e vídeos feitos pela PF mostrando milhões em dinheiro vivo. Entre outros dados incriminadores, um chamou especial atenção dos investigadores: cálculos revelaram que o parlamentar conseguiu a proeza de aumentar seu patrimônio em mais de 1.600% em uma década, ou seja, uma espetacular engorda de 160% ao ano, tendo entre seus bens fazendas, mansões e apartamentos. A tudo isso ele responde afirmando que está sendo perseguido pela Polícia Federal, e que tal perseguição se dá pelo fato de ele ser um “nome forte” na corrida ao Governo do Estado. E acrescenta afirmando, com ousadia assombrosa, ter vida política e empresarial limpa.
Independentemente do que esteja por trás das investigações – que envolvem também o deputado federal Pastor Gildenemyr (PL), integrante do grupo que o segue -, o fato é que a situação pessoal e política do parlamentar se complicou de vez com a operação de ontem, por meio da qual a PF garimpou novas provas em imóveis do parlamentar, incluindo suas residências em São Luís e Brasília. A PF tentou estender a operação “Ágio Final” ao seu gabinete na Câmara Federal, mas o Supremo Tribunal Federal não autorizou. Em meio a essa movimentação, há quem diga que se ele ficar sem mandato, sua vida vai virar de vez um inferno.
Controlador de um cacife político formado por três deputados federais (Pastor Gildenemyr [PL], Marreca Filho [Patriotas] e Júnior Lourenço [PL]), quatro deputados estaduais (Detinha, Vinícius Louro, Hélio Soares e Leonardo Sá, todos do PL), além de cerca de 40 prefeitos, entre eles Júlio Matos (PL), de São José de Ribamar, Josimar de Maranhãozinho sabe que, pelo menos nas eleições deste ano, o seu projeto de disputar o direito de morar e trabalhar no Palácio dos Leões está fora do seu alcance. Tanto que a pesquisa mais recente o apontou atrás de do prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Agir36) e seriamente ameaçado por Simplício Araújo (Solidariedade). Isso significa dizer que ele não vence a eleição majoritária, e se revolver pagar para ver, há quase 100% de certeza de que ele ficará sem mandato. No meio político e fora dele há quem diga que capa protetora de um mandato federal, a sua doce vida de cacique festejado vai se tornar um purgatório a partir de janeiro.
No campo político, sua situação fica ainda mais complicada com o fato de que o PL é o partido do presidente Jair Bolsonaro, que diante da possibilidade concreta de ser surrado nas urnas, anda se esquivando de encrenca, afastando aliados “mal falados” de modo a tentar viabilizar sua candidatura à reeleição. Nesse contexto, Josimar de Maranhãozinho pode deixar de ser o “homem de ouro” do presidente do PL, o notório Waldemar da Costa Neto, para a condição de estorvo, o que coloca em risco todo o seu poder de fogo.
PONTO & CONTRAPONTO
Disputa para a presidência da Câmara de São Luís ganha intensidade
Ganha mais intensidade a cada dia a disputa para a presidência da Câmara Municipal de São Luís, na qual está embutida a grande peleja pelo Governo do Estado. O caldo engrossou depois que o vereador Marcial Arruda (Podemos) perdeu a liderança do Governo municipal por haver declarado voto ao candidato da oposição à presidência, vereador Paulo Victor (PCdoB), que com a declaração de voto reforçou sua condição de favorito com o apoio de 17 dos 31 vereadores. A eleição ocorrerá em abril e a eleição do candidato situacionista, vereador Gutemberg Araújo (PSC), é fundamental para o prefeito Eduardo Braide (Podemos) poder governar com tranquilidade em relação ao Poder Legislativo. Indicado recentemente líder do Governo na Câmara, dentro de um acordo PDT/Podemos, o vereador Raimundo Penha (PDT) terá de sevem a desdobrar para reverter o favoritismo de Paulo Victor, o que parece muito difícil.
MDB está próximo de declarar formalmente apoio a Brandão
O MDB vai finalizar as articulações para a aliança que formará com a base governista em torno da pré-candidatura do vice-governador Carlos Brandão, que por sua vez deve assinar ficha de filiação no PSB na semana que vem. Vice-presidente e principal articulador do partido, o deputado estadual Roberto Costa a relação MDB/Carlos Brandão está praticamente definida, faltando pouca coisa para ser confirmada. Uma delas é a resistência de alguns nomes do saneysismo, que não querem o MDB apoiando Carlos brandão nem o senador Weverton Rocha (PDT), preferindo uma terceira via ou até mesmo um candidato do partido., possibilidade que está definitivamente descartada.
São Luís, 12 de Março de 2022.
A população consciente de São Luis,espera que os vereadores tomem juízo e votem na experiência e conhecimento do Gutemberg para comandar a Câmara municipal de São Luís,que passa por um grande descredito popilar.