Arquivos mensais: outubro 2019

Assembleia Legislativa faz dos 30 anos da Constituição um grande ato em defesa da democracia

 

Acima Othelino Neto e José Gentil exibem a Carta modificada elaborada pela comissão formada por neto Evangelista, Zé Inácio e Glaubert Cutrim. No meio: os constituintes homenageados, e embaixo: Gastão Vieira, Carlos Guterres, Zé Gentil e Neto Evangelista falam sobre a Carta

A Assembleia Legislativa comemorou ontem os 30 anos da Constituição do Estado do Maranhão, promulgada no dia 5 de outubro de 1989, um documento histórico com 276 artigos no corpo principal e 48 artigos no Ato das Disposições Transitórias como ato final da Assembleia Estadual Constituinte, instalada em 1988. Ao mesmo tempo, lançou nova versão da Carta Magna estadual, anotada com 81 emendas, nenhuma delas relacionadas com os princípios que, inspirados na Carta Magna Federal, asseguram o pleno Estado Democrático de Direito. A sessão especial comemorativa reuniu 26 dos 42 ex-deputados constituintes, como Carlos Guterres, que foi 1º vice-presidente daquela Assembleia, e representante de alguns já falecidos, entre eles o deputado Ivar Saldanha, seu presidente, e o relator, deputado Raimundo Leal. Foram recepcionados pelo presidente Othelino Neto (PCdoB), idealizador do ato, e pelo deputado Zé Gentil (PRB), o único constituinte exercendo mandato no Poder Legislativo estadual. Na sua fala, o presidente da Assembleia Legislativa destacou: “É um momento histórico. Enquanto alguns ousam insultar a Constituição e o direito de obedecê-la, é essencial que enfatizemos a importância do respeito à Constituição Estadual e à Constituição Federal como pilares principais do Estado Democrático de Direito”.

Foi um ato político diferenciado, que motivou tanto os constituintes maranhenses quanto os deputados da atual legislatura. Afinal, o que estava na ordem do dia era a consolidação do conjunto de regras que garantem o Brasil como um estado democrático, onde os Poderes são independentes e harmônicos e as liberdades são plenamente asseguradas, dando sentido e garantias à cidadania, e o Maranhão como estado membro da Federação. Quando redigiram a Carta maranhense, tendo como base a Carta nacional, os deputados da legislatura 1987/1990 eram políticos com muitas e profundas diferenças entre si, na sua maioria jovens, saídos de uma ditadura militar que durara duas décadas e liquidara a vida política e partidária nacional e, mesmo os mais experientes, não sabiam muito bem o que fazer. O desafio de escrever a nova Constituição ao Maranhão os colocou na realidade política, social e econômica crua e desafiadora. Na palestra que fez, o constituinte estadual e hoje deputado federal Gastão Vieira (PROS) fez um relato do que foi a Assembleia Estadual Constituinte, que de um início trepidante, ganhou personalidade e deu conta do recado. O   mesmo fizeram Carlos Guterres e Zé Gentil, todos falando em nomes dos seus colegas constituintes.

No roteiro, o deputado Neto Evangelista (DEM) discursou como presidente da comissão especial – integrada também pelos deputados Glaubert Cutrim (PDT) e Zé Inácio (PT) – que revisou e acrescentou as emendas, montando uma versão atualizada da Carta maranhense. Os constituintes de 1988 receberam como brinde exemplares da Carta atualizada, e junto com eles placas alusivas à participação de cada um na elaboração da primeira versão. As duas gerações avaliaram que, como a federal, a Carta maranhense tem imperfeições, que poderão ser corrigidas num processo permanente de revisões e ajustes, como os feitos até aqui. Na sua fala de encerramento, o presidente da Assembleia Legislativa definiu com precisão as contradições:

– Nós, do Poder Legislativo, não temos nem a pretensão da unanimidade, porque a unanimidade é a antítese do que representa o Parlamento. Nós precisamos, no Brasil, nessa quadra histórica saber, sobretudo, respeitar as diferenças. Entender que as diferenças não nos tornam inimigos. Este é um momento de desagravo à nossa Constituição e de defesa do Estado Democrático de Direito, e nele o Maranhão é um exemplo para o Brasil de relação harmônica e respeitosa entre os Poderes.

Em meio a discursos entusiasmados, com trechos de otimismo quanto ao futuro, mas também de crueza em relação a desafios como o de vencer a pobreza e tornar o Maranhão um estado mais rico e mais justos, ficou mais do que claro que, mesmo levando em conta as diferenças políticas e ideológicas dos deputados de ontem e dos de agora, o sentimento dominante é o de que o bem mais precioso do Brasil e do Maranhão atuais é a democracia garantida pelas Cartas Magnas.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Nove constituintes não foram à Assembleia Legislativa para os 30 anos da Carta

Ricardo Murad, Emanoel Viana e Conceição Andrade, que tiveram participação importante na Constituinte, não foram à sessão solene

Algumas ausências foram notadas e comentadas e outras nem tanto na sessão solene da Assembleia Legislativa que comemorou os 30 anos da Constituição do Estado do Maranhão. Por motivos diversos, não compareceram:  Ricardo Murad, que presidiu o Legislativo antes da instalação da Assembleia Estadual Constituinte e teve forte influência na elaboração da Carta;  Conceição Andrade, única mulher constituinte estadual, também influenciou fortemente na Carta, tanto que saiu com prestígio suficiente para se eleger prefeita de São Luís em 1992; José Gerardo Abreu, teve influência modesta na Constituinte, mas saiu do circuito político ao cair na malha dura da CPI do Crime Organizado que sacudiu a política maranhense nos anos 90; Emanoel Viana, que por seus conhecimentos jurídicos e por sua disposição para o confronto verbal foi um dos mais ativos membros da Constituinte; Pontes de Aguiar, uma das raposas mais tarimbadas da política estadual à época, atuou politicamente na elaboração da Carta; Daniel Silva, que teve participação tímida, mas tinha força política por ser irmão do então influente deputado constituinte federal Davi Alves Silva; José Genésio, que teve participação modesta no processo; Júlio Monteles, que foi um dos mais ativos articuladores políticos daquele período; Petrônio Gonçalves, um jovem médico de Açailândia, que teve atuação modesta na elaboração da Carta.

 

Registro

Caxias perde Jacques Inandy Medeiros e Pedro Carneiro, duas grandes referências em fidalguia e militância cultural

Jacques Medeiros e Pedro Carneiro: grandes caxienses que partiram

A Coluna registra com muito pesar duas perdas, que mergulharam Caxias num forte sentimento de perda. Partiram dessa dimensão o médico-veterinário e professor Jacques Inandy Medeiros e o capitão do Exército e professor Antônio Pedro Carneiro, aos 88 anos, personalidades ímpares, esculpidas pela fidalguia, pela decência, pela cultura e pela dedicação pessoal e profissional ao coletivo. Numa infeliz coincidência, ambos faleceram na noite de quarta-feira (16), o primeiro em São Luís, o segundo em Caxias.

