Arquivos mensais: outubro 2020

Apoio de Madeira e do Solidariedade coloca Rubens Júnior na briga pela Prefeitura de São Luís

 

Rubens Júnior aposta alto na força do apoio do ex-presidente Lula para reforçar  sua campanha

Na segunda metade de Setembro, em meio à repercussão da pesquisa Ibope, a Coluna registrou que, após meses de preparação, a guerra pela Prefeitura de São Luís estava, de fato, começando, com a entrada em cena do jogo político pesado e decisivo, cujos movimentos poderiam alterar radicalmente a posição das peças no tabuleiro da disputa, no qual se destacava a liderança folgada, e aparentemente irreversível, do candidato do Podemos, Eduardo Braide. Nas duas semanas seguintes, três outras pesquisas confirmaram o cenário, levando este espaço a prever que uma luta titânica seria travada para mudar o curso desenhado pelos levantamentos. Ontem, o ambiente da corrida foi sacudido pelo primeiro movimento: a desistência do candidato do Solidariedade, Carlos Madeira, alcançado pelo coronavírus. Ato contínuo, sem vácuo temporal para não deixar dúvidas, Carlos Madeira e o seu partido declararam apoio a Rubens Júnior, candidato da aliança PCdoB-PT-Cidadania-PMB-DC. A manifestação abriu caminho para uma mexida forte na posição das peças no tabuleiro e, por via de desdobramento, nos rumos da contenda eleitoral. A campanha de Rubens Júnior passa a contar também com o apoio do vereador Afonso Manoel e da deputada Helena Duailibe, nomes fortes do partido em São Luís.

O apoio de Carlos Madeira e do Solidariedade a Rubens Júnior pode não representar uma turbinada imediata no seu percentual de preferências. Mas não há como negar que tem forte impacto político no contexto da disputa, podendo o candidato do PCdoB transformar esse cacife em intenções de voto ao longo da campanha. Ontem, do confinamento doméstico imposto pelo coronavírus, que também o infectou, Rubens Júnior festejou o apoio recebido, reforçando o estado de ânimo de três semanas atrás, quando, demonstrando tranquilidade e segurança impressionantes, comentou o resultado da pesquisa Ibope dizendo-se pertencer a um grupo político “vacinado” contra as pesquisas do instituto.

Na avaliação do candidato do PCdoB, a pesquisa DataIlha, divulgada na edição de ontem, e na qual aparece com 7,1% das intenções de voto, pressionando o candidato do DEM, Neto Evangelista (8,5%) e o candidato do Republicanos, Duarte Júnior (10,8%), dentro da margem de erro, sinalizou que sua candidatura começa a deslanchar. Esse retrato reforça o seu discurso de que, ao contrário do que muitos imaginam, a eleição se dará em dois turnos, e que ele será o adversário de Eduardo Braide na rodada final. Um dos seus trunfos – ele próprio confirma – é o apoio declarado do ex-presidente Lula da Silva (PT), que, como é sabido, tem apoio em grande fatia do eleitorado em São Luís. Avalia que os lulistas ludovicenses estejam pulverizados, mas que poderão atender ao chamamento do ex-presidente e apoiá-lo.

De fato, uma leitura mais cuidadosa e aprofundada do cenário redesenhado com a saída de Carlos Madeira e o apoio dele e do seu partido a Rubens Júnior o tornam um candidato muito mais competitivo. Isso porque nada indica que a repentina mudança no cenário beneficie Duarte Júnior ou Neto Evangelista ou outro candidato. E não há dúvida de que o apoio do ex-presidente Lula da Silva, que será ostensivo na propaganda no rádio e na TV, que começa amanhã, poderá fazer muita diferença a favor do candidato comunista apoiado pelo PT. Para começar, não há indicações de que Eduardo Braide, Duarte Júnior e Neto Evangelista tenham, além dos seus discursos, trunfos diferenciados para seduzir o eleitor indeciso e atrair eleitores já inclinados por outros candidatos ao longo da campanha no horário eleitoral gratuito nos meios eletrônicos de comunicação.

É claro que não se pode subestimar a liderança consistente exibida por Eduardo Braide até aqui, nem o potencial de Duarte Júnior e de Neto Evangelista, que podem crescer durante a campanha eletrônica. Por outro lado, qualquer tentativa de minimizar as perspectivas otimistas de Rubens Júnior neste momento pode resultar num duro erro de avaliação.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Soma de fatores desfavoráveis tornou inviável a candidatura de Carlos Madeira

Carlos Madeira saiu da disputa deixando boa impressão como estreante na política

A decisão do juiz federal aposentado Carlos Madeira de sair da disputa para a Prefeitura de São Luís foi causada por uma série de fatores que, somados, tornaram inviável o seu projeto político-eleitoral. Para começar, Carlos Madeira perdeu muito tempo para escolher um partido, tendo conversado com quase todos que não lançaram candidatos, como o PT e o MDB, por exemplo. Quando se definiu pelo Solidariedade, faltaram-lhe tempo e instrumentos para montar uma estratégia que pudesse tornar sua candidatura competitiva. Depois, a pandemia levou o novo coronavírus aos seus pulmões, fragilizando sua saúde de maneira preocupante, a ponto de tê-lo levado à internação hospitalar e, depois, a amargar sequelas, como falhas de memória, por exemplo.

Carlos Madeira deixa uma boa impressão como político: correto, seguro, muito esclarecido, comprometido com causas nobres e com experiência em tomar decisões difíceis. Suas manifestações sobre São Luís e seus problemas revelaram um candidato bem informado e ciente dos imensos desafios que é administrar uma cidade com mais de 1,1 milhão de habitantes e com imensos problemas aguardando solução. Sua carta-renúncia mostra com clareza esses traços, reforçados pelo anúncio de que tão logo se restabeleça plenamente dos efeitos danosos da Covid-19 à sua saúde, ele vai se dedicar às atividades políticas. Com certeza tem condições de contribuir para o exercício da política saudával. Segue a íntegra da carta-renúncia:

Carta ao Povo de São Luís

A convite de amigos, e por sugestão de pessoas simples, representantes da periferia e da zona rural, decidi aceitar o desafio de concorrer à Prefeitura de São Luís nas eleições de 2020. Trouxe comigo as minhas origens, a história de vida, a minha biografia e o desejo de trabalhar ainda mais pela nossa cidade.

Os caminhos que percorri nesses meses de pré-campanha e os primeiros dias de candidatura oficializada não foram fáceis, porque, ao lado de um time de pessoas sérias, éticas, combativas e independentes, compreendi que a luta só valeria a pena se todos abraçassem um projeto de mudança efetiva para São Luís, com uma arrojada pauta de justiça social para todas as áreas da administração municipal.

