Arquivos mensais: outubro 2022

Brandão orienta grupo a “segurar” disputa por cargos no Governo e na AL e pede esforço por Lula no Maranhão

 

Carlos Brandão quer evitar movimentos que tirem o foco da eleição presidencial 

Na semana passada, em meio à maratona para consolidar e, se possível, ampliar a vantagem do ex-presidente Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) no Maranhão, o governador Carlos Brandão (PSB) fez chegar aos membros da sua equipe e aos líderes da aliança partidária que lhe dão apoio a seguinte orientação: qualquer decisão sobre a composição do novo Governo e sobre a participação da base governista na Assembleia Legislativa deve ser deixada para depois do anúncio do resultado da eleição presidencial, na noite do dia 30 deste mês. Até lá, ele estará administrativamente entregue às tarefas indispensáveis e inadiáveis do Governo e, politicamente, envolvido na campanha do presidente Lula da Silva para a eleição do 2º turno. Com a orientação, o governador quer evitar que se crie uma situação de disputa num momento em que, na sua avaliação, todas forças da aliança governista devem estar mobilizadas na tarefa de embalar a campanha do líder petista.

A orientação do governador Carlos Brandão se deu por causa da intensa movimentação que começava a agitar os bastidores da base política governista, com o surgimento de nomes para o secretariado a ser montado para o futuro Governo. Esses movimentos causaram inicialmente a impressão de que ocorriam com a anuência do gabinete principal do Palácio dos Leões, quando o governador estava centrado, juntamente com o senador eleito Flávio Dino (PSB), na montagem de uma agenda de campanha para fortalecer a posição de Lula da Silva no Maranhão. E na tomada de decisões administrativas destinadas a garantir que o seu Governo fechará o exercício de 2022 em condições normais, apesar das perdas de ICMS causadas pela política de preços dos combustíveis armada pelo presidente Jair Bolsonaro às vésperas das eleições.

Segundo duas fontes distintas com trânsito na cúpula do Governo, ao orientar que deputados eleitos e reeleitos da base governista puxem o freio de mão e evitem movimentação antecipada em torno da eleição da Mesa da Assembleia Legislativa, o governador Carlos Brandão pretendeu igualmente evitar embates paralelos, quando, na sua avaliação, o foco do momento é centrar fogo na campanha para a presidência da República. E a explicação é simples e direta: o desfecho da disputa para o Palácio do Planalto, qualquer que seja ele, terá influência importante nas decisões administrativas e políticas que moverão o Governo a partir de janeiro do ano que vem.

E é exatamente para evitar que a disputa se acirre na seara parlamentar, e se reflita negativamente na mobilização pró-Lula da Silva na campanha em curso, que o governador pediu aos membros da bancada governista que “segurem a onda” até o dia 30. Pois passada essa data e definido o novo presidente, será dado sinal verde para as articulações destinadas à montagem do novo Governo, que deverá ter um perfil predominantemente técnico. E também para as forças governistas no sentido de que busquem a construção de um consenso para a eleição da Mesa da Assembleia Legislativa. (Tudo indica que esse esforço será concentrado no presidente Othelino Neto, do PCdoB, que vem recebendo manifestações de apoio para comandar a Casa no primeiro biênio da nova legislatura).

Com a experiência de anos de Casa Civil no Governo de José Reinaldo Tavares e de sete anos e meio como vice-governador politicamente atuante no Governo Flávio Dino, Carlos Brandão conhece como poucos as manhas e os humores do poder, e por isso tem a noção exata do que deve ser feito para evitar que movimentações fora de contexto acabem prejudicando o objetivo do momento, que é fortalecer a posição do ex-presidente Lula da Silva no estado. Principalmente agora, quando o presidente Jair Bolsonaro concentra esforços para, pelo menos, reduzir a vantagem avassaladora do líder petista no Maranhão.

Já há sinais bem claros de que os aliados do governador compreenderam a orientação e parecem dispostos a desacelerar a disputa por cargos no Governo e no comando do Poder Legislativo.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Genésio perdeu espaço em Pinheiro com o fortalecimento do grupo liderado por Ana Paula

Luciano Genésio perde terreno em Pinheiro com o fortalecimento de Ana Paula Lobato e seu grupo

O grupo comandado pelo prefeito Luciano Genésio (PP) em Pinheiro sofreu um baque monumental. Além da derrota do seu candidato a governador, senador Weverton Rocha (PDT), e do seu candidato ao Senado, senador Roberto Rocha (PTB), o grupo e seu comandante também amargaram o fracasso da candidatura de Luciana Genésio (PDT), irmã do prefeito, à Câmara Federal, que muitos apontavam como eleita, e ainda com a derrota da deputada estadual Thaíza Hortegal (PP) na tentativa de renovar o mandato. No contraponto, o grupo ali liderado pela vice-prefeita de Pinheiro Ana Paula Lobato (PSB) comemorou a reeleição do governador Carlos Brandão, a eleição do ex-governador Flávio Dino para o Senado, da vice-prefeita para a primeira suplência de senador, e a reeleição do deputado Othelino Neto.

Os dois resultados tiraram o prefeito Luciano Genésio do eixo, criando um ambiente em que o deixa sem uma base política sólida para conduzir a sua própria sucessão. Ao mesmo tempo, a vice-prefeita e suplente de senador eleita Ana Paula Lobato reuniu forças para comandar o processo, podendo ela própria vir a ser candidata ao comando da Princesa da Baixada.

 

Insatisfeito com o resultado de 22, Roberto Costa quer preparar o MDB para as eleições municipais de 24

Roberto Costa quer mudança no MDB

Reeleito para a Assembleia Legislativa, o deputado estadual Roberto Costa tem dois propósitos: realizar um bom mandato na Assembleia Legislativa – da qual é um dos mais importantes articuladores – e montar uma estratégia para fortalecer o MDB nas eleições municipais de 2024. Vice-presidente estadual do partido, ele pretende retomar as ações para intensificar as mudanças na agremiação, que encolheu sob o comando da ex-governadora Roseana Sarney, cujo poder de fogo se revelou pífio nessas eleições. O modesto desempenho eleitoral do partido, o quase fracasso na própria ex-governadora e a humilhante votação do ex-suplente de senador Lobão Filho, que representou a ala do ex-senador Edison Lobão na corrida à Câmara federal, além da não reeleição dos deputados federais Hildo Rocha e João Marcelo representaram um sinal poderoso de que o partido precisa mudar o mais rápida e amplamente possível. O deputado Roberto Costa não parece interessado em desencadear uma crise nas entranhas do MDB, mas parece convencido de que amplas mudanças devem ser feitas no comando e no modelo de ação do partido.

São Luís, 17 de Outubro de 2022.

 

 

2º turno: Bolsonaro tenta virada no Maranhão; Brandão atua para ampliar vantagem de Lula

 

Michele Bolsonaro e Damares Alves em São Luís, ontem; Jair Bolsonaro vem hoje e Carlos Brandão atua em favor de Lula da Silva na corrida para a presidência

A campanha do 2º turno da eleição presidencial registrou ontem um dia intenso no Maranhão. Enquanto os cabeças maranhenses do bolsonarismo tentavam dar a maior dimensão possível à visita eleitoreira da primeira-dama Michele Bolsonaro a São Luís, acompanhada da controvertida Damares Alves, buscando, pelo menos, diminuir a diferença de quase dois milhões de votos do ex-presidente Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado, o governador Carlos Brandão (PSB) incursionava no sul maranhense em busca de consolidar e, se possível, ampliar a vantagem do candidato do PT no Maranhão. Dois esforços de campanha ocorrem num contexto em que o Maranhão está sendo visto como um estado de importância capital na soma de votos que decidirão quem ocupará o Palácio do Planalto a partir de janeiro do ano que vem.

Hoje, enquanto o presidente Jair Bolsonaro estiver participando de um culto evangélico, às 19 horas, no “Santuário Assembleiano”, na Estiva, o governador Carlos Brandão estará em Imperatriz participando de uma missa em homenagem a Santas Tereza D`Ávila.

