Arquivos mensais: agosto 2022

Senado: Rocha oficializa candidatura à reeleição num cenário de enormes dificuldades

 

Roberto Rocha tem candidatura homologada em convenção do PTB

O senador Roberto Rocha teve sua candidatura à reeleição oficializada ontem em convenção do seu partido, o PTB, agremiação que controla há menos de três meses e que faz parte da base bolsonarista no Maranhão. O PTB também decidiu coligar com o PDT, que tem o senador Weverton Rocha como candidato a governador. O PSD, que tem Edivaldo Holanda Jr. como candidato a governador, e o PSC, cujo candidato a governador é Lahesio Bonfim, e que não têm candidatos a senador, o apoiarão informalmente. Nenhum dos candidatos a governador participou da convenção, que também foi inexpressiva em participação de prefeitos, parlamentares e lideranças de segmentos da sociedade organizada. Já na condição de candidato à reeleição, o senador petebista fez um longo discurso no qual justificou sua candidatura, explicou suas alianças e, como não poderia deixar de ser, disparou petardos na direção dos seus adversários.

Roberto Rocha entra na corrida eleitoral em busca da reeleição com enormes desafios para administrar e, se possível, superar. O primeiro e maior deles é o seu principal adversário, o ex-governador Flávio Dino (PSB), que embalado pelo prestígio que ampliou e consolidou em sete anos e meio de governo, situação que o coloca com cerca de 20 pontos percentuais à sua frente, segundo todas as pesquisas realizadas desde que confirmou seu projeto de reeleição, incluído a mais recente, da Econométrica. O segundo desafio do senador Roberto Rocha é percorrer o Maranhão em campanha carregando como bandeira o projeto de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), que está cerca de 30 pontos percentuais atrás do ex-presidente Lula da Silva (PT), que faz dobradinha com o candidato socialista Flávio Dino.

Ciente de que dificilmente levará a melhor no confronto com o ex-governador Flávio Dino, Roberto Rocha se movimentou para reunir em torno da sua candidatura todas as correntes identificadas com o bolsonarismo. Só que nem tudo é alinhamento. No PSD, por exemplo, o presidente estadual da legenda, deputado federal Edilázio Jr., é alinhado ao presidente Jair Bolsonaro, mas o candidato do partido a governador, Edivaldo Holanda Jr., ex-prefeito de São Luís, reafirmou ontem que não apoia sua candidatura à reeleição, reafirmando sua decisão, segundo ele irreversível, de ficar neutro na eleição senatorial. Já no PSC, o candidato a governador pelo partido, Lahesio Bonfim, que não nutre um naco sequer de simpatia pelo projeto de reeleição do senador, só declarou apoio à candidatura do parlamentar depois de chamado às falas pelo presidente regional do partido, deputado federal Aloísio Mendes.

A aliança com o senador Weverton Rocha, consumada na coligação PDT/PTB é o desfecho de movimentação em duas frentes. Numa delas, por não aceitar o fato de não ter sido escolhido candidato da aliança dinista, o senador Weverton Rocha rompeu com seus aliados tradicionais e se juntou com as forças bolsonaristas, lideradas pelo senador Roberto Rocha e pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho. A outra frente é a determinação do presidente Jair Bolsonaro de evitar a qualquer custo a eleição do ex-governador Flávio Dino para o Senado. O projeto original do senador Roberto Rocha era ser candidato a governador, mas foi “convencido” pelo presidente Jair Bolsonaro a candidatar-se à reeleição com o objetivo de inviabilizar a eleição de Flávio Dino, que o presidente tem como uma das mais fortes e intensas vozes da oposição a ele e ao seu governo.

O senador Roberto Rocha oficializou sua candidatura plenamente ciente das dificuldades que estão no caminho às urnas. A começar pelo fato de que a aliança político-partidária, que batizou de “Frente Ampla de Oposição”, não se refletiu nas pesquisas mais recentes, confirmando a regra segundo a qual apoios políticos nem sempre se traduzem em suporte eleitoral. Por outro lado, não se pode esquecer que eleições, principalmente as majoritárias, costumam produzir resultados imprevisíveis. O problema é que o ex-governador Flávio Dino é um político cuja base é consistente e está mobilizada.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Neutralidade de Edivaldo Jr. na disputa senatorial tem duas faces

Edivaldo Jr.: nem Roberto Rocha nem Flávio Dino

“Tomamos a decisão da neutralidade, de não se envolver na disputa ao Senado. Queremos cuidar e discutir apenas o Governo e a nossa campanha. O que é importante em tudo isso é o relacionamento de respeito. Já é ponto pacífico: respeitamos a decisão do presidente e ele a nossa. O que importa é o diálogo”.