A pré-campanha foi interrompida ainda no início, por quase três meses, com as restrições decorrentes da pandemia. E no meio do caminho, antes mesmo da nossa convenção partidária, fui alcançado pela Covid-19.

Fiquei por duas semanas em isolamento, cumprindo a quarentena até receber a confirmação de que a carga viral estava zerada. Perdi cerca de oito quilos em 12 dias de hospital. Mesmo frágil fisicamente, tomei a decisão de retomar os compromissos de campanha em respeito ao povo, ao partido Solidariedade e à nossa militância.

Não sabia que o pior ainda estava por vir. Dia após dia a fadiga foi me consumindo e comprometendo a minha fala e o meu raciocínio. Só depois fui informado pelo médico que acompanha o meu caso, Dr. Serafim Gomes de Sá, de que a minha dificuldade respiratória era apenas mais uma das muitas consequências possíveis do coronavírus, aquilo que a ciência está chamando agora de Síndrome pós-Covid.

Quem conhece a minha história sabe que jamais me esquivei de responsabilidades. Mas, aconselhado pela minha esposa, pelos meus filhos e por médicos que acompanham o meu caso clínico, e em nome da minha saúde, tive que tomar uma das decisões mais difíceis da minha vida: abrir mão de um projeto que hoje reputo coletivo, porque não é mais do Madeira, mas de tantas e tantas pessoas espalhadas pelos bairros e pela zona rural dessa cidade que tanto amo.

Informo, portanto, que hoje retiro a minha candidatura a prefeito de São Luís, por não ter condições físicas de dar continuidade à intensa agenda de compromissos que eu, antes de qualquer outro candidato, fiz questão de não apenas assumir, mas de registrar publicamente em cartório.

Chego até aqui sem qualquer decepção ou mágoa, mas com muita gratidão aos meus familiares e tantos amigos. Agradeço o apoio de todos que trabalharam comigo até agora – equipe de coordenação, militância e candidatos a vereador. Agradeço a compreensão dos nossos eleitores, sobretudo. Agradeço ao Capitão Jeremias, meu companheiro de chapa, pela caminhada leal e destemida.

Agradeço ao meu partido, o Solidariedade, pela acolhida e pelas trincheiras de luta que conseguimos erguer, juntos, em tão pouco tempo. Continuarei na política, como presidente do diretório municipal de São Luís, e no momento oportuno reiniciarei minha jornada partidária na busca permanente por dias melhores para o nosso povo. Porque, como Martin Luther King, continuo acreditando que “pior que o grito dos maus é o silêncio dos bons”.

Como aprendizado, levo para a vida a lição de que, para recuar de uma batalha, é preciso antes de tudo ter humildade e sabedoria para reconhecer os riscos. Faço opção por cuidar da minha saúde. E, se puder oferecer apenas um conselho, direi a todos: cuidem-se! O vírus ainda está no nosso meio e as sequelas da Covid-19 são imprevisíveis. Que Deus nos proteja!

José Carlos do Vale Madeira

 

Projeto de Othelino Neto de proibir produção e venda de cerol e linha chilena vira lei

Othelino Neto comemora lei de sua autoria contra os perigos do cerol

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), teve mais um projeto de sua iniciativa transformado em lei estadual, com a sansão, ontem, pelo governador Flávio Dino (PCdoB), da Lei 11.344/2020, que proíbe no estado a fabricação comercial e a venda de cerol, substância constituída de vidro moído e cola, muito utilizado na prática de soltar pipas. A lei também proíbe a fabricação e a comercialização da chamada “linha chilena”, que é um fio encerado com quartzo moído, algodão e óxido de alumínio, ou quaisquer outros produtos que possuam elementos cortantes utilizados na linha de pipas.

À primeira vista, criar uma lei estadual para proibir a fabricação e o uso do “cerol” ou da “linha chilena” pode parecer uma preocupação menor. Mas a verdade é que registros feitos nas emergências hospitalares revelam ser grande o número de pessoas que se ferem, muitas gravemente, em contato com esses materiais. Esses acidentes ocorrem com muita frequência nos períodos em que a brincadeira com pipas é mais intensa, como nos meses de maio e junho, por exemplo. E as maiores vítimas são ciclistas e motociclistas, e também os soltadores de pipas, muitas vezes feridos com gravidades por causa do uso do cerol e da linha chilena.

Ao propor o projeto de lei, o deputado Othelino Neto justificou a proposta com o seguinte argumento: “Apesar de não termos dados oficiais, sabemos que há uma incidência grande de acidentes envolvendo linhas de pipas com cerol, que podem provocar lesões e ferimentos graves ao entrar em contato com a pele. É um risco muito grande para as crianças e adolescentes que participam da brincadeira de soltar pipas, assim como para motociclistas, ciclistas e pedestres”.

A lei sancionada pelo governador Flávio Dino estabelece que o Instituto de Promoção e Defesa do Cidadão e Consumidor do Maranhão (Procon/MA) será o órgão responsável pela fiscalização da comercialização da venda de cerol e de “linha chilena”.

São Luís, 08 de Outubro de 2020.

São Luís: pesquisa DataIlha confirma cenário e alerta candidatos sobre risco de eleição em turno único

 

Se havia alguma réstia de dúvida de que neste momento a disputa para a Prefeitura de São Luís rascunha um desfecho em turno único, a pesquisa do instituto DataIlha, feita em parceria com a Band, divulgada ontem, mandou-a para o espaço. O levantamento encontrou o seguinte cenário: Eduardo Braide (Podemos) liderando com 44,4% das intenções de voto, seguido de Duarte Júnior (Republicanos) com 10,8%, pressionado por Neto Evangelista (DEM), que aparece com 8,5%, este por sua vez sofrendo agora pressão de Rubens Júnior (PCdoB), que recebeu 7,1% das preferências, e com Bira do Pindaré (PSB) com 3,8%, tendo Jeisael Marx (Rede) na sua cola com 3,4%. A pesquisa DataIlha chega ao conhecimento público num momento de ebulição na corrida sucessória na Capital, com o afastamento temporário do candidato do PCdoB.

O dado que mais chama a atenção no levantamento do DataIlha é que, a exemplo das outras pesquisas (Ibope, Econométrica e Prever), Eduardo Braide se mantém firme no patamar dos 40 pontos percentuais. Essa posição consistente é demonstrada por outro dado importante produzido pelos números: os movimentos de sobe e desce dos demais candidatos, especialmente Rubens Júnior e Bira do Pindaré, se fazem com um tirando votos do outro, sem afetar a base de preferência de Eduardo Braide. Uma mudança para valer só ocorrerá se, ou quando, algum candidato da linha de frente crescer minando a base de sustentação do candidato do Podemos, o que não aconteceu até agora. Essa mudança se torna decisiva quando se observa que, também a exemplo das outras pesquisas, o número de indecisos (11,6%) e o de intenções de votar nulo ou em branco (7,5%) são baixos.