A primeira-dama Michele Bolsonaro participou de um evento para apoiadores, bem distante da massa popular de São Luís. Sua visita serviu para estimular bolsonaristas a irem às ruas, dizer que o presidente não é misógino e que, ao contrário, gosta de mulher, esperando comisso atrair votos soltos para o presidente, que saiu das urnas do 1º turno esmagado pelos 68,84% dos votos válidos dados a Lula da Silva pelos maranhenses, enquanto ele recebeu somente 26,02% da votação válida. Foi recebida pela prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge, apontada como a maior referência do bolsonarismo no estado, e pela deputada Mical Damasceno, evangélica roxa e bolsonarista “raiz”. O fato a ser registrado é que, mesmo diante da diferença abissal que separa os dois candidatos, os apoiadores de Jair Bolsonaro tentam passar confiança numa virada. Se vão conseguir algum resultado, só as urnas do dia 30 dirão.

Por seu turno, governador Carlos Brandão, depois de participar, na noite de quinta-feira, da “Carreata do 13” em São Luís, juntamente com o senador eleito Flávio Dino (PSB) e o presidente da Assembleia Legislativa e deputado estadual reeleito Othelino Neto (PCdoB),  iniciou ontem uma maratona de campanha pró-Lula da Silva na região sul, que começou com uma animada carreta em Balsas, onde o petista venceu a disputa no 1º turno e deve vencer no 2º. Neste sábado, Carlos Brandão comandará carreata também em Açailândia, e em seguida participará de uma série de eventos em Imperatriz, entre elas visita a uma feira de livros e participação numa missa em homenagem a Santa Tereza D`Ávila, a padroeira da Princesa do Tocantins. Até dia 29, o governador pretende percorrer parte dos grandes municípios em campanha, com o objetivo de consolidar e, se possível, ampliar a vantagem do petista no Maranhão. Se vai acontecer, isso as urnas do dia 30 também dirão.

Reeleito no 1º turno, o governador Carlos Brandão tem a medida exata da participação do ex-presidente Lula da Silva na sua campanha, na qual se envolveu efetivamente defendendo a dobradinha Brandão/Dino no Maranhão. E, segundo um dos seus interlocutores mais próximo, o governador encontra-se, de fato, determinado a fazer o que estiver ao seu alcance para que Lula da Silva amplie sua vantagem sobre Jair Bolsonaro no Maranhão. Na semana passada, quando, juntamente com o senador eleito Flávio Dino, deu a largada na campanha de Lula da Silva para o 2º turno no Maranhão, anunciou que seu objetivo é aumentar a votação do petista para 80% dos votos.

O fato é que, exatamente por ter uma situação diferenciada neste pleito, com a eleição do ex-governador Flávio Dino para o Senado, por exemplo, o Maranhão passou a ser foco tanto de Lula da Silva, que tem uma relação forte com o eleitorado maranhense, quanto Jair Bolsonaro, que se esforça agora salvar seus dedos e anéis tentando seduzir esse eleitorado, que de alto e bom tom nos dois turnos de 2018 e no 1º turno de 2022,  disse que não quer conversa com ele.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Operação Quebra Ossos complicou de vez a gestão de Igarapé Grande

Erlânio Xavier: situação delicada

Nem um pouco fácil a situação do prefeito de Igarapé Grande e presidente da Famem Erlânio Xavier (PDT). A situação ficou mais complicada ontem, com a Operação Quebra Ossos, que investiga indícios e denúncias de desvio de dinheiro do SUS, num esquema assombroso de forjamento de relatórios e faturas. Um dado apenas, entre vários outros, revela problema em que o prefeito de Igarapé Grande está metido: durante o ano eleitoral de 2020, quando Erlânio Xavier era candidato à reeleição, sua gestão informou ao Ministério da Saúde a realização, no município, 12,7 mil radiografias de dedo, o que promoveu um salto gigantesco no valor dos repasses do SUS para Igarapé Grande, que tem apenas pouco mais de 11 mil habitantes. O prefeito alega que o Hospital de Igarapé Grande atende a pacientes de toda a região, que tem, por exemplo, Bacabal bem ao lado. O Ministério Público Federal nem a Polícia Federal se deixaram levar pelo argumento do prefeito e estão determinados a colocar tudo em pratos limpos e os responsáveis na cadeia. O MPF e a PF investigam também indícios fortíssimos de bandalheira em Lago do Junco, Lago dos Rodrigues, Caxias e Timon.

 

Nota da Coluna repercute e José Reinaldo responde a Weverton

José Reinaldo Tavares: experiência que vale a pena

Repercutiu ampla e intensamente nota comentada da Coluna, edição de 09/10, sobre a atuação dos experientes secretários  Sebastião Madeira (Casa Civil), José Reinaldo Tavares (Projetos Estratégicos) e Luís Fernando Silva (Planejamento) no controle do Governo e nas articulações para fortalecer a campanha do governador Carlos Brandão à reeleição. Ao serem escalados para atuar, foram chamados de “retrocesso” e “soluções antigas” pelo senador Weverton Rocha (PDT). A nota da Coluna mostrou que esse trio foi ativo no controle do Governo durante os 45 em que o governador se ausentou para cuidar da saúde, e participaram da montagem e da execução da estratégia que resultou na reeleição de Carlos Brandão no 1º turno. Em meio à repercussão do registro da Coluna, o ex-governador José Reinaldo Tavares, ao ser indagado sobre o assunto, respondeu:

“Os velhinhos como eles chamavam, os velhinhos gagás e tal, explodiram o foguete dele. E a renovação está se dando de verdade. Além do Felipe Camarão, que vai ficar numa posição muito privilegiada, nós temos aí o Fábio Gentil e o Pedro Lucas, por exemplo, que dispararam na eleição e que tem voto e poder de organização e de diálogo com os diversos setores da sociedade. Foram eleições que eles conduziram com muito acerto e deram muitos votos ao Brandão. Então a renovação está vindo de qualquer maneira”.

E sobre o senador Weverton Rocha, especificamente, José Reinaldo disparou:

“Se ele fosse uma pessoa com juízo, menos impetuoso e pensasse melhor na política, poderia hoje ser o vice-governador e estar numa posição prioritária para 2026. Mas, ao invés disso, como ele foi muito arrogante e achava que a coragem dele bastava, hoje não tem mais nenhuma perspectiva de alcançar o governo. Eu não acredito que ele se recupere a esse ponto”.

São Luís, 15 de Outubro de 2022

Michele e Bolsonaro virão ao Maranhão tentar reverter o cenário inteiramente favorável a Lula

 

Michele Bolsonaro chega hoje a São Luís e Jair Bolsonaro desembarca amanhã 

A primeira-dama Michele Bolsonaro desembarca hoje em São Luís, para participar de um evento com mulheres. E amanhã, o próprio presidente Jair Bolsonaro (PL) chegará à Capital do Maranhão para evento de campanha. O casal presidencial faz um último e tenso esforço para virar, pelo menos, parte do eleitorado nordestino, que em média deu 70% para o ex-presidente Lula da Silva (PT) no 1º turno. É improvável que Jair Bolsonaro reverta fatia expressiva dos 68,84% (2.603.454 votos) recebidos por Lula da Silva, para somar com os módicos 26,02% (983.861 votos) que recebeu em território maranhense. Mas, para o presidente, que anda atormentado pelas pesquisas, que apontam vantagem do líder petista, o Maranhão virou uma espécie de obsessão para o candidato do PL.

Jair Bolsonaro sabe que não terá vantagem no Maranhão, a começar pelo fato de que os seus poucos apoiadores estão pulverizados por falta de aliados com estatura para liderá-los na organização de um grande movimento a seu favor. O problema é que, por meio da sua maioria, o Maranhão, em que pesem os problemas que enfrenta, tem personalidade política forte, sabe o que quer nesse sentido. E o recado nessa direção foi dado no 1º turno com a reeleição do governador Carlos Brandão (PSB), a eleição do ex-governador Flávio Dino (PSB) para o Senado, e a maioria esmagadora de votos dados a Lula da Silva. Foi mais uma surra histórica, que tem tudo para ser repetida no 2º turno.