Com essa declaração, dada ontem em entrevista à Rádio Mirante AM, o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr., candidato a governador pelo PSD, parece ter colocado ponto final na discussão que envolve a sua decisão de não apoiar nem o senador Roberto Rocha (PTB), candidato à reeleição com o apoio da cúpula do seu partido, nem o ex-governador Flávio Dino (PSB).

Quando negociou o seu ingressou no PSD para disputar o Governo do Estado, Edivaldo Holanda Jr. incluiu no pacote a exigência de que o partido não lançasse candidato ao Senado, chegando a admitir que votaria no ex-governador Flávio Dino. Afinal, Edivaldo Holanda Jr. deve a Flávio Dino parte da sua eleição (2012) e da sua reeleição (2016) para a Prefeitura de São Luís. Ao decidir agora pela neutralidade pura e simples, o ex-prefeito de São Luís comete uma visível derrapada no campo da lealdade política.

Em relação ao senador Roberto Rocha, a situação é diferente. Ele foi vice de Edivaldo Holanda Jr. na Prefeitura de São Luís, cargo que deixou para disputar o Senado em 2914, vencendo a eleição contra o então deputado federal Gastão Vieira (MDB) e com o apoio total e decisivo de Flávio Dino, então candidato a governador. Logo em seguida os dois se afastaram e viraram adversários.

Em resumo: se sua decisão de não apoiar o projeto de reeleição do senador Roberto Rocha faz algum sentido, a decisão de não apoiar o ex-governador Flávio Dino é uma derrapada política muito difícil de ser compreendida.

 

PROS volta à aliança em torno de Weverton Rocha

Chico Carvalho perde de novo o controle do PROS para Marcos Caldas

De novo o peso da pressão política exercida pelo senador Weverton Rocha (PDT) causou reviravolta no comando do PROS. Decisão da Justiça havia derrubado o comando nacional do partido, resultando na troca de comando no braço maranhense da agremiação, foi ontem desfeita, voltando a ser tudo como antes no quartel de Abrantes. Esclarecendo: Por decisão judicial, até quatro dias atrás, o PROS estava sendo comandado no Maranhão pelo suplente de deputado estadual Marcos Caldas. Alinhado à candidatura do senador Weverton Rocha. Há três dias, nova decisão devolveu o partido ao comando do vereador de São Luís Chico Carvalho, que por estar na direção do Avante, indicaria a esposa para comandar o PROS, recolocando o partido na aliança comandada pelo governador Carlos Brandão (PSB). Mas ontem, nova decisão em Brasília desfez tudo, resultando que no Maranhão o partido passou novamente para o controle do suplente de deputado estadual Marcos Caldas e ao alinhamento à candidatura do senador Weverton Rocha. Há quem veja mais reviravoltas a caminho.

São Luís, 05 de Agosto de 2022.

Decisão do PP contra o PT não interfere na aliança com o PSB no Maranhão

 

André Fufuca confirma que PP apoia Carlos Brandão para o Governo e Flávio Dino para o Senado

Durou pouco a comemoração dos adversários da candidatura do governador Carlos Brandão (PSB) à reeleição por conta da decisão nacional do PP de proibir os braços estaduais do partido de coligarem com o PT em casos de chapas em que o candidato a governador seja um petista. Comandante do braço maranhense do PP e líder do partido na Câmara Federal, o deputado federal André Fufuca declarou a emissoras de rádio e confirmou à Coluna: “No Maranhão, o efeito da medida é igual a zero”. E explicou: a aliança formal do PP é com o PSB em apoio à candidatura do governador Carlos Brandão. Acrescentou que a participação do PP na coligação “O Maranhão não pode parar “ permanece “firme”.  Além disso, o deputado André Fufuca avaliou que “os ventos sopram a favor de Brandão”, acrescentando que “se continuarmos trabalhando como foi planejado, temos tudo para vencer essas eleições, a começar pela reeleição do governador”.

