Líder do PDT antecipa a corrida ao Senado, que poderá ter pelo menos uma dezena de candidatos

 

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Nomes para o Senado: Weverton Rocha, Humberto Coutinho, Roseana Sarney, João Alberto, José Reinaldo, Sebastião Madeira, Gastão Vieira, Sarney Filho e Márlon Reis

A corrida eleitoral para 2018 já começou. E como já havia sido previsto, a largada se dá pela disputa para as duas vagas que serão abertas no Senado com o final dos mandatos dos senadores João Alberto e Edison Lobão, ambos do PMDB. O primeiro passo efetiva está sendo dado pelo deputado federal Weverton Rocha (PDT), que antecipa em 21 meses, com movimentos claros, sua caminhada naquela direção, causando forte impressão de que o seu projeto é para valer, podendo formar dobradinha com o deputado Humberto Coutinho (PDT), presidente da Assembleia Legislativa e que ainda não se declarou pré-candidato, mas aparece como nome forte em todas as rodas em que ao assunto é comentado. Nos bastidores, as conversas começam a ganhar contornos de definição nos mais diversos grupos partidários, como é o caso do Grupo Sarney, onde o senador João Alberto sinaliza que caminha para rever sua decisão de se aposentar, e a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), agora livre do cutelo da Operação Lava Jato, emite sinais fortes de que pretende enfrentar as urnas, podendo disputar vaga no Senado ou brigar pela cadeira Principal do Palácio dos Leões. Outras vias estão ainda se desenhando, como a do PSB, que tem o ex-governador e atual deputado federal José Reinaldo Tavares, a do PSDB, onde o ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, já admitiu ser candidato, a do PROS, com o projeto do ex-deputado Gastão Vieira, e a da Rede, que poderá lançar a candidatura do ex-juiz Márlon Reis.

A julgar pelo peso dos prováveis candidatos, a disputa para as duas vagas maranhenses no Senado será acirrada. A começar pelo fato de que todos os nomes ventilados até agora têm peso político e prestígio pessoal suficientes para se apresentar como pleiteantes. Além disso, os grupos em confronto no estado farão de tudo para ganhar as duas cadeiras. É esse o projeto que está sendo maturado no Palácio dos Leões, onde o governador Flávio Dino (PCdoB), que já assumiu a condição de pré-candidato à reeleição, pretende ter dois aliados na Câmara Alta. Na mesma linha, o Grupo Sarney pretende investir forte em duas candidaturas. As vias alternativas não chegam a tanto, mas vão jogar para quebrar a regra e eleger um candidato fora dos grupos mais fortes.

A candidatura do deputado federal Weverton Rocha não estava nos planos do grupo governista, mas os movimentos do líder do PDT têm sido tão fortes nessa direção que o próprio governador já admite o projeto, e por isso volta suas atenções agora para a definição do segundo candidato, que deve ser o deputado Humberto Coutinho, uma voz respeitada dentro e fora do Governo. Nesse grupo há outros nomes sendo sussurrados nos bastidores, como o prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB), e o de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PCdoB), mas, a menos que haja mudança no roteiro original, a chapa deve ser Rocha/Coutinho. O ex-governador José Reinaldo Tavares corre em faixa própria, precisando resolver sua situação partidária, já que sua relação com o senador Roberto Rocha, que já representa o PSB, não é dar melhores e isso poderá criar-lhe embaraços caso não haja entendimento.

No Grupo Sarney, a situação é a seguinte: a ex-governadora Roseana Sarney poderá ser candidata ao Governo, e nesse caso, o PMDB poderá lançar o senador João Alberto à reeleição, e junto com o suplente de senador Lobão Filho (PMDB), já que é corrente que dificilmente o senador Edison Lobão tentará renovar o mandato. Sendo Roseana candidata ao Palácio dos Leões, o grupo pode lançar a dobradinha João Alberto e o deputado federal e atual ministro do Meio Ambiente Sarney Filho (PV) – várias fontes disseram à Coluna que ele tem dito que é candidato e não abre mão desse projeto, que incluiu a candidatura do atual deputado estadual Adriano Sarney (PV) à Câmara Federal. Há também a possibilidade de a ex-governadora candidatar-se ao Senado. Nesse caso, é possível que o outro nome seja Lobão Filho, já que João Alberto pode vir a ser o candidato do Grupo ao Governo.