O senador Roberto Rocha (PTB), que amarga o peso da derrota na disputa para o Senado urnas e agora a tragédia anunciada que foi a morte do filho, Paulo Roberto Rocha, ontem, vítima de câncer, não está em condições de assumir tarefas na campanha. O senador Weverton Rocha (PDT), que teve como candidato a vice o presidente oficial do PL no Maranhão, deputado estadual Hélio Soares, saiu das urnas atropelado pelo bolsonarista Lahesio Bonfim (PSC), emitira todos os sinais avisando que não participaria do “bota fora”. O próprio Lahesio Bonfim só se posicionou para pedir votos depois que recebeu duras cobranças eleitores bolsonaristas.

Único chefe bolsonarista nas urnas, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que de fato comanda o PL no Maranhão, não parece disposto a “queimar” seu filme nessa “cruzada” do presidente pela reeleição. Independente, Josimar de Maranhãozinho e sua mulher, a deputada estadual Detinha (PL), eleita deputada federal como campeã de votos, são nomes certos na base de apoio do Governo na hipótese de reeleição do chefe maior. Josimar e seus comandados sabem que tentar essa reviravolta tem um custo político elevado, que, ao que parece, não estão dispostos a pagar.

No contrapeso à investida à investida presidencial estão mais de 2,6 milhões de eleitores que sufragaram a candidatura do ex-presidente Lula da Silva nas urnas maranhenses. Eles estão representados pelo governador reeleito Carlos Brandão e pelo senador eleito Flávio Dino, por quase duas centenas de prefeitos, e pela maioria dos vereadores, deputados estaduais e deputados federais eleitos e reeleitos, e até por vozes importantes e influentes da sociedade civil do Maranhão. Mesmo vozes desse grupo que se manifestaram na contramão, como o deputado estadual reeleito Yglésio Moyses (PSB), que surpreendeu meio mundo ao anunciar voto em Jair Bolsonaro na rodada final da eleição presidencial.

O avassalador resultado do 1º turno no Maranhão fez o presidente Jair Bolsonaro compreender que seus aliados no estado não o levarão a lugar algum. E aí está a explicação para o fato de o presidente escalar sua mulher, Michele Bolsonaro, e a ele próprio para virem ao Maranhão fazer o esforço final para “ganhar” o eleitorado maranhense, que dificilmente dará a reeleição presidencial. É o esforço final numa guerra que pode resultar numa derrota completa de Jair Bolsonaro, num estado que já em 2018 lhe disse que não o queria como presidente.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto comanda a transição na Assembleia legislativa

Tarcisio Araújo, Carlos Lula, Othelino Neto, Paulo Velten Rodrigo Lago e Nilo Ribeiro

A campanha para o 2º turno da eleição presidencial entre o ex-presidente Lula da Silva (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, ainda está em curso, a diplomação dos eleitos só acontecerá daqui a um mês, mas o processo de transição na Assembleia Legislativa já está em curso. Ali, o presidente Othelino Neto recolocou a máquina legislativa nos devidos trilhos, retomando a rotina de despachos e de realização de seções, ao mesmo tempo em que coordena a movimentação para a eleição da nova Mesa Diretora, que, tudo indica, será comandada por ele próprio. Um dos aspectos a serem observados é que novos deputados já circulam no Palácio Manoel Beckman com a desenvoltura de quem já tomou posse. No início da semana, por exemplo, o preside das do Poder Legislativo recebeu numa visita de trabalho, do presidente do Poder Judiciário, desembargador Paulo Velten, que o procurou para uma agenda formal para discutir assuntos de interesse da máquina judiciária estadual. E o dado diferencial foi que o presidente do parlamento estava acompanhado por depois deputados eleitos, Carlos Lula e Rodrigo Lago, ambos integrantes da futura bancada do PSB, a maior da próxima legislatura.

 

Edilázio Jr. deve ter de passar o comando estadual do PSD para Josivaldo JP

Edilázio Jr. deve passar o comando do PSD para Josivaldo JP no MA

Corre nos bastidores da política que a monumental perda sofrida pelo deputado federal Edilázio Jr. (PSD) não de resumirá à não reeleição. Pelo que está sendo ventilado, além de voltar a ser um cidadão comum, ele provavelmente terá de passar o comando do PSD no Maranhão para o seu colega de partido, o deputado federal Josivaldo JP. É o que manda a “regra” segundo a qual   braços partidários estaduais devem ser comandados por deputados federais. Josivaldo JP deve ser convocado pelo presidente nacional do partido, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que deverá passar-lhe as chaves da agremiação no Maranhão. Isso deverá ocorrer tão logo o novo Congresso Nacional seja instalado, em fevereiro do ano que vem.

São Luís, 14 de Outubro de 2022.

Crise no PSB: Yglésio anuncia voto em Bolsonaro, ataca Dino e perde prestígio no partido

 

Yglésio Moyses vota em Jair Bolsonaro e ataca Flávio Dino

Em meio a tensões e expectativas para o turno decisivo da eleição presidencial, quando a poeira das eleições gerais continua no ar e vencedores e derrotados ainda procuram se acomodar nos seus novos espaços, o braço maranhense do PSB – que saiu das urnas robustecido com a reeleição do governador Carlos Brandão, a eleição do ex-governador Flávio Dino para o Senado, as conquistas de uma cadeira na Câmara Federal e uma dezena na Assembleia Legislativa – vira ambiente de uma pequena, mas incômoda, crise. O causador: deputado Yglésio Moyses, reeleito com as cores do PSB; a causa: a decisão do deputado Yglésio Moyses de agir como ovelha negra e declarar voto ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno e, de quebra, fazer duros ataques ao senador eleito Flávio Dino, acusando-o de perseguição. Ao declarar seu voto ao presidente Jair Bolsonaro, Yglésio Moyses chutou para o alto, com a violência possível, o fato de o PSB estar coligado com o PT e de ter o respeitado ex-governador paulista Geraldo Alckmin, hoje um dos seus membros mais destacados, como companheiro de chapa do ex-presidente Lula da Silva na corrida ao Palácio do Planalto.

Um dos quadros mais preparados e eficientes da nova geração de políticos que estão dando as cartas no parlamento estadual, o deputado Yglésio Moyses, que é médico por formação e também conhecido pela sua inteligência e cultura, tem no contrapeso, seu pavio curto e sua espantosa capacidade de usar a fala sem limite e dizer exatamente o que está pensando, independentemente de ferir alguém. O discurso de terça-feira na tribuna da Assembleia Legislativa, quando se colocou na contramão do seu partido anunciando voto no presidente Jair Bolsonaro e atacando duramente o ex-presidente Lula da Silva, mostrou Yglésio Moyses exatamente como ele é: desassombrado e curtidor de ser parte de uma controvérsia, não importa as consequências que ela possa gerar para ele ou para outrem.

O que chama a atenção na iniciativa do deputado Yglésio Moyses é que não há registro de que ele tenha se posicionado contra a coligação PSB/PT na convenção que a sacramentou, nem manifestado suas impressões sobre o ex-presidente Lula da Silva naquela ocasião. Da mesma maneira, não se teve conhecimento de alguma declaração sua nesse sentido durante a campanha eleitoral, ao longo da qual os candidatos do PSB, ele incluído, surfaram nas ondas do lulismo e do dinismo. O mesmo parece não ter acontecido em relação à candidatura do ex-governador Flávio Dino ao Senado. Daí a surpresa de muitos com o anúncio de voto no presidente Jair Bolsonaro e com a metralha verbal que disparou contra o líder que chamou de incompetente, e o senador socialista eleito, a quem acusou de tê-lo perseguido.

Mais curioso ainda é o fato de o parlamentar haver feito tais declarações depois de resolvidas as eleições legislativas, de cujas urnas saiu reeleito. Isso sugere a pergunta: em quem ele votou para presidente e para senador no 1º turno?

Não se discute o direito do deputado Yglésio Moyses dizer o que pensa e divergir do seu partido nesse ou naquele ponto. Não se discute também o direito de membros do PSB, eleitos como ele, defenderem sua saída do partido. Isso porque resolver conflitos dessa natureza é parte da essência democrática que deve alimentar a existência de uma agremiação partidária. Mas, se o PSB ignorar as declarações do deputado Yglésio Moyses, dará uma temerária demonstração de fraqueza, que abrirá caminho para situações mais graves de infidelidade partidária. Ao mesmo tempo, mesmo tendo assegurado o direito à plena manifestação do pensamento, o deputado Yglésio Moyses tem clareza suficiente para compreender que perdeu as condições de permanecer filiado à legenda.

