Arquivos mensais: outubro 2019

SD e PL se movimentam para entrar com força na corrida sucessória em São Luís

 

Simplício Araújo e Josimar de Maranhãozinho comandam partidos que podem agitar a corrida sucessória na Capital

Em meio a um roteiro mais ou menos definido por parte dos partidos que de fato dão as cartas no jogo eleitoral maranhense na atualidade, notadamente PCdoB, PDT e MDB, duas agremiações correm por fora para ocupar espaços que podem surpreender com um desempenho razoável nas urnas no ano que vem, o Solidariedade (SD), comandado no estado pelo suplente de deputado federal e atual secretário de Indústria e Comércio Simplício Araújo, e o Partido Liberal (PL), que tem no  comando o deputado federal Josimar de Maranhãozinho. Pelos movimentos que começaram a fazer com mais intensidade nas últimas semanas, as duas legendas deram recados claros de que pretendem entrar de vez para o time de frente da política estadual, disputando grandes prefeituras, a começar pela de São Luís, que será objeto de uma dura guerra eleitoral. Cada um a seu modo, Simplício Araújo e Josimar de Maranhãozinho colocaram em marcha estratégias ousadas mirando as urnas da Capital no ano que vem, começando por tentar atrair candidatos fortes para disputar a sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT).

O SD entrou há pouco no circuito sinalizando fortemente que está em busca de um nome para participar agressivamente da guerra pela Prefeitura de São Luís. Os bastidores sopraram que estão no jogo o juiz federal Carlos Madeira – que se aposentará em dezembro -, e o deputado estadual Yglésio Moises, que caminha para deixar o PDT, e até mesmo o próprio Simplício Araújo, que já teria admitido a hipótese de assumir esse desafio eleitoral caso não encontre um nome à altura do seu partido. Diante do fato de o juiz Carlos Madeiras ser ainda uma incógnita e já ter uma conversa alinhavada com o MDB, todos os sinais apontam para Yglésio Moises, que deve deixar o PDT sem o risco de perder o mandato para ser o candidato do SD. Ele tem se revelado um parlamentar competente em todas as áreas, com personalidade política forte e um potencial eleitoral respeitável em São Luís. Se vier a lançá-lo, o SD jogará uma cartada diferenciada no jogo pelo Palácio de la Ravardière.

O PL, por seu turno, busca um nome de peso para lançar como   candidato à prefeito de São Luís dentro de um projeto maior do seu chefe, Josimar de Maranhãozinho, de se estruturar e, dependendo dos desdobramentos, se colocar como aspirante a governador do Estado em 2022. Josimar de Maranhãozinho tentou atrair o deputado federal Eduardo Braide, mas ele preferiu migrar para o Podemos, deixando o PMN como “reserva técnica” sob o controle do irmão, Fernando Braide. O chefe do PL conversou também com Yglésio Moises, que deve frechar com o SD, e com o deputado Duarte Jr., que estaria tecendo um acordo para migrar do PCdoB para o PRB, comandado pelo deputado federal Cléber Verde e que será o carro-chefe do bem alinhavado   projeto do vice-governador Carlos Brandão para 2022. Ou seja, Josimar de Maranhãozinho enfrenta dificuldades para encontrar um candidato de expressão em São Luís, mas a julgar pelo arrojo da sua ação política, vale aguardar os seus próximos lances.

O que parece claro é que, ao contrário do que indicavam os movimentos iniciais, a corrida para Prefeitura de São Luís será uma disputa muito mais difícil. Isso porque todos os aspirantes já posicionados ou em vias de posicionamento fazem parte de um projeto maior para 2022. O quadro de pré-candidatos formado até aqui – Eduardo Braide (Podemos), Rubens Jr. ou Duarte Jr. (PCdoB), Neto Evangelista (DEM), Bira do Pindaré (PSB), Osmar Filho (PDT) e Jeisael Marx (Rede) – será ampliado com os nomes a serem lançados pelo SD e pelo PL, conforme têm anunciado enfaticamente os seus chefes.

Chama a atenção o fato de a maioria dos pré-candidatos já   definidos pertencerem a partidos que integram a grande aliança comandada pelo governador Flávio Dino. E nesse contexto SD e PL sinalizam ter objetivos bem diferentes. O primeiro parece inclinado a fortalecer a base de apoio do Governo, enquanto o segundo tende a criar as condições para um projeto solo, que não se enquadra exatamente no roteiro político governista para os próximos tempos.

 

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

 

Ao integrar a direção nacional do MDB, Roseana Sarney avisa que não está politicamente aposentada

Roseana Sarney: suspende aposentadoria política e volta à ativa fazendo parte do comando nacional do MDB

A ex-governadora Roseana Sarney será a representante do MDB do Maranhão no comando nacional do partido, que já tem o ex-presidente José Sarney como presidente de Honra, conforme decisão da convenção nacional realizada domingo (6) e que renovou a direção do partido. Roseana Sarney integra o Diretório nacional e foi escolhida para compor o quadro de vogais da Comissão Executiva, instância que de fato dá as cartas no partido, tendo agora o depurado federal paulista Baleia Rossi como chefe maior da agremiação. Ao entrar na direção emedebista, Roseana Sarney emite um forte sinal de que não se aposentou da política. Isso significa que ela está desengavetando algum projeto eleitoral, se não para 2020, mas para 2022, quando poderá ser novamente candidata ao Governo do Estado ou à única vaga de senador. Não faria sentido para ela fazer parte da direção nacional do MDB pela vontade pura e simples de participar da gestão do partido. Os Sarney não fazem política pelo viés da militância idealista, se dando ao partido sem visar retorno político. Sua ação partidária é pragmática, visando resultados políticos. Daí ser óbvio que, ao se integrar ao comando nacional do MDB, a ex-governadora Roseana Sarney avisa, com todas as letras, que está no jogo político estadual, podendo retomar o caminho das urnas em 2022.

 

Othelino Neto critica em podcast itens da Reforma da Previdência “prejudiciais aos brasileiros”

Othelino Neto: críticas fortes a itens mantidos na Reforma da Previdência

Na décima edição do podcast “Diálogo com Othelino”, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), criticou a manutenção, pelo Senado, do que apontou como “itens prejudiciais aos brasileiros”, no projeto de Reforma da Previdência. Um deles foi o redutor previdenciário, por meio do qual pensionistas poderão receber até metade do valor original da pensão. “Se o redutor da previdência for aprovado também em segundo turno, vai fazer com que muitos pensionistas recebam menos que um salário mínimo. Como sobreviver desta forma?” – questionou. Ele elogiou os senadores maranhenses Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (Cidadania) por terem votado contra esse e outros itens que, na sua avaliação, comprometem o futuro de várias faixas de aposentados. “Eles votaram respeitando o eleitor e a favor dos destaques que retirariam esses itens que prejudicam a população”, enfatizou. Na sua avaliação, o presidente da Assembleia Legislativa faz uma crítica indireta ao senador Roberto Rocha (PSDB), que votou com a base governista.

