Eventual saída de André Fufuca do Ministério do Esporte pode agitar a corrida para o Senado

André Fufuca tem o aval do presidente Lula da Silva
para continuar como ministro do Esporte

A decisão da Federação União Progressista, que reúne os partidos União Brasil e Progressistas, de ordenar que seus representantes no Governo do PT deixam os cargos até o dia 30 de setembro, colocou o ministro do Esporte, André Fufuca, que é deputado federal pelo PP, numa situação de desconforto político e sério risco eleitoral. A exigência da mudança, causada pelo aumento das tensões políticas em razão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados, por tentativa de golpe de estado, se dá no momento em que André Fufuca trabalha duro para consolidar a sua candidatura ao Senado, que avança na direção da segunda vaga embalada também pelas ações do seu ministério espalhadas por dezenas de municípios.

O comando da Federação União Progressista foi claro e direto: não vai aceitar membros do União Brasil e do PP ocupando cargos no Governo Lula da Silva (PT). Não revelou como agirá se a sua determinação não for cumprida, mas avisou, com todas as letras, que a União Brasil e PP atuarão como oposição ao Governo do PT e vai se movimentar a favor da aprovação do projeto quer anistia os condenados pelo ataque às instituições no dia 8 de Janeiro de 2023, a começar pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sentado no banco dos réus e pode sair de casa direto para a cadeia no próximo mês. O ministro André Fufuca foi, portanto, colocado no epicentro do furacão que se forma em Brasília.

A saída, agora, do deputado federal André Fufuca do Ministério do Esporte terá peso expressivo no seu projeto político. Com o seu retorno à Câmara Federal, ele deixará de ser uma ponte importante do Governo Lula com o Congressos Nacional, o que diminuirá o seu poder de fogo em relação às bases eleitorais, já que perderá o controle sobre um amplo programa de obras na área esportiva no Maranhão. E como deputado federal deverá se ajustar à determinação do partido de atuar como oposição ao presidente Lula da Silva, com quem construiu um bom relacionamento.

Se vier a cumprir a exigência da cúpula da federação e deixar o Ministério do Esporte, André Fufuca, que já o segundo na preferência do eleitorado, segundo as pesquisas mais recentes, terá de embalar sua candidatura a senador da planície, sem a força da parte, numa espécie de nivelamento com a senadora Eliziane Gama (PSD), que aparece em terceiro lugar. O problema é que a senadora, que busca a reeleição, poderá ganhar força se o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), líder isolado nas pesquisas, vier a ser candidato ao Governo do Estado, tendo-a como candidata ao Senado na sua chapa.

André Fufuca é um político jovem e bem-sucedido, já tendo sido presidente interino da Câmara federal e presidente nacional do seu partido, o PP, não sendo, portanto, um quadro qualquer no PP. A expectativa é que o caso dele seja tratado de maneira diferenciada. No plano político, ele é hoje a principal referência de um grupo importantes de prefeitos, incluindo os de Imperatriz, Rildo Amaral, e Caxias, Gentil Neto, ambos do PP, que estão atuando forte na base da sua candidatura do Senado. E mesmo não tendo havido ainda uma declaração formal, como foi feito em relação ao senador Weverton Rocha (PDT), que busca a reeleição, são poucas as dúvidas de que o ministro é o segundo nome do Grupo Brandão, a começar pelo fato de que já declarou apoio ao projeto de candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB).

Se vier a deixar o Ministério do Esporte, André Fufuca poderá enfrentar alguns percalços. Mas o fato de ser um político discreto, habilidoso e audacioso, o deputado federal reúne as condições para estancar qualquer ponto de erosão que a eventual saída do Ministério do Esporte a produzir n o seu projeto de candidatura.

Vale registrar que ele não pretende entregar o ouro sem luta. Tanto que sua assessoria informou que ele continua despachando normalmente no Ministério do Esporte.

PONTO & CONTRAPONTO

Dino surpreende ao adotar postura ativa e descontraída durante julgamento

Flávio Dino mantém postura descontraída
durante julgamento da tentativa de golpe

O ministro Flávio Dino quebrou um paradigma no primeiro dia de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados acusados tentativa de golpe de estado. Ele adotou uma postura que diferiu das dos seus colegas em vários aspectos.

Para começar, foi muito atento aos discursos dos defensores dos quatro primeiros réus, anotando algumas informações que ouviu e pedindo esclarecimentos a advogados sobre uma ou outra colocação feita nas suas argumentações.

A postura do ministro surpreendeu mais ainda quando, ao final da sessão, em vez de deixar o plenário, ele foi cumprimentar os advogados que se manifestaram, com os quais conversou rápida e descontraidamente, deixando o salão desejando sucesso a todos.

Para quem não conhece Flávio Dino, a postura do ministro da Suprema Corte surpreendeu, se comparada com a dos demais integrantes da Corte. Mas quem o conhece e o viu atuando como juiz federal não foi surpreendido, exatamente por saber que ele sempre soube separar o joio do trigo.

Durante o correr dos processos, ele é diligente e exigente como magistrado, sendo também muito duro, mas justo, como julgador, com todas as suas decisões solidamente embasada nas letras das leis. Já nos intervalos, é afável e interage com o mais sisudo dos advogados.

Neste julgamento, o ministro Flávio Dino está muito à vontade, porque sabe exatamente o que está julgando e quem está julgando.

Camarão intensifica pré-campanha em manifestação religiosa e visita a aldeia indígena

Felipe Camarão na Aldeia Rancharia

O vice-governador Felipe Camarão vem dando seguidas demonstrações de que está, de fato, na corrida para o Palácio dos Leões, reafirmando, em cada ato que participa, que será candidato em qualquer circunstância. No final da semana, ele cumpriu agenda de militante católico em Vargem Grande e defensor dos povos indígenas em Fernando Falcão.

No final da semana que passou, ele assumiu a sua condição de homem de fé, católico praticante que é, ao participar, com visível entusiasmo, da tradicional Festa de São Raimundo dos Mulundus, que atrai anualmente, milhares de romeiros a Vargem Grande. Ali, misturou-se à multidão, distribuiu cumprimentos e fez orações na igreja local.

De Vargem Grande, o vice-governador seguiu para Fernando Falcão, na região central do estado, mais precisamente à Aldeia Rancharia, onde entregou um poço artesiano à comunidade indígena. Durante sua estada na aldeia, Felipe Camarão conversou com a cacique Raquel.

O vice-governador tem programada uma intensa agenda para os próximos tempos, sem abrir mão da condição de pré-candidato ao Governo.

São Luís, 03 de Setembro de 2025.

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