Por conta das declarações do deputado reeleito Yglésio Moyses, a crise que atinge o braço maranhense do PSB é assunto para a experiência e a paciência do governador reeleito Carlos Brandão resolverem.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Apoiadores de Weverton mantêm Brandão sob ataque, mas ele não lhes dá atenção

Weverton Rocha: apoiadores continuam remando contra a maré, após derrota

A tropa de choque do senador Weverton Rocha (PDT) continua a postos e atuando. É que ele admitiu a derrota, despachou o núcleo duro da campanha, mas resolveu continuar no cenário se apresentando como oposição ao governador Carlos Brandão (PSB) e como adversária do senador eleito Flávio Dino (PSB). O problema é que, segundo uma fonte palaciana, nem o governador Carlos Brandão nem o senador eleito Flávio Dino estão interessado no que a rede de aliados fala deles. Empolgado com a reeleição, o governador Carlos Brandão decidiu dividir tempo só dando conta do que é essencial para sua administração estadual, agora sob seu comando direto, e administrar o que o que for possível para fortalecer a candidatura do presidente Lula da Silva.

 

Edivaldo Jr. busca aval de Cristo para resolver pendências

Edivaldo Jr. definiu sózinho

Muito se pergunta sobre o que levou o ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PSD) a embarcar na aventura de disputar o Governo do Estado sem o suporte de um grupo político de expressão. E a resposta tem sido uma só: ele recebeu de Jesus Cristo sinal verde para ser candidato. Ninguém sabe com o isso acontece, mas é fato que o ex-prefeito de São Luís tem a capacidade de estabelecer uma linha direta com o filho do Criador. Se realmente ele foi aconselhado pelo chefe da cristandade, tem agora o direito de pedir-lhe para dar uma forcinha e consertar as coisas, que viraram pelo avesso com o resultado pífio da sua participação na corrida ao Palácio dos Leões. O problema é se ele vier a ser aconselhado pelo interlocutor divino para entrar na briga para a Prefeitura de São Luís.

São Luís, 13 de Outubro de 2022.

Resultado da eleição para a Assembleia Legislativa pode ter sido o fim da era dos Leitoa em Timon

 

Rafael Leitoa venceu a Luciano Leitoa e Weverton Rocha e ganhou estatura de maior  líder de Timon na atualidade 

Ao subir ontem à tribuna da Assembleia Legislativa para agradecer a reeleição pelo PSB, o deputado Rafael (de Brito Sousa), antes conhecido como Rafael Leitoa, pode ter consumado o fim de um longo ciclo político em Timon, o terceiro maior colégio eleitoral do Maranhão. Ali, o deputado Rafael de Brito derrotou o ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-prefeito de Timon e atual chefe do clã Leitoa Luciano Leitoa. Além disso, teve participação decisiva na vitória maiúscula e indiscutível do governador Carlos Brandão (PSB), com 47,45% dos votos, sobre o senador Weverton Rocha (PDT), com 34,23% naquele município, onde o pedetista tinha certeza de que seria vencedor. A derrota dos Leitoa com a vitória de Rafael (49.298 votos, dos quais mais de 16 mil em Timon) e a votação modesta (26.680 votos) de Luciano Leitoa pode ser o fim do reduto político comandado por Chico Leitoa, quadro de proa do PDT nos tempos de Jackson Lago e que depois foi se desfigurando até chegar na situação atual.

A derrocada dos Leitoa em Timon foi desdobramento direto da equivocada candidatura do senador Weverton Rocha ao Palácio dos Leões como oposição ao governador Carlos Brandão e ao ex-governador Flávio Dino (PSB). Até no final do ano passado, os Leitoa controlavam o PDT, sob o comando de Chico Leitoa, e o PSB, presidido por Luciano Leitoa, que comandou a Prefeitura de Timon por dois mandatos como membro do partido, do qual ele era presidente também no estado.

A decisão da cúpula nacional de entregar o controle do PSB no Maranhão ao deputado federal Bira do Pindaré e, em meados do ano passado, ao então governador Flávio Dino, que deixara o PCdoB, desarmou o clã Leitoa em Timon.  Insatisfeito por perder o controle do partido no estado, Luciano Leitoa migrou para o PDT, atraído pelo arrojado projeto do senador Weverton Rocha ao Governo do Estado para tentar uma vaga na Assembleia Legislativa, de preferência impedindo a reeleição do deputado Rafael de Brito. Deu tudo errado, mesmo com o uso da máquina municipal comandada pela prefeita, aliada de peso do clã, e pelos poderosos instrumentos de campanha usados pelo candidato do PDT.

O rompimento dos Leitoa com o governador Carlos Brandão e com o ex-governador Flávio Dino, contrariando a posição de Rafael de Brito, que se afastou do grupo e se manteve fiel à aliança liderada por Flávio Dino, foi fatal para o clã. Certos de que Weverton Rocha seria eleito governador, os Leitoa apostaram todas as suas fichas no candidato, se aproximaram do bolsonarismo ao apoiar a candidatura do senador Roberto Rocha (PTB) à reeleição, e tentou isolar o deputado Rafael de Brito, que segurou as pressões e as artimanhas dos seus recém-convertidos adversários, e saiu por cima, reeleito com boa votação.

Nessa guerra, o maior perdedor foi o senador Weverton Rocha. Ele arrastou para o buraco bons quadros do PDT, como os ex-prefeitos timonenses Chico Leitoa e Luciano Leitoa, que levados pela ilusão de que o chefe pedetista sairia das urnas com o poder de mandar chover, romperam com ex-governador Flávio Dino, rompendo a aliança histórica com o PSB, o PCdoB e o PT. No contraponto, a trombada do senador e seus aliados timonenses com a realidade das urnas elevou o deputado reeleito Rafael de Brito à condição de maior líder político de Timon na atualidade. Posição que poderá ser confirmada nas eleições municipais de 2024, quando, segundo sopram rumores, será candidato à Prefeitura, contra a atual prefeita Dinair Veloso (PDT), por enquanto aliada dos Leitoa, ou com o próprio Luciano Leitoa, o que, se acontecer, será um bom combate.

Vale lembrar que, mesmo não tendo sido reeleita, a deputada Socorro Waquim (PP) continua de pé comandando um expressivo grupo, agora tendo como líder o deputado federal André Fufuca (PP).

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

AL: eleições destacaram três nomes e mandaram três ex-poderosos de volta à aposentadoria

Othelino Neto, Iracema Vale e Arnaldo Melo vitoriosos; Manoel Ribeiro, Ricardo Murad e Chico Coelho vão permanecer em casa

Ao mesmo tempo em que possibilitou o surgimento de novos quadros políticos de peso, como, por exemplo, o deputado-presidente Othelino Neto (PCdoB), que ganhou estatura estadual, Iracema Vale (PSB), que realizou a proeza de romper a barreira dos 100 mil votos, e Arnaldo Melo (PP), que ganhou o sétimo mandato, já tendo sido presidente por dois mandatos, a corrida por cadeiras na Assembleia Legislativa encerrou, ao que tudo indica definitivamente, algumas carreiras políticas, uma vez que as personagens não conseguiram se eleger, como os ex-deputados Manoel Ribeiro (MDB), Ricardo Murad (PSC) e Chico Coelho (PL).

Aos 74 anos, dos quais mais de meio século dedicados à política, Manoel Ribeiro foi vereador de São Luís por vários mandatos, presidiu a Câmara Municipal, foi prefeito da Capital por uns dias, e deputado estadual também por vários mandatos, tendo presidido a Assembleia Legislativa por quase uma década em mandatos consecutivos. Tentou retornar à seara parlamentar depois de vários anos, mas não encontrou amparo nas urnas, das quais saiu com módicos 10.918 votos. Há quem diga que ele tentará a Câmara Municipal em 2024, num projeto de retornar às origens.