Esse cenário pode estimular uma disputa mais dura, obrigando o candidato do Podemos a sair da sua posição de conforto na liderança para encarar o bombardeio que muito provavelmente será disparado contra ele ao longo da campanha. Isso porque é difícil imaginar que concorrentes com a ousadia de Duarte Júnior, a firmeza de Neto Evangelista, o poder de fogo político de Rubens Júnior e a posição contestadora de Bira do Pindaré fiarão inertes, sendo triturados sem reação. Nas rodas políticas e nas redes sociais, é dominante a expectativa quanto a uma injeção de gás destinada a “incendiar” a campanha. Eduardo Braide parece disposto a seguir em frente indiferente às provocações, mas sabendo que em algum momento terá de encarar os fatos e colocar sua posição em jogo. Político jovem, mas experiente nesse jogo, o candidato do Podemos sabe que um erro no embate pode ser fatal.

Os próximos dias serão importantes para Duarte Júnior, Neto Evangelista, Bira do Pindaré e, especialmente, para Rubens Júnior, que, testado positivo para a Covid-19, se afastou dos compromissos de campanha, cedendo ao presidente do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, a tarefa de comandar a campanha ao lado do candidato a vice Honorato Fernandes (PT). A arrancada de um deles poderá fragilizar a base de Eduardo Braide e levar o desfecho da disputa para o segundo turno, o que, se vier a acontecer, será uma reviravolta que poderá mudar radicalmente o curso da corrida ao Palácio de la Ravardière. O avanço da campanha também poderá, por outro lado, estabilizar de vez a posição do candidato do Podemos, levando-o a fechar a disputa no primeiro turno – um cenário previsto por uns e improvável para outros.

O fato é que a pesquisa DataIlha chegou para confirmar a fotografia do momento e dar um aviso eloquente aos candidatos: se eles não reagirem logo, dificilmente reverterão o cenário previsto de turno único.

Em Tempo: Realizada entre os dias 01 e 03 deste mês, a pesquisa DataIlha ouviu 1080 eleitores, tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, intervalo de confiança de 95% e foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número MA-09163/2020.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Na ausência de Rubens Júnior, Márcio Jerry assume o comando da campanha

Ao lado de Honorato Fernandes, Márcio Jerry comanda a campanha na ausência de Rubens Júnior

Se por um lado a base da candidatura de Rubens Júnior à Prefeitura de São Luís pela coligação “Do Lado do Povo” (PCdoB-PT-Cidadania-PMB-DC) mergulhou em clima de tensão por conta da retirada temporária dele por causa da Covid-19, por outro, o presidente do PCdoB e coordenador geral da campanha, deputado federal Márcio Jerry, cuidou de tranquilizar os apoiadores. Ele tomou o lugar do candidato e, ao lado do candidato da chapa a vice-prefeito, o vereador petista Honorato Fernandes, pisou no acelerador, reanimando os partidários e avisando que a candidatura de Rubens Júnior está de pé para vencer a eleição.

– Nosso candidato Rubens 65 está fora de combate esses dias por causa da doença, mas a militância tomou para si a responsabilidade de continuar a campanha. O recado é simples: #SomosTodosRubens” – declarou Márcio Jerry, em tom de convocação, em plenária da coligação “Do Lado do Povo”.

Além de Márcio Jerry, a senadora Eliziane Gama (Cidadania) vai se dedicar à campanha de Rubens Júnior, reforçando o papel do seu partido na coligação. Como Márcio Jerry, Eliziane Gama conhece o caminho das pedras eleitorais de São Luís, já tendo inclusive disputado a Prefeitura de São Luís em 2012.

 

Felipe dos Pneus lidera em Santa Inês contra Valdivino Cabral e Ribamar Alves

Não surpreendeu a informação encontrada pelo instituto Escutec segunda qual o deputado estadual Felipe dos Pneus lidera a corrida para a Prefeitura de Santa Inês. Ele tem lidera com 47% das intenções de votos, seguido pelo ex-prefeito Valdivino Cabral com 42%, Padre Nelcino com 3% e Ribamar Alves com 2%. Além desses, disputam a Prefeitura os candidatos Creusa da Caixa, Joe Rodrigues e Linderberg Braga todos com 1% das intenções de voto, mesmo percentual dos entrevistados que disseram não votar em nenhum dos candidatos. Os indecisos são 2%.

Santa Inês tem um quadro de candidatos no qual o deputado Felipe dos Pneus representa a nova geração da política, contra a qual nada consta, o que não acontece o segundo colocado, o ex-prefeito Valdivino Cabral, que foi prefeito duas vezes (1989 e 1997), criou uma imagem de bom gestor, mas foi arranhado por condenações do TCU, sob a acusação de desviar dinheiro público, o que ele naturalmente nega. O outro contrapeso o ex-deputado estadual, ex-deputado federal e ex-prefeito Ribamar Alves, que tinha uma carreira vitoriosa até se envolver num escândalo de assédio sexual, que o levou para a cadeia e dinamitou a base política por ele construída durante anos em Santa Inês e na região.

Engenheiro civil e empresário, Felipe dos Pneus, se eleito, tem a responsabilidade de, em nome da nova geração, fortalecer a credibilidade da classe política de Santa Inês

Em Tempo: A pesquisa Escutec ouviu 1.200 eleitores de Santa Inês nos dias 22 a 25 de setembro, tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, intervalo de confiança de 90% e seu registro no TSE é MA-0466/2020.

São Luís, 07 de Outubro de 2020.

 

Números de Ibope, Econométrica e Prever indicam que só luta titânica muda o cenário da disputa em São Luís

 

Eduardo Braide lidera e torna disputa em São Luís um grande desafio para Duarte Júnior, Neto Evangelista, Rubens Júnior e Bira do Pindaré

As três pesquisas – Ibope, Econométrica e Prever – realizadas nas últimas duas semanas, já no período de campanha para medir o cacife dos 11 candidatos à Prefeitura de São Luís encontraram cenários semelhantes, com alguns movimentos para cima e para baixo entre os candidatos intermediários, sinalizando com clareza solar, uma tendência forte apontando larga e sólida vantagem de Eduardo Braide (43%, 47,3% e 45,2%), todas elas indicando a possibilidade de eleição em turno único. Os três levantamentos mostram Duarte Júnior em segundo (14%, 10,8% e 13,8%), seguido de Neto Evangelista (10%, 10,6% e 9,7%), Bira do Pindaré (5%, 2,6% e 4,9%), Rubens Júnior (2%, 6% e 2,7%), Jeisael Marx (2%, 1,5%, e 1,8%), Carlos Madeira (2%, 1% e 1,7%), Yglésio Moises (1%, 1,2% e 0,6%), Sílvio Antônio (0%, 1% e 0,7%), Franklin Douglas (1%, 0% e 0,3%) e Hertz Dias (0%, menos de 1% e 0,2%).