Jacques Inandy Medeiros dedicou sua vida ao magistério e ao serviço público, foi diretor do BEM e concentrou suas atividades na Universidade Estadual do Maranhão (Uema), alcançando o topo como reitor. Sempre ligado a Caxias, para onde se deslocava sempre que conseguia algum tempo, para lá se mudou com a aposentadoria. Ali, no cultivo de estreita relação com amigos de diferentes gerações, dedicou-se às atividades culturais, com enfoque na pesquisa histórica e literária, contribuindo fortemente para o resgate da riqueza literária e histórica da Princesa do Sertão, exercendo ali o cargo se secretário municipal de Cultura. Seu trabalho cultural foi concentrado na Academia Caxiense de Letras, da qual foi um dos fundadores e presidente por vários anos, atuando como referência intelectual e líder de um momento de efervescência cultural que a cidade vem alimentando nos últimos tempos, produzindo várias obras de pesquisa histórica. Dedicado, atencioso e cordial, Jacques Inandy Medeiros formou ao longo da vida uma verdadeira legião de amigos, aos quais dedicou parte da atenção que o identificou também como chefe de família exemplar. Uma o perda como poucas para a cidade, para os muitos amigos e para seus familiares.

Capitão do Exército, Antônio Pedro Carneiro personificou para várias gerações de caxienses o militar firme e correto como comandante, por décadas, do Tiro de Guerra de Caxias, onde deu formação militar básica a muitos dos seus conterrâneos. Além do militar dedicado, Pedro Carneiro ganhou o respeito da sociedade caxiense no exercício do magistério como professor de Língua Inglesa e de Educação Física. Nesse mister, foi vice-diretor e Diretor do Colégio Diocesano, mantido pela Diocese de Caxias, lecionando também em outras escolas caxienses. A disciplina militar e a curiosidade cultural o tornaram um estudioso da história e da literatura. Com essa base tornou-se um dos fundadores da Academia caxiense de Letras, da qual foi presidente. Pedro Carneiro foi uma referência das mais destacadas na cidadania caxiense, respeitado e admirado principalmente pelos que estiveram sob sua orientação militar e na condição de seus alunos.

Por laços de família, obrigações escolares e relações de amizade, o titular da Coluna teve convivência estreita com Jacques Inandy Medeiros e Antônio Pedro Carneiro, os quais reverencia lamentando profundamente a sua partida.

São Luís, 18 de Outubro de 2019.

 

Eleição de Joaquim Figueiredo para o TRE indicou “racha” no Pleno do TJ com candidatura de Ângela Salazar

Eleição de José Joaquim Figueiredo dos Anjos para o TRE perdeu força com a votação de Ângela Salazar, cuja candidatura evidenciou divisão no TJ

Numa das decisões colegiadas mais surpreendentes dos últimos tempos, o Tribunal de Justiça elegeu ontem o seu atual presidente, desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos, para integrar o Tribunal Regional Eleitoral no biênio 2020/2022. Ao contrário da maioria das eleições passadas para o comando da Justiça Eleitoral, decididas quase sempre por acordos nos bastidores, garantindo ao presidente do TJ do momento a vaga na Corte Eleitoral e, via de regra, o cargo de presidente, por larga maioria de votos, às vezes por aclamação, a eleição desta quarta-feira revelou que os desembargadores estão divididos. Com a participação de 28 dos 30 desembargadores, a eleição teve o seguinte resultado: 17 votos a favor do presidente José Joaquim Figueiredo dos Anjos e 11 votos para a desembargadora Ângela Salazar, cuja candidatura não estava prevista. Independentemente da motivação da desembargadora Ângela Salazar, que justificou sua candidatura como uma homenagem às mulheres que integram o TJ – são apenas cinco desembargadoras -, fato é que, mesmo com troca de “confetes” entre os dois, o resultado do pleito tirou o brilho da eleição do presidente, e mostrou, com clareza solar, que o Pleno do TJ está “politicamente” rachado.

Os sintomas dessa divisão vêm sendo evidenciados há tempos, tendo iniciado com a eleição do desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos, que se deu dentro de um “acordão” que alterou o sistema de rodízio. Mais recentemente, outras decisões ali tomadas com relação à composição do comando do Poder Judiciário evidenciaram anormalidades nas relações internas. A primeiro foi a inesperada e atípica manobra por meio da qual o presidente José Joaquim Figueiredo dos Anjos, cujo mandato se encerraria em dezembro deste ano, teve sua presidência esticada para até maio do ano que vem. Nenhuma das explicações dadas para a decisão foi inteiramente absorvida. Na semana passada, num gesto que surpreendeu meio mundo, o atual corregedor geral da Justiça, desembargador Marcelo Carvalho, divulgou nota anunciando que, ao contrário do que manda a tradição, não concorrerá ao cargo de presidente na eleição que ocorrerá em dezembro. É provável que as três “coisas” nada tenham a ver umas com as outras, mas é possível que tais fatos sejam consequências da divisão que se instalou no Pleno do Tribunal de Justiça.

No que respeita ao episódio de ontem, por mais que a desembargadora Ângela Salazar reafirme que sua candidatura à vaga no comando da Justiça Eleitoral tenha sido um gesto de homenagem às mulheres magistradas, a impressão causada pela sua candidatura não prevista à vaga do TRE/MA é a de que ela resultou de um movimento contrário à ida do presidente José Joaquim Figueiredo dos Anjos para a Justiça Eleitoral. Não faz sentido que numa decisão desse porte, 11 dos 28 desembargadores presentes à sessão administrativa tenham votado em Ângela Salazar numa manifestação coletiva de homenagem às mulheres desembargadoras. A manifestação do presidente eleito para a vaga na Justiça Eleitoral saudando a “democracia” que move o TJ e agradecendo “a Deus” pela eleição, e também a declaração da desembargadora se dizendo despida de vaidade e que pretendeu tão somente demonstrar a representatividade das mulheres amenizaram o clima da disputa não prevista, mas não obscureceram o fato de que a cúpula do TJ está dividida. Isso porque é lógico concluir que pelo menos parte dos desembargadores que votaram em Ângela Salazar votaram na verdade contra Joaquim Figueiredo.

É provável que o desfecho desse “racha” aconteça na eleição do novo comando do Poder Judiciário, em dezembro. Com a decisão do desembargador Marcelo Carvalho de não concorrer à presidência, a disputa se dará entre os desembargadores Lourival Serejo e a desembargadora Nelma Sarney, que já foi excluída de outras eleições e, ao que tudo indica, jogará todo peso do seu prestígio numa espécie de cartada decisiva para chegar ao comando Poder Judiciário. Pelo que tem sido demonstrado até agora, as forças contrárias à sua candidatura são bem mais poderosas do que as forças que a apoiam, indicando que os ventos sopram a favor do desembargador Lourival Serejo, atual vice-presidente da Corte. Mas pelo que corre nos bastidores, a desembargadora Nelma Sarney está determinada a pagar para ver.