O Partido Progressista é o braço mais forte do Centrão, que fez e manteve aliança com os governos do presidente Lula da Silva (PT), apoiou o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT), mas esteve à frente do processo de impeachment que a tirou do poder, tornando-se em seguida um dos pontos de sustentação do governo-tampão do presidente Michel Temer (MDB), para em seguida alcançar a condição de viga-mestra da base do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional. No Maranhão, liderado pelo deputado André Fufuca, que assumiu o seu comando sucedendo ao deputado federal Waldir Maranhão, o PP fez parte da base governista desde os governos do MDB liderados por Roseana Sarney. Em 2014, embarcou no transatlântico partidário montado pelo oposicionista Flávio Dino, participando ativamente do movimento que o levou ao poder, quando o PT preferiu manter a aliança com o MDB e o Grupo Sarney, perdendo as eleições e o comando do Estado.

Mesmo sendo um dos caciques do PP no plano nacional, tendo alcançado a vice-presidência, fazendo duro contraponto à esquerda desde a derrubada da presidente Dilma Rousseff, o deputado federal André Fufuca teve autoridade e habilidade políticas para manter o braço maranhense do seu partido na base de apoio nos dois períodos do Governo Flávio Dino. E não titubeou ao manter o PP na aliança, agora apoiando, sem rodeios, as candidaturas do governador Carlos Brandão à reeleição e do ex-governador Flávio Dino ao Senado. Isso sem colocar empecilho à posição do seu partido na base do Centrão nem comprometer a aliança do PP com a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição. O deputado André Fufuca vem demonstrando que há espaço para seguir a orientação do partido no plano nacional, mas com autonomia para construir e consolidar as alianças regionais, como é o caso do que está em andamento no Maranhão.

A notícia de que a cúpula nacional do PP proibira coligação com o PT nos estados em que o candidato a governador seja um petista repercutiu fortemente no meio político maranhense. Apoiadores do candidato pedetista Weverton Rocha enxergaram na decisão um problema para a aliança que sustenta a candidatura do governador Carlos Brandão, chegando a comemorá-lo. O deputado André Fufuca, que é membro da cúpula nacional do partido, colocou as coisas nos seus devidos lugares, esclarecendo que a medida partidária em nada afeta a participação do PP na aliança, uma vez que Carlos Brandão, que encabeça a chapa, é do PSB, mesmo tendo como vice um petista, Felipe Camarão. E foi enfático: “Interferência zero”.

Em resumo: o PP permanece na aliança que tem no comando o governador Carlos Brandão e a liderança do ex-governador Flávio Dino. E de acordo com o seu presidente no Maranhão, ele e o partido dele estão “trabalhando para que a nossa aliança vença as eleições”.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Brandão se encontra com Lula em Teresina e acerta vinda dele ao Maranhão

Teresina: Lula da Silva consolida apoio à chapa Carlos Brandão (PSB)/Felipe Camarão (PT) e virá ao Maranhão

O ex-presidente Lula da Silva (PT) virá ao Maranhão nas próximas semanas, em data ainda a ser definida. A inclusão do estado na sua agenda de campanha foi acertada com o governador e candidato à reeleição Carlos Brandão (PSB), em Teresina, onde participou, juntamente com o candidato a vice-governador Felipe Camarão, de um encontro organizado pela governadora do Piauí, Regina Souza, e pelo ex-governador e candidato a senador Wellington Dias (PT). As pesquisas têm mostrado que o ex-presidente Lula da Silva tem enorme vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas intenções de voto. Mas diante da investida do Palácio do Planalto, por meio do “pacote de bondades eleitoreiras”, num jogo pesado para reverter a forte tendência de uma derrota acachapante do presidente, o comando estratégico da campanha de Lulas da Silva recomenda que venha ao Maranhão, para consolidar a sua liderança e apoiar seus aliados na corrida às urnas. No encontro de Teresina ficou combinado que a visita será em agosto, provavelmente depois de iniciada a campanha eleitoral oficial.

 