No podcast, que vem se transformando numa marca da sua ação política, o presidente da Assembleia Legislativa destacou a homenagem, de sua autoria, ao cantor e compositor Zeca Baleiro, com a concessão da Medalha do Mérito Legislativo Manoel Beckman, e da Medalha João do Vale, concedida por iniciativa da deputada Daniella Tema (DEM), além de registrar outras iniciativas do parlamento.

São Luís, 08 de Outubro de 2019.

Vice leal e atuante, Brandão amplia espaço e caminha para ser o candidato natural à sucessão de Dino

 

Carlos Brandão (d) e Flávio Dino: relação de parceria fica mais sólida a cada dia

De todos os atuais governadores, Flávio Dino (PCdoB) é, de longe, o que tem o vice mais aliado, mais confiável, mais integrado ao Governo e o politicamente mais bem articulado. Político traquejado, Carlos Brandão (PRB) vem tendo atuação efetiva e, às vezes, decisiva nas entranhas do Poder Executivo estadual, também operando como articulador. E com lastro sólido dentro do grupo governista, que reúne 16 partidos, Carlos Brandão começa a sair de uma posição atuante, mas discreta, para se colocar em espaço destacado do cenário político, cumprindo uma agenda intensa de inaugurações, representações, articulações, compromissos que lhes são delegados pelo governador Flávio Dino. Sempre medindo cuidadosamente cada passo, e lembrando que ainda é muito cedo para definições relacionadas com a sucessão do governador Flávio Dino, o vice-governador admite que seu projeto é candidatar-se à sucessão, e não esconde que já está trabalhando politicamente nessa direção, mas com o cuidado de não atropelar o processo nem criar embaraços para o governador. É nesse contexto que o vice-governador é hoje o nome da situação para 2022.

Aos 60 anos, Carlos Brandão tem se mostrado um político hábil e muito experiente. Esse lastro o tornou “um vice ideal”, que atua rigorosamente de acordo com o titular e não conspira. Ao mesmo tempo em que cumpre tarefas políticas, administrativas e de representação que lhe são dadas pelo governador Flávio Dino, o vice-governador dá sequência a um roteiro próprio, que inclui conversas com deputados estaduais e federais, prefeitos e   vereadores, junto aos quais atua para viabilizar o seu projeto político cujo ponto alto será sua candidatura ao Governo do Estado.

– Se eu vier a assumir o Governo, serei candidato, porque só terei dois caminhos: cumprir o mandato e vestir o pijama ou lutar para me reeleger. Decidi pela candidatura – diz, com visível convicção de que pode chegar lá.

Cada movimento seu é muito bem pensado. E isso acontece por causa da rica experiência que acumulou como secretário de Meio Ambiente, de Articulação Política e chefe da Casa Civil no Governo José Reinaldo Tavares, coordenador de campanhas  majoritárias, dois produtivos mandatos de deputado federal e quase cinco anos como vice-governador. No posto atual, já assumiu o Governo em várias oportunidades, e foi escalado pelo governador Flávio Dino para incursionar em mais de 20 países – fez seis viagens à China, por exemplo – em busca de investidores para o Maranhão. Avalia os resultados como positivos, principalmente com os chineses.

– Me sinto preparado para qualquer desafio – diz ele, com segurança e garantido pelo abrangente e profundo conhecimento que tem do Governo, da máquina administrativa, da situação fiscal, das dificuldades financeiras impostas pela crise que prejudica o País e pelas filigranas que geram tensões na seara política. Afirma, com visível autoridade, que, apesar das imensas dificuldades que enfrenta, o Maranhão é um estado financeiramente equilibrado, que paga a folha em dia, cumpre obrigações e faz investimentos. Elogia o arrojo do projeto do governador Flávio Dino, chamando atenção para duas dezenas de novos hospitais, três dezenas de restaurantes populares, duas dezenas de escolas de tempo integral e centenas de Escolas Dignas, além dos Iemas. E afirma estar preparado para dar continuidade a esse projeto.

Carlos Brandão não se ilude com a ideia de que o Governo lhe cairá no colo. Sabe que tem concorrentes na própria base governista, como o senador Weverton Rocha (PDT), que não esconde o seu projeto de chegar ao Palácio dos Leões, e o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), que também ensaia candidatura. Sabe que haverá disputa, mas acredita que uma boa articulação política pode produzir um grande acordo que lhe assegure a vez. E descarta, com certa aspereza, a ideia de trocar o processo natural de assumir o Governo em abril de 2022 e se tornar candidato natural à sucessão por uma vaga no Tribunal de Contas. “Isso nem pensar”, afirma, ratificando o projeto de candidatura. Mas com a postura de que tudo isso está condicionado a um fator decisivo: “A palavra final sobre tudo isso será a do governador Flávio Dino, que é o nosso líder”.

 

 PONTO & CONTRAPONTO

 

Edivaldo Jr. só vai falar sobre a sua sucessão no ano que vem

Edivaldo Holanda Jr.: agenda de trabalho adia para depois debate sucessório na Prefeitura de São Luís

Muitos observadores estão estranhando o silêncio do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT) em relação à sua sucessão. Ele, de fato, tem se mantido distante dos movimentos de candidato a candidato que ocorrem dentro e fora do seu partido. E isso tem uma explicação: no momento, está no comando do mais arrojado programa de obras da Prefeitura de São Luís nos últimos tempos. Seu envolvimento com o programa de ação é tamanho que ele reprogramou sua rotina de modo a dedicar a maior parte do seu tempo ao acompanhamento das obras, correndo a cidade de uma ponta a outra todos os dias. Além das inspeções cumprindo também agenda de inaugurações, a exemplo de uma praça inaugurada ontem com a presença do vice-governador Carlos Brandão. Aos mais próximos, Edivaldo Holanda Jr. diz que não é ainda hora para entrar nesse debate e que o momento é para os aspirantes – no caso o vereador-presidente Osmar Filho e o deputado estadual Yglésio Moises – tentarem se viabilizar e ganhar o aval do partido. O prefeito dá indicações de que só entrará nesse debate no início do ano que vem. E ponto final.

 

Na real: PDT não vai expulsar Gil Cutrim e outros deputados que votaram pela Reforma da Previdência

Gil Cutrim fica no PDT 

O PDT não deve punir com expulsão os deputados federais, entre eles o maranhense Gil Cutrim e a paulista Tábata Amaral, um dos fenômenos das eleições de 2018, pelo fato de terem eles votado a favor das Reforma da Previdência. Em parte influenciado pelo senador Weverton Rocha, que não gostou da atitude dos parlamentares, mas não é a favor da expulsão, o comando nacional do partido teria decidido que seria burrice política perder seis cadeiras na Câmara Federal, já que a expulsão nesse caso não devolveria os mandatos ao partido. O deputado Gil Cutrim revelou-se coerente nesse episódio. Ele ignorou a orientação do partido e votou a favor da Reforma da Previdência, manteve seu voto, se defendeu argumentando a necessidade da Reforma e não se retratou. Mais do que isso, tem dito a quem quiser ouvir que nada fez de errado e que votará de novo a favor quando o projeto retornar à Câmara Federal. E tudo indica que que fará o que diz e continuará no partido, sem maiores problemas.