O resultado do pleito de ontem, surpreendente em todos os aspectos que via de regra envolvem eleições no Tribunal de Justiça do Maranhão, indicou que poderão acontecer surpresas na eleição do próximo presidente do Poder Judiciário.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

DESTAQUE

Único constituinte na atual Assembleia, Zé Gentil distribuiu cópias da Carta Magna que ajudou a elaborar

Único constituinte na atual Assembleia Legislativa, Zé Gentil, ao lado do presidente Othelino Neto, distribuiu exemplares da Carta maranhense a colegas deputados

Único constituinte estadual com mandato na atual Assembleia Legislativa, o deputado Zé Gentil (PRB) surpreendeu seus colegas com a distribuição de exemplares da Constituição do Estado do Maranhão que ajudou a elaborar. O seu gesto reforçou o clima de otimismo para a sessão especial de hoje, para celebrar os 30 anos da Carta Magna estadual, agendada pelo presidente Othelino Neto (PCdoB). Aos 79 anos, com o lastro de três mandatos cumpridos entre 1987 e 1999, e com o privilégio de ter participado da Assembleia Estadual Constituinte, ao lado de políticos destacados como Zé Bento Neves, Raimundo Leal, Bete Lago, Juarez Medeiros, Carlos Guterres e Conceição Andrade, entre outros, Zé Gentil retornou à Assembleia Legislativa na eleição de 2018, após duas décadas afastado da vida parlamentar estadual. Quase “oitentão” num plenário estão dando cartas políticos de novas gerações, Zé Gentil tem atuado como uma referência, muitas vezes atuando como moderador, aqui e ali mediando conflitos pela via segura da sua vasta experiência na seara política estadual. E com uma responsabilidade a mais: apoiar a caminhada do seu filho, Fábio Gentil (PRB) no comando da prefeitura de Caxias, hoje o quarto maior e mais importante município maranhense, centro político de peso e desafiador para qualquer liderança. Provavelmente motivado pela sua vivência e, por isso mesmo sabedor da necessidade as novas gerações conhecerem cada vez mais os seus direitos como cidadãos, Zé Gentil tomou a saudável iniciativa de distribuir exemplares da Carta Magna do Maranhão na rede escolar. Uma iniciativa que coroa, em definitivo, a sua condição de constituinte estadual.

 

Bolsonaristas estariam preparando nova investida para tirar Chico Carvalho do comando do PSL

Chico Carvalho

Expectativa forte no braço maranhense do bolsonarismo. Corre nos bastidores que bolsonaristas estariam preparando mais uma tentativa de tirar o vereador Chico Carvalho do comando do PSL no estado. O “golpe” estaria dentro de uma estratégia por meio da qual a turma comandada pelo Palácio do Planalto, de olho nos R$ 350 milhões do Fundo Partidário, entrará em ação se o presidente Jair Bolsonaro conseguir expurgar o deputado federal por Pernambuco Luciano Bivar da presidência nacional do partido, numa operação que está causando um grande racha na agremiação. Ciente de que seu comando está sob risco, o presidente Chico Carvalho – uma raposa tarimbada que já resistiu a outras investidas de bolsonaristas – estaria se preparando para enfrentar a nova tentativa de golpe. Um detalhe que alivia a tensão é que, se não conseguir expurgar Luciano Bivar da direção nacional e ficar partidariamente desmoralizado, Jair Bolsonaro e sua tropa migrará para uma das cinco legendas que, segundo assessores seus, lhe teriam oferecido abrigo. No caso maranhense, a julgar pela inexpressividade política dos bolsonaristas, Chico Carvalho dificilmente perderá o comando do PSL.

São Luís, 17 de Outubro de 2019.

Articulações e pesquisas não divulgadas agitam bastidores políticos para a sucessão de Flávio Dino

 

Weverton Rocha e Carlos Brandão: operando0 para fortalecer cacife com vistas à sucessão de Flávio Dino

Depois de algumas semanas concentradas na corrida às prefeituras, principalmente a de São luís, nas eleições do ano que vem, o motor das especulações políticas se volta para a sucessão do governador Flávio Dino no pleito de 2022. O mote para a retomada é uma suposta pesquisa cujos números apontaria a posição de prováveis candidatos ao palácio dos Leões, com enfoque especial sobre dois nomes: o senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (PRB). Os dois são apontados como prováveis dois aspirantes que se baterão pelo voto na corrida ao Governo do Estado. Tal especulação estimula uma movimentação fora de época, mas demonstra que não existe ainda um posicionamento sobre sucessão dentro da aliança siderada pelo governador Flávio Dino e que os movimentos registrados aqui e ali são fruto da iniciativa dos interessados, não constituindo ainda o que poderiam ser considerados atos de campanha.

Não há, na seara política maranhense, nenhuma dúvida que Weverton Rocha e Carlos Bandão são candidatíssimo à vaga de candidato situacionista à sucessão do governador Flávio Dino. Não há dúvida também que os depois já têm suportes na base governista e que trabalham fortemente para reunir apoios na classe política, principalmente entre os prefeitos, que na avaliação de todos os observadores são a chave para um bom desempenho de um candidato a governador.

O senador Weverton Rocha tem dito, oficialmente, que ainda é cedo e que sua ação política neste momento está voltada para alcançar resultados com sua atuação no Congresso Nacional. Mas todos os seus movimentos têm traços fortemente políticos voltados para a corrida sucessória de 2022. Um exemplo são suas investidas no interior em busca de candidatos fortes a prefeito, de modo a sair das eleições municipais com um grande número de prefeitos. Nessa maratona, vem contando com o auxílio político do presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem). Além do mais, Weverton Rocha trabalha com afinco para ser o nome da aliança de 16 partidos que hoje segue a orientação do governador Flávio Dino. O senador pedetista sabe que tem força para pleitear a vaga de candidato do grupo, mas sabe também que seu peso político será medido depois das eleições municipais, nas quais espera eleger um grande número de prefeitos aliados. Um dos testes à sua posição será a prefeitura de São Luís, hoje controlada pelo PDT. Se eleger um prefeito pedetista, terá seu cacife fortalecido; se não, correrá o risco de perder força na corrida ao Governo do Estado.

O vice-governador Carlos Brandão passa por um processo semelhante. Refeito do tombo partidário que sofrera com a perda do PSDB, que ajudou a fortalecer nas eleições de 2016, Carlos Brandão tem hoje bate forte no PRB. O vice-governador consolidou posição de homem de confiança do governador Flávio Dino, que o tem prestigiando designando-o para tarefas as mais diversas, que vão desde participação em inaugurações em todo o pesado até comandando missões de prospecção de investimentos para o Maranhão, que já o levou a duas dezenas de Países. O vice-governador tem feito um cuidadoso e eficiente trabalho de aproximação com prefeitos e líderes políticos do interior e já é apontado como um nome forte na classe política, o que lhe dá um cacife importante no jogo cujo desfecho será a escolha do candidato da aliança governista à sucessão de Flávio Dino.

Chama a atenção nesse cenário é que, até aqui, o senador Weverton Rocha e o vice-governador Carlos Brandão não se movem com adversários dispostos a tudo para alcançar a vaga de candidato. Eles mantêm uma relação tranquila, de aliados, o por enquanto mantém a disputa num clima absolutamente republicano. Até porque os dois sabem que a corrida será mesmo iniciada depois que Justiça Eleitoral anunciar o resultado das eleições, em outubro de 2020.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Gil Cutrim mantém posição sobre Reforma da Previdência e não aceita perder mandato

Gil Cutrim

Ao contrário do que foi rascunhado semanas depois da votação da Reforma da Previdência na Câmara Federal, quando oito deputados do PDT votaram a favor do projeto governista e foram afastados do partido, os parlamentares “infiéis”, entre eles o maranhense Gil Cutrim, permanecem em situação desconfortável dentro do partido, onde há forças que defendem sua expulsão e segmentos que se contentariam com uma moção de censura. O deputado federal Gil Cutrim tem mantido posição de coerência em relação ao seu voto. Ele justificou seu voto contrário à orientação do partido porque considera a reforma da Previdência uma necessidade para o País e não se vê como um “infiel”. E mais: está convencido de que votou certo e que repetirá o voto na decisão final da Câmara Federal em relação à Reforma. Gil Cutrim acha injusta a situação em que se encontra, e não admite sair do partido sob o risco de perder o mandato, porque os votos que recebem foram conquistados por ele próprio e não pela agremiação. E já teria tomado uma decisão: se a situação dentro do PDT não for resolvida a contento, ele baterá às portas da Justiça para deixar o PDT sem perder seu mandato. Será uma briga interessante.

