Presidência: Ciro e Haddad fortalecem posição de Dino; Roseana fica sem elo na corrida ao Palácio do Planalto

 

Flávio Dino conta com Fernando Haddad e Ciro Gomes, Roberto Rocha está fechado com Geraldo Alckmin, Maura Jorge vive os altos e baixos de Jair Bolsonaro, e Roseana Sarney está isolada da corrida presidencial

A pesquisa Datafolha sobre a corrida presidencial divulgada ontem pela Rede Globo injetou mais ânimo no comando da campanha do governador  Flávio Dino (PCdoB) à reeleição, manteve estável o QG do candidato do PSDB, senador  Roberto Rocha; aumentou as preocupações da candidata do PSL, Maura Jorge, e em nada alterou a posição da candidata do MDB, Roseana Sarney, em relação à corrida pelo Palácio do Planalto. O governador Flávio Dino viu dois aliados, Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), melhorarem sensivelmente suas posições no ranking dos presidenciáveis, um vencendo e o outro empatando com Jair Bolsonaro (PSL) num eventual segundo turno. Roberto Rocha anotou a oscilação para cima de Geraldo Alckmin e a provável vitória dele no segundo turno contra qualquer um. Maura Jorge festejou a leve subida de Jair Bolsonaro, mas logo desacelerou diante da informação contundente de que ele dificilmente será presidente, porque perde para todos no segundo turno. E a ex-governadora Roseana Sarney se manteve absolutamente fora de contexto na disputa pelo Palácio do Planalto com a virtual saída do ex-presidente Lula da Silva (PT) do quadro de candidatos e a inexpressividade eleitoral do candidato do seu partido, Henrique Meirelles (MDB), nas preferências do eleitorado.

O governador Flávio Dino não tem do que se queixar no grande cenário da corrida eleitoral. Primeiro porque lidera com folga a corrida no Maranhão, e depois, se reeleito, poderá ter um aliado forte na presidência da República, o petista Fernando Haddad, seu parceiro formal, que agora está entrando para valer na corrida presidencial, saltando de 4% para 9%, segundo o Datafolha, isso ainda na condição de vice do ex-presidente Lula, ou Ciro Gomes, que subiu para 13%, passando a ser o segundo na preferência do eleitorado e tornando-se o virtual adversário de Jair Bolsonaro no 2º turno. Fernando Haddad aposta alto numa parceria com Flávio Dino e vice-versa, enquanto Ciro Gomes não esconde sua admiração pelo governador maranhense, a ponto de ter declarado, meses atrás, que ele “foi a melhor coisa que já aconteceu na política brasileira nos últimos tempos”, mantendo essa posição mesmo diante da aliança dele com o ex-presidente Lula e, por via de desdobramento, com Fernando Haddad. Reeleito, Flávio Dino poderá ainda construir uma relação sólida e produtiva com Marina Silva (Rede), caso ela chegue ao Palácio do Planalto. O comunista encontra-se, pois, numa situação confortável em relação à corrida presidencial, o que lhe dá uma grande margem de movimentação política, podendo até mesmo reforçar sua vantagem eleitoral.

O cenário produzido pela pesquisa Datafolha não alterou substancialmente o ânimo do candidato tucano Roberto Rocha, uma vez que Geraldo Alckmin permanece embolado com Ciro Gomes, Marina Silva e agora também com Fernando Haddad. Roberto Rocha tem exibido confiança no cacife do presidenciável tucano, acreditando piamente que Geraldo Alckmin irá para o segundo turno com Jair Bolsonaro, e ele, Roberto Rocha, será o adversário do governador Flávio Dino num até aqui improvável 2º turno no Maranhão.

A candidata do PSL, Maura Jorge, vive uma situação em que alterna ânimo de paraíso e de purgatório, à medida que, ao mesmo tempo em que a pesquisa mostra seu candidato Jair Bolsonaro na cabeça da corrida presidencial com 24% das preferências do eleitorado, o vê também perdendo para todos os principais adversários num eventual 2º turno. Mais do que isso, a pesquisa encontrou Jair Bolsonaro como estratosféricos 43% de rejeição, uma indicação segura de que ele dificilmente ultrapassará o patamar dos 25% de preferência. Até agora, a posição de Jair Bolsonaro não injetou gás na candidatura da ex-prefeita de Lago da Pedra, que mesmo assim continua tentando decolar, sem sucesso até agora.