Um dos políticos mais atuantes e controvertidos do Maranhão, Ricardo Murad foi deputado estadual por vários mandatos e presidiu a Assembleia Legislativa na segunda metade dos anos 80 do século passado. Foi deputado federal por algumas semanas, comandou a Prefeitura de Coroatá como titular e como guru apoiador de prefeito. Tentou sem sucesso ser governador e prefeito de São Luís. Foi secretário Metropolitano no Governo de José Reinaldo, e de Segurança (por alguns dias) e da Saúde, tendo concebido e iniciado a implantação do projeto de criar uma rede hospitalar no Maranhão. Aos 66 anos, recebeu apenas 7.002 votos.

Um dos remanescentes da “República de Balsas”, que deu as cartas no Governo Luiz Rocha, Chico Coelho foi deputado estadual e federal, tendo sido também prefeito de Balsas. Recolheu-se depois de tentar voltar àquela Prefeitura. Aos 73 anos, candidatou-se de novo à Assembleia Legislativa, agora pelo PL de Josimar de Maranhãozinho e do presidente Jair Bolsonaro, mas recebeu apenas ínfimos 3.588 votos, que ganharam tom de alerta para que permaneça em casa.

 

Roseana explica baixa votação e desconversa sobre presidência da Câmara Federal

Roseana Sarney: sem cestas básicas nem convite para presidir a Câmara Federal

Entrevistada pela Rádio Mirante AM, para falar do resultado das eleições, a ex-governadora Roseana Sarney deu a seguinte explicação para o fato de haver entrado na corrida para ser campeã de votos para a Câmara Federal e saído das urnas eleita pelas tabelas, com módicos 96 mil votos: não tinha dinheiro nem cestas básicas.

E sobre a informação segundo a qual, dias antes das eleições, o ex-presidente Lula da Silva (PT) teria lhe dito que gostaria de vê-la no comando da Câmara Federal, a ex-governadora desconversou, deixando no ar a impressão de que tudo não passou de um factóide.

São Luís, 12 de Outubro de 2022.

Se vierem mesmo ao Maranhão pedir votos para Bolsonaro, Michele e Damares podem perder a viagem

 

Jair Bolsonaro deve mandar Damares Alves e Michele Bolsonaro ao Maranhão, na tentativa de, pelo menos, amenizar a pancada das urnas que recebeu no 1º turno

Informação ainda não confirmada, divulgada ontem na blogosfera, anuncia que a primeira-dama do País, Michele Bolsonaro, e a controvertida ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e senadora eleita pelo Distrito Federal Damares Alves (Republicanos) desembarcarão em breve no Maranhão embaladas por uma missão “quase” impossível: melhorar a performance do presidente Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno da eleição presidencial no estado. Cientes de que não há como virar o resultado do 1º turno, no qual o ex-presidente Lula da Silva (PT) recebeu robustos 68,84% (2.603.454) dos votos válidos, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu das urnas com magérrimos 26,02% (983.861 votos), as duas pontas de lança do bolsonarismo pretendem, pelo menos, amenizar a pancada. A tentativa vem do fasto de que os 1.619.593 votos de vantagem de Lula da Silva sobre Jair Bolsonaro no Maranhão eliminou a vantagem que o presidente obteve sobre o ex-presidente em São Paulo no 1º turno.

Não se sabe exatamente o que a mulher do presidente e sua enteada política pretendem fazer, mas é provável que a primeira-dama tente seduzir as mulheres insistindo na afirmação de que ele “é imbrochável”, e não é misógino, enquanto a ex-ministra e senadora eleita pode querer ampliar a base de apoio ao presidente entre evangélicos. Difícil imaginar outra agenda para as duas, a começar pelo fato de que as eleições do 1º turno desarrumaram e pulverizaram as frentes bolsonaristas no estado, deixando como saldo a reeleição da deputada Mical Damasceno (PSD), que canta louvores na tribuna da Assembleia Legislativa, por exemplo.

Para começar, o senador Weverton Rocha (PDT) e o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (PSC), ambos candidatos a governador ligados ao bolsonarismo, amargaram derrota, e por conta disso não disseram ainda em que direção se movimentarão no turno decisivo da corrida presidencial. Weverton Rocha fechou-se em copas, sinalizando que tanto faz um quanto outro, preferindo, por enquanto, não se meter na disputa que ganha ares de confronto. Lahesio Bonfim, por sua vez, andou reclamando de não ter sido apoiado por Jair Bolsonaro, sugerindo que não tem maior interesse no futuro da candidatura do “mito” no estado.

Terceiro braço do bolsonarismo no Maranhão, o senador Roberto Rocha (PTB), que amargou uma derrota acachapante para o ex-governador Flávio Dino (PSB), depois de fazer uma campanha em que preferiu não ser muito enfático em relação à candidatura de Jair Bolsonaro, também ainda não foi além de uma declaração de apoio em Brasília, o que eleitoralmente nada significa. Seu desempenho na disputa pela vaga senatorial tirou dele a pele de bolsonarista aguerrido. Até porque as urnas foram muito claras ao informar que a maioria esmagadora dos maranhenses não quer conversa com o atual presidente.

Nesse contexto, não se sabe se, após reelegerem-se, os deputados bolsonaristas Josimar de Maranhãozinho, presidente do PL no estado, e sua mulher Detinha (PL), campeã de votos para a Câmara Federal, e ainda o deputado federal reeleito Aluísio Mendes, que comanda o braço maranhense do PSC, e outros identificados como bolsonaristas, mas que preferiram não entrar em choque com a elástica maioria do eleitorado, estejam dispostos a reforçar candidatura do presidente no Maranhão. É improvável que o deputado federal reeleito Cléber Verde, que preside o Republicanos e foi mandado embora da lista de mais votados, abrace a “causa” bolsonarista e vá para as ruas pedir votos.

O fato é que, se vierem mesmo ao Maranhão movidas por tal objetivo, a primeira-dama Michele Bolsonaro e a senadora eleita Damares Alves certamente serão recepcionadas festivamente por uma fatia de bolsonaristas roxos e fantasiados de verde-amarelo. Poderão participar de eventos com grande quantidade de apoiadores – os evangélicos são craques nisso – e até mesmo obter declarações de apoio entusiasmadas. Mas daí a mudar a inclinação da grande maioria dos eleitores maranhenses existe uma distância imensa, que dificilmente será vencida. E não será nenhuma surpresa se as duas retornarem a Brasília do jeito que chegaram ao Maranhão.

Isso porque, mais do que os monumentais obstáculos já citados, Michele Bolsonaro e Damares encontrarão em território maranhenses uma mobilização gigantesca, liderada pelo senador eleito Flávio Dino (PSB) e pelo governador reeleito Carlos Brandão (PSB) e cujo objetivo é aumentar de 68% para 80% a votação do ex-presidente Lula da Silva no Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Lahesio Bonfim não vai entrar de cabeça na campanha de Bolsonaro

Lahesio Bonfim não parece disposto a abraçar a candidatura de Bolsonaro

Do alto dos mais de 800 mil votos que o tornaram o segundo colocado na corrida ao Governo do Estado, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (PSC) estaria mesmo disposto a não entrar de cabeça na campanha de Jair Bolsonaro (PL) no Maranhão. Lahesio fez uma carreira solo, sem contar com o apoio explícito do presidente-candidato à reeleição. Quando sua candidatura se consolidou, com o indicativo claro de que estava mesmo a caminho de ultrapassar o candidato do PDT, senador Weverton Rocha, Lahesio Bonfim fez uma série de acenos ao Palácio do Planalto, por acreditar que, caso Bolsonaro assumisse sua candidatura, ambos poderiam ter saído das urnas com resultado melhor. Ao contrário do que aspirava Lahesio Bonfim, naquele momento o presidente Jair Bolsonaro ignorou seus acenos e declarou que tinha três candidatos a governador no Maranhão. E acrescentou que não poderia declinar os nomes, só o fazendo se um deles fosse para o 2º turno com o governador Carlos Brandão, o que não aconteceu. A recusa do presidente em declarar foi explicada com o fato de que o senador Weverton Rocha teve como vice – deputado estadual do Hélio Soares, da cúpula do PL no estado. Certo de que nada deve a Jair Bolsonaro pela votação que recebeu, Lahesio Bonfim dificilmente entrará de cabeça na campanha do presidente.