 

Expectativa para a homenagem aos constituintes estaduais

Cópia da primeira edição da Constituição do Maranhão de 1989

É grande a expectativa para a sessão especial por meio da qual a Assembleia Legislativa comemorará os 30 anos da nova Constituição do Estado de 1989 com uma homenagem aos integrantes da Assembleia Estadual Constituinte: Anselmo Ferreira, Aristeu Barros, Bete Lago (em memória), Benedito Terceiro, Carlos Braide, Carlos Guterres, Carlos Melo (em memória),  Celso Coutinho, César Bandeira, Clodomir Paz, Conceição Andrade, Daniel Silva, Eduardo Matias, Emanuel Viana, Francisco Camelo, Francisco Martins, Galeno Brandes ( em memória), Gastão Vieira, Inácio Pires, Irineu Galvão (em memória), Ivar Saldanha (em memória), João Bosco, Jorge Pavão, José Bento Neves (em memória), José Elouf (em memória), José Genésio, José Gentil, José Gerardo, Juarez Lima, Juarez Medeiros, Júlio Monteles, Juscelino Rezende, Kleber Carvalho Branco (em memória), Léo Franklin (em memória), Luís Coelho (em memória), Marconi Farias, Mário Carneiro, Pedro Vasconcelos, Petrônio Gonçalves, Pontes de Aguiar, Raimundo Cabeludo, Raimundo Leal ( em memória), Raimundo Nonato Jairzinho da Silva (em memória), Remi Trinta, Ricardo Murad e Sarney Neto.

São Luís, 16 de Outubro de 2019.

Othelino Neto expõe e consolida posições políticas em manifestações diretas nas edições de podcast  

Othelino Neto fala na 11ª edição do seu podcast, divulgada nesta segunda-feira

 

Na 11ª edição do podcast “Diálogo com Othelino”, divulgada ontem, o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB), consolidou de vez o uso do mais novo e eficiente canal de comunicação criado nas malhas inesgotáveis da WEB, o que o torna um político cujo pensamento começa a se tornar conhecido. Na última edição, ele fez comentários firmes e equilibrados sobre cinco assuntos em voga. Primeiro resumiu seu posicionamento e as providências que tomou como chefe do Poder Legislativo para estancar a crise financeira que atinge o Hospital Aldenora Belo, referência  no combate ao câncer e cuja manutenção, entende, “é dever de todos nós”; comentou a informação de que São Luís foi a única Capital da região a gerar empregos de janeiro para cá; reafirmou a posição do Legislativo em relação ao caso de abuso de autoridade cometido por um delegado de Polícia em Vargem Grande; enfatizou o anúncio de que a Assembleia Legislativa comemorará os 30 anos da nova Constituição do Estado, elaborada e editada pela Assembleia Estadual Constituinte em 1989; e criticou duramente o veto do preside te Jair Bolsonaro (PSL) ao projeto que amplia a eficácia da Lei Maria da Penha, manifestando-se favorável que a Câmara Federal derrube o criticado veto presidencial.

Não é comum um político com mandato parlamentar, principalmente chefiando um Parlamento, abrir um canal no qual expõe pensamentos, juízos e pontos de vista de uma maneira aberta e enfática acerca de assuntos os mais diversos, alguns complexos e politicamente sensíveis, como vem fazendo o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão a cada segunda-feira. Nas 11 edições do seu podcast, o presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão já se posicionou em relação a problemas em áreas como educação, saúde, infraestrutura, situação dos municípios, economia – nos planos estadual e nacional – e segurança pública; avaliou cenários políticos nos três planos e disparou duras críticas ao Governo Federal, incluindo alguns pontuais ao presidente da República. Em nenhuma das manifestações falou sem convicção, extrapolou a serenidade, elevou tom da voz ou ultrapassou a fronteira da civilidade política. Todas as suas falas até aqui foram consequentes, baseadas em fatos e fundamentadas em regras, independentemente da natureza do assunto abordado.

Numa das falas do podcast divulgado ontem, o presidente resumiu, com propriedade, a solução que articulou e viabilizou com o apoio de todos os deputados para resolver, pelo menos por enquanto, a crise financeira que levou a Fundação Jorge Dino a suspender serviços de gratuitos de pacientes de câncer, como os procedimentos para aliviar dores, por exemplo. Convidou diretores da Fundação, o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, a promotora da Saúde, Glória Mafra, e os deputados médicos Yglésio Moyses (PDT) e Helena Duailibe (SD) – que conhecem o problema a fundo – para uma reunião em que as cartas foram colocadas à mesa e que resultou numa solução para a qual os 42 deputados cederão R$ 100 mil cada de suas emendas, formando um total de R$ 4,2 milhões a serem repassados pelo Governo do Estado. Em contrapartida, a Fundação terá de apresentar prestações de contas do que aplicou pelo Fundo de Combate ao Câncer e uma planilha indicando com precisão como aplicará os recursos das emendas. E mais, a garantia de que os serviços seriam reativados imediatamente. Uma ação política de resultados práticos e imediatos.

Com iniciativa desse porte relatadas no podcast, o presidente da Assembleia Legislativa vai consolidando a imagem de político que atua no atacado e no varejo, conduzindo ações com resultados práticos e pavimentando com segurança sua estrada política, que ganha mais consistência e abrangência a cada dia. Nas 11 semanas em que usou o podcast, o deputado Othelino Neto abordou mais de 50 temas, mostrando-se posicionado num painel de situações que foram de um problema policial em Vargem Grande a decisões controversas do presidente da República, passando assuntos ácidos e momentos de festa, como a homenagem que prestou ao cantor Zeca Baleiro.

Com a iniciativa, o presidente da Assembleia Legislativa se mostra perfeitamente situado no seu tempo, “linkado” com os meios pelos quais se comunicam os políticos mais atentos da sua geração. E com um discurso de quem pretende chegar bem mais longe, ultrapassando as fronteiras do parlamento estadual.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Surpresa: Roberto Costa leva Neto Evangelista a festa com milhares de crianças na Madre Deus

Neto Evangelista foi presença surpreendente na festa das crianças promovida por Roberto Costa na Madre Deus, causando muitas indagações no meio político

O deputado Roberto Costa (MDB) cumpriu à risca, na noite de domingo (13), um compromisso da sua agenda política anual em São Luís: a grande festa dedicada às crianças da região da Madre Deus, que realiza na Praça da Saudade. Como nas datas anteriores, festejou com show e distribuição de brindes, transformando, mais uma vez, a Praça da Saudade em palco de uma grande e animada festa popular. Até aí, tudo aconteceu dentro do roteiro já consolidado há mais de uma década. Um detalhe, no entanto, chamou atenção e acendeu sinais de alerta nos QGs dos mais diversos pré-candidatos à Prefeitura de São Luís: a surpreendente presença, na festa do emedebista, do deputado Neto Evangelista (DEM), pré-candidato assumido e, segundo ele próprio, “irreversível”, à sucessão do prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT). Que motivos levaram o emedebista Roberto Costa a convidar, entre seus 41 colegas de Assembleia Legislativa, exatamente o democrata Neto Evangelista para aquela festa? Certamente não se tratou de mero gesto de amizade nem de uma coincidência ou coisa parecida. A explicação mais provável é a de que, além de trabalhar com o projeto de um candidato próprio em São Luís – que segundo Roberto Costa podem ser o juiz José Carlos Madeira, a arquiteta Kátia Bogea ou o ex-deputado federal Victor Mendes -, o MDB pode também estar alinhavando um “plano B”, na forma de uma aliança em que poderá, por exemplo, indicar o vice. A presença surpreendente do deputado Neto Evangelista na festa do depurado Roberto Costa na Madre Deus só tem explicação na política e está diretamente relacionada com a corrida sucessória na Capital. Os próximos passos de Roberto Costa explicarão o curioso registro.

