Após um recesso de pouco mais de duas semanas, os 42 deputados estaduais do Maranhão iniciarão hoje o último semestre de atividades na atual legislatura, e o farão embalados pelo clima da disputa eleitoral que será deflagrado oficialmente tão logo seja realizada a última convenção partidária para a escolha de candidatos às eleições de Outubro. Será um período difícil, marcado por tensão e correria em Agosto e Setembro, e por alegria dos reeleitos e frustração dos derrotados nas urnas em outubro, como tem sido a regra ao longo da história política. Nos próximos 60 dias, o presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB), terá de se valer de todo bom senso e equilíbrio para, a um só tempo, manter a Casa em pleno funcionamento e evitar que as disputas transformem o Plenário num campo de pelejas que fujam aos padrões e mergulhem a instituição numa quadra de 1.500 horas de guerra suja.
A atual Assembleia Legislativa vive uma situação singular, que começa com o fato de que oito dos 42 deputados, o que representa cerca de 20% da composição do Plenário, não concorrerão à reeleição – o deputado Alexandre Almeida (PSDB) será candidato a senador, Edilázio Jr. (PSD), Eduardo Braide (PMN), Josimar de Maranhãozinho (PR) e Bira do Pindaré (PSB) tentarão vaga na Câmara Federal, e Max Barros (PMB), Nina Melo (MDB) e Graça Paz (PSDB) resolveram não tentar renovar seus mandatos. Os 34 que formam a maioria irão para a caça ao voto enfrentando a investida de centenas de candidatos, muitos dos quais estão se movimentando com “sangue nos olhos e faca nos dentes” e muito poder de fogo, turbinados por um só objetivo: substituir os atuais. E para isso não medirão esforços, a começar pelo uso da estratégia mais comum e eficiente: desacreditar os atuais integrantes do parlamento perante o eleitorado. Tem sido assim, e dificilmente esse enredo será mudado agora.
No geral os atuais deputados fizeram o seu dever de casa e no conjunto cumpriram suas obrigações nos três anos e meio de mandato que exerceram até aqui. Isso está demonstrado num balanço divulgado pela Mesa Diretora logo no início do recesso. O documento registra que naquele período o Plenário e as Comissões Técnicas Permanentes e Temporárias realizaram o seguinte: 81 sessões ordinárias, 19 sessões solenes, duas sessões especiais e 15 audiências públicas. Os deputados apresentaram 1.414 Indicações, 365 Requerimentos, 169 Projetos de Lei Ordinária, 55 Projetos de Resolução, sete moções, cinco Propostas de Emenda Constitucional (PEC) e dois Projetos de Decreto Legislativo. O Poder Executivo demandou o Poder Legislativo com 43 proposições: 14 Medidas Provisórias, 12 Vetos Totais, 11 Projetos de Lei Ordinária, cinco vetos parciais e um Projeto de Lei Complementar; o Poder Judiciário encaminhou dois Projetos de Lei Complementar e um Projeto de Lei Ordinária; enquanto o Ministério Público do Maranhão propôs um Projeto de Lei Complementar, e a Defensoria Pública do Estado apresentou dois Projetos de Lei Ordinária. E as comissões técnicas realizaram 16 reuniões ordinárias, 30 reuniões extraordinárias, emitiram 270 pareceres escritos, 36 pareceres verbais, com um total de 278 proposições apreciadas e 270 pareceres escritos, e, além disso, realizaram audiências públicas para a discussão de diversos temas relevantes.
Mesmo marcado por um intenso embate entre Oposição, que atacou dura e fortemente o Governo, e a Situação, que fez a igualmente intensa defesa governista, produzindo aqui e ali momentos de forte tensão no Plenário, os trabalhos do semestre passado aconteceram dentro da tradição e da normalidade, com todos os altos e baixos comuns ao exercício parlamentar. Essa situação se deveu em parte à atuação prudente dos líderes governistas e oposicionistas, e em parte pela eficiência do presidente Othelino Neto, um político jovem que surpreendeu pela maturidade e que conduziu a Casa com rigor republicano, respeitando as diferenças e sem atropelar as regras que asseguram igualdade de direito na instituição legislativa.
Os deputados estaduais que irão à luta pela renovação do mandato sabem também que como instituição essencialmente política, o parlamento é o mais importante canal por meio do qual a sociedade se expressa. Cada deputado sabe que, se compreendeu bem isso, suas chances nas urnas são amplas, mas se fez o inverso, é bom começar a limpar as gavetas. O resultado das urnas a serem anunciados na noite do dia 7 de Outubro expressarão a verdade sobre isso.
PONTO & CONTRAPONTO
PSOL formaliza chapa certo de que não terá a menor chance de bom resultado nas urnas
O PSOL confirmará hoje, em convenção, a aliança com o PCB, a chapa liderada pelo professor Odívio Neto, tendo como vice a professora Gigia Helena. Maior agremiação da chamada “esquerda radical”, que abriga hoje ex-petistas insatisfeitos como os rumos do PT na direção do centro e da direita, o PSOL tem plena consciência de que é igual a zero a possibilidade de vir a ter nas urnas um desempenho que lhe assegure algum mandato majoritário (governador e senador) ou proporcional (deputado federal e deputado estadual). E justifica sua participação nas eleições no Maranhão como um esforço político para consolidar a democracia e intensificar seu discurso contra o que considera errado no País. Esse é o compromisso do candidato presidencial do partido, Guilherme Boulos, no plano nacional. Neste ano, o PSOL também investirá esforços para eleger vereadores em 2020. O candidato Odívio Neto fará uma campanha com um discurso de oposição ao governador Flávio Dino, mas já admite que se houver segundo turno se aliará ao candidato do PCdoB. Trata-se de um alinhamento natural, sem aliança nem compromisso partidário formal.
Flávio Dino pode entrar no circuito para evitar bombardeio contra Eliziane Gama
O governador Flávio Dino terá de realizar um grande esforço diplomático no âmbito interno da aliança partidária que o apoia para evitar que a candidatura da deputada federal Eliziane Gama ao Senado seja bombardeada com o chamado “fogo amigo”, como vêm ensaiando aliados principalmente do PT. Esses segmentos não aceitam apoiar Eliziane Gama, pelo farto de ter ela feito campanha e votado pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Os petistas, que integram a coligação dinista vêm usando todas as oportunidades possíveis para minar a posição da parlamentar, tratando a deputada como inimiga política e taxando-a de “golpista”. Nesse contexto, há petistas que simplesmente renegam a candidatura de Eliziane Gama, tem os que pregam voto no deputado federal Weverton Rocha (PDT), enquanto outros defendem dobradinha de Weverton Rocha com o senador Edison Lobão (MDB), Sarney Filho (PV) e até mesmo com José Reinaldo, que será candidato pelo PSDB. Por sua vez, Eliziane Gama tenta abrir diálogo com petistas, argumentando que sua posição foi partidária e não pessoal e que o impeachment é matéria vencida e que o que vale é seguir em frente. E não será surpresa se o governador Flávio Dino for acionado pela deputada para fazer essa mediação.
São Luís, 02 de Agosto de 2018.
O posicionamento desses petistas parece o SAMBA DO CRIOULO DOIDO. São capazes de apoiar Sarney Filho, que era Ministro de Temer e votou pelo impeachment de Dilma juntamente com Zé Reinaldo, mas nutrem um ódio louco pela irmãzinha ?? Agora eu pergunto, quem em sã consciência quer se unir ao PARTIDO DOS TRAPACEIROS ???