Alvo de nova operação policial por suspeita de corrupção, Maranhãozinho pode perder espaço

 

Josimar de Maranhãozinho “surpreendido” pela a ação de agentes do Gaeco fazendo buscas e apreensão na sua residência, procurando provas da prática de corrupção

O deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), pré-candidato ao Governo do Estado, foi colocado ontem numa situação de extremo desconforto, instabilidade e incerteza quanto ao seu futuro político, depois que a força-tarefa do Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão, realizou ontem a Operação Maranhão Nostrum,  e parceria com a Polícia Civil do Maranhão, por meio da Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Seccor), Centro Tático Aéreo (CTA) e outras unidades. O Gaeco cumpriu 60 mandatos judiciais em 14 municípios, onde empresas – algumas delas ligadas ao parlamentar – faturaram pelo menos R$ 150 milhões em operações marcadas por suspeitas, entre elas Zé Doca, cuja prefeita Josenilda Cunha Rodrigues (PL) é irmã do parlamentar. A ação do Gaeco ocorre menos de um ano depois da Operação Descalabro, por meio da qual a Polícia Federal investigava o desvio de pelo menos R$ 15 milhões de recursos destinados à Saúde.

A reação do deputado Josimar de Maranhãozinho foi a mesma nos dois casos: está sendo vítima de perseguição, que pode ser ou não de natureza política. Ele diz suspeitar de que isso está ocorrendo por causa da sua ação política. Os cerca de R$ 6,5 milhões encontrados em caixas de papelão no seu escritório em São Luís nada têm a ver com desvios de dinheiro público, exatamente por se tratarem de ganhos em negócios lícitos. Avaliou a operação de ontem, realizada na sua residência, foi também “um absurdo”. Ou seja, a dinheirama com que bancou candidatos a prefeito e a vereador em mais de 70 municípios, com a eleição de cerca de 40, entre elas gigantes como São José de Ribamar, são saíram dos cofres dos três partidos que controla no estado – PL, Avante e Patriotas.

O fato é que as duas operações colocaram o deputado Josimar de Maranhãozinho numa situação de extremo desconforto. Isso porque, contrariando suas reações, a Polícia Federal (Operação Descalabro) e o Gaeco (Operação Maranhão Nostrum) foram autorizados pelos braços federal e estadual da Justiça, e o Ministério Público. As justificativas são densas, resultados de investigações cuidadosas, calcadas em documentos que comprovariam amplamente a ação de uma organização criminosa, que movimentou mais de R$ 160 milhões em pouco tempo.

Não é novidade no meio político e fora dele, e para expressiva fatia do eleitorado e ainda para as Polícias Federal e Estadual e o Ministério Público Estadual e Federal que Josimar de Maranhãozinho é um político controverso, que atua exibindo impressionante poder de fogo financeiro, que é a base do seu poder político. Começa pelo fato de controlar, com mão de ferro, três partidos no Maranhão – PL, Avante e Patriotas. É conhecido nos meandros da política estadual como um chefe partidário que “cumpre acordo”. Tanto que saiu das eleições municipais como o responsável direto pela eleição dos prefeitos Júlio Matos (São José de Ribamar), Belezinha Pontes (Chapadinha), Rigo Teles (Barrado Corda), para citar apenas três exemplos, além de Zé Doca, tendo sua irmã como prefeita.

Se a Operação Descalabro, realizada um ano atrás com a invasão do seu escritório e localização de uma bolada em dinheiro vivo, grana suficiente para comprar um apartamento de andar inteiro na Península, o deixou sem chão por alguns dias, a Operação Maranhão Nostrum foi mais dura. A começar pelo fato de que a busca e apreensão foi feita na sua residência, uma mansão com campo de futebol, palco recente de duas concentrações políticas, uma de prefeitos e outra de vereadores, marcando o deslanche de sua pré-campanha como pré-candidato ao Palácio dos Leões. Isso sem falar dos inúmeros eventos realizados nos quatro cantos do Maranhão.