Encontrada por institutos diferentes num período em que todos os candidatos já estavam devidamente definidos, o que descarta, de cara, qualquer motivo de questionamento, a proximidade dos cenários, que apresentam poucas variações, indica que qualquer mudança, principalmente se relacionada aos líderes da corrida, terá de ser causada por um fato ou uma situação realmente importante. Os levantamentos traduzem a realidade desse momento, que até aqui se mantém estável. E com um dado importante: os três resultados mostram que o número de indecisos é pequeno.

Nesse contexto, o candidato Eduardo Braide se mantém na dianteira, fincado no patamar dos 40 pontos percentuais, variando pouco nas diferentes pesquisas. Isso num período em que o normal seria outros candidatos avançarem no sentido de pressionar o líder e dar intensidade à disputa. Mas, diferentemente da lógica que move as disputas em São Luís, os demais candidatos formam uma sequência praticamente igual nos três levantamentos: Duarte Júnior em segundo e Neto Evangelista em terceiro, tendo ora Bira do Pindaré ora Rubens Júnior em quarto, Carlos Madeira medindo força com Jeisael Marx pelo quinto lugar, e Yglésio Moises, Franklin Douglas, Hertz Dias e Silvio Antônio brigando na ponta da fila.

Alguns observadores avaliam esses números como a tradução de um cenário que mudará radicalmente quando a campanha chegar no rádio e na TV, a partir do próximo dia 9. É possível que essa pressão aconteça. Afinal, Duarte Júnior é carismático e domina bem as redes sociais; Neto Evangelista é também experiente e tem o gás da militância do PDT; Rubens Júnior é preparado e tem as máquinas do PCdoB e do PT a seu favor; e Bira do Pindaré conta apenas com seus dotes discursivos, já que, mesmo aguerrida, a militância do PSB é numericamente modesta. Em meio a esse tabuleiro, Jeisael Marx, Carlos Madeira, Yglésio Moises e Franklin Douglas, mesmo movidos a bons discursos e bons propósitos, não exibem musculatura política e partidária para entrar na briga pela ponta. Hertz Dias e Sílvio Antônio estão perdidos nos extremos da esquerda e da direita, sem chance de ir a algum lugar.

No cenário produzido pelas três pesquisas, a situação mais complicada é a do candidato da aliança PCdoB-PT-Cidadania, Rubens Júnior, que aparece duas vezes na quinta colocação e uma vez na quarta. Agora alcançado pelo coronavírus, ele está obrigado a sair de cena por pelo menos uma semana, isso no momento em que o tempo e a presença na campanha são fatores cruciais. A aposta dos seus apoiadores é que ele poderá reverter tal situação na campanha no rádio e na TV, na qual contará com declarações de apoio do ex-presidente Lula da Silva, por exemplo. Poderá, de fato, sair do pelotão intermediário, para chegar à condição de adversário de Eduardo Braide num eventual segundo turno, mas para isso terá de ultrapassar Duarte Júnior e Neto Evangelista, duas tarefas espinhosas numa corrida dessa natureza.

As pesquisas do Ibope, da Econométrica e do Prever encontraram cenários parecidos, indicando que mudanças nas posições de frente só se darão em embates titânicos.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Com Covid-19, Rubens Júnior se afasta da disputa, mas mantém planos de campanha

Marcio Jerry, que preside o PCdoB, avisa que campanha de Rubens Júnior será mantida mesmo com o candidato do partido a prefeito em isolamento social 

O afastamento temporário de Rubens Júnior da corrida para a Prefeitura de São Luís, por ter testado positivo para Covid-19, não vai alterar os planos de campanha do candidato do PCdoB. A informação partiu do presidente do partido e principal articulador da campanha, deputado federal Márcio Jerry. Coube a ele fazer o anúncio formal em nome do partido:

– Nosso candidato a prefeito de São Luís, Rubens Júnior, testou positivo para a Covid-19 e está afastado das atividades de campanha, seguindo os protocolos de saúde e sob cuidados médicos em casa. A campanha seguirá dialogando e levando as propostas para nossa São Luís – declarou o presidente do PCdoB.

Essa tomada de decisão significa também que toda a equipe de campanha do candidato permanecerá mobilizada e trabalhando dentro das estratégias já traçadas. E nesse contexto, o candidato a vice-prefeito, vereador Honorado Fernandes (PT), assumirá a agenda do candidato no que for possível.

Rubens Júnior sentiu-se mal no fim de semana e recolheu-se por orientação médica. A confirmação de que está infectado pelo coronavírus veio ontem, por meio de exame que deu positivo. Imediatamente após a confirmação, Rubens Júnior decidiu tornar pública a informação, o que fez nas suas redes sociais:  “Venho aqui informar que testei positivo para Covid. Assim que tive os primeiros sintomas, não participei de nenhum ato de rua ou agenda pública. Hoje tive a confirmação, que trago a público”.

 

Decisões da Justiça podem mudar o curso da disputa em Imperatriz e São José de Ribamar

Ildon Marques e Júlio Matos: sob risco 

Duas decisões judiciais serão decisivas para o desfecho da disputa eleitoral em Imperatriz e São José de Ribamar, os dois maiores colégios eleitorais do Maranhão depois de São Luís.

A primeira diz respeito à candidatura do ex-prefeito de Imperatriz, Ildon Marques (PP). Pressionado por processos na Justiça Eleitoral, os quais já carimbados por condenações, todas questionadas, Ildon Marques se mantém na cena eleitoral por força de liminares, o que não lhe dá garantias plenas de que continuará na disputa, já que sua candidatura foi impugnada por adversários e também pelo Ministério Público Eleitoral. Com Ildon Marques no jogo, o desfecho da eleição majoritária em Imperatriz é rigorosamente imprevisível, por conta da proximidade dele com o prefeito Assis Ramos (DEM), o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB) e o deputado Marco Aurélio (PCdoB). Sem a presença dele, os seus votos serão pulverizados, reforçando as chances dos três candidatos mais fortes. É grande a expectativa sobre o futuro da candidatura de Ildon Marques na Princesa do Tocantins.