 

PROS mantém silêncio sobre como atuará nas eleições em São Luís

Gastão Vieira

Uma pergunta que não quer calar: como se posicionará o PROS, comandado pelo deputado federal Gastão Vieira na corrida sucessória em São Luís. O comando do partido não emitiu até agora qualquer sinal sobre o assunto. O partido vai lançar candidato próprio à prefeito? Vai participar de uma aliança em torno de uma candidatura governista? Ou vai ficar de fora da corrida majoritária e vai apostar suas fichas na eleição de vereadores? Chefe maior do partido no Maranhão, Gastão Vieira nada disse até agora de consistente sobre o assunto.

São Luís, 15 de Outubro de 2019.

Econométrica: Marco Aurélio lidera, mas números de Ildon, Assis e Madeira indicam disputa dura em Imperatriz

 

Marco Aurélio lidera, seguido de Ildon Marques, com Assis Ramos ameaçado por Sebastião Madeira, que pode ser fiel da balança na corrida em Imperatriz

Imperatriz, o segundo maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão, poderá ser palco de uma disputa dura e de desfecho imprevisível pelo comando da Prefeitura na eleição do ano que vem. É o que indica pesquisa do instituto Econométrica para medir as preferências do eleitorado, divulgada no final da semana passada. O deputado Marco Aurélio, candidato já definido pelo PCdoB, lidera com 30,6% das intenções de voto, seguido do ex-prefeito Ildon Marques (PSB) com 27,2%, e o prefeito e candidato à reeleição Assis Ramos (DEM) em terceiro com 15,8% ameaçado pelo ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB), na quarta colocação com 11,4%. Além dos quatro, aparecem Zé Carlos Pé de Pato com 2,6%, Dr. Graça com 2%, e Dr. Daladier com 0,8%. Um contingente de 3,8% respondeu que votará nulo e outro de 5,8% se disse indeciso. O levantamento ouviu 600 eleitores no período de 07 a 09 deste mês, e tem margem de erro de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.

A pesquisa Econométrica, um instituto respeitado pela sua trajetória e experiência, revela uma série de situações indicativas de que a disputa será uma guerra entre o deputado Marco Aurélio, líder do Bloco governista na Assembleia Legislativa, e o empresário e ex-prefeito Ildon Marques, que tem se comportado como um aliado do governador Flávio Dino (PCdoB). Isolado, e apostando alto em resultados da sua gestão, que muitos criticam, o prefeito Assis Ramos aparece numa situação desconfortável, numa distante terceira colocação. A um ano da eleição, o painel mostrado pelo Econométrica indica, claro, uma tendência, mas como os caminhos que levam às urnas são cheios de surpresas, é prudente avaliar que os números de agora podem sofrer mudanças. A começar pelo fato de que a pesquisa não produziu um outsider, como foi Assis Ramos em 2016 – então membro do PMDB e apoiado pelo Grupo Sarney -, tendo o eleitorado indicado agora que prefere apostar em nomes já consolidados.

A liderança do deputado Marco Aurélio não surpreende. Sua forte ação política por Imperatriz, como vereador e deputado estadual, sempre indicou que ele seria candidato com chances de vitória. Seus primeiros passos como o escolhido pelo seu partido e com as bênçãos do Palácio dos Leões indicam que ele reúne as condições para liderar e vencer a corrida, contando a seu favor o fato de ser o menor rejeitado dos quatro (13,6%). Por outro lado, seu principal adversário, o ex-prefeito Ildon Marques, com o lastro de um período como interventor e dois mandatos de prefeito e ainda de ser o segundo menos rejeitado (19,6%), também reúne condições para brigar pela liderança, dependendo de como a campanha vier a se desenrolar. Um dado chama atenção: Marco Aurélio e Ildon Marques se batem dentro da margem de erro, o que sinaliza para uma disputa acirrada ao longo da campanha. Já o prefeito Assis Ramos se situa num desconfortável terceiro lugar, bem distante dos primeiros colocados e com o detalhe agravante de ser rejeitado por 42,8% dos entrevistados, o que torna bem maior e mais complicado o desafio da reeleição.

Outro dado da pesquisa Econométrica que deve ser levado em conta porque pode influenciar fortemente o desfecho da eleição em Imperatriz: o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB) aparece com 11,4% das intenções de voto e com uma rejeição de 31%. Se confirmar a candidatura, talvez embaralhe o jogo, mas se decidir não concorrer para apoiar um dos três candidatos, poderá mudar o cenário da disputa, já que boa parte do seu eleitorado é fiel e pende para onde ele orientar. Madeira até agora não declarou se será ou não candidato. Os demais concorrentes –  o vereador e presidente da Câmara Municipal Zé Carlos Pé de Pato (2,6%), Dra. Graça (2%) e Dr. Daladier (0,8%) pouco pesam na corrida, que surpreende também pelo baixo número de votos nulos (3,8%) e indecisos (5,8%).

O cenário encontrado pelo Econométrica sugere que a campanha será animada, como deve ser mesmo num centro político e econômico importante como Imperatriz.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Grupo Sarney não consegue juntar partidos na corrida eleitoral de São Luís

Roberto Costa (MDB), Adriano Sarney (PV), Edilázio Jr. (PSD) e Aluísio Mendes (PSC), braços do Grupo Sarney que não se juntam na corrida em São Luís

Antes enxergada como uma possibilidade remota, mas possível, a aliança do MDB com o PV na corrida eleitoral em São Luís já é considerada uma impossibilidade irreversível. A lógica desenhada por alguns políticos ligados ao Grupo Sarney era a de que os dois partidos – o primeiro comandado na Capital pelo grupo liderado pelo deputado estadual Roberto Costa e o segundo tendo como chefe absoluto deputado estadual Adriano Sarney – se juntassem em torno de um candidato, formando uma aliança. Avaliam que juntos, MDB e PV poderiam agregar também o PSD, que tem como chefe maior o deputado federal Edilázio Jr., e o PSC, hoje liderado pelo deputado federal Aluísio Mendes. Nas contas desses observadores, os quatro partidos juntos em torno de um candidato – que poderia ser o próprio Adriano Sarney, que já se lançou pelo PV, ou o juiz José Carlos Madeira, que está quase acertado com o MDB – poderiam pelo menos ocupar um espaço político na Capital, principalmente se essa aliança tivesse o aval aberto e efetivo da ex-governadora Roseana Sarney (MDB). Mas, para o desalento de sarneysistas mais pragmáticos, o Grupo Sarney anda tão estilhaçado que um projeto dessa natureza é impensável.