O fato é que, por mais ousado que seja o deputado Josimar de Maranhãozinho, essas ações policiais, respaldadas pelo Ministério Público com autorização da Justiça, e ocorridas em meio a movimentos já intensos da corrida à sucessão do governador Flávio Dino (PSB), podem produzir efeito devastador no seu ousado projeto de se mudar para o Palácio dos Leões em Janeiro de 2023.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Aprovada a fusão DEM/PSL, surge a pergunta: quem comandará o novo partido no Maranhão

Fusão DEM/PSL está definida: quem comandará o novo partido no MA, Pedro Lucas Fernandes ou Juscelino Filho?

Os comandos do DEM e do PSL aprovaram ontem a fusão dos dois partidos, criando as condições concretas para o nascimento do União Brasil, que nascerá com nada menos com 81 deputados federais, de longe a maior bancada da Câmara Federal. A fusão partidária, que agora só depende do aval da Justiça Eleitoral, terá reflexos importantes no cenário partidário maranhense. E tudo começa com uma indagação: quem será o presidente do partido, o atual presidente do DEM, deputado federal Juscelino Filho, ou o atual presidente do PSL, deputado federal Pedro Lucas Fernandes? Além disso, como o novo partido, que terá maior tempo de campanha no rádio e na TV, entre outras condições excepcionais das quais será dotado por conta do seu gigantismo, se posicionará na disputa sucessória? O presidente da nova legenda terá lugar importante nas negociações que resultarão nas eleições maranhenses. Vale aguardar.

Ana Paula comanda ações sociais e dá sentido ao posto de vice-prefeita em Pinheiro

Ana Paula : quebrando isolamento de vice e comandando ações sociais em Pinheiro

Via de regra, vice-prefeito costuma submergir depois de um curto período de euforia por haver chegado ao posto. Alguns, porém, não se enquadram nessa tradição e se envolvem efetivamente com o Governo municipal, atuando efetivamente em ações além de compromissos protocolares. Um caso exemplar é o de Pinheiro, onde a vice-prefeita Ana Paula Lobato (PDT) se movimenta no campo político, como vice-presidente do PDT local, e no campo da gestão, realizando ações sociais, em sintonia com o prefeito Luciano Genésio (PP). Ontem, por exemplo, a vice-prefeita Ana Paula Lobato – que preside também o Grupo de Esposas de Deputados do Estado do maranhão (Gedema), o braço social da Assembleia legislativa -, comandou uma ação no Residencial Coqueiro, na chamada Vila Filuca, na periferia de Pinheiro, onde reuniu crianças do bairro para uma manhã de festa, com direito a com muitas brincadeiras, cachorro-quente, pipoca, algodão doce e distribuição de 600 brinquedos. “O Dia das Crianças está se aproximando e não poderíamos deixar essa data especial passar em branco. Preparamos esse momento com muito carinho e a recompensa é ver os olhos brilhando e o sorriso no rosto de cada um”, assinalou a vice-prefeita de Pinheiro, que, pelo visto, está construindo um horizonte político que vai muito além das fronteiras da Princesa da Baixada.

São Luís, 07 de Outubro de 2021.

Um comentário sobre “Alvo de nova operação policial por suspeita de corrupção, Maranhãozinho pode perder espaço

  1. 1. Uma Lei Universal: Quem planta colhe.

    2. Josimar, pré candidato ao Governo, alvo de uma ação da Polícia Local + MP local… Não me surpreenderia se, por trás dessas investigações fossem encontradas as digitais do Governo.

    3. Lembrei-me do caso Lunus: quando o então pré-candidato Serra deu um tiro pela culatra. Tentou acertar a então pré-candidata à Presidência Roseana e acertou no PMDB que, guiado por Sarney, foi pro colo do então eterno candidato Lula.

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