Situação parecida está acontecendo em São José de Ribamar. No período de pré-campanha, o prefeito Eudes Sampaio (PTB) parecia caminhar seguro e com folga para a reeleição. De repente, uma decisão do Tribunal de Contas do Estado inocentou o ex-prefeito Júlio Matos (PL) da pendência que o manteve fora de duas eleições como ficha suja tornando-o elegível. Sua entrada na disputa mudou o cenário radicalmente, com ele assumindo a liderança, deixando o prefeito para trás. Tudo caminhava para um equilíbrio, quando outra decisão restaurou sua condição de ficha suja. Ele recorreu e aguarda o pronunciamento da Justiça. Sem Júlio Matos – que continua dizendo que é candidato, mas conhecedores do caso garantem que não é -, o prefeito Eudes Sampaio volta a liderar, agora num clima de incerteza.

Como se vê, decisões aguardadas podem mudar o cenário da disputa nos dois municípios.

São Luís, 06 de Outubro de 2020.

Candidaturas a prefeito e a vereador mostram que nova geração chegou para dar as cartas em São Luís

 

Ester, Bruno, Camila e Artur são bons exemplos na renovação polpitica que está em curso em São Luís, liderada pela nova geração de candidatos a prefeito: Eduardo Braide, Duarte Júnior, Neto Evangelista, Rubens Júnior, Carlos Madeira, Yglésio Moises, Bira do Pindaré, Jeisael Marx, Franklin Douglas, Hertz Dias e Silvio Antônio

O grupo Participa, que integra a corrente petista Construindo um Novo Brasil (CNB), vai participar da eleição para a Câmara Municipal de São Luís com uma “candidatura coletiva”, formada pelos jovens Bruno, Arthur, Camila e Ester. Em meio a outras candidaturas do partido, esse projeto talvez seja o que mais traduza o espírito dessas eleições em São Luís, onde uma nova geração assume de vez as rédeas da política. Os jovens petistas se somarão a muitos outros candidatos jovens lançados pelas mais diversas siglas partidárias, num espectro ideológico que vai da direita à esquerda, a exemplo das candidaturas que se batem pelo cargo de prefeito, como Eduardo Braide (Podemos), Duarte Júnior (Republicanos), Neto Evangelista (DEM), Carlos Madeira (Solidariedade) e Yglésio Moises (PROS), que representam a direita e o centro-direita, e Silvio Antônio (PRTB), voz da extrema-direita;  Rubens Júnior (PCdoB), Bira do Pindaré (PSB) e Jeisael Marx (Rede), representantes da esquerda democrática, Franklin Douglas (PSOL), da esquerda radical, e Hertz Dias (PSTU), da extrema-esquerda. Com exceção de Carlos Madeira, que sexagenário, e Silvio Antônio, que já está nos 50, os demais candidatos estão nas faixas de 30 e 40 anos.

Nunca houve na história da luta pelo poder em São Luís um momento em que a renovação política se deu com tanta amplitude e tanta veemência. Ele traduz processo iniciado em 2012, quando o atual prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), então um jovem deputado federal eleito pelo obscuro PTC, enfrentou e derrotou o então prefeito João Castelo (PSDB), um dos últimos caciques da geração nascida nas décadas finais do século passado. A atual gestão já é parte dessa transição, que se dá também no Governo do Estado, onde, depois de derrotar as forças sarneysistas, o governador Flávio Dino comanda um novo ciclo na política maranhense.

Os jovens que tentam chegar à Câmara Municipal de São Luís são também movidos pelo desafio de promover uma mudança radical no que há de mais superado na política local. Ali, uma meia dúzia de caciques alimenta uma ação política primária, baseada num assistencialismo barato, alimentado por um jogo de toma-lá-dá-cá. Boa parte dos vereadores não tem a dimensão exata do tamanho, da complexidade e importância histórica e estratégica da Capital do Maranhão. Se também não têm essa compreensão, os jovens que tentam entrar nesse colégio privilegiado representam, pelo menos, o potencial da juventude. É, mais ou menos, o que disse o deputado Zé Inácio (PT), principal avalista do grupo de jovens petistas candidatos a vereador: “Eles têm um projeto político coerente para São Luís, pautado em uma relação de respeito e confiança”.

A mesma expectativa se tem em relação aos candidatos a prefeitos. As sabatinas, as declarações eventuais e o que mostraram até agora em proposta para melhorar a cidade revelaram muitas semelhanças. Com posturas que pouco diferem – umas mais maduras, mais equilibradas; outras mais ousadas, mais provocativas – eles têm muitos pontos em comum, que se revelam em frases muito usadas por quase todos: “Vamos cuidar das pessoas”, “Vamos fazer uma gestão transparente” e “Vamos priorizar a educação e a juventude”. E têm emitidos sinais de que saberão o que fazer se chegarem ao gabinete principal do Palácio de la Ravardière.

Os jovens candidatos à Prefeitura de São Luís têm emitido sinais seguidos de que, ao contrário de times de candidatos que participaram de eleições anteriores, eles têm noção clara do que a São Luís de hoje é uma metrópole com 1,1 milhão de habitantes, mais de 400 mil veículos e sistema viário já defasado, quase 300 escolas, um sistema de saúde no limite, no qual o serviço de emergência cobra investimentos, e que tem no seu coração um tesouro arquitetônico colonial português, que traduz a sua rica história e a incluiu entre as raras cidades do mundo classificadas pela ONU como “Patrimônio da Humanidade”. Ou seja, alcançaram o espírito da coisa.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

A tragédia no Mix Mateus: estrutura mal planejada ou acidente causado?

Desabamento de gôndolas de atacarejo pode arranhar a imagem do Grupo Mateus ou a do empresário Ilson Mateus? A resposta será dada pelos peritos da Polícia 

Foi uma tragédia o desabamento das prateleiras do Mix Atacarejo do Grupo Mateus da Curva do Noventa. Uma jovem funcionária de 19 anos, há dois meses na empresa e recém-promovida a assistente de vendas, perdeu a vida e oito pessoas, clientes e funcionários, saíram feridas. Nesse caso, o prejuízo material não conta, independentemente do custo que possa gerar para a empresa. Isso porque pode ter acontecido ali a instalação de uma estrutura mal planejada, sem os necessários cálculos de engenharia de precisão para determinar a relação estrutura-peso; pode ter acontecido um espantoso caso de negligência num ambiente como aquele, frequentado por centenas de pessoas todos os dias; ou… deixa para lá. Peritos da Polícia Civil investigam e dirão se o desabamento foi causado por negligência ou sabotagem.

Chama a atenção que o desastre tenha ocorrido num momento muito especial para esse grupo, que acaba de ser incluído entre os maiores do País na seara das redes regionais de supermercados. São hoje 137 lojas, entre as quais 29 atacarejos – que vendem no varejo e no atacado – iguais ao Mix onde as prateleiras abarrotadas de mercadoria desabaram. Até onde se sabe, é uma empresa preocupada com qualidade do serviço que presta, o que pode ser constatado no cotidiano das suas lojas de supermercado, hipermercados, lojas de vizinhança e de eletrodomésticos e dois gigantescos centros de distribuição.