 

Presidência da Câmara, São João e campanha de sucesso incluem Paulo Victor na lista dos prefeituráveis

Paulo Victor já incluído na lista dos prefeituráveis de São Luís

Poucas vezes um vereador de primeiro mandato em São Luís ganhou tanto poder de fogo em apenas dois anos como Paulo Victor (PCdoB). Meses após desembarcar na Câmara Municipal, ele iniciou uma articulação que, meses mais tarde, o transformou em presidente da Casa por aclamação, algo pouco visto ali nos últimos tempos. Eleito presidente, Paulo Victor se licenciou do mandato atendendo a convocação do governador Carlos Brandão para assumir a Secretaria de Estado da Cultura com a missão de realizar o primeiro São João pós-pandemia. O vereador não decepcionou e comandou a realização de uma festança para ninguém botar defeito. E, finalmente, coordenou, com eficiência, a campanha do governador Carlos Brandão em São Luís. Há pouco, ele anunciou que reassumirá o mandato de vereador no final de dezembro, para tomar posse como presidente da Câmara Municipal no dia 1° de janeiro de 2023. Sua projeção meteórica levou a bolsa de especulações a incluí-lo na lista dos possíveis candidatos a enfrentar o poder de fogo do prefeito Eduardo Braide (sem partido) nas urnas em 2024.

São Luís, 11 de Outubro de 2022.

Quadros da nova geração se credenciam para assumir o comando do estado nos próximos tempos

 

Othelino Neto, André Fufuca,Juscelino Filho, Pedro Lucas, Márcio Jerry, Marreca Filho, Duarte Jr. Felipe Camarão, Lahesio Bonfim e Carlos Lula: nova geração no poder

As eleições deste ano consolidaram a nova geração de políticos que dará as cartas no tabuleiro político do Maranhão nas próximas décadas. São quadros jovens, saídos, em sua maioria, de famílias políticas influentes, e que fizeram a lição de casa, forjando carreiras até aqui bem-sucedidas, principalmente na seara parlamentar. São quadros com boa formação – médico, advogado, administrador, economista, etc. -, mas que abraçaram a política como profissão, visivelmente determinados a perseguir o “sonho dourado” de um dia chegar ao Palácio dos Leões, onde são tomadas as decisões que formatam o futuro dos mais se sete milhões de maranhenses. A Coluna elencou 10 casos de sucesso nas urnas deste ano. Eles venceram etapas importantes e já poderão tomar decisões mais ousadas nos próximos pleitos. Há quem diga que alguns desses eleitos e reeleitos têm chance de conquistar a faixa do poder nas eleições de 2026, 2030 e 2034. Os donos do futuro político do Maranhão são os seguintes:

Othelino Neto, reeleito para o terceiro mandato consecutivo. Com base política em São Luís, é presidente da Assembleia Legislativa desde janeiro de 2018, participou com destaque da corrida eleitoral deste ano como articulador, tendo atuado como coordenador político da vitoriosa candidatura do ex-governador Flávio Dino (PSB) ao Senado, que teve sua mulher, Ana Paula Lobato (PSB), vice-prefeita de Pinheiro, como primeira suplente.   Jornalista e economista por formação e auditor do Tribunal de Contas do Estado por concurso, tem dois mandatos de deputado estadual e foi eleito para o terceiro com 84.815 votos. Pode obter novo mandato de presidente do Poder Legislativo.

André Fufuca: médico, 33 anos, um mandato de deputado estadual, dois de federal e está eleito para o terceiro com 135.078. Com origem política em Alto Alegre do Pindaré, e presidente do Progressistas no Maranhão, presidiu o partido em âmbito nacional por um período recente, sendo atualmente líder do Progressistas na Câmara Federal. Foi vice-presidente da Câmara Federal (2017/2019). É filho de Fufuca Dantas, ex-deputado estadual e atual prefeito de Alto Alegre do Pindaré. Equilibrado e discreto, já considerado uma raposa como articulador nos bastidores. Há quem o veja disputando a senatória em 2026.

Juscelino Filho: médico, 37 anos, dois mandatos de deputado federal e eleito para o terceiro com 142.419 votos. Esteve em seis partidos antes de assumir o comando estadual do DEM há quatro anos, dividindo hoje a direção do União Brasil no estado. Bem articulado, presidiu comissões importantes da Câmara Federal, tendo sido também relator de matérias de larga repercussão, como a revisão do Código de Trânsito Brasileiro. O grupo que lhe dá suporte aposta que ele disputará a senatória ou o Governo do Estado nas próximas eleições.

Pedro Lucas Fernandes: administrador de empresas, 42 anos, dois mandatos de vereador de São Luís, um mandato de deputado federal e está reeleito com a segunda maior votação: 159.786 votos. É filho de Pedro Fernandes, que foi deputado federal por seis mandatos consecutivos, sendo atualmente prefeito de Arame. Nasceu político no PTB, tendo deixado o partido quando ele caiu nas mãos alucinadas do ex-deputado Roberto Jefferson, ingressando no União Brasil. Sua votação o credencia a projetar voos mais altos.

Márcio Jerry: jornalista, 55 anos, um mandato de deputado federal e reeleito para o segundo com 106.143 votos. Iniciou no PT é hoje preside o PCdoB no Maranhão. Nasceu no Movimento Estudantil, tem longa e intensa trajetória como militante e articulador político, foi o principal coordenador das duas eleições do governador Flávio Dino para o Governo do Estado, 2014 e 2018, atuou no primeiro mandato como opositor ferrenho do presidente Jair Bolsonaro (PL). E foi membro destacado da cúpula do Governo Flávio Dino, atuando como secretário de Comunicação, Articulação Política e das Cidades. É lembrado em todas as rodas de conversa como um quadro forte no grupo político do senador eleito Flávio Dino.

Júnior Marreca Filho: advogado, 30 anos. Preside o Patriotas no Maranhão, eleito para o segundo mandato de deputado federal com 116.146. Ganhou estatura e voo próprio ao tirar ele próprio e o Patriotas da tutela do deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL). Filho de Júnior Marreca, ex-prefeito de Itapecuru Mirim, tendo se revelado um quadro politicamente articulado nos bastidores na Câmara Federal.

Felipe Camarão: advogado, 40 anos, comandou o Procon, a Secretaria de Administração, a Secretaria de Cultura e a Secretaria de Educação no Governo Flávio Dino. Só teve dois partidos, o DEM e o PT. Eleito vice-governador, se credenciou para assumir o Governo em 2026, caso o governador Carlos Brandão saia para disputar o Senado ou a Câmara Federal. E com todas condições para o Governo do Estado no próximo pleito.

Duarte Jr.: advogado, 36 anos, deputado estadual e deputado federal eleito com 111.019 votos. Disputou a Prefeitura de São Luís com o prefeito Eduardo Braide (sem partido) no segundo turno. Com largo prestígio nas redes sociais, de onde vem o seu poder político, ganhou a atenção como presidente do Procon, realizando, que transformou numa megaestrutura de prestação de serviços do Governo. Tem amplo horizonte pela frente, começando por disputar de novo a Prefeitura de São Luís em 2024.

Lahesio Bonfim: médico, 44 anos, prefeito reeleito de São Pedro dos Crentes. Surgiu como outsider na disputa pelo Governo do Estado, tendo obtido o segundo lugar, com 857.744 votos. Filiado ao PSC, que no Maranhão é controlado pelo deputado federal Aluísio Mendes. Começou a campanha como um candidato sem chance, saiu das urnas sem eleger-se governador, mas politicamente forte, com cacife para programar seu futuro.

Carlos Lula: advogado, 40 anos, com experiência na Justiça como advogado especializado em direito eleitoral. Disputou seu primeiro mandato para a Assembleia Legislativa com 80 mil votos, credenciando-se para futuros pleitos. Ganhou projeção estadual e nacional como secretário de Saúde, principalmente durante a pandemia, tarefa que realizou com extrema dedicação e competência.

