Apontada desde o início das articulações como a disputa mais intensa e complicada da campanha eleitoral que desaguará nas urnas em Outubro, a corrida às duas vagas no Senado está sendo alvo de embates e pressões em todos os campos da polpitica maranhense. São problemas visíveis, causados por divergências diversas, na aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), onde são candidatos os deputados federais Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS), no Grupo Sarney, pelo qual são candidatos o senador Edison Lobão (MDB) e o deputado federal Sarney Filho (PV), e também na chapa majoritária do PSDB, que tem como candidatos ao Senado o ex-governador José Reinaldo Tavares e o deputado estadual Alexandre Almeida. São situações diferentes, mas que, caso não sejam resolvidas por bem amarrados acordos internos, poderão resultar em fortes traumas partidários e até mesmo em acachapantes desastres nas urnas.
Na aliança liderada pelo governador Flávio Dino, enquanto Weverton Rocha tem o seu projeto senatorial politicamente garantido, de modo a que seus esforços agora sejam concentrados na viabilidade eleitoral, a situação da candidatura de Eliziane Gama vive uma situação inversa, com indiscutível potencial eleitoral, mas sem a consistência política que precisa para deslanchar de vez. A fonte da pressão política contra Eliziane Gama é o PT, que não sua candidatura pela aliança e reivindica sua vaga para ser ocupada por um candidato petista. A não aceitação da candidatura pelo PT vem do fato de Eliziane, seguindo a orientação do seu partido, o PPS, foi voz estridente a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O alvo da pressão petista é o governador Flávio Dino, que trabalha para acomodar a situação sem prejuízo para a candidatura de Eliziane Gama, mas o PT vem avisando que não pretende se conformar com a chapa incluindo a parlamentar. O deputado petista Zé Inácio avisa que a questão permanece em aberto.
No ninho dos tucanos, a corrida ao Senado está sendo complicada por uma situação de crise aguda, causada por atitudes e posições do ex-governador José Reinaldo Tavares, que além de não assumir a candidatura do senador Roberto Rocha ao Governo do Estado, incentiva, aberta e ostensivamente, a candidatura do deputado Eduardo Braide (PMN). Além disso, vem atuando à revelia do comando partidário, como fez na escolha do jovem político tucano caxiense Catulé Jr. para ser candidato a suplente. Diante da movimentação do ex-governador, o presidente do PSDB, Roberto Rocha, e o secretário geral, Sebastião Madeira, avisaram publicamente que se José Reinaldo não se enquadrar, perderá a vaga de candidato a senador, que, no caso, será dada ao deputado federal Waldir Maranhão. A situação no PSDB tende a ficar mais confusa com a fragilização da candidatura presidencial do ex-governador paulista Geraldo Alckmin, com reflexos fortes no projeto eleitoral do senador Roberto Rocha. O fato é que, com o aval da cúpula tucana, Waldir Maranhão já se apresenta nos eventos pré-eleitorais como pré-candidato a senador, num claro indicativo de que a guerra no ninho dos tucanos caminha para um desfecho traumático.
No campo sarneysista não existe uma crise propriamente dita. Mas já são fortes nos bastidores os sintomas de uma “guerra eleitoral” entre a corrente ligada ao senador Edison Lobão e a que embala o deputado Sarney Filho. Diante da leitura segundo a qual há uma tendência no sentido de que partidários de Lobão não aceitam que ele seja menos votado e perca a suposta vaga da coligação para o ex-ministro do Meio Ambiente. Há quem veja sinais de que o grupo da ex-governadora Roseana Sarney está se movimentando mais por Sarney Filho, ao mesmo tempo em que roseanistas de carteirinha estão enxergando movimento mais intenso de partidários de Lobão estariam puxando brasa apenas para o ex-ministro de Minas e Energia. É fato que Edison Lobão e Sarney Filho não estão exatamente atuando como uma dupla, ajudando-se mutuamente, como aconteceu, por exemplo, com Lobão e João Alberto em 2010. Não se duvida que o ex-presidente José Sarney entre nesse circuito de tensões e coloque as coisas nos seus devidos lugares, pois sabe que um for eleito e o outro sair derrotado o mal-estar será grande.
É verdade que esses problemas costumam acontecer na fase de pré-campanha e que após as convenções e na campanha propriamente dita eles tendem a passar por um grande processo de acomodação, levando as disputas internas a um grau de intolerância aceitável.