Impressiona, portanto, a coincidência de que o trágico desabamento tenha se dado no exato momento em que o Grupo Mateus – que nasceu há 34 anos em Balsas e hoje se espalha no Maranhão, Tocantins e Pará, e que ano passado faturou R$ 9,9 bilhões, pagou milhões em impostos e teve lucro líquido de R$ 338 milhões – esteja dando um passo decisivo para assumir o seu tamanho: entrar no mercado de ações para se capitalizar, profissionalizar sua gestão e investir em expansão.

O desembarque na Bolsa de Valores de São Paulo está programado exatamente para este mês, com a oferta inicial de ações no valor total de R$ 4,1 bilhões, dinheiro com o qual pretende investir na sua estrutura e em expansão. A operação vem sendo muito comentada no mercado financeiro, principalmente pelo fato de que está sendo coordenada por ninguém menos que a XP Investimentos, tendo o Bradesco BBI como agente estabilizador, e a participação direta do BTG Pactual, do Itaú BBA, do BB Investimentos, do Santander e do Safra, ou seja, a nata do mercado de capitais brasileiro, uma demonstração de que o Grupo tem lastro para atrair investidores. Situação que, segundo a revista Forbes, deu ao empresário Ilson Mateus, um sujeito de aparência modesta, no fechadíssimo clube dos bilionários brasileiros, com fortuna maior que a de Luciano Hang, o histriônico dono da Havan, uma cadeia de lojas do sul do País.

É improvável que o trágico desabamento do Mix da Curva do Noventa tenha algum impacto negativo no ousado lance de capitação financeira do Grupo Mateus. De qualquer maneira, é urgente que a Polícia Civil, por meio dos seus peritos, descubra e informe ao mundo o que levou as gôndolas ao chão.

 

Flávio Dino reafirma o compromisso da neutralidade na disputa em São Luís

Flávio Dino reafirma neutralidade em SL

Quem esperava que o governador Flávio Dino (PCdoB) quebrasse o compromisso da neutralidade na disputa para a Prefeitura de São Luís esperou em vão. Ele não apenas manteve a palavra, como também sinalizou que estará aberto ao diálogo com o futuro prefeito, independentemente de ele ser ou não da aliança partidária que lidera. E nesse sentido, apontou o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) como um exemplo de gestor aberto ao diálogo, o que facilita a construção de parcerias. O governador resumiu sua posição sobre o assunto com a seguinte mensagem, postado nas suas redes sociais:

“Acompanhei com muita atenção o debate dos candidatos a prefeito de São Luís. Respeito todos os aliados que me ajudaram, em 2018, na eleição para governador. Espero que o próximo prefeito seja alguém que tenha o mesmo espírito de parceria e diálogo do prefeito Edivaldo Holanda Júnior”.

Mais claro, impossível.

São Luís, 04 de Outubro de 2020.

Debate da TV UFMA/BAND foi morno, mas mostrou que candidatos têm bom preparo sobre São Luís

 

Eduardo Braide, Duarte Jr., Neto Evangelista, Rubens Jr., Carlos Madeira, Yglésio Moises, Bira do Pindaré, Jeisael Marx, Franklin Douglas, Hertz Dias e Silvio Antônio saíram-se bem num debate técnico e politicamente morno sobre São Luís

Foi tecnicamente razoável e politicamente morno, com algumas provocações, mas nenhum confronto direto entre os 11 candidatos o debate entre os candidatos à Prefeitura de São Luís realizado pela TV-UFMA em associação com a BAND-MA, iniciado às 22h30m de ontem e encerrado à 1h10m desta madrugada. Com um formato bem amarrado e eficiente, o encontro mediado pelo jornalista Valteno Oliveira, da BAND-Brasília, reuniu Eduardo Braide (Podemos), Duarte Júnior (Republicanos), Neto Evangelista (DEM), Rubens Jr. (PCdoB), Carlos Madeira (SD), Bira do Pindaré (PSB), Jeisael  Hertz Dias (PSTU) e Franklin Douglas (PSOL), que trataram de uma série de temas importantes, como educação, saúde, mobilidade e infraestrutura, mas esqueceram de outros com igual peso, como turismo, o Centro Histórico e as festas populares realizadas a séculos. Todos, a começar pelos mais bem posicionados nas pesquisas, mostraram bom preparo e, mesmo superficialmente, demonstraram saber o que os desafios são enormes, acrescentando um dado importante: Edivaldo Holanda Jr. está realizando esse programa com recursos de um empréstimo – cerca de R$ 300 milhões – e que não haverá dinheiro fácil no próximo governo municipal.

Durante mais de duas horas, todos os candidatos se manifestaram na mesma proporção, com espaço e tempo para apresentar suas principais propostas. Falaram sobre educação, atacando o déficit educacional de São Luís, uns criticando e outros segurando a barra do prefeito Edivaldo Holanda Jr.. Bateram na área da Saúde, cada um prometendo soluções já conhecidas para problemas crônicos, como os da Saúde municipal, e na área de Educação, com todos batendo nos mesmos problemas, mas nenhuma proposta inovadora, algo que chamasse a atenção.

Eduardo Braide, Duarte Jr., Neto Evangelista e Rubens Júnior, que a julgar pelo que têm ditos deixaram no ar a impressão de que estão com a cidade e seus problemas na ponta das suas línguas, mas devido ao tempo curto, não puderam aprofundar na abordagem em nenhum deles. Também não houve oportunidade para que eles fossem provocados entre si na seara política, com poucas estocagens, mas deu para medir bem a preocupação dos quatro em mostrar que estão preparados inclusive para um confronto verbal aberto e perigoso. Na contramão dos quatro, Franklin Douglas provocou a todos com acusações a seus partidos aqui e no plano nacional. Outro provocador foi Silvio Antônio, a voz da direita, que atacou a esquerda e fez questão de se apresentar como candidato do PRTB, “o partido do vice-presidente Hamilton Mourão”, mas no final ninguém teve muita gente

Rubens Júnior, por exemplo, se apresentou como candidato do grupo do governador Flávio Dino e destacou o apoio que recebe do ex-presidente Lula da Silva, sendo os dois líderes as suas referências. Nas considerações finais, disse que não é “produto de marketing” e que tem uma história e tem lado, “que é o lado do governador Flávio Dino”. Eduardo Braide foi extremamente cauteloso, evitando estocar os demais e fazendo um grande esforço para não. Em todas as oportunidades que teve, Duarte Jr. bateu na tecla de que foi menino pobre que vendeu chip de celular na Rua Grande, etc., e que revolucionou o Procon e o Viva Cidadão, exemplo da sua eficiência como gestor público. Neto Evangelista pareceu bem articulado, demonstrando segurança em relação aos temas abordados, tendo no final defendido “a boa política” e a “boa mágica”.