Poucos duvidam de que desse grupo sairão governadores e senadores do Maranhão. O

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Vistos por alguns como “retrocessos”, políticos tarimbados deram o troco com a reeleição de Brandão

Sebastião Madeira, José Reinaldo e Luís Fernando Silva: vitória da experiência

Quando assumiu, no início de abril, e formalizou sua equipe, o governador Carlos Brandão (PSB) nomeou o ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira (PSDB), para a Casa Civil, o ex-prefeito de São José de Ribamar Luís Fernando Silva para a pasta do Planejamento e Orçamento e o ex-governador José Reinaldo Tavares para a Secretaria de Programas Estratégicos, algumas vozes, entre elas o senador Weverton Rocha, então pré-candidato do PDT ao Governo do Estado, classificou a escolha dos três como “retrocesso”, “solução velha” e outros rótulos claramente preconceituosos.

O tempo passou, a corrida eleitoral ganhou corpo, e à medida que o tempo foi passando, as vozes preconceituosas foram se dando conta de tropeçaram na própria língua. É que a equipe do “retrocesso”, sob a coordenação de Sebastião Madeira, que assumiu para valer as prerrogativas de chefe mais importante pasta do Governadoria, que faz a ponte entre o governador e a equipe de Governo e com o resto do mundo institucional.

Apontado como “político do interior”, Sebastião Madeira foi decisivo para manter a máquina a pleno vapor durante os 45 dias em que o governador Carlos Brandão passou em São Paulo cuidando da saúde. Com carta branca do governador e o apoio dos demais secretários, Sebastião Madeira cuidou do Governo e da política com eficiência e se revelou um coordenador hábil e embalado pela experiência de quem foi um dos fundadores do PSDB, exerceu quatro mandatos de deputado federal, presidiu o Instituto Teotônio Vilela (PSDB) e comandou Imperatriz, a segundo maior cidade do Maranhão, por dois mandatos consecutivos.

Com esse lastro, a precisão cirúrgica do médico que é, uma base cultural sólida e o aval do governador Carlos Brandão, o chefe da Casa Civil coordenou as ações do Governo, fez articulações políticas e percorreu milhares de quilômetros representando o chefe do Poder Executivo na inauguração de obras em todas as regiões do Maranhão. Junto com ele, o ex-governador José Reinaldo Tavares e o ex-prefeito ribamarense Luís Fernando Silva mantiveram o Governo nos trilhos e ajudaram decisivamente na vitória retumbante do governador nas urnas

Os que enxergaram neles “retrocesso” e “solução antiga”, foram mandados para casa carregando o peso de dura derrota nas urnas.

 

Aliados de Lula se mobilizam, enquanto os de Bolsonaro ainda não apareceram

Lula da Silva pode ampliar votação; Bolsonaro pode perder votos no MA

Enquanto o ex-presidente Lula da Silva (PT) tem todas as condições de ampliar sua vantagem de 68,84% para 80% dos votos no Maranhão no 2º turno, se depender de aliados políticos eleitos e reeleitos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não melhorará em nada sua performance eleitoral no estado, podendo até encolher os 26,02% que obteve no 1º turno. O senador eleito Flávio Dino (PSB) tem feito verdadeira pregação para mobilizar os aliados do líder petista, de modo que eles saiam a campo em ações efetiva de pedir votos. Tanto que numa fala no comando do PT em São Paulo, o ex-governador mostrou a tez do rosto escurecido explicando que a mudança de cor “é sol quente nas caminhadas por todo o Maranhão”. Não há ainda notícia sobre como estão se organizando as forças bolsonaristas depois da derrota acachapante que o presidente sofreu no Maranhão.

São Luís, 09 de Outubro de 2022.

 

Vitórias e derrotas criam o ambiente em que vai se desenrolar a corrida para a Prefeitura de São Luís

Eduardo Braide pode disputar com Duarte Jr.; Edivaldo Jr. dificilmente entrará na briga e Weverton Rocha perdeu as condições comandar o PDT em 2024 na CapitalComo estava escrito nas estrelas, na posição dos búzios, nas cartas de tarô, e em todos os instrumentos de previsão, o resultado das eleições acenderam a faísca que incendiará o rastilho político que levará à fogueira que será a disputa pela Prefeitura de São Luís em 2024. Em princípio, o eleitorado da Capital mandou um recado direto e sem rodeio ao ex-prefeito, Edivaldo Holanda Jr. (PSD), que traduzido em bom português, diz o seguinte: será melhor ficar em casa. Outro, também claro e sem meia conversa, ao senador Weverton Rocha: o senhor perdeu as condições de liderar ou falar em nome da outrora aguerrida militância do PDT, cuidadosamente criada por Jackson Lago e Neiva Moreira. E um terceiro ao prefeito Eduardo Braide (sem partido): suas chances de reeleição são amplas, mas tenha cuidado na escolha dos seus parceiros. E um quarto a quem interessar possa: caso não haja uma trégua e um grande acordo, o Palácio dos Leões vai entrar com força na disputa apoiando o deputado federal eleito Duarte Jr. (PSB), que do alto dos seus 110 mil votos, a maioria deles recebidos em São Luís, tem o Palácio de la Ravardière como objetivo maior.

O desastre – antevisto e alertado por muitos – que foi a sua candidatura ao Governo do Estado, ficando em quarto lugar na Capital, com pífios 56.496 votos num colégio de 700 mil eleitores, tirou do ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr., pelo menos nesse momento, qualquer possibilidade de ele vir a pleitear candidatura para tentar voltar ao comando da maior e mais importante cidade do Maranhão, que ele comandou por oito anos. Isso não significa que ele esteja fora do páreo, mas não há qualquer dúvida de que, à primeira vista, ele não tem lastro para entrar numa disputa contra o prefeito Eduardo Braide (sem partido) e o deputado federal eleito Duarte Jr., que saiu forte das urnas. É esse o retrato do momento, que os caprichos da política podem mudar nos próximos dois anos.

Ao ser derrotado por Lahesio Bonfim em São Luís, ficando em terceiro lugar em votação, o senador Weverton Rocha perdeu, em princípio, as condições de decidir sobre como o PDT participará na corrida à Prefeitura da Capital em 24. A erosão da sua liderança começou quando em 2020, em vez de lançar um candidato do seu partido à sucessão de Edivaldo Holanda Jr., então no PDT, ele preferiu colocar o partido como linha auxiliar da candidatura do deputado estadual Neto Evangelista, num até hoje não explicado acordo com o DEM, que resultou num fiasco monumental. O processo erosivo foi consumado agora, quando ele tirou o PDT da aliança governista, se lançou candidato a governador e foi esmagado nas urnas. Há quem já esteja questionando sua permanência na presidência do partido, num indicativo de que ele terá muitas dificuldades para se manter no comando da legenda.

Embalado pela robusta votação que recebeu, o prefeito Eduardo Braide tem feito até aqui o dever de casa e, nessa toada, vai construindo a base do seu projeto de reeleição. O problema são os aliados que apoiou e que podem terminado o seu prestígio de político competente e vitorioso. O senador Weverton Rocha afundou, e o deputado federal Edilázio Jr. (PSD) tombou e está fora do páreo. Se conseguir se livrar dessa carga sem arranhões, e ele tem tato e habilidade política para fazê-lo, reúne todas as credenciais para levar em frente ao seu projeto de pleitear mais um mandato.

Pelo menos até aqui, o seu principal oponente é o deputado federal eleito Duarte Jr., com quem disputou o 2º turno em 2020. O parlamentar ocupou, sem favor, um grande espaço no eleitorado ludovicense, sendo festejado por onde passa. O deputado Duarte Jr. tem dito a interlocutores que não abre mão de candidatar-se a prefeito de São Luís em 2024. É provável que ele venha a ter o apoio do governador Carlos Brandão, que, ainda como vice, o apoiou fortemente na corrida à Prefeitura em 2020. Quem o conhece diz que ele está de fato determinado a disputar o Palácio de la Ravardière.

São apenas os primeiros movimentos, mas suficientes para mandar muitas dúvidas para o espaço.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Desfecho das eleições abrem disputa para o comando da Famem

Fábio Gentil é o nome mais forte para disputar o comando da Famem 

Ao mesmo tempo em que já falam em sucessão municipal, os políticos eleitos no último domingo (2) já incluíram também nas suas agendas a sucessão para o comando da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), hoje presidida por Erlânio Xavier, vice-presidente do PDT, prefeito de Igarapé Grande e homem-forte do esquema político do senador Weverton Rocha (PDT). Já reeleito, Erlânio Xavier não poderá participar da disputa, e com o tombo eleitoral do seu chefe, perdeu também as condições de dar as cartas no processo sucessório.