São Luís, 06 de Outubro de 2019.

Movimentos para debater acordo sobre Alcântara estão retardando a entrada do Brasil num negócio bilionário

 

Base de Alcântara garantirá a participação do Brasil num negócio bilionário

A Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara Federal aprovou nova visita técnica à Base de Alcântara de membros da Subcomissão Permanente que cuida da avaliação e acompanhamento do Acordo de Salvaguarda Tecnológica (AST) firmado entre Brasil e Estados Unidos como base para futuros acordos comerciais entre os dois países para lançamento de foguetes norte-americanos à partir do território maranhense, considerado o melhor local do planeta para essa atividade essencial da indústria espacial. No requerimento que a propôs, o presidente da Subcomissão Permanente, deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), avisa: “Vamos manter este debate, independentemente do curso que tenha a tramitação do AST aqui na Casa, com a sua aprovação ou não”. E justifica a iniciativa: “Há um passivo de décadas com as comunidades tradicionais e quilombolas, há uma expectativa da comunidade científica brasileira no Maranhão, de modo que precisamos manter o diálogo vivo”.

A preocupação do deputado Márcio Jerry faz todo sentido. O problema é que movimentos como esse acabam produzindo questionamentos a respeito de temas já superados, como a suspeita infundada de que o AST pode conter “brechas” que fragilizem a soberania nacional, como levantou a honorável deputada Luiza Erundina (PSB-SP). A preocupação do deputado federal Márcio Jerry com o passivo social nascido quando se fincou a primeira estaca para delimitar a área da Basa de Alcântara, ainda nos anos 70 do século passado, e o temor da ex-prefeita de São Paulo quanto à soberania nacional são manifestadas, porém, num contexto de um debate já superado em torno do AST, um conjunto de regras de salvaguarda relacionadas com uso de tecnologia e procedimentos, que nada tem a ver com as duas preocupações acima. O texto em tramitação no Congresso Nacional já foi lido e relido milhares de vezes, nada tendo sido encontrado como ameaça à soberania nacional, exatamente por se tratar de um documento técnico e de procedimento técnico. A polêmica se dá porque, mesmo tendo sido elaborado do Governo FHC (PSDB), contestado nos Governos Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT) e retomado e recebido versão final no Governo Michel Temer (PMDB), foi firmado entre os presidentes Jair Bolsonaro (PSL) e Donald Trump, dois chefes pouco confiáveis.

Ao condicionar o apoio ao Acordo e aos contratos que dele virão à solução da questão fundiária de comunidades tradicionais e quilombolas situadas no entorno da área da Base de Alcântara é incluir na pauta um problema social que ela não comporta. Afinal, esse é um problema interno, de responsabilidades dos nossos Governos, dos nossos políticos, e nada tem a ver com um acordo de natureza técnica para lançamento de foguetes da Base de Alcântara.

O problema é que, mesmo todos declarando-se favoráveis ao uso comercial da Basa de Alcântara, esse puxa-encolhe está retardando a entrada efetiva do Brasil, via Base de Alcântara, num mercado que movimenta hoje nada menos que US$ 5,5 bilhões e em franca tendência de crescimento. Os EUA já firmaram esse tipo de acordo com a Índia, Nova Zelândia e Cazaquistão, que já começaram a ganhar dinheiro com aluguel dos seus espaços e ninguém nesses Países reclamou de qualquer vírgula dos ASTs de lá. Os riscos à soberania nacional é coisa do passado, pois um País como o Brasil, uma democracia sólida, não negociará sua soberania, mesmo tendo um Governo cujo presidente se conduz de maneira quase serviu ao colega norte-americano.

Vale chamar a atenção para o que diz o diretor do Instituto InfoRel de Relações Internacionais e Defesa, Marcelo Rech:

— O acordo tem preocupação com a transferência de tecnologia para fins não pacíficos, ou seja, estamos falando em não proliferação. Por outro lado, vai nos possibilitar a ampla exploração comercial do Centro Espacial de Alcântara, que nos dará a possibilidade de retorno financeiro para que possamos reinvestir no programa espacial brasileiro. A salvaguarda tecnológica assegura a proteção da propriedade intelectual dos países parceiros, especialmente dos Estados Unidos, e abre espaço para entendimentos que envolvem transferência tecnológica — muito embora não sirva de garantia de que isso ocorrerá. Não será arranhada a soberania brasileira, já que militares e técnicos do Brasil terão acesso e controle ao que for feito pelos americanos, em igualdade de condições”.

E acrescenta já falando do negócio bilionário que pode ser proporcionado por Alcântara e que o Brasil já está perdendo:

— A ideia é estabelecer várias plataformas de lançamento em Alcântara que serão alugadas não apenas para os EUA, mas para todos os países que tenham interesse. Alcântara já poderia ter cinco ou seis plataformas operacionais.

É hora, portanto, de fazer a coisa funcionar concretamente. O Brasil, o Maranhão, Alcântara e os quilombolas precisam desse bem único que a natureza deu ao País.

PONTO & CONTRAPONTO

 

MP fez justa homenagem à Constituinte Estadual

O Ministério Público comemorou ontem os 20 anos da Constituição do Estado de 1989, homenageando alguns ex-deputados que participaram da Constituinte Estadual, entre eles Carlos Guterres (PMDB) – que abandonou a política após o Governo Cafeteira -, Gastão Vieira (PMDB) – que se manteve na seara política e acabou ministro do Turismo do Governo Dilma Rousseff e hoje suplente no exercício do mandato de deputado federal – e Juarez Medeiros (PSB) – que largou a política depois de ser deputado estadual e vice-prefeito de São Luís e entrou para o Ministério Público por concurso e nele está até hoje. E Conceição Andrade (PSB), que foi a única mulher na Constituinte maranhense e que depois foi a prefeita de São Luís tendo Juarez Medeiros como vice.  Os quatro tiveram participações importantes na elaboração da Carta maranhense.

Mas a Constituição do Maranhão teve alguns parlamentares com atuações importantes, entre eles dois foram destaques no processo. Começa com o então presidente da Assembleia Legislativa e da Constituinte, deputado Raimundo Leal (PFL), que comandou o processo com habilidade, acalmou ânimos, conduziu entendimentos e esvaziou crises. Um dos políticos mais importantes do seu tempo, o então deputado José Bento Neves (PFL), profundo conhecedor do Direito e democrata convicto, foi um dos arquitetos da versão estadual da Constituição Cidadã. E entre eles, um não deputado, o então advogado Mílson Coutinho, que assessorou a Mesa Diretora e foi principal redator da Carta do Maranhão – anos depois virou desembargador, presidiu o Tribunal de Justiça.