A candidatura do ex-prefeito Sebastião Madeira ao Senado é um projeto já comunicado ao partido e avalizado pela cúpula nacional do PSDB, restando saber se os tucanos se contentarão com apenas um candidato ou lançarão chapa completa. A pré-candidatura do ex-deputado federal Gastão Vieira é um caso isolado, que está sendo alimentado com declarações soltas, mas que poderá ganhar corpo se a cúpula do partido lhe der carta branca. E o projeto da Rede Sustentabilidade de chegar ao Senado pelo Maranhão com a candidatura do ex-juiz Márlon Reis é ainda apenas um rumor sem lastro, que vai depender mais do pré-candidato do que propriamente do partido.

É esse um cenário de 18 meses antes das convenções partidárias que definirão as candidaturas em julho de 2017. Até lá muita água vai rolar por baixo da ponte política.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PP vai decidir o futuro de Waldir Maranhão
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Waldir Maranhão pode permanecer ou sair do PP

Tão logo termine o mandato da atual Mesa Diretora da Câmara Federal, no dia 2 de fevereiro, a cúpula nacional do PP deverá decidir se o deputado Waldir Maranhão permanecerá ou não nos quadros da agremiação. Em meio à sua conturbada atuação quando presidiu a Casa no período em que o então deputado Eduardo Cunha foi afastado e em seguida renunciou ao cargo, Waldir Maranhão foi fortemente pressionado pela cúpula do PP, num processo que culminou com a sua destituição do comando do partido no Maranhão, durante o qual ouviu que seria expulso quando seu mandato de 1º vice-presidente se expirasse. Houve até quem defendesse que a expulsão deveria se dar já naquele momento, mas os dirigentes pepistas não concordaram. Waldir Maranhão continuou no PP, mas perdeu todos os poderes que acumulara durante anos, a começar pela presidência do partido no Maranhão, que manteve com mão de ferro durante mais de uma década, mas que foi obrigado a entregar ao deputado André Fufuca, hoje o manda-chuva pepista no estado. Pelo que já se ouve nos bastidores, é quase certo que Waldir Maranhão continuará no PP, mas como soldado raso, sem nenhuma lasca de poder.

 

Tempos indigestos para os Cutrim
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Gil Cutrim e Edimar Cutrim: momento desfavorável

Não têm sido bons os tempos recentes para o braço político da família Cutrim. Edimar Cutrim foi duramente atingido por fatos que o colocaram em situação delicada como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Depois da refrega com a então governadora Roseana Sarney em 2014, Cutrim viu-se acusado de usar o cargo para favorecer seu filho, Glauber Cutrim, eleito deputado estadual com uma votação no epicentro de um terremoto causado pela revelação de que o filho do deputado federal Waldir Maranhão, um médico que mora em São Paulo, era seu assessor e recebia R$ 7 mil por mês sem “dar um prego numa barra de sabão”, como dizem os sertanejos. E fechou o ano amargando um revés: tentou se eleger corregedor do TCE, mas os demais conselheiros não acharam uma boa ideia. Já o advogado Gil Cutrim terminou seu período de seis anos à frente da Prefeitura de São José de Ribamar sob a acusação de ter recebido uma máquina azeitada e bem organizada e devolvida ao prefeito Luis Fernando Silva em delicado de conservação. A ponto de Luis Fernando Silva ter pedido para a Justiça bloquear cerca de R$ 5 milhões – R$ 4 milhões da repatriação -, que seriam gastos no apagar das luzes da gestão de Cutrim. O ex-prefeito protestou, mas o bloqueio foi mantido. Assim, Cutrim entraram 2017 bem menores do que o foram no início de 2016.

 

São Luís, 04 de Janeiro de 2017.

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