 

Weverton e Eliziane se posicionam em campos adversários em Pinheiro

Weverton Rocha e Eliziane Gama em campos diferentes na disputa pela Prefeitura de Pinheiro

A ciranda da política continua a produzir situações que fogem à compreensão de muitos que não compreendem as suas filigranas. Um exemplo é o posicionamento de líderes da aliança comandada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) em Pinheiro. Ali, na semana que, dois movimentos surpreenderem. O primeiro foi a declaração de apoio dada pelo senador Weverton Rocha (PDT) à candidatura do prefeito Luciano Genésio (PP) à reeleição, já tendo o aval do deputado federal André Fufuca, que presidente partido no Maranhão. O segundo, registrado logo em seguida, foi iniciativa idêntica da senadora Eliziane Gama (Cidadania) em relação à candidatura do deputado estadual Leonardo Sá (PL), que tem o suporte do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, senhor absoluto do PL no Maranhão. Aliados no campo majoritário, todos pertencendo ao transatlântico partidário comandado pelo governador Flávio Dino, os senadores Weverton Rocha e Eliziane Gama vão apoiar adversários que se digladiarão na corrida municipal.

São Luís, 13 de Outubro de 2019.

Divisão da bolada do Pré-Sal, com perdas para o Maranhão, teve interpretações diferentes na bancada maranhense

 

Gastão Vieira e Roberto Rocha: visões diferentes sobre a partilha dos recursos do Pré-Sal para os estados

Aconteceu o que políticos mais experimentados previram quando as duas Casas do Congresso Nacional começaram a discutir a divisão da gigantesca bolada de R$ 106,6 bilhões que a União vai arrecadar com o leilão do filé dos campos petrolíferos do chamado Pré-Sal: no final das contas, na partilha dos R$ 12,8 bilhões destinados aos estados, os mais ricos e politicamente mais influentes levaram a melhor sobre os mais pobres. Como num roteiro pré-alinhavado, houve a primeira divisão, na qual estados mais pobres receberiam fatias mais expressivas, mas logo os estados mais ricos, liderados por São Paulo, se juntaram e, como um rolo compressor, redividiram o bolo e ficaram com as fatias maiores. O Maranhão foi um dos estados duramente garfados na redivisão. Na primeira divisão, seria contemplado com R$ 731,5 milhões. Já na redivisão, o estado ficou com apenas R$ 564,4 milhões, uma perda de 22,84%. Já o Rio Grande do Sul, que no primeiro cálculo receberia R$ 131,3 milhões, saltou para R$ 450,2 milhões, o que significou um ganho de 242,88%.

A divisão e a redivisão naturalmente dividiram os congressistas. No primeiro cálculo, os estados ricos liderados por São Paulo chiaram e conseguiram, com a sua força política, impor uma redivisão da qual saíram muito beneficiados. Já os estados mais pobres tiveram que engolir a perda, apesar dos esforços de muitos dos seus deputados e senadores. No que diz respeito ao Maranhão, foram registradas duas posições bem marcantes. A primeira foi a do deputado federal Gastão Vieira (PROS), que protestou fortemente contra a manobra dos estados ricos e a perdas dos estados pobres. A outra foi a do senador Roberto Rocha (PSDB), que aceitou a redivisão com o argumento de que ela equilibra “os dois Brasis”.

Independentemente das motivações, as posições do deputado Gastão Vieira e do senador Roberto Rocha se chocam frontalmente e revelam as surpreendentes diferenças que separam parte dos congressistas maranhenses.

Gastão Vieira defende maior fatia para os estados pobres baseado no argumento segundo o qual os estados ricos têm sido ao longo dos tempos os maiores beneficiários dos recursos da União, bem como dos créditos liberados por Brasília, o que os tornam os mais privilegiados com os recursos do contribuinte e os maiores devedores do País. “Na votação da partição dos recursos do Pré-Sal ficou claríssimo como será difícil fazer a reforma tributária. Os estados produtores, grandes devedores do Tesouro e Bancos Públicos, abocanharam o que não mereciam. Os estados do Nordeste, o Maranhão em destaque, perderam muito com o texto da Cessão Onerosa. Ainda vão nos garfar o imposto de renda dispensado dos vencedores do leilão”, criticou, após a votação e aprovação da redivisão pelo Congresso Nacional.

O senador Roberto Rocha, que é o relator da proposta de Reforma Tributária que tramita no Senado – há outra proposta de Reforma Tributária tramitando na Câmara Federal, que tem o deputado Hildo Rocha (MDB) como presidente da Comissão Especial que a examina -, defendeu a aprovação da nova divisão dos R$ 12,8 bilhões do leilão do Pré-Sal entre os estados, apesar da expressiva perda sofrida pelo Maranhão. No seu entendimento, o resultado aprovado foi a divisão possível. E usando um argumento conciliador, típico das posturas do PSDB quando os interesses de São Paulo estão em jogo, declarou, em entrevista ao jornal O Estadão: “Dá para compatibilizar os dois ‘Brasis’”.

Na sua reação, o deputado federal Gastão Vieira, que conheceu a fundo a realidade maranhense como secretário de Educação e de Planejamento – Governos Edison Lobão e Roseana Sarney -, e as diferenças dos “Brasis” quando foi ministro do Turismo – Governo Dilma Rousseff – levantou a bandeira de que os estados pobres do Norte e Nordeste, vítimas seculares da divisão injusta da riqueza nacional, deveriam ser melhor aquinhoados com a dinheirama do leilão do Pré-Sal, como uma forma de compensação. O senador Roberto Rocha não vê a equação por esse ângulo. Para ele, a divisão dos recursos tem de ser equilibrada, de modo a que os dois “Brasis” que enxerga sejam justamente contemplados.

São visões diferentes, com prós e contra, que merecem ser refletidas com muito cuidado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Terceiro maior município do Maranhão, Timon receberá o “Assembleia em Ação” no próximo dia 25

Timon será o próximo destino do projeto “Assembleia em Ação”, no próximo dia 25

Embalado pelo bom resultado da primeira edição, realizada no mês passado em Balsas, a Assembleia Legislativa retomará, no dia 25 deste mês, em Timon, o projeto “Assembleia em Ação”, com a finalidade de estreitar suas relações com Câmaras  Municipais, em troca de experiências legislativas. Concebido pelo presidente Othelino Neto (PCdoB), o projeto é levado a municípios-polo, de modo a reunir vereadores das respectivas regiões, aos quais são repassadas, por meio de palestras proferidas por especialistas sobre temas atuais, a exemplo das eleições municipais de 2020, e mudanças na legislação eleitoral, além de esclarecimentos sobre o processo legislativo, informações de fundamental importância para aprimorar o funcionamento e o desempenho das casas legislativas. O projeto ganhou forma depois que o presidente avaliou a distância que separa a Assembleia Legislativa das Câmaras Municipais, em que pese o fato de são instituições com o mesmo objetivo, basicamente os mesmos procedimentos e as mesmas responsabilidades políticas, com a diferença de que uma tem abrangência estadual e as demais se restringem aos municípios. Na interpretação de Othelino Neto, a troca de informações pode significar também troca de experiências, de modo que a Assembleia Legislativa possa contribuir para o aprimoramento das atividades das Câmaras Municipais e vice-versa.