Reviravolta anunciada: PROS deixa Weverton e volta para Brandão

Chico Carvalho retomou o partido de Marcos Caldas

Quando o senador Weverton Rocha (PDT), então pré-candidato a governador, articulou em Brasília para que o controle do PROS no Maranhão fosse tirado do vereador Chico Carvalho e entregue ao suplente de deputado estadual Marcos Caldas, que tirou o partido da base governista para leva-lo para o leque de apoio do pedetista, algumas vozes sopraram que a jogada não tinha consistência e que, cedo ou tarde, haveria uma reviravolta. O tempo passou, Marcos Caldas se empolgou, Chico Carvalho pareceu conformado e conseguiu o controle do Avante, e tudo parecia resolvido. Ledo engano de quem pensou assim. Nesta semana, uma decisão judicial desmanchou a jogada, desfez o comando de Marcos Caldas e decidiu que o PROS voltará ao controle do tarimbado vereador Chico Carvalho, que tem mais de quatro décadas de sol nessa praia partidária. O primeiro ato da reviravolta: a convenção por meio da qual o PROS foi integrado à candidatura do senador Weverton Rocha foi anulada. Nova convenção será realizada, na qual o partido se integrará à candidatura do governador Carlos Brandão. O braço maranhense do PROS será comandado por Tatiana Carvalho, mulher do vereador Chico Carvalho, já que a essas alturas o edil ludovicense não tem qualquer interesse em se desfazer do Avante. Marcos Caldas deve continuar no partido, só que na condição de simples filiado.

São Luís, 04 de Agosto de 2022.

Lahesio mede força com Weverton em guerra por vaga num eventual segundo turno

 

Carlos Brandão lidera com Weverton Rocha em seguido e ameaçado por Lahesio Bonfim, que quer vaga no 2º turno

Foi deflagrada e está em andamento uma guerra, e intensa, dentro da guerra maior em que se transformou a disputa pelo Palácio dos Leões. De um lado, o candidato do PDT, senador Weverton Rocha, segundo colocado na preferência do eleitorado, de acordo a pesquisa Econométrica mais recente, e de outro, o candidato do PSC, ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim, terceiro colocado. Os números trazidos à tona pela pesquisa mostram que, tomando-se por base a margem de erro, os dois encontram-se tecnicamente empatados. Esse cenário mostrou o governador Carlos Brandão (PSB), candidato à reeleição, 11 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado, deslocando-se, portanto, da peleja intermediária que definirá o seu adversário num segundo turno, caso a parada não seja resolvida em turno único. Convém alertar que as eleições ocorrerão daqui a dois meses, tempo suficiente para que tudo se mantenha, com algumas alterações, com desfecho pode surpreender.

A menos que uma nova pesquisa traga à tona um cenário diferente, é fato indiscutível que nesse exato momento, segunda a pesquisa mais recente, o governador Carlos Brandão está na dianteira, reforçando seu time de apoiadores dia após dia; que o senador Weverton Rocha trabalha duro para evitar uma debandada na sua base de apoio, e que Lahesio Bonfim se desdobra para avançar, alcançar e, se possível, ultrapassar o candidato pedetista. Logo, o candidato do PDT encontra-se numa situação absolutamente incômoda, pois se Lahesio Bonfim ultrapassá-lo, poderá chegar ao segundo turno, se houver, o que será o fim das suas pretensões neste pleito e, sem dúvida, o maior desastre da sua história política.

Não se discute que o senador Weverton Rocha é um candidato politicamente forte, e que demonstrou isso com a megaconvenção que comandou, mas não há como negar que ele estacionou na seara entre 20 e 25 pontos percentuais e enfrenta dificuldades para ir além, vivendo, portanto, uma situação, se não dramática, muito difícil. Isso porque, à medida que agora, ao mesmo tempo em que viu o governador Carlos Brandão sair do seu radar e alcançar uma vantagem razoável, depara com   Lahesio Bonfim decidido a alcançá-lo. E foi o que o candidato do PSC disse ontem, em entrevista à TV Mirante, quando declarou que pretende vencer a eleição já no primeiro turno, e que só pensará em segundo turno se, anunciado o resultado, ele não tiver sido eleito. Sem a sombra do candidato do PSD, o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Jr., que não deslanchou como era esperado, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes exibe convicção de que vai tirar o candidato pedetista do seu caminho.

Menos de uma semana depois, quando os ecos das convenções já não são tão fortes, os agora candidatos estão de volta à realidade nua e crua da corrida eleitoral, que é correr atrás de voto para manter e, se possível, ampliar os lastros políticos que construíram ou ainda estão construindo. É nesse realismo implacável que o governador Carlos Brandão se desdobra para ampliar sua vantagem, que ainda não está de todo consolidada; o senador Weverton Rocha tenta dar uma guinada para ampliar seu cacife; e Lahesio Bonfim se esforça para alcançá-los e deixá-los para trás, sem a preocupação de ter, pelo menos por enquanto, Edivaldo Jr. na sua cola. As próximas pesquisas dirão como será a evolução desse enredo.

