A grande articulação que resultou na retirada da candidatura presidencial da deputada gaúcha Manuela D`Ávila, abrindo caminho para uma aliança PT/PCdoB, com o lançando em breve da candidatura do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Hadade (PT), a presidente da República na vaga do ex-presidente Lula da Silva, que será irremediavelmente retirado da corrida, colocou o governador Flávio Dino (PCdoB) no circuito onde se trava a disputa pelo Palácio dos Planalto. O governador do Maranhão viu, assim, sua tese de união de parte da banda maior da esquerda (PT, PCdoB e PSB) em torno de um candidato tornar-se uma realidade. Agora, ao contrário de todos os demais aspirantes ao Palácio dos Leões, que formalizaram suas candidaturas aliando-as, querendo ou não, a candidatos presidenciais, o governador defenderá nas batalhas da guerra eleitoral um candidato presidencial forte.
Flávio Dino oporá Lula ou Fernando Hadade a Henrique Meirelles (MDB), candidato de Roseana Sarney (MDB); a Geraldo Alckmin (PSDB), candidato de Roberto Rocha, e a Jair Bolsonaro (PSL), candidato de Maura Jorge. Mas será cuidadoso com Ciro Gomes (PDT), que o trata como um fenômeno político, e com Guilherme Boulos (PSTU), candidato de Odívio Neto, e com Maria Laura (PSTU), candidata de Ramon Zapata, todos esses do campo esquerdista. Ao contrário de 2014, quando o PT preferiu abraçar a candidatura de Lobão Filho, dentro do grande acordo nacional com o então PMDB, obrigando-o a abrir o seu movimento a petistas desgarrados e a tucanos atrás de um muro seguro, o governador vai agora se dedicar a um candidato presidencial forte, um aliado assumido e que o terá também como o seu candidato para o Governo do Maranhão.
O governador Flávio Dino poderia tranquilamente tocar sua campanha à reeleição distanciado da guerra pelo poder nacional. Mas como a sua postura política não comporta a chaga da omissão, ele entrou de cabeça no grande debate como a voz mais firme e fundamentada na defesa do ex-presidente Lula, a quem considera injustiçado, vítima de decisões judiciais com as quais não concorda. Nesse movediço campo de batalha, jogou todo o peso do seu prestígio político pela libertação do ex-presidente, operando fortemente também para unir as esquerdas em torno de Lula ou seu substituto na vaga de candidato do PT ou até mesmo de Ciro Gomes. Na equação sem Lula, sua inclinação inicial era pela candidatura do ex-governdor do Ceará, mas diante das diferenças que ainda distanciam pedetistas e petistas, o governador deverá abraçar a candidatura do substituto Lula, deixando seus aliados livres para apoiar o projeto do candidato do PDT, mas aliando-se a quem desse campo for para o segundo turno da corrida presidencial.
Ao aliar-se ao PT e aos outros segmentos da chamada esquerda democrática em torno de um candidato presidencial – seja Lula ou Fernando Hadade -, o governador Flávio Dino se consolida como o referencial desse campo no Maranhão e um dos principais em todo o País, não dando margem para que seus principais adversários, a começar por Roseana Sarney, façam movimentos no sentido de usar Lula ou seu substituto a seu favor, como aconteceu em 2010 e 2014. A começar pelo fato de que, ainda que algumas vozes envergonhadas do PT façam jogo duplo, não há como negar que o ex-presidente José Sarney e a ex-governadora Roseana Sarney se distanciaram e mesmo que tentem agora uma tardia defesa do ex-presidente. Assim, adversários poderão até usar Lula como mote de campanha, mas a aliança PT/PCdoB foi amarrada de tal maneira que o referencial dos petistas é o atual ocupante do Palácio dos Leões. Até porque, queira ou não, o MDB tem candidato a presidente, Henrique Meirelles, que não vai admitir que a candidata emedebista ao Governo do Maranhão não o apresente ao eleitorado maranhense como o salvador da Pátria.
Agora definido na esfera da corrida presidencial, o governador Flávio Dino mostra que estava certo quando em 2015 levantou o estandarte da sua defesa sobre a recém reeleita presidente Dilma Rousseff.
PONTO & CONTRAPONTO
Weverton Rocha e Sarney Filho vivem situações semelhantes na corrida presidencial
Duas situações parecidas envolvem os deputados federais Weverton Rocha (PDT) e Sarney Filho (PV), ambos candidatos ao Senado, o primeiro pela aliança comandada pelo governador Flávio Dino e o segundo pela coligação comandada pela ex-governadora Roseana Sarney.
Com o acordo PT/PCdoB, o governador Flávio Dino vai apoiar o candidato presidencial do PT, que poderá ser o ex-presidente Lula da Silva, que está preso, ou o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, o deputado Weverton Rocha terá de navegar na contramão desse projeto e fazer campanha para o candidato presidencial do seu partido, o ex-ministro Ciro Gomes. Um entendimento nesse sentido já foi estabelecido governador Flávio Dino e o deputado Weverton Rocha, que preside o PDT no Maranhão é um dos principais articuladores da candidatura presidencial do ex-governador do Ceará.
Já o deputado federal Sarney Filho, que é candidato a senador pela aliança liderada pela irmã, não apoiará o candidato do MDB, ex-ministro Henrique Meirelles, mas a candidata da Rede, Martina Silva, por conta de uma aliança por meio da qual o PV indicou o vice da presidenciável e fundadora da Rede Sustentabilidade. Sarney Filho, que era do PFL quando se engajou no movimento que fundou o PV no Brasil nos anos 90 do século passado, seguindo uma tendência mundial.
Como se vê, são situações ao mesmo tempo lógicas e estranhas só tolerada no universo das alianças partidárias.
Flávio Dino diz que José Sarney desconhece a realidade atual do Maranhão
Do governador Flávio Dino, em entrevista ao jornalista Raimundo Borges, de O Imparcial, ao ser indagado sobre o que pensou da provocação que lhe foi dirigida pelo ex-presidente José Sarney, que o acusou de estar aplicando o “Conto do Vigário” no comando do Estado:
“O ex-presidente José Sarney está há muito tempo afastado da realidade do Maranhão, né? Nesse período em que a filha quer voltar ao poder, talvez fosse o momento de ele conhecer tantas coisas boas que têm sido feitas no Maranhão. Coisas sérias, decentes, honestas. Eu acho que nesse caso é absoluto desconhecimento”
São Luís, 06 de Agosto de 2018.
Isso é o que te convém.
Mas quem tem mais bde dois neurônios não vai nessa tua conversa