Boa e bem organizada iniciativa, com formato inovador, que permitiu a participação de todos os candidatos na mesma medida, o debate da TV-UFMA/BAND-MA nada “arrancou” dos candidatos, nem azedou o clima entre eles. Mas foi um bom momento da campanha para mostrar que estão preparados para o enfrentamento entre si e para o desafio que será comandar a cidade.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Dino e Holanda Jr. são aprovados pela maioria dos ludovicenses; Bolsonaro chegou perto da aprovação

Edivaldo Holanda Jr. ,Flávio Dino e Jair Bolsonaro são avaliados pelo eleitorado de São Luís em pesquisa

O governador Flávio Dino (PCdoB) e o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT) estão com a bola cheia no conceito da opinião pública da Capital, segundo apurou a Econométrica na pesquisa, em parceria com a TV Guará, realizada para medir a corrida ao Palácio de la Ravardière. O mesmo levantamento mediu a avaliação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)

Ao avaliar Flávio Dino, nada menos que 70,1% dos mil eleitores entrevistados disseram aprovar o Governo Flávio Dino contra 29,6% que responderam que não aprovam, ficando inexpressivos 0,3% que não quiseram ou não souberam responder. Com essa aferição, o governador alcança um patamar de aprovação excepcional, se levada em conta

Já quando a indagação foi a respeito da aprovação ou não da gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, outro resultado largamente positivo: 62,7% positivamente aprovando a gestão, enquanto 36,3% disseram reprová-la, com apenas 1% não querendo nem sabendo responder. Esse resultado coloca o prefeito Edivaldo Holanda Júnior numa posição privilegiada e com uma marca que fará todo sentido em eleições futuras.

Em relação ao presidente Jair Bolsonaro, 47,5% responderam que aprovam seu Governo contra 51,1% que o reprovaram. Esse resultado certamente será comemorado pelo presidente e seus aliados mais fiéis, vez que a aprovação e a desaprovação estão separadas por meros 2,5%, posição bem mais confortável do que a de outras medições

 

João Alberto se candidata e já está em campanha para a Câmara de Bacabal

Depois da tribuna do Senado, João Alberto quer ocupar a tribuna da Câmara de Bacabal

O ex-sindicalista, ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-prefeito, ex-vice-governador, ex-governador e ex-senador João Alberto Souza se impôs o desafio de, aos 85 anos, encarar mais uma vez as urnas em busca do único mandato eletivo que não consta no seu extenso e rico currículo de militante político, o de vereador. Com o mesmo entusiasmo de outros tempos, ele integra a chapa de candidatos do MDB à Câmara Municipal de Bacabal, num exemplo de invejável vitalidade política.

Quando, há alguns meses, anunciou sua intenção de suspender a aposentadoria em relação às urnas, para disputar uma cadeira na Câmara Municipal de Bacabal, muitos acharam – alguns com certo desdém -, que o ex-senador brincava. Estavam errados. Um dos mais ativos militantes políticos do Maranhão nas últimas décadas, com uma carreira vitoriosa – só perdeu três eleições, uma delas para a Prefeitura de São Luís em 1992 -, João Alberto alimenta esse projeto há muitos anos. Seus interlocutores habituais sempre ouviram isso dele.

Já com a candidatura registrada, João Alberto vai concorrer a uma das cadeiras da Câmara Municipal de Bacabal – de onde já foi prefeito – na chapa do MDB sob o número 15555. Seu slogan será “João Alberto, um vereador de respeito”. O ex-governador já está em campanha, apoiando a candidatura do prefeito Edvan Brandão (PDT) e estimulando a chapa de candidatos a vereador do seu partido. João Alberto explica a candidatura a vereador de Bacabal, depois de tudo o que já foi, como uma iniciativa destinada a contribuir com a sua experiência para o bom funcionamento da Câmara bacabalense.

São Luís, 02 de Outubro de 2020.

 

Econométrica mostra Braide na dianteira, Duarte Jr. e Evangelista empatados e Rubens Jr. entrando na briga

 

Eduardo Braide lidera seguido por Duarte Jr., Neto Evangelista e Rubens Jr., que de acordo com a pesquisa Econométrica, entra na briga pela Prefeitura de São Luís

O instituto Econométrica divulgou ontem pesquisa sobre a corrida à Prefeitura de São Luís, feita em parceria com a TV Guará. Os números: Eduardo Braide (Podemos) tem 47,3% das intenções de voto, seguido de Duarte Júnior (Republicanos) com 10,8%, Neto Evangelista (DEM) com 10,6%, Rubens Júnior (PCdoB) com 6%, Bira do Pindaré (PSB) e Adriano Sarney (PV) com 2,6%, Jeisael Marx (PV) com 1,5%, Yglésio Moises (PROS) com 1,2% e Carlos Madeira (Solidariedade) com 1% das intenções de voto – Silvio Antônio (PRTB), Hertz Dias (PSTU) e Franklin Douglas (PSOL) foram citados por menos de 1% dos entrevistados. Um contingente de 8,5% dos entrevistados não soube responder e 6,6% disseram que não votariam em nenhum deles ou anulariam o voto.  Realizada na intensa dinâmica da corrida eleitoral, a pesquisa é um retrato do momento, e traz nos percentuais encontrados informações estridentes, recados e forte sinal de alerta para os candidatos que buscam um segundo turno para um embate final com o candidato do Podemos.

A primeira informação: Eduardo Braide se mantém na dianteira e sua vantagem é larga e consistente, sem tendência de queda, condição que pode levá-lo a liquidar a fatura em turno único, confirmando os desenhos rabiscados por todas as pesquisas realizadas até aqui. A segunda informação: a movimentação entre Duarte Júnior com 10,8%, Neto Evangelista com 10,6% e Rubens Júnior com 6% se dá dentro dos espaços por eles ocupados, atingindo, por exemplo, a Bira do Pindaré, que apareceu empatado com Adriano Sarney, que já não é mais candidato, mas sem qualquer arranhão ou ameaça à posição de Eduardo Braide. A terceira informação: a disputa efetiva parece estar restrita aos quatro primeiros colocados, e mesmo com a vantagem avassaladora de Eduardo Braide, o que está em jogo nessa eleição sugere que muito poderá acontecer nos próximos 44 dias.

O empate entre Duarte Júnior e Neto Evangelista e a subida de Rubens Júnior – em relação à pesquisa Ibope, a mais recente -, indica que haverá uma forte medição de força entre os três, com o empenho dos líderes partidários – o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos) e o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) pelo primeiro, o senador Weverton Rocha (PDT) e o deputado federal Juscelino Filho (DEM) pelo segundo, e o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) pelo terceiro -, que vão jogar pesado para reverter a vantagem de Eduardo Braide, o que tornará a disputa bem mais acirrada. Afinal, trata-se da disputa pela Prefeitura de São Luís, cujo controle tem peso político e eleitoral muitas vezes decisivos nas disputas estaduais.