Vale lembrar que o jogo está de fato começando e que o seu ponto alto será a campanha eleitoral propriamente dita e cuja largada será no dia 16 do mês em curso. Até lá os lastros políticos dos candidatos estarão consolidados. Resta saber como estarão os do governador Carlos Brandão, do senador Weverton Rocha e do ex-prefeito Lahesio Bonfim nessa guerra. Isso se o ex-prefeito Edivaldo Jr. não surpreender com uma guinada e entrar na briga pelo direito de disputar o segundo turno, se houver.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Roseana libera MDB para voto ao Senado e a maioria irá com Dino

Roseana Sarney liberou o MDB e maioria votará em Flávio Dino

A presidente do MDB, ex-governadora Roseana Sarney confirmou o apoio do partido à candidatura do governador Carlos Brandão, mas liberou os emedebistas no voto para senador, embora o MDB tenha incluído o nome do ex-governador Flávio Dino na ata da convenção. A questão é pessoal. Ela não aceita ter sido derrotada por Flávio Dino logo no primeiro turno da eleição que os dois disputaram em 2018. E esse sentimento é geral na família Sarney, que não vota em Flávio Dino, mas com o cuidado de não o hostilizar. Quanto ao partido, a maioria esmagadora do MDB tende a votar em Flávio Dino, seguindo o vice-presidente do partido, deputado estadual Roberto Costa, que é um dos responsáveis pela articulação que levou o MDB a declarar apoio ao governador Carlos Brandão e parte dele definir voto no ex-governador para o Senado.

Apoio de Louro a Dino é fruto da boa relação que manteve com seu governo

Não surpreendeu a decisão do deputado estadual Vinícius Louro (PL) rejeitar a candidatura do senador Roberto Rocha (PTB) à reeleição e declarar apoio à candidatura do ex-governador Flávio Dino (PSB). O parlamentar não frequentou o círculo mais próximo do governador nos sete anos e meio de governo do socialista. Mas sempre foi da base governista, mantendo bom relacionamento com o Palácio dos Leões. Diante desse quadro,  o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), que coordena politicamente a campanha de Flávio Dino, entrou no circuito e fez a intermediação. Por divergências na seara política na região polarizada por Pedreiras e por diferenças do seu grupo com o senador Roberto Rocha, ele conversou com o presidente do PL, deputado federal Josimar de Maranhãozinho, que não teve outra que não o liberar, mas sem abrir mão do voto do deputado no senador Weverton Rocha para governador e ex-governador Flávio Dino para senador.

São Luís, 03 de Agosto de 2022.

Pesquisa e convenção que confirmou Brandão/Dino reforçaram otimismo na cúpula governista

 

Carlos Brandão registrou no twitter ato em que recebe de presente imagem de Nossa Senhora de Aparecida doada pelo adjunto da SAF, Sandro Montenegro

Os números da pesquisa Econométrica divulgada na semana passada (26/07), que apontou o governador Carlos Brandão (PSB) com 11 pontos à frente do segundo colocado, senador Weverton Rocha (PDT), e a megaconvenção que consolidou a coligação majoritária “O Maranhão não pode parar”, com seus desdobramentos políticos, injetaram uma nova e poderosa dose de otimismo no comando da aliança liderada pelo governador, que busca a reeleição, e pelo ex-governador Flávio Dino (PSB), candidato ao Senado. “É um otimismo com os pés no chão”, disse ontem um dos líderes do grupo, avaliando que a confirmação das candidaturas majoritárias e a montagem das chapas de candidatos à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal, todos mobilizados em torno da candidatura do ex-presidente Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto. Ao mesmo tempo, senador Weverton Rocha festeja a movimentada convenção em que o PDT confirmou sua candidatura ao Governo do Estado, na sexta-feira (29/07), sem condições de celebrar a unidade do grupo partidário em torno de um candidato a presidente da República.

Para a cúpula governista, além da unidade partidária da coligação, a chapa encabeçada pelo governador Carlos Brandão começa, de fato, a deslanchar porque “todas as pontas estão amarradas”. Traduzindo essa amarração: a chapa tem candidato a governador e a senador unidos em torno da candidatura do líder petista Lula da Silva à presidência da República, que conta também com o suporte de todos os candidatos a deputado estadual e a deputado federal. Por essa avaliação, além da expressão política dos candidatos majoritários e proporcionais, a coligação governista conta com o argumento segundo o qual os sete anos e meio do governo comandado por Flávio Dino justificam plenamente a permanência do grupo no poder com a reeleição do governador Carlos Brandão.