Nesse cenário, ressurge o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), que disputou o cargo em janeiro de 2021 apoiado pelo então vice-governador Carlos Brandão e ficou em segundo lugar. Apontado como um dos políticos mais vitoriosos dessas eleições, tendo elegido a filha, Amanda Gentil (PP), deputada federal, e a consorte Daniella (PSB) para novo mandado de deputada estadual. Fábio Gentil ainda não sinalizou interesse no comando da Famem, mas se resolver entrar, é páreo difícil de ser enfrentado.

 

Coluna embarcou em vídeo falso e pede desculpas a prefeito

Erlânio Xavier: vítima de vídeo fake

Na edição do dia 5, quarta-feira, a Coluna publicou comentário a respeito de supostas declarações do prefeito de Igarapé Grande e presidente da Famem, Erlânio Xavier (PDT), criticando resultados eleitorais obtidos pelo senador Weverton Rocha (PDT), cuja campanha coordenou. Tido como autêntico, o vídeo foi publicado em vários grupos. Ocorre que ontem o prefeito de Igarapé Grande divulgou nota afirmando tratar-se de uma peça fake. O fato é que a Coluna embarcou na farsa e, mesmo sem ter publicado o vídeo, tratou do assunto como se ele fosse verdadeiro. Diante do ocorrido, o titular de Repórter Tempo decidiu retirar a nota da edição e pedir desculpas ao prefeito Erlânio Xavier e aos leitores da Coluna pelo grave descuido.

São Luís, 07 de Outubro de 2022.

Lulistas querem chegar a 80% dos votos no 2º turno no Maranhão; bolsonaristas vão tentar evitar

 

Felipe Camarão, Carlos Brandão e Flávio Dino reafirmam apoio a  Lula em São Paulo

Ao participarem, ontem, em São Paulo, do ato em que governadores, vice-governadores e senadores eleitos e reeleitos manifestaram pública e formalmente apoio ao ex-presidente Lula da Silva (PT) no 2º turno da eleição presidencial, o governador reeleito Carlos brandão (PSB) e o ex-governador e senador eleito Flávio Dino anunciaram um objetivo: lutar para aumentar de 68,84% para 80% dos votos válidos o tamanho da vitória do ex-presidente, também reduzindo o percentual do presidente Jair Bolsonaro, que foi de Lula (PT): 26,02% (983.861) dos votos válidos.

Todos os indicadores sugerem com clareza que, Lula da Silva será vitorioso também no 2º turno no Maranhão. O candidato do PT venceu praticamente em todos os municípios, tendo sido Imperatriz uma das raras exceções. A Coluna levantou a disputa em 10 dos maiores municípios maranhenses, onde o ex-presidente derrotou fragorosamente o presidente, obtendo uma média de seis contra três. Nesses municípios, a começar por São Luís, a única vitória de Jair Bolsonaro aconteceu em Imperatriz, o que não foi uma surpresa, já que ele vencera ali nos dois turnos da eleição de 2018 contra o petista Fernando Haddad.

Os resultados nesses municípios são os seguintes: São Luís: Lula 345.123 votos (56,50%) X Bolsonaro 210.140 votos (34,40%); Imperatriz: Bolsonaro: 70.830 votos (49,30%) X Lula 62.170 votos (43,28%); São José de Ribamar: Lula 56.572 votos (61,60%) X Bolsonaro 28.838 votos (31,40%); Timon: Lula 66.012 votos (71,05%) X Bolsonaro 21.167 votos (22,78%); Caxias: Lula 61.772 votos (74,13%) X Bolsonaro 16.986 votos (20,39%); Codó: Lula 40.773 votos (73,61%) X Bolsonaro 11.637 votos (21,01%); Bacabal: Lula 33.396 votos (64,48%) X Bolsonaro (PL): 16.084 votos (31,06%) e Santa Inês: Lula 29.412 votos (64,60%) X Bolsonaro 14.011 votos (30,77%).

Esses números se repetem, com pequenas variações, na esmagadora maioria dos demais municípios maranhenses, sugerindo que o quadro pode ser repetido ou que a vantagem pró-Lula da Silva pode ser alargada. E dependendo do esforço que for feito pelas forças lideradas pelo governador reeleito Carlos Brandão e pelo senador eleito Flávio Dino, o percentual pode chegar aos 80% pretendidos pela cúpula da campanha de Lula no Maranhão. Na manifestação de segunda-feira na Praça Deodoro, quando as forças pró-Lula largaram na busca de votos para o 2º turno, os líderes do movimento pediram empenho da militância para que atue com o objetivo de alcançar os 80% para o ex-presidente no Maranhão.

A vitória avassaladora do líder petista contra o “mito” da extrema-direita justifica o objetivo de aumentar o percentual. Há, porém, o fato de que as forças bolsonaristas vão usar todos os meios ao seu alcance para, pelo menos, repetir o resultado do 1º turno. Em São Luís, por exemplo, que ainda alimenta a “chama” de Ilha Rebelde, a expectativa era a de que Lula da Silva saísse das urnas com pelo menos 70%. Saiu com 56%. É bem verdade que Jair Bolsonaro saiu com 34%, mas poderá aumentar esse percentual com os votos de Simone Tebet (MDB), que já declarou apoio ao candidato petista, e Ciro Gomes, que vai seguir o PDT, que também se posicionou pró-Lula. Mas essa força não deve subestimar a disposição dos bolsonaristas para virar o jogo. Vale lembrar que Lahesio Bonfim, candidato do PSC, segundo colocado na corrida ao Governo do Estado, e o casal Josimar de Maranhãozinho e Detinha, são os campeões de voto e representam a nata do bolsonarismo no estado.

Se vieram a seguir as orientações dos seus líderes, lulista e bolsonaristas medirão forças para conseguir seus objetivos. E isso é politicamente saudável, desde que a violência não entre nesse campo de batalha onde as armas são as ideias.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Ainda se busca explicação para a não reeleição de Bira do Pindaré

Bira do Pindaré: não reeleição sem explicação

É visível o esforço, dentro e fora do PSB, em busca de explicações para o pífio desempenho eleitoral que levou à não reeleição do deputado federal Bira do Pindaré, presidente estadual do partido e seu líder mais recente na Câmara Baixa. Saído dos quadros do PT no movimento que ele, Domingos Dutra e outras lideranças por causa da aliança de Lula da Silva com o Grupo Sarney, Bira do Pindaré tocou seu projeto político dentro da mais nítida coerência de radical, não fazendo qualquer concessão para aquela aliança. Foi duas vezes deputado estadual, disputou a Prefeitura de São Luís, comandou a Secretaria de Ciência e Tecnologia, dando e decisivo pontapé inicial na implantação dos Iemas e desembarcou na Câmara Federal em 2029 como um quadro respeitado e atuante. Faz um mandato correto e eficiente como legislador e atuou fortemente no debate parlamentar, fazendo frente ao Governo do presidente Jair Bolsonaro. Fará muita falta, seja como apoiador de um provável Governo Lula, seja como uma voz na oposição ferrenha ao Governo de Jair Bolsonaro.

 

Não será surpresa se Lahesio vier a disputar a Prefeitura de Imperatriz

Lahesio Bonfim pode vir a ser candidato em Imperatriz

Por volta do mês de março, quando ele era ainda um pré-candidato sem eira nem beira e ainda em busca de um pouso partidário, a Coluna registrou que, caso não alcançasse o Governo do Estado, Lahesio Bonfim (PSC) tentaria mudar-se para Imperatriz e, se possível, disputar a Prefeitura de lá. Alguns desavisados criticaram o registro, fazendo uma série de objeções. Pois bem, o “Projeto Imperatriz” ganhou força com a vitória – prevista por alguns e impensável por outros – do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes na Princesa do Tocantins, onde ele bateu o governador Carlos Brandão e esmagou o senador Weverton Rocha. Ele próprio nada disse, mas uma fonte ligada a ele afirmou à Coluna que o projeto existe e pode ser tirado da gaveta.

São Luís, 06 de Outubro de 2022.