PONTO & CONTRAPONTO
Eliziane Gama mostra força política com a declaração de apoio do governador Flávio Dino
A deputada Eliziane Gama mostrou força eleitoral e gás político no grande ato em que lançou da sua pré-candidatura ao Senado, sábado, no Rio Poty Hotel. Para começar, foi prestigiada pelo governador Flávio Dino, pelo prefeito de São Luís Edivaldo Jr. (PDT) e seu parceiro de coligação na corrida senatorial, deputado federal Weverton Rocha, além de deputados federais, deputados estaduais, secretários de Estado, prefeitos e vereadores, liderando um ato de forte densidade política. Ao mesmo tempo, reuniu lideranças políticas de base, a começar por chefes evangélicos. Representantes da juventude, de negros, indígenas, mulheres, conselheiros tutelares engrandeceram o evento mostrando a força de Eliziane junto os movimentos sociais de base. Roberto Freire, presidente nacional do PPS, mandou uma mensagem em apoio à pré-candidatura de Eliziane ao Senado.
O ato serviu para extirpar todas as dúvidas que vinham povoando os bastidores sobre o apoio do governador Flávio Dino à candidatura da parlamentar do PPS. Além da presença, o governador fez um discurso de firme apoio à candidatura de Eliziane gama, destacando principalmente as sua qualificação como política e as bandeiras que ela vem defendendo com muito empenho. Flávio Dino assinalou que numa sociedade marcada por desigualdades como é a brasileira, e particularmente a maranhense, é alentador o surgimento de políticos como Eliziane Gama. E foi mais longe ao destacar as bandeiras que a deputada vem defendendo com afinco na sua trajetória parlamentar – defesa da criança, dos desvalidos, dos trabalhadores do campo e da cidade, etc. – numa demonstra de que está qualificada para pleitear uma vaga no Senado. “Eliziane não é apenas uma mulher, ela é uma mulher que, reconhecidamente, luta pelos direitos das mulheres”, destacou o governador.
Seu parceiro de chapa na disputa pelas vagas do senado, Weverton Rocha declarou apoio total ao projeto de Eliziane Gama e mostrou a base da afinidade política que os liga: “Eliziane é filha de Araguanã e eu sou de uma família de Porto Franco, nós conhecemos a realidade do Maranhão. Tivemos que lutar para conseguir chegar onde estamos, diferente de outros que já nasceram com tudo na mão”.
Numa resposta direta ao apoio que recebia naquele momento, Eliziane Gama demonstrou quase euforia com o tamanho e a importância polpitica do ato de lançamento de sua pré-candidatura. Ela disse que o seu projeto de ser senadora é para trabalhar em conjunto com o governador Flávio Dino no processo revolucionário que está em andamento no Maranhão e que está mudando para melhor a vida das pessoas.
– Me sinto lisonjeada e com muita responsabilidade, pois Flávio Dino é o governador mais bem avaliado do Brasil. Ele escolher uma mulher, da sociedade, evangélica, que não tem um histórico em uma retaguarda política familiar é dar oportunidade àqueles que não têm, as mulheres e as minorias do Maranhão”.
Se a visita a Mirinzal foi ato planejado de pré-campanha, Roseana e Sarney Filho precisam rever sua estratégia
Salvo seus aliados e assessores mais próximos, quase ninguém entendeu direito o que a ex-governadora Roseana Sarney e o deputado federal Sarney Filho, pré-candidato ao Senado, foram fazer em Mirinzal, na quinta-feira. Para começar, a visita não foi divulgada previamente, e não pareceu ser um ato de pré-campanha, já que não contou também com a participação do senador Edison Lobão, o outro candidato do grupo ao Senado, nem teve o acompanhamento de deputados federais e deputados estaduais do campo sarneysista. Mais estranho ainda foi o fato de a pré-candidata do MDB ao Governo falar a um grupo reduzido de pessoas no que pareceu ser o coreto de uma praça, quando seria previsível que, pelo seu cacife político e o seu poder de fogo pessoal, a ex-governadora reunisse uma multidão, ainda que reunisse partidários e curiosos. Afinal, uma cidade como Mirinzal não costuma receber com frequência um líder político do porte da ex-governadora. A julgar pela imagem divulgada, se a visita a Mirinzal foi um ato de pré-campanha devidamente programado, Roseana Sarney e Sarney Filho precisam rever urgentemente suas estratégias de campanha, pois do contrário não chegaram muito longe.
São Luís, 17 de Junho de 2018.
Vai ser bem disputada essas duas vagas, vamos aguardar pra ver o desenrolar dessa camapanha
é, as eleições estão se aproximando e cada um tem que mostrar o melhor que pode fazer
Quando o momento decisivo vai se aproximando, a situação tende a ficar tensa mesmo.