Nessa perspectiva, tal como aconteceu em Balsas, a edição do Assembleia em Ação em Timon manterá a seguinte programação:

– Nossa expectativa é de que haja uma grande participação não só da população de Timon, mas dos outros municípios do entorno. Vai ser um momento muito proveitoso de troca de informações importantes e, por isso, convido a todos para estarem conosco no dia 25 de outubro para dialogarmos sobre os mais diversos assuntos atinentes ao nosso Estado – destacou o presidente da Assembleia Legislativa.

Nessa perspectiva, tal como aconteceu em Balsas, a edição do Assembleia em Ação em Timon acontecerá no Centro de Convenções Maranhense, das 8h às 12h, com a seguinte programação: abertura às 9h e, em seguida, a palestra “Processo Legislativo”, a ser proferida pelo diretor geral da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, Braúlio Martins, e pelo consultor legislativo de Direito Constitucional, Anderson Rocha. Em seguida, às 10h15, acontecerá a palestra “Eleições 2020 – As mudanças na Legislação Eleitoral”, com o diretor de Administração da Assembleia Legislativa, Antino Noleto. E partir das 11h o evento será aberto a pronunciamentos, com encerramento previsto para as 12h.

Vale lembrar que Timon, com 168 mil habitantes, é o terceiro maior município do Maranhão, com grande importância estratégica pela localização da sua sede ao lado de Teresina, capital do Piauí. A cidade, hoje comandada pelo prefeito Luciano Leitoa (PSB), é polo da região do Baixo Parnaíba, com influência direta e crescente, por conta do seu desenvolvimento acelerado, sobre mais de uma dezena de municípios, o que a torna um centro política de grande importância no contexto do estado.

 

Presença de Sarney na canonização de Irmã Dulce talvez seja a mais justificada da comitiva brasileira

José Sarney e Irmã Dulce: uma colaboração que se transformou numa sólida e justificada amizade

Vários sítios, portais e blogs criticaram a comitiva que representarão Brasil no Vaticano na cerimônia de canonização de Irmã Dulce, a freira baiana que, à maneira da albanesa Madre Teresa de Calcutá, dedicou sua vida a dar assistência a pessoas pobres, conseguindo, com esforço e abnegação, montar um complexo assistencial em áreas miseráveis de Salvador que se tornou conhecido no mundo inteiro como Obras Sociais de Irmã Dulce (OSID). Alguns criticaram injustamente a participação do ex-presidente José Sarney na comitiva. Quando presidente da República, José Sarney apoiou decisivamente a obra social de Irmã Dulce, com quem esteve várias vezes e era tido por ela como um dos seus maiores colaboradores. José Sarney conheceu a obra de Irmã Dulce antes de ser presidente, tornando-se, já naquele tempo, um dos seus apoiadores. Presidente, visitou o local duas vezes, sendo recebido com alegria pela religiosa. A gratidão de Irmã Dulce a José Sarney está registrada em pelo menos dois vídeos, e a relação afetuosa dos dois é um dos orgulhos do ex-presidente. A presença de José Sarney na cerimônia de canonização de Irmã Dulce talvez seja mais justificada de toda comitiva, que será liderada pelo vice-presidente Hamilton Mourão.

São Luís, 11 de Outubro de 2019.

Sem citar nomes, Flávio Dino diz que seu grupo tem “bons quadros” para disputar o Governo em 2022

 

Flávio Dino em entrevista ao Metrópoles: “Temos bons quadros para as eleições”

O candidato governista ao Palácio dos Leões em 2022 será um nome do grupo. “Não há (candidato escolhido), mas há pré-candidatos, pessoas que legitimamente sonham, articulam”. Foi como o governador Flávio Dino (PCdoB) rascunhou a corrida à sua sucessão, em entrevista ao sítio Metrópoles, ontem, em   Brasília. Na conversa, que durou 35 minutos e versou basicamente sobre política, com foco mais forte na corrida presidencial e nas relações do Governo do Estado com o Governo Bolsonaro, o governador foi perguntado acerca da disputa pelo Governo do Estado. Sua resposta soltou qualquer pista sobre nomes, mas sinalizou com clareza que o candidato o nome que vier a se viabilizar. “Nós temos muitos bons quadros, que podem disputar e vencer as eleições municipais e também a eleição estadual”, declarou o governador, para em seguida acrescentar: “Nós temos hoje um time que se renova cada vez mais no nosso estado. E desse conjunto nós vamos, com certeza, garantir a continuidade desse projeto de Governo transformador”.

Com suas declarações, o governador Flávio Dino reafirmou sua posição de líder aberto, que não inibe o surgimento de aspirantes à sua sucessão nem condiciona a escolha a um nome do seu partido nem de agremiações de esquerda. “Nós não consideramos que um partido sozinho tenha a capacidade de decidir sozinho os destinos de uma sociedade. Isso vale para o Brasil e para o Maranhão”. Ou seja, o caminho da sucessão estadual está aberto a qualquer nome que se viabilizar na aliança de 16 partidos que liderou nas eleições de 2018 e que pretende manter para as eleições municipais do ano que vem e as eleições gerais de 2022. A chave para alcançar a condição de candidato será abraçar o projeto de governo transformador na perspectiva das políticas sociais, “que é o núcleo da nossa preocupação de Governo”.

A julgar pelas indicações ainda dadas durante a entrevista, o governador Flávio Dino estimula que os partidos que formam a aliança que lidera devem jogar pesado na corrida por prefeituras no ano que vem, lançando candidatos “os mais unificados possíveis”, levando em conta as “especificidades” e a realidade de cada município. Isso significa dizer que o governador aposta alto num bom desempenho do grupo nas eleições municipais e que o resultado mantenha o campo unido em 2022. Flávio Dino não deu a medida do seu envolvimento direto na escolha de candidatos, mas deixou claro que vai atuar fortemente para que o nome que o substituirá no Palácio dos Leões saia do consenso da aliança que lidera. “Nosso partido sempre conduziu esse espírito de aliança com muita firme e muita nitidez, no caso do nosso estado. E obtivemos sucessivos êxitos”, assinalou, referindo-se às eleições de 2014, quando foi eleito, e de 2018, que marcou a sua reeleição já no primeiro turno.

No contexto rascunhado pelo governador Flávio Dino na entrevista ao Metrópoles, todos os nomes do seu grupo partidário que se movimentam de olho no Palácio dos Leões estão no jogo. Os mais destacados até aqui são o vice-governador Carlos Brandão (PRB), que vem realizado um bem azeitado roteiro de articulações na classe política, o senador Weverton Rocha (PDT), que se movimenta de modo ostensivo, sem deixar qualquer dúvida de que seu objetivo é chegar ao Palácio dos Leões, e também o prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PDT), que deve deixar o cargo bem avaliado. Há também nomes como o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL), que corre por fora com um projeto pessoal, descolado do grupo.