 

Neto Evangelista acertou em cheio com a homenagem a Thaynara OG

Thaynara OG entre Neto Evangelista, autor da homenagem, e o presidente Othelino Neto, que comandou a sessão com a presença de grupos como o Boi da Maioba

A maré alta das homenagens na Assembleia Legislativa teve outro momento de pico ontem, com a entrega da Medalha do Mérito Legislativo João do Vale à influenciadora digital Thaynara Oliveira Gomes, mais conhecida como Thaynara OG, concedida por iniciativa do deputado Neto Evangelista (DEM). Uma homenagem absolutamente justa, a começar pelo fato de que a influenciadora digital maranhense está muito acima da média desses fenômenos de popularidade nas redes sociais no Brasil. Ao contrário da esmagadora maioria da turma da sua geração, Thaynara OG é uma jovem advogada, formada pela UFMA, nascida de uma família vinculada à magistratura, e que tinha como objetivo inicial prestar concurso para a Defensoria Pública, quando foi “tragada” pelo universo digital, no qual entrara por mera diversão. Tornou-se um fenômeno com milhões de seguidores, assumindo assim a imensa responsabilidade de se conduzir com inteligência e equilíbrio, realizando um trabalho “do bem”, numa seara também invadida por oportunistas e exploradores da vulgaridade. Thaynara OG tornou-se uma referência no universo digital, por meio do qual leva o Maranhão e sua cultura aos todos os cantos do planeta. Uma boa iniciativa do Poder Legislativo.

São Luís, 05 de Outubro de 2019.

Falta um ano para a corrida eleitoral que renovará prefeituras e câmaras e desenhará o quadro político para 2022

 

Márcio Jerry, Weverton Rocha, Roberto Rocha e Roberto Costa comandarão a corrida eleitoral ano que vem

Daqui a exatamente um ano (04/10/2020), os mais de 4,5 milhões de eleitores maranhenses irão às urnas para eleger 217 prefeitos e 2.320 vereadores, numa eleição que muitos apontam como decisiva para o futuro político do Maranhão, que será desenhado na corrida eleitoral de 2022. O processo eleitoral que começa nesta sexta-feira será diferenciado por várias situações. A primeira é que o PCdoB, que elegeu 46 prefeitos em 2016, vai brigar para se manter como partido majoritário, o mesmo acontecendo com o PSDB, que foi o segundo (29), com o PDT, que saiu das urnas com o terceiro maior número de prefeitos (28), seguido do MDB (22). Nesse contexto, vem a indagação: o PDT conseguirá se manter no comando da Prefeitura de São Luís? Qual será o desfecho da corrida às urnas em Imperatriz, Timon, Caxias e São José de Ribamar, os quatro maiores depois da Capital? São situações que, dependendo das escolhas a serem feitas pelo eleitorado, poderão influenciar forte e decisivamente o desenho político que será feito pelo mesmo eleitorado nas eleições gerais de 2022.

No cenário geral, há uma nítida corrida do PCdoB, comandado pelo deputado federal Márcio Jerry, para manter a condição de maior partido, conquistada nas eleições de 2016. Nesse contexto, o PSDB, segundo mais forte naquele ano, parece fora do páreo decido às nítidas contradições produzidas na gestão do senador Roberto Rocha e que, segundo observadores atentos, dificilmente repetirá o desempenho de 2016. Há ainda o PDT, com a intensa política de expansão colocada em prática pelo presidente estadual, o senador Weverton Rocha, que não medirá esforços para fortalecer o partido visando a corrida sucessória no Governo do Estado em 2022.  Em meio a essa disputa entre grandes partidos, o MDB se mobiliza para retomar pelo menos parte do espaço que perdeu nos últimos tempos.

Pelo que está sendo desenhado, a grande disputa da guerra eleitoral nos municípios se dará em São Luís, onde o PDT não tem nome de peso para brigar pela sucessão do prefeito pedetista Edivaldo Holanda Jr., e o PCdoB trabalha com duas opções, o deputado federal Rubens Jr. e o deputado estadual Duarte Jr., o primeiro com forte lastro políticos e precisando se viabilizar eleitoralmente, e o segundo com força eleitoral, mas carecendo de um suporte político. Qualquer que seja o escolhido, ele enfrentará o deputado federal Eduardo Braide (Podemos), o grande favorito, segundo todas as pesquisas feitas até aqui, e nomes com cacifes respeitáveis, como o deputado federal Bira do Pindaré (PSB) e o deputado estadual Wellington do Curso (PSDB). Também na disputa o deputado estadual Neto Evangelista (DEM), o vereador-presidente Osmar Filho (PDT), o deputado estadual Yglésio Moises (PDT), o jornalista Jeisael Marx (Rede) e o deputado estadual Adriano Sarney, que se anuncia candidato do PV. O MDB procura um nome, podendo contar com o juiz José Carlos Madeira – que também conversa com o Solidariedade – e a arquiteta Kátia Bogea, ambos ainda sem partido. O fato é que Eduardo Braide ameaça a continuidade do grupo governista em São Luís.

Em Imperatriz, o prefeito Assis Ramos, que se elegeu pelo MDB, agora está no DEM e, dizem, poderá desembarcar no PSL, avisou que é candidato à reeleição, devendo enfrentar dois pe4sos pesados, o deputado Marco Aurélio (PCdoB), apoiado pelo palácio dos Leões, e o ex-prefeito Ildon Marques (PP), podendo encarar também o ex-prefeito Sebastião Madeira, o que torna aquela disputa imprevisível. Em outro clima, Caxias mais uma vez repetirá medição de forças do bem avaliado prefeito Fábio Gentil (PRB), aliado ao ex-prefeito Paulo Marinho (MDB), com o Grupo Coutinho, que tem quatro pré-candidatos, entre eles a deputada Cleide Coutinho (PDT). E em São José de Ribamar, o prefeito Eudes Sampaio (PTB) caminha livre para a reeleição, já que até agora não surgiu um nome com cacife para enfrentá-lo.