A pesquisa Datafolha complicou mais ainda a posição da ex-governadora Roseana Sarney em relação à corrida presidencial, à medida que o ex-presidente Lula da Silva foi substituído por Fernando Haddad como o nome do PT e, pior, o candidato do MDB, Henrique Meirelles, simplesmente não deu sinais de que irá a algum lugar nessa disputa. Roseana Sarney sabe que, por mais forte que seja o seu cacife político/eleitoral – que já foi muito maior, não há lugar para omissões nesse tabuleiro. Excluir-se da campanha presidencial é como impor-se uma espécie de flagelo que pode produzir duras consequências políticas. E chama a atenção o fato de que a candidata do MDB não dá sinais de que esteja se articulando nessa seara.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Ricardo Murad avisa que se Roseana for eleita ele vai dar as cartas na Saúde

Ricardo Murad avisa que comandará a Saúde se Roseana Sarney for eleita

Se a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) voltar ao poder, o ex-deputado estadual Ricardo Murad (PRP), agora candidato a deputado federal, deverá ser de novo o todo-poderoso secretário de Estado da Saúde. Essa possibilidade foi levantada por ele próprio em vídeo que está sendo veiculado no horário eleitoral gratuito na TV, no qual fala maravilhas da sua gestão da área de Saúde do último Governo de Roseana Sarney, diz que “aí veio o Flávio Dino e acabou com tudo”, para concluir, taxativo: “Eu e a Roseana vamos reconstruir e fazer muito mais pelo Maranhão”. Chama a atenção na última frase de Ricardo Murad o fato de ele ser categórico e colocar-se no primeiro plano da ação de um Governo que é até aqui uma possibilidade remota, dando a impressão de que, se esse projeto eleitoral vingar, ele será o grande protagonista da área de Saúde, ficando a eventual governadora em segundo plano. Pode ser que Ricardo Murad não tenha se dado conta de que se colocou à frente da eventual chefe de Governo na sua propaganda, o que é improvável por se tratar de um político experiente e dono de um discurso inteligente e bem articulado, que dificilmente cometeria uma gafe dessas numa peça de uma campanha em que um segundo de TV tem peso, principalmente quando o candidato é um Ricardo Murad.

 

Edison Lobão mostra feitos e destaca a Avenida Litorânea como uma grande marca

Edison Lobão e sua maior obra na Ilha de Upaon Açu:, a Avenida Litorânea

O senador Edison Lobão (MDB) vem dando mostras de que sabe o que fazer numa corrida eleitoral. Depois de mostrar seu posicionamento atual, com a condição de ex-ministro de Minas e Energia dos Governos Lula e Dilma Rousseff (PT), assim como o de atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado da República, Lobão vem agora mostrando obras fundamentais que realizou quando governou o Maranhão. O item mais forte recordado até aqui é a Avenida Litorânea, que foi oficialmente batizada de Avenida Governador Edison Lobão. Quando assumiu o Palácio dos Leões em abril de 1991, encontrou a base – quilômetros de blocos de granito trazidos de Rosário – pronta, deixada pelo governador Luis Rocha e solenemente ignorada pelo seu sucessor, governador Epitácio Cafeteira, que preferiu investir na construção da Avenida dos Holandeses, deixando prontos os acessos à futura avenida. Lobão não perdeu tempo, correu atrás e conseguiu os recursos para implantar o complexo, abrindo caminho para que São Luís fosse dotada de uma artéria margeando hoje mais de 10 quilômetros de praias, transformando esse corredor numa das orlas mais belas e bem equipadas do País. Difícil medir forças com Edison Lobão quando o tema do debate são realizações.

São Luís, 10 de Setembro de 2018.

 

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