Deputados preveem que Assembleia Legislativa será palco de grandes embates políticos por causa das eleições de 2018

 

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Othelino Neto, Sérgio Frota, Stênio Rezende e Max Barros: preveem que ao debate político vai dominar o ano de 2017 na Assembleia Legislativa

A Assembleia Legislativa, que volta hoje ao trabalho empossando a nova Mesa Diretora comandada pelo presidente Humberto Coutinho (PDT), será a principal referência do grande campo de batalha política que será Maranhão em 2017. Para começar, como período pré-eleitoral, este será um ano em que as posições políticas serão mais claras e os movimentos serão todos focados na corrida às urnas marcada para daqui a 21 meses. Nesse cenário, o governador Flávio Dino poderá ser mais flexível em termos políticos, mas enfrentará uma oposição ampliada e que certamente usará um discurso mais duro, o que poderá obrigar o Palácio dos Leões a também a endurecer as suas reações. A Coluna conversou com os deputados Othelino Neto (PCdoB), 1º vice-presidente da Casa; Sérgio Frota (PSDB), Stênio Rezende (DEM), 2º secretário, e Max Barros (PRP), e deles ouviu que, embalado pelas eleições marcadas para o ano que vem, o tema político vai se sobrepor no dia a dia do parlamento estadual, envolvendo situação e oposição e deputados e deputados em confronto por seus espaços eleitorais.

O vice-presidente Othelino Neto acredita que a tendência é no sentido de que o debate político se acirre, acreditando que a oposição, “agora fortalecida com dois deputados” – referia-se a Eduardo Braide (PTN) e Wellington do Curso (PSB) -, mas também alertando que o Governo está preparado para qualquer situação, em condições, portanto, de rebater qualquer ataque que vier a sofrer. Othelino Neto disse que a oposição “está sem um norte, falta um horizonte para eles”, mas acrescentou que “isso é problema dela, e não nos interessa”. Na avaliação do 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa, apesar da crise, o governador Flávio Dino está bem avaliado pela opinião pública (62%), faz um Governo eficiente, com metas bem definidas, em condições, portanto, de alcançar resultados expressivos neste ano. No campo político, reúne as condições necessárias para definir melhor o seu leque de parceiros, resolvendo de vez sua relação com partidos como o DEM, o PRB e com o PR, para consolidar de vez a sua base. “Acho que vamos ter um debate mais duro, a oposição será mais agressiva, mas o Governo está bem e tem condições de superar os obstáculos”, avalia Othelino Neto, acrescentando: “Estou otimista”.

Político focado nos esportes – é presidente do Sampaio Corrêa – e nos problemas urbanos, o deputado Sérgio Frota (PSDB) acha que os temas em debate na política nacional repercutirão fortemente na Assembleia Legislativa em 2017. E nesse contexto de debate, o tucano prevê “o fim da lua de mel” entre o governador Flávio Dino e a classe política. Isso não quer dizer que haverá uma guerra fraticida no plenário do parlamento estadual, mas é certo quer os debates serão bem mais fortes entre Situação e Oposição. Como outros deputados que analisam o cenário político com frieza, o parlamentar tucano acha que, por conta do da corrida ás urnas e do redesenho do mapa político maranhense feito nas eleições municipais, “haverá um questionamento maior sobre as ações do Governo”, o que poderá levar o Governo a ser mais político. “Estamos falando de uma disputa política que envolve a sucessão estadual e um projeto de reeleição”, acrescentou Sérgio Frota. Para ele, “o Governo do Estado continuará forte, terá sua maioria garantida, mas será avaliado de maneira mais dura”.