Marcadas exatamente para daqui a um ano, as eleições municipais deverão desenhar o cenário político em que se dará a grande disputa de 2022.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Márcio Jerry diz que concluiu de Sérgio Moro com Deltan Dallagnol “fulminou” a Lava Jato

Sérgio Moro e Deltan Dallgnol afundaram a Lava Jato, segundo Márcio Jerry

“Não é o Supremo Tribunal Federal que pode ‘fulminar’ a Lava Jato. Quem a fulminou mortalmente foram os abusos e ilegalidades da dupla Sérgio Moro e Deltan Dallagnol”. O comentário, feito em tom de alerta, partiu ontem do deputado federal Márcio, vice-líder do PCdoB na Câmara Federal, ao avaliar o desgaste corrosivo que enfrenta a Operação Lava Jato com a revelação de abusos e parcialidade praticados pelo procurador-chefe da força-tarefa Deltan Dallagnol e pelo juiz Sérgio Moro, que atuaram em nítido conluio, conforme as mensagens reveladas pelo portal The Intercept. Márcio Jerry fez o comentário após decisão do STF de que réu terá sempre o direito de defesa após ser alvo de delação. O entendimento pode anular condenações por erros da Lava Jato. Agora, os ministros da Suprema Corte vão delimitar o alcance da sua decisão, que foi questionada por apoiadores do Governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). As revelações do The Intercept são tão graves e nocivas que o ministro Gilmar Mendes classificou de promiscuas. Para ele, integrantes da força-tarefa agiram como “gangsters”, que usaram prisões provisórias como “instrumento de tortura” para obter delações. Ao analisar esse contexto, o deputado Márcio Jerry concluiu: “A revelação dos abusos da Lava Jato envergonha aqueles que a defenderam cegamente. Com a desculpa de combater a corrupção cometeram ilegalidades e instrumentalizarem o Ministério Público e a Justiça Federal para fazer a maior armação política da história do Brasil”.

O deputado Márcio Jerry fala com propriedade, porque essa é a verdade que vem se impondo, apesar de algumas vozes ainda teimarem em não reconhecê-la.

 

Eduardo Braide reedita com Hilton Gonçalo parceria na campanha para Prefeitura

Eduardo Braide e Hilton Gonçalo reeditam aliança que os uniu em 2016

Não surpreendeu a anunciada aliança entre o deputado federal Eduardo Braide (Podemos) e o prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (sem partido) visando a eleição para a Prefeitura de São Luís. Para começar, a aliança na verdade é a reedição de uma parceria feita em 2016, quando Eduardo Braide disputou o cargo com o prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT). Naquela corrida eleitoral, Hilton Gonçalo, então filiado ao PCdoB e ainda se apresentava como integrante do grupo liderado pelo governador Flávio Dino, contrariou a cúpula da campanha do pedetista ao declarar apoio à candidatura de Eduardo Braide, e mais do que isso, atuar como coordenador da sua campanha. Não se sabe qual foi peso real da participação de Hilton Gonçalo na votação do então candidato do PMN ao Palácio de la Ravardière, recebida pelo candidato a prefeito de São Luís, mas não há como desconhecer que ele teve papel importante na surpreendente votação de Eduardo Braide., que levou a eleição para o segundo turno e chegou a ameaçar o projeto de reeleição de Edivaldo Holanda Jr.  Mas, a julgar pelo desempenho que ele conseguiu em Santa Rita, onde teve uma votação superlativa, e pela eleição da sua mulher, Fernanda Gonçalo (PMN), na vizinha Bacabeira, Eduardo Braide o quer de novo como coordenador. E pelo visto, vai tê-lo no posto, mesmo sendo ele provavelmente candidato à reeleição em Santa Rita, tendo também de cuidar da reeleição da consorte em Bacabeira.

São Luís, 04 de Outubro de 2019.

MDB se organiza para disputar prefeituras e eleger bancadas fortes de vereador em todo o estado

Roberto Costa: comando temporário e determinação de unir o MDB antes das eleições municipais do ano que vem

Depois de passar por uma longa fase de assimilação e superação das perdas que sofreu nos últimos tempos e de ter feito uma avaliação isenta do seu papel no cenário político do Maranhão, o MDB começa a se preparar para as eleições municipais do ano que vem com o propósito de dar a volta por cima. O objetivo é recuperar pelo menos parte do espaço perdido nas eleições recentes. Um dos itens principais do seu projeto é disputar as eleições em São Luís com uma chapa forte de candidatos a vereador e, no plano majoritário, brigar pela Prefeitura lançando um candidato de peso, que no momento está entre o juiz federal José Carlos Madeira, que se aposentará em dezembro, e a arquiteta Kátia Bogea, atual presidente nacional do Iphan. O partido também vai entrar na disputa em grandes e pequenos municípios, a começar por Imperatriz, onde pretende concorrer com candidato próprio ou numa aliança em torno de um candidato forte.

No comando dessa operação está o vice-presidente do partido, deputado Roberto Costa, que aos poucos vem assumindo responsabilidades no partido, articulado com o presidente, ex-governador João Alberto, efetuando uma lenta, cuidadosa, mas   efetiva transição. No plano interno, Roberto Costa pretende atuar para juntar todas as forças do partido, de modo a definir um discurso único para que o MDB vá às urnas com uma identidade forte.

O projeto do MDB em São Luís começa com a formação de uma chapa representativa de candidatos a vereador. O partido não está em busca de medalhões que apenas buscam a soma de votos para garantir eleição. Aposta num grupo bem equilibrado de candidatos, pretendendo fazer uma campanha proporcional forte em busca de pelo menos três cadeiras na Câmara Municipal. “Queremos candidatos emedebistas, que, se eleitos, sejam vereadores emedebistas”, avisa Roberto Costa, para quem é inaceitável políticos que detêm mandatos, mas não têm qualquer traço de identidade partidária. “O MDB que estamos reorganizando é um partido com cara, com programa, com discurso e com identidade. E também com comando sério e determinado a resgatar ao máximo o espaço do partido no Maranhão”, acrescentou Roberto Costa, que se encontra no comando interino do partido e vai representa-lo neste fim de semana na convenção nacional da agremiação, em Brasília.

O passo mais ousado que o MDB pretende dar nas eleições do ano que vem é lançar um candidato diferenciado à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT). Avaliou muitas possibilidades e vem fechando o processo de escolha em torno de dois nomes. O primeiro é o juiz federal José Carlos Madeira, que se aposentará daqui a dois meses e nas diversas conversas que teve com comando emedebista, reafirmou sua disposição de filiar-se ao partido se receber a garantir de que terá vaga de candidato a prefeito. Filho de São Luís e respeitado como um magistrado sério, José Carlos Madeira estaria convencido de que, se eleito prefeito, poderia realizar um grande trabalho a favor de São Luís, mesmo não tendo vivência em cargo executivo. Roberto Costa garante que o MDB está de braços abertos para Antônio Carlos Madeira.