Um recado eloquente da pesquisa Econométrica: o eleitorado não quer papo nem com a ultradireita, representada por Silvio Antônio, candidato do PRTB, nem com a ultraesquerda, que têm duas candidaturas, a de Franklin Douglas (PSOL) e a de Hertz Dias (PSTU). Outras informações importantes, mas sem qualquer importância no andamento da disputa propriamente dita: a posição surpreendentemente tímida do candidato do PSB, Bira do Pindaré, e o duro e tardio aprendizado político do ex-juiz Carlos Madeira, candidato do Solidariedade. A margem de imprevisibilidade guardada em qualquer cenário eleitoral em evolução recomenda que ninguém bata martelo antes da hora, mas tudo indica que dificilmente Bira do Pindaré e Carlos Madeira conseguirão avançar.

Os demais caminham para completar a experiência.

Em Tempo: A pesquisa Econométrica ouviu mil eleitores em 44 bairros de São Luís entre os dias 20 e 22 de Setembro, foi registrada no TSE com número de identificação MA-06272/2020, tem margem de erro é de 3,1 ponto percentual, para mais ou para menos, e um intervalo de confiança de 95%.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Rejeição da maioria dos candidatos pode ser explicada

A pesquisa Econométrica mediu também a rejeição dos candidatos a prefeito de São Luís. O mais rejeitado foi Adriano Sarney (PV) – que, vale repetir, não é mais candidato. Ele foi rejeitado por 33,2% dos entrevistados, certamente não se tratando de uma situação pessoal, mas reflexo da relação sempre complicada dos Sarney com os ludovicenses. Se permanecesse na disputa e crescesse, continuaria tendo rejeição elevada. Surpreendentes os 27,5% de rejeição de Bira do Pindaré (PSB), se levado em conta o fato de que ele foi fenômeno de votos em São Luís na disputa senatorial seu 2006 e vir se mantendo com boas votações na Capital.

Terceiro mais rejeitado (19,1%), Eduardo Braide forma, dentro da margem de erro, um bloco com Neto Evangelista (18,8%), Rubens Júnior (18%), Jeisael Marx (15,7%) e Duarte Júnior (15,6%). As rejeições nesse grupo podem ser explicadas mais por opção de candidatura do que rejeição propriamente dita. É o caso dos percentuais de rejeição de Yglésio Moises (12,8%) e de Carlos Madeira (11,5%), muito difíceis de explicar, já que um é médico conceituado e o outro é um ex-juiz correto. Silvio Antônio com 7,3%, Hertz Dias com 6,8%, Franklin Douglas com 5,9% são casos de pouca expressão.

Exceto a rejeição de Bira do Pindaré, para a qual não há uma explicação lógica, todos os casos revelados pela pesquisa estão dentro de situação perfeitamente explicáveis.

 

Deputados aprovam projetos importantes, apesar da pressão da campanha

Mesmo com os deputados sob a forte pressão da corrida às urnas nos municípios, a Assembleia Legislativa vem mantendo regularidade no seu calendário de sessões e aprovando matérias importantes. Ontem, o plenário chancelou dois projetos de peso. O primeiro institui o programa “Aluguel Maria da Penha”, que amplia a proteção da mulher em situação de violência. O segundo cria o Instituto Maranhense de Infectologia (IMI).

Daniella Tema indicou Aluguel Maria da Penha, que agora virou lei

Fruto de uma indicação da deputada Daniella Tema (DEM), o projeto do “Aluguel Maria da Penha” foi proposto pelo Poder Executivo e aprovado sem reservas pela Assembleia Legislativa. O programa garante R$ 600,00 durante 12 meses a mulheres vítimas de violência doméstica que estejam impedidas de retomar para seus lares, por risco de sofrer agressões que possam causar morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. O benefício será concedido pelo período de até 12 meses, podendo ser suspenso a qualquer tempo, caso a beneficiária deixe de atender quaisquer dos requisitos necessários para figurar como participante do programa, a exemplo do retorno ao convívio do agressor e da cessação dos efeitos da medida protetiva de urgência. Terão prioridade na concessão do “Aluguel Maria da Penha” as mulheres em situação de vulnerabilidade que possuam filhos menores de idade. A execução do programa será feita por meio da Secretaria de Estado da Mulher (SEMU), que utilizará as Casas da Mulher, bem como os Centros de Referência da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social e das Secretarias Municipais da Mulher e de Assistência Social. Daniella Tema defendeu assinalando um dos motivos que mantêm muitas mulheres em situação de violência doméstica é a dependência financeira, explicando que foi com base nessa realidade que ela fez a indicação ao governador Flávio Dino, que deve sancionar o projeto, transformando em lei. O deputado Roberto Costa (MDB) destacou a iniciativa da deputada Daniella Tema e assinalou: “O ‘Aluguel Maria da Penha’ resgata a dignidade da mulher no instante em que ela mais precisa, por estar enfrentando instabilidade emocional e física, necessitando do aparato do Estado, que passa a ajudá-la nesse momento de grande dificuldade”.

Sob pressão da campanha Assembleia vem atuando e votando matérias de peso

Já a criação do Instituto Maranhense de Infectologia (IMI) se deu pela necessidade de controlar “doenças infectoparasitárias e objetivo prestar assistência, promover a educação e realizar pesquisas relativas a essas doenças no âmbito do Maranhão”. De acordo com o governador Flávio Dino, na mensagem ao Poder Legislativo, “a localização em zona de transição entre a Amazônia, o Sertão Nordestino e o Cerrado, congrega endemias típicas destas regiões, ao lado de doenças infecciosas de caráter cosmopolita, englobando variado grupo de doenças tropicais”. O governador acrescentou: “Objetiva-se com o presente Projeto de Lei criar, no Estado do Maranhão, o Instituto Maranhense de Infectologia – IMI, alterando também a nomenclatura do Centro de Saúde ‘Dr. Genésio Rêgo’, que passará a se denominar Hospital de Doenças Infectoparasitárias ‘Dr. Genésio Rêgo’, ambos vinculados à Secretara de Estado da Saúde”. O IMI deverá desenvolver, dentre outras atividades, pesquisas nas áreas de epidemiologia e da saúde pública, tendo como foco as doenças tropicais e infectoparasitárias em geral, com ênfase nas endemias no Maranhão; e realizar convênios e programas de cooperação com outras instituições de pesquisa, entre nacionais e internacionais”.

São Luís, 01 de Outubro de 2020.