Um dos decanos da Assembleia Legislativa, exercendo agora o seu sexto mandato, o deputado Stênio Rezende conhece o caminho das pedras, e não tem dúvida de que 2017 será marcado pelo confronto entre os deputados por espaços nas eleições de 2018. E afirma que essa situação estará diretamente ligada à disputa majoritária – presidente, governador e duas vagas de senador. Stênio Rezende avalia que não há fórmula mágica e que logo, logo as forças parlamentares começarão a se posicionar de modo que em pouco tempo se saberá quem será Governo e quem será Oposição. “A repercussão do reajuste do valor do ICMS ainda não aconteceu, porque vai acontecer agora, e vai desembocar na Assembleia”, avisa. E não tem dúvidas de que a formação desses blocos dependerá muito da ação política do Governo, que na sua avaliação não fez política efetivamente até agora. Com a segurança de quem sabe o que está dizendo, Stênio Rezende afirma que o cenário será o que o governador Flávio Dino quiser. E explica: “Os dois anos passados foram dedicados ao Governo, que foi muito bem. Os outros dois terão de incluir os deputados, porque do contrário o governador em pouco tempo não saberá o tamanho da sua base”. O deputado cita, por exemplo, o caso do seu partido, o DEM, que já fez todos os gestos, mas não foi embarcado no Governo. Isso tem de ser resolvido, e só o governador pode resolver.

Com posição independente, fazendo coro com a Oposição, mas apoiando projetos governistas que considera importantes, o deputado Max Barros (PRP) acha que a Assembleia Legislativa vai se movimentar de maneira mais política, de acordo com o quadro surgido nas urnas das eleições municipais. Isso porque, segundo calcula, as forças políticas ainda estão se movimentando para se organizar para as eleições, e isso se reflete nos movimentos do plenário. Tal contexto, segundo sua previsão, levará o Governo a agir mais politicamente nas suas relações com o parlamento. “Há um novo momento, que foi forjado pelas eleições municipais. Até aqui, o Governo cuidou mais do administrativo; agora, ele terá de ser mais político, porque o debate será mais forte e os ânimos vão se acirrar com a aproximação das eleições”, assinala. Na visão de Max Barros, para construir uma base sólida, o governador Flávio Dino poderá dividir as forças políticas em esquerda e direita, ficando com a esquerda, que seria um erro. “As alianças podem até ser mais restritas, mas terão de ser firmes, porque no final das contas, ninguém sabe o que vem por aí”, avalia. Em cima de muita experiência na Casa, Max Barros está convencido de que 2017 será um ano de muita movimentação na Assembleia Legislativa, que poderá ser impactada pelas grandes decisões a serem tomadas no plano nacional, principalmente durante a corrida às urnas.

Essas avaliações funcionarçao como um roteiro para o ano parlamentar.

PONTO & CONTRAPONTO

Conversas indicam rearrumação de blocos na Assembleia
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Humberto Coutinho: reuniões para preparar o ano  de 2017

O presidente da Assembleia Legislativa, Humberto Coutinho, dedicou a maior parte do seu tempo nos últimos dias a receber deputados em sua residência para conversar sobre a posse da Mesa Diretora e os próximos passos do Poder Legislativo. E nessas conversas o assunto que predominou foi a disposição de alguns parlamentares de deixar os blocos que integram atualmente para formar pelo menos dois novos blocos. Um deputado governista de ponta afirma que haverá mudanças na composição dos blocos, mas garante que elas não afetarão a base de sustentação do Governo na Assembleia Legislativa. Nesses debates, o presidente Humberto Coutinho atuou sempre como poder moderador, para evitar que os ânimos políticos se exaltassem. Hoje, ele e oito  parlamentares serão empossados como membros da nova mesa Diretora da Casa. Humberto Coutinho  assumirá o segundo mandato consecutivo de presidente da instituição, no ato que ocorrerá às 9h, no Palácio Manoel Bequimão.

Lobão pode mesmo assumir a CCJ
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Edison Lobão pode assumir CCJ

Não era especulação sem fundamento, não. A informação segundo a qual o senador Edison Lobão (PMDB) poderá assumir a presidência da poderosa Comissão de Constituição e Justiça do Senado tem fundamento e poderá ser concretizada. Segunda-feira, durante reunião do PMDB que consolidou a candidatura do senador cearense Eunício Oliveira à presidência da Casa e decidiu que o senador alagoano Renan Calheiros será o líder do partido, o assunto foi tratado à boca pequena, para ser definido depois da eleição da Mesa, ou seja, a partir de amanhã. Em Tempo: o senador Edison Lobão já presidiu a CCJ do Senado, como também já foi presidente da Casa, tendo assumido quando presidente de então, senador Jáder Barbalho, renunciou.

 

São Luís, 01 de Fevereiro de 2017.

 

 

 

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