O dirigente emedebista admite também articulações no sentido de atrair a arquiteta Kátia Bogea para os quadros do partido, podendo viabilizar sua candidatura ao Palácio de la Ravardière. A atual presidente nacional do Iphan teria, em princípio, reagido negativamente à ideia de entrar na disputa, mas depois, estaria aberta a conversas sem compromissos sobre o assunto. Com visão larga sobre São Luís, principalmente sobre o Centro Histórico, onde vem trabalhando há anos em obras de restauração, e agora, comandando um grande investimento de recuperação e modernização do Centro da Capital, como a remodelação da Praça Deodoro e da Rua Grande, a experiente arquiteta estaria disposta a conversar sobre candidatura. “Para nós será uma honra. Ela será muito bem-vinda”, diz Roberto Costa, que se mostra disposto a levar esse projeto em frente.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Roberto Rocha uniu o SD ao atacar Simplício Araújo

Roberto Rocha uniu o SD ao atacar o presidente Simplício Araújo

O senador Roberto Rocha (PSDB) conseguiu uma façanha inacreditável ao atacar, com fortes agressões verbais, o secretário de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, que é também presidente do Solidariedade no Maranhão, num entrevero protagonizado por eles em rede social por causa de diferenças sobre a produção maranhense de cerveja de mandioca. Primeiro, ao disparar contra o secretário, o senador uniu o braço maranhense do partido, contrariando a imagem de dispersão que, via de regra, marca os grupos partidários. Numa reação em cadeia, os deputados Helena Duailibe, Rildo Amaral e Fernando Pessoa, que formam a bancada do Solidariedade na Assembleia Legislativa, incorporaram o espírito partidário e saíram em defesa do presidente do partido, algo pouco comum na cena política estadual. Helena Duailibe saiu da sua habitual postura comedida e conciliadora e criticou com firmeza a atitude do senador, cobrando dele prudência e equilíbrio. Já Rildo Amaral bateu forte, sugerindo ao senador Roberto Rocha que “procure tratamento”. Fernando Pessoa também usou palavras duras contra o senador tucano. Em apoio, reforçaram a reação o deputado Yglésio Moyses (PDT) e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), que também foi severo com o senador. Não bastasse a reação dos deputados do SD e aliados em defesa do secretário Simplício Araújo, o senador Roberto Rocha encarou outra situação desagradável: nenhuma voz do PSDB maranhense se levantou em sua defesa. O deputado Wellington do Curso, por exemplo, que não perde oportunidade para criticar o Governo do PCdoB, fazendo seu papel de Oposição, ficou em silêncio no episódio, que causou grande mal-estar no ambiente político estadual.

 

Candidato do Rede, Jeisael Marx entra na corrida à Prefeitura como um fato novo

Jeisael Marx (d) entra no Rede e será candidato com o apoio de Fauzi Beydum

O jornalista Jeisael Marx entra definitivamente no cenário da corrida à Prefeitura de São Luís como um dos quatro aspirantes com situação partidária definida e vaga de candidato garantida. Ele de fato obteve o aval da cúpula nacional do Rede para ser   candidato à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT), contando para isso com o apoio decisivo e entusiasmado do presidente da sigla no Maranhão, o cantor e compositor Fauzi Baydum, apontado inicialmente como o nome a ser lançado.

A candidatura de Jeisael Marx pelo Rede foi um lance muito bem concebido. Para começar, ele entra na disputa com a vantagem de representar um partido limpo, sem vícios, e com ideologia (centro-esquerda), doutrina (fazer política com correção, conforme prega sua criadora Marina Silva) e programa (batalhar pela preservação ambiental e brigar por melhoria das condições de vida de todos, especialmente os excluídos). E a julgar pelo discurso de Jeisael Marx como jornalista militante, os três itens se encaixam perfeitamente na sua visão como político.

Ao sair candidato pelo Rede, fugindo de partidos tradicionais e de siglas caça-níqueis, Jeisael Marx entra na disputa como o que se poderá chamar de “novo”. Com isso, ele entra com uma vantagem excepcional, que se aproveitada com inteligência política, o que ele parece ter se dobra, a julgar pelo que demonstrou até aqui.

São Luís, 03 de Outubro de 2019.

Um dos grandes da MPB e ícone da cultura maranhense, Zeca Baleiro é homenageado pela Assembleia Legislativa

 

Zeca Baleiro,ostentando as duas medalhas, entre Flávio Dino, Othelini Neto e Daniella Tema. E agradecendo a homenagem fazendo o que sabe: cantando suas músicas

Das homenagens prestadas recentemente pela Assembleia Legislativa a personalidades maranhenses com a concessão das suas duas comendas, a Medalha do Mérito Legislativo Manoel Beckman – que reconhece o homenageado pelos bons serviços prestados ao Maranhão e ao País – e a Medalha do Mérito João do Vale – que destaca as ações do homenageado no plano cultural -, poucas foram tão justas e acertadas como a dedicada ao cantor e compositor Zeca Baleiro. A primeira comenda foi concedida por iniciativa do presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB), a segunda partiu da deputada Daniella Tema (DEM), e ambas as propostas foram aprovadas por unanimidade. A festa cultural em que se transformou a sessão especial de ontem expressou o acerto das concessões. Festejado pelos autores e seus pares, pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e por amigos, admiradores e familiares, Zeca Baleiro, um artista pouco afeito ao formalismo, não escondeu a satisfação de ser distinguido na instituição, principalmente pelo fato de que, mais do que um cantor e compositor, é reconhecido como um artista engajado e, em boa medida, um ativista político pela via cultural.

Convidado a saudá-lo, o governador Flávio Dino destacou o ato e justificou a homenagem, dando a dimensão de Zeca Baleiro, sua arte e sua postura no universo cultural do País e do Maranhão:    “A Assembleia, ao homenagear a cultura do Maranhão por intermédio destas duas referências – as medalhas Manuel Beckman e João do Vale -, presta um serviço a toda a população maranhense, porque nós sabemos que a cultura, na verdade, é sinônimo de vida. E Zeca Baleiro é um desses ícones, um desses símbolos, não só da atual geração de artistas maranhenses, mas da força da cultura do nosso Estado”. O governador falou com a autoridade de quem é seu contemporâneo e viveu as lutas políticas e culturais das quais Zeca Baleiro emergiu como um talento diferenciado no seio de uma geração de artistas como Joãozinho Ribeiro, por exemplo, e com uma postura de não-alinhamento ao poder de então.

Ao homenageá-lo, os deputados Othelino Neto e Daniella Tema sabiam que estavam destacando um artista maior, um ícone da Música Popular Brasileira de raiz maranhense. Na sua fala, o presidente foi preciso: “Estas homenagens são mais do que merecidas pela importância que Zeca Baleiro tem para a cultura do Brasil, especialmente do Maranhão”. E em seguida, a deputada assinalou: “É uma homenagem mais do que merecida em razão   dos relevantes trabalhos prestados pelo artista à cultura maranhense e ao Brasil, através da sua musicalidade e da sua poesia”. Os dois parlamentares expressaram, de maneira simples e objetiva, um sentimento que certamente domina todos os maranhenses, independentemente de cor, raça, credo, posição política e identidade cultural. Isso porque não existe, hoje, nenhum maranhense que, por mais distante que esteja do mundo da música, desconheça a existência de Zeca Baleiro, que não tenha ouvido pelo menos uma das suas centenas de composições.