Na avaliação da cúpula governista, passado o período de incerteza causado pelos 45 dias que o governador Carlos Brandão permaneceu internado em São Paulo, em momento decisivo da pré-campanha, a situação começou a ganhar novo ritmo. “Prefeitos, vereadores e lideranças do interior, que estavam inibidos pela onda de notícias falsas, começaram a se posicionar, e isso ficou demonstrado na convenção e depois dela”, acentuou a fonte governista, relatando a intensa movimentação no Palácio dos Leões ao longo da segunda-feira pós-convenção. Soma-se a esse contexto o fato de o Governo não ter sido afetado, tendo, ao contrário, continuado em intenso movimento, realizando e inaugurando obras e mantendo os serviços em pleno funcionamento. Isso foi possível, em grande medida, graças à postura do governador interino, desembargador Paulo Velten, que cuidou da normalidade institucional e permitiu que a equipe, comandada pelo secretário-chefe da Casa Civil Sebastião Madeira, com o suporte do secretário de Planejamento Luís Fernando Silva, continuasse atuando de acordo com as orientações do governador Carlos Brandão.

No campo político, as forças que formam a coligação “O Maranhão não pode parar” se mantiveram mobilizadas em grande medida pela ação do ex-governador Flávio Dino, auxiliado pelo candidato a vice-governador Felipe Camarão (PT), pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), e pelo presidente regional do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, além de líderes regionais, como o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (Republicanos), por exemplo. Nas contas de uma fonte governista que sabe das coisas, a chapa encabeçada por Carlos Brandão já conta com o apoio de pelo menos 130 prefeitos, número que tende a aumentar até o encerramento da campanha.

Diante desse cenário, mas com os pés firmes no chão, a cúpula governista está confiante de que o governador Carlos Brandão caminha para a reeleição. Em princípio, a expectativa é a de que o desfecho da corrida aos Leões se dará numa disputa de segundo turno, seja com o pedetista Weverton Rocha, seja com o social-cristão Lahesio Bonfim. Nesse ambiente, há uns poucos que vislumbram um desfecho já no primeiro turno. A esses, os moderados chamam a atenção para o fato de que ainda faltam exatamente 60 dias para a manifestação das urnas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Com Gutemberg na vice, Lahesio formou chapa puro-sangue

Lahesio Bonfim anuncia Gutemberg Araújo como vice 

Não surpreendeu a escolha do vereador de São Luís Gutemberg Araújo (PSC) para vice do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (PSC), decisão anunciada durante a convenção do partido, realizada no Domingo, e que autorizou a chapa para disputar o Governo do Estado. Era pedra cantada, embora Lahesio Bonfim tenha feito alguns movimentos em outras direções. A decisão foi tomada pelo presidente regional do PSC, deputado federal Aluísio Mendes, que preferiu montar chapa puro-sangue. Gutemberg Araújo ganhou espaço quando atuou como “ponte” de Lahesio Bonfim com porta-vozes da sociedade civil em São Luís. Também por pressão do chefe regional, que segue a orientação ação do Palácio do Planalto, o PSC declarou apoio à candidatura do senador Roberto Rocha (PTB). Lahesio Bonfim não engole o fato de ter de apoiar Roberto Rocha, que está alinhado à candidatura do pedetista Weverton Rocha, que é hoje o seu principal adversário na corrida aos Leões.

 

Ataques de Weverton a Lahesio podem ser faca de dois gumes

Apoiadores do senador Weverton Rocha estão dando a medida da disputa que ele está travando com Lahesio Bonfim por vaga num eventual segundo turno. Alarmados pela aproximação do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes do senador pedetista, ameaçando seriamente tomar sua posição, eles começaram a disparar chumbo grosso contra o candidato do PSC. Inicialmente, tentaram criar-lhe embaraços com a denúncia de que ele estaria fretando “jatinhos” para viajar pelos municípios, quando dias atrás reclamava que não tinha dinheiro levar sua campanha ao interior. Depois andaram levantando dúvidas sobre a lista de bens que ele encaminhou ao TRE. E mais recentemente divulgaram um vídeo mostrando um grupo de pessoas que supostamente estariam recebendo dinheiro de Lahesio Bonfim. Quem conhece esse jogo sabe que essa estratégia é uma faca de dois gumes, que pode prejudicar o atacado, mas pode ferir também o atacante.

São Luís, 02 de Agosto de 2022.