Nas suas declarações, o governador Flávio Dino reafirmou sua crença na política de alianças, mostrando que numa realidade democrática os contrários podem se juntar. E que a definição do candidato à sua sucessão deve ser o resultado de uma ampla e bem articulada equação política.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Yglésio Moyses critica Eduardo Braide ensaiando confronto na corrida à Prefeitura

Yglésio Moyses critica Eduard Braide: ensaio para o confronto de 2020

Ao criticar o deputado federal Eduardo Braide (Podemos) pela redação da lei que criou o Fundo Estadual de Combate ao Câncer, dando-lhe um caráter apenas o preventivo, quando falta recursos para procedimentos curativos, o deputado Yglésio Moyses (PDT) abriu duas frentes. A primeira foi a crítica em si, que fez com autoridade de médico e sabe o que diz nessa seara. E a segunda foi como pré-candidato à prefeito de São Luís, projeto que pretende consolidar para ser o principal adversário de Eduardo Braide, que hoje lidera a corrida com larga vantagem, segundo todas as pesquisas feitas até aqui. Revelado como um dos mais ativos e preparados quadros da atual Assembleia Legislativa, com domínio pleno da palavra e uma gama surpreendente de conhecimentos, o deputado do PDT tem se mostrado “bom de briga” e está determinado a mostrar seu preparado no debate direto com o candidato do Podemos   durante a campanha para o Palácio de la Ravardière. E quando o assunto é saúde, o deputado Yglésio Moyses vai longe, mostrando um conhecimento abrangente nos mais diferentes enfoques, o que o torna um oponente difícil de enfrentar num confronto verbal direto. A estratégia de provocar Eduardo Braide com a crítica à redação da lei que lastreia o Fundo Estadual de Combate ao Câncer é um indicador do que poderá acontecer durante o embate eleitoral do ano que vem.

 

Eliziane Gama diz que atitude de Jair Bolsonaro é “revanchismo juvenil”

Eliziane Gama: crítica dura às iniciativas de Jair Bolsonaro

A senadora Eliziane Gama (Cidadania) se mantém coerente com o discurso que a levou à Câmara Alta. Ela permanece rigorosamente colocada em Oposição ao Governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), faz duras críticas às intempéries presidenciais, não poupa de bordoadas verbais medidas que considera inadequadas e não costuma fazer concessões aos apelos governistas em relação a votações. Ontem, por exemplo, a senadora usou suas redes sociais para classificar de “guerra ideológica” e “revanchismo juvenil” a decisão do presidente da República de mudar o nome de duas dezenas de usinas termelétricas do sistema Petrobras. Numa iniciativa sem pé nem cabeça, movida pelo simples ranço ideológico, Jair Bolsonaro que usinas que homenageavam figuras históricas como Leonel Brizola, Luiz Carlos Prestes, Mario Lago, Barbosa Lima Sobrinho, Aureliano Chaves, Fernando Gasparian, Celso Furtado, Euzébio Rocha, Jesus Soares Pereira e Rômulo Almeida, passem a ser identificadas com os nomes das suas regiões. Até o líder indígena Sepé Tiaraju (1723-1756), reconhecido como herói por haver defendido os povos das Missões, no Rio Grande do Sul, e cujo processo de canonização tramita no Vaticano, escapou da censura bolsonariana.

– Temos um exército de desempregados e outro de desalentados, muitas ações na ordem do dia para que o Brasil volte aos trilhos do crescimento, sem sombra de dúvidas mudar nome de termelétricas alimentando guerra ideológica e revanchismo juvenil não ajudará em absolutamente nada – criticou. E anunciou que buscará meios legais de impedir que ações como estas “sejam evitadas no futuro, que intervenções desta forma sejam proibidas e que a atual medida seja revogada”, sob o argumento maior de que “alimentar essa guerra ideológica não deve ser o foco da administração pública”.

São Luís, 10 de Outubro de 2019.

Com uma gestão de resultados, Edivaldo Jr. transforma São Luís em troféu cobiçado na corrida sucessória de 2020

 

 

Edivaldo Holanda Jr., ontem, na rotina inspecionando a obra de asfaltamento no Bequimão, sempre acompanhado da primeira-dama Camila Holanda e auxiliares

Um jornalista teria perguntado ao prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT) sobre quem ele apoiará na corrida à sua sucessão e teria ouvido a seguinte resposta: “Minha preocupação agora é trabalhar para melhorar cada vez mais a vida da população de São Luís”. Verdadeiras ou não, a pergunta e a resposta traduzem, com alguma fidelidade, o ânimo do prefeito de São Luís em relação à guerra que começa a ser armada para sucedê-lo na eleição do ano que vem. Primeiro, por que Edivaldo Holanda Jr. se encontra, de fato, mergulhado no trabalho, norteando o gigantesco canteiro de obras que tornou São Luís a única capital do Nordeste que gerou empregos de janeiro a agosto (4.822), segundo dados do jornal O Globo; e segundo, por que vem dando seguidas demonstrações de que não está ainda   preocupado com a corrida sucessória. Uma situação curiosa, se levado em conta o fato de que ele e os resultados da sua gestão terão papel decisivo para o desfecho da corrida sucessória, e mais ainda pela evidência de que o seu partido não tem um pré-candidato de peso.

Embalado por uma gestão fiscal de excelência, por meio da qual conseguiu tirar a Capital do monumental buraco financeiro em que a encontrou quando assumiu, em janeiro de 2013, pela crucial parceria com o governador Flávio Dino (PCdoB), e por empréstimos que conseguiu contratar com a Caixa e o Banco do Brasil, além de programas que encontrou quase inviabilizados, mas que potencializou, como o firmado com o Iphan, o prefeito Edivaldo Holanda Jr. está totalmente envolvido com o conjunto de ações que batizou de “São Luís em Obras”. E nesse envolvimento, passa a impressão de que na sua agenda não há espaço para a política que, pelo menos até aqui, está sendo conduzida pelo presidente do PDT, senador Weverton Rocha. Até agora, a menos de um ano das eleições municipais, o prefeito Edivaldo Holanda Jr. não se posicionou em relação a candidaturas à sua sucessão.

Político jovem (41 anos), mas já muito experiente, o prefeito de São Luís sabe que tem sobre os ombros a responsabilidade comandar o processo sucessório criando as condições para que seu partido possa encarar o eleitorado e pedir votos. Nesse aspecto, vem fazendo com eficiência a parte que lhe cabe no processo, que é conduzir uma gestão de resultados, depois das enormes dificuldades que superou no primeiro mandato. Nos seus 57 meses de gestão, os servidores receberam religiosamente em dia, o descontrole na Saúde foi domado, a rede escolar passa por mudanças fundamentais, e o transporte melhora progressivamente. A cidade ganhou novos ares com a revitalização do Centro, que tem na nova Praça Deodoro o grande símbolo da sua gestão. E na marcha que imprimiu e está mantendo, a São Luís a ser entregue ao seu sucessor será uma cidade ainda com muitos e desafiadores problemas, mas será, sem dúvida, muito melhor do que a que recebeu.

Se parece distante da corrida sucessória, o prefeito Edivaldo Holanda Jr. cuida de garantir ao candidato do seu partido   argumentos de sobra para encarar adversários defendendo a continuidade da atual gestão. E com um mote que poderá arrematar o discurso: a menos que haja um fato surpreendente, a gestão atual vai se concluir limpa, com o prefeito e seus auxiliares exibindo integridade – até aqui, decorridos quase 2.600 dias de Governo, não foi registrado um único caso de desvio. Com esse trunfo, associado aos resultados visíveis da estão, o PDT terá as condições necessárias para brigar para continuar no comando de São Luís. Falta-lhe, porém, um bom   candidato, que até agora não se revelou.

Não há dúvidas de que está se aproximando a hora em que o prefeito Edivaldo Holanda Jr. sentará na mesa com o governador Flávio Dino e os líderes partidários para traçar os rumos da aliança governista na corrida para a Prefeitura de São Luís. Afinal, o desfecho da disputa indicará, entre outros desdobramentos, o rumo que o atual prefeito de São Luís seguirá após entregar o cargo nas primeiras horas de 2021.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Othelino Neto comanda reunião