Mais do que cantor e compositor, Zeca Baleiro é um militante cultural. Navega na poesia, na crônica, no teatro e, mais recentemente, surpreendeu as crianças com um musical a elas dedicado, e se mantém engajado com o incentivo a projetos de resgate social pela via da cultura. Tem posições claras na seara política, que expõe na forte crítica social contida em grande parte da sua produção musical – o disco feito em parceria com o ícone cearense Fagner é um soco no estômago suportado por uma beleza musical rara. Nesse universo, Zeca Baleiro há muito ultrapassou a fronteira dos que buscam um lugar ao sol. Sua obra, mais madura e requintada a cada disco, continua se avolumando, reforçando a sua condição artista consagrado. A homenagem de ontem na Assembleia Legislativa só reforça essa verdade indiscutível.

E foi nesse contexto que Zeca Baleiro declarou sentir-se lisonjeado com o gesto dos deputados Othelino Neto e Daniella Tema, e estendeu seus agradecimentos a toda a Assembleia Legislativa. “Sinto-me muito honrado e emocionado por esta importante homenagem aqui no Maranhão, nossa terra querida, diante de uma legião de amigos que conquistei ao longo de toda a minha vida. Sinto-me imensamente feliz e lisonjeado por essa dupla homenagem”, declarou. E foi aplaudido por parceiros de geração ali presentes, como os compositores Joãozinho Ribeiro, Josias Sobrinho – ícones como ele -, e amigos consagrados como a compositores Patativa e Nosly Marinho e o poeta Fernando Abreu, entre outros. Não podia ser diferente.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Pesquisa de julho mostrou Braide disparado na liderança da corrida à Prefeitura e Duarte Jr. em segundo

Eduardo Braide lidera corrida com ampla folga seguido por Duarte Jr.

Os números de uma pesquisa do instituto DataIlha divulgados ontem pelo blog Maramais e reproduzidos por vários outros blogs sobre quem é quem na fase de predefinição dos nomes que disputarão a Prefeitura de São Luís em 2020 chamam a atenção em alguns aspectos.

O primeiro é a liderança avassaladora do deputado federal Eduardo Braide (Podemos), que vai de 61,34% a 83,79% da preferência do eleitorado, dependendo do quadro de concorrentes, indicando que, se a eleição fosse agora, ele venceria em turno único, sem maiores problemas. O segundo ponto é a posição do deputado Duarte Jr. (PCdoB) em segundo lugar, variando de 14,45% a 16,43%, dependendo do cenário, o que o torna, pelo menos até aqui, o principal adversário de Eduardo Braide. E o terceiro é a “arrancada” do deputado federal Bira do Pindaré (PSB), que desponta em terceiro lugar, com mais de oito pontos percentuais em todos os cenários em que aparece. Surpreende a posição de Jeisael Marx (Rede), que aparece em três cenário. E o último ponto é a inexplicável não-inclusão do deputado estadual Wellington do Curso (PSDB), o que torna o levantamento pouco confiável, principalmente no que diz respeito às posições intermediárias, como as de Duarte Jr., Bira do Pindaré e Neto Evangelista (DEM), que chega também a 8% dependendo do cenário.

E o dado mais importante, além dos percentuais: segundo o próprio blog Maramais, a pesquisa teria sido realizada entre os dias 05 e 08 de Julho e teria ouvido 961 eleitores em 61 bairros o que significa uma defasagem de dois meses, sendo, portanto, uma informação de referência, mas que, provavelmente, não traduz a realidade do momento.

Os cenários:

Cenário 1

Eduardo Braide 61,34%, Duarte Jr. 14,45%, Bira do Pindaré 8,24%, Adriano Sarney 4,44%, Neto Evangelista 3,93%, Jeisael Marx 3,55%, Osmar Filho 2,79% e Rubens Jr. 1,27%.

Cenário 2 (Sem Jeisael Marx e Rubens Jr.)

Eduardo Braide 62,71%, Duarte Jr. 15,33%, Bira do Pindaré 8,56%, Neto Evangelista 5,36%, Adriano Sarney 4,85% e Osmar Filho 3,19%.

(Sem Osmar Filho)

Eduardo Braide 70,30%, Duarte Jr 16,43, Neto Evangelista 6,57%, Adriano Sarney 4,34% e Rubens Jr. 2,37%.

Cenário 4 (Sem Duarte Jr., Bira do Pindaré, Jeisael Mar e Osmar Filho)

Eduardo Braide 83,79%, Neto Evangelista 8,11%, Adriano Sarney 4,62% e Rubens Jr. 3,50%.

Vale aguardar um novo levantamento.

 

PT vai concluir neste mês processo de escolha dos seus dirigentes no Maranhão

Honorato Fernandes e Augusto Lobato serão confirmados no Maranhão e apoiarão são reeleitos e votarão pela reeleição de Gleisi Hoffman para presidente nacional do PT

O PT deve concluir neste mês o processo de escolha dos seus dirigentes no Maranhão. Pelos resultados ainda não oficializados do Processo de Eleição Direta (PED), os dirigentes municipais já foram escolhidos, tendo o vereador Honorato Fernandes sido confirmado no comando do partido em São Luís. Até o final deste mês, o PT realizará o processo de escolha da direção estadual, tudo indicando que o atual presidente, Augusto Lobato, continuará presidente da agremiação petista. Vencida a etapa estadual, os petistas maranhenses partirão para participar, por meio dos delegados escolhidos no PED, da eleição da direção nacional. E tudo indica que Augusto vai liderar a representação maranhense com a orientação de reeleger a agora deputada federal Gleisi Hoffmann para a presidência do partido, contra a corrente que vai tentar emplacar Fernando Haddad no comando do partido.  Em resumo, o PT maranhense vai continua sendo comandado pelo pessoal da tendência Construindo um Brasil Novo (CBN) que tem o ex-presidente Lula da Silva como líder máximo.

São Luís, 02 de Outubro de 2019.

Othelino Neto motiva interação entre Assembleia e Câmaras Municipais e amplia espaço na política estadual

 

Othelino Neto fala a vereadores do Mearim e Médio Mearim durante encontro regional realizado em Esperantinópolis

Na estrutura parlamentar brasileira, deputados federais, deputados estaduais e vereadores, ao contrário do que muitos imaginam, não mantêm uma relação direta e permanente de entrosamento e intercâmbio, atuando quase como segmentos estanques e com poucas ligações. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), pôs em marcha um projeto, ao mesmo tempo abrangente e audacioso, de estreitar o relacionamento institucional e político da Assembleia Legislativa com as Câmaras Municipais. Na semana que passou, ele se reuniu com vereadores de Imperatriz e Pinheiro, que estiveram no Palácio Manoel Beckman, e participou, em Esperantinópolis, de um encontro com dezenas de vereadores do Mearim e Médio Mearim. Ontem, na 9ª edição do podcast “Conversa com Othelino”, o chefe do Poder Legislativo destacou essa maratona de encontros, nos quais, afirma, trocou informações sobre a situação dos municípios e sobre as prerrogativas do parlamento nos seus três níveis.

– Os vereadores estão mais próximos das pessoas e vivenciam mais diretamente os seus problemas. Por seu intermédio, nós somos informados do que acontece nos municípios e podemos agir em busca de soluções, que é a nossa obrigação como representantes do povo – explicou o chefe do Poder Legislativo, em tom quase didático.

Político da nova geração e com visão aguda sobre a realidade política, social e econômica do Maranhão, que na sua opinião encontra-se em processo de transformação, o presidente da Assembleia Legislativa acredita que o estreitamento das relações institucionais de deputados estaduais e vereadores pode contribuir decisivamente para melhorar o desempenho do parlamento. Ele está convencido de que essa troca de informações levará à melhoria da ação institucional dos parlamentos estadual e municipal, por acreditar que, isolados, cumprem seus papéis, mas sem a abrangência nem a dinâmica do que uma atuação entrosada.

– Nosso objetivo é estarmos mais próximos das cidades.  Os vereadores, no seu dia a dia, estão mais próximos das pessoas do que os deputados estaduais. Quando a gente se encontra, se aproxima, troca informações, recebe reivindicações trazidas pelos vereadores, são grandes as vantagens. Primeiro porque fortalece o parlamento, que consegue mostrar a sua importância para a sociedade, e depois porque nós, a partir dessa aproximação, conseguimos ter mais informações sobre o que está acontecendo nos mais diversos municípios do Maranhão. Afinal de contas, é nas Câmaras Municipais e na Assembleia Legislativa que de fato a sociedade está mais bem representada na sua maior diversidade, com vereadores e deputados de origens política e ideológicas diferentes, crenças diferentes e posicionamentos políticos e partidários diferentes. Ou seja, o parlamento é o retrato mais fiel de um município e de um estado – assinalou o presidente.

Com iniciativas como essa, que começou a ganhar corpo com a instalação de uma sala para vereadores num dos anexos do Palácio Manoel Beckman, e com a deflagração do programa “Assembleia em Ação”, cuja abertura aconteceu em Balsas, no mês passado, o presidente Othelino Neto imprime à Assembleia Legislativa uma dinâmica mais intensa e diferenciada. Por meio dela, acentua ainda mais o caráter essencialmente político da instituição legislativa. O movimento, que já tem outras ações programadas para as próximas semanas, reforça também a posição dos deputados, que precisam construir e manter pontes com as bases que representam. O deputado Marco Aurélio (PCdoB), por exemplo, liderou o grupo de vereadores de Imperatriz na incursão pelo parlamento, enquanto a deputada Thaiza Hortegal (PP), juntamente com o prefeito Luciano Genésio (PP) acompanhou os vereadores de Pinheiro na ida ao parlamento estadual.

Ao elaborar e colocar em prática projetos como esse, que posicionam a Assembleia Legislativa num espaço institucional e político bem mais abrangente, o presidente Othelino Neto salta da política pontual e limitada para uma ação em raio bem maior. Seus movimentos ganham visibilidade mais ampla, credenciando-o para desafios políticos e eleitorais de natureza majoritária.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Pedrinhas: além de Rodrigo Janot, Roseana teve conversas difíceis com Dilma Rousseff e José Eduardo Cardozo

Rodrigo Janot revela que teve conversa difícil com Roseana Sarney por causa da situação em Pedrinhas

Não surpreendeu a revelação do ex-procurador geral da República (PGR), o quase homicida Rodrigo Janot, de que travou uma conversa dura com a então governadora Roseana Sarney (MDB) em 2013, no período em que o Complexo Penitenciária de Pedrinhas estava, de fato transformado numa sucursal do inferno devido a algumas rebeliões que resultaram na morte de dezenas de detentos, alguma brutalmente degolados. Essa conversa complicada e de tom elevado ecoou nos bastidores do Palácio dos Leões e “vazou”, sem detalhes, para fora das paredes palacianas. Rodrigo Janot teria jogado duro como que responsabilizando Roseana Sarney pela barbárie ocorrida em Pedrinhas. Ela teria reagido em tom estridente e seco, primeiro contestando informações de um relatório de inspeção feita pelo Ministério Público Federal segundo as quais as condições no presídio seriam desumanas, criando as condições para rebeliões. Além disso, a governadora também teria criticado a maneira como o PGR teria entrado no assunto, como se tentasse tentando intimidá-la. O certo é que, segundo o que vazou à época, o tempo fechou na linha telefônica, a governadora falou grosso, dizendo que não aceitava ser pressionada naquele tom nem com base em informações de um relatório que ela desconhecia. O PGR respondeu em voz alta. Mas terminaram a conversa em clima mais ameno, com ela reconhecendo problemas e informando que estava trabalhando para resolvê-los. Rodrigo Janot também revelou que tentou intimidar Roseana Sarney insinuando que já teria minutado um pedido de intervenção no Maranhão por causa de Pedrinhas. Era blefe, já que ele saberia que, por mais grave que fosse a situação no complexo penitenciário, tal pedido não seria acatado pelo Supremo Tribunal Federal. É sabido ainda que naquele período a governadora Roseana Sarney teve conversas nada agradáveis com a presidente Dilma Rousseff (PT) e com o ministro da Justiça de então, José Eduardo Cardozo. No mesmo tom que mantivera com o presidente Fernando Henrique Cardoso, em março de 2002, no momento em que agentes da Polícia Federal invadiam os escritórios da Lunus, numa ação controvertida que a tirou da corrida para a Presidência da República.

 

Helena Duailibe crítica Roberto Rocha por agressões a Simplício Araújo e ninguém sai em defesa do tucano

Helena Duailibe critica Roberto Rocha por ofensas a Simplício Araújo em rede social

A agressão verbal e a ameaça de agressão física feitas pelo senador Roberto Rocha (PSDB) ao secretário de Estado de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, a quem chamou de “fdp” por conta de crítica que ele fizera ao que seria um comentário desinformado do líder tucano no Senado em relação à política tributária estadual, que teria desmotivado a implantação de uma fábrica de cervejas no Maranhão, repercutiu, ontem, na Assembleia Legislativa. O imbróglio dominou parte da sessão,  iniciando pela deputada Helena Duailibe (Solidariedade), que saiu em defesa do secretário Simplício Araújo e fez duras, mas civilizadas, críticas ao senador. O pronunciamento da deputada motivou uma série de apartes, todos favoráveis a Simplício Araújo. O que chamou a atenção foi o fato de que nenhum deputado saiu em defesa do senador Roberto Rocha, tendo o episódio demonstrado de que o tucano vive um visível processo de isolamento na política maranhense.

São Luís, 01 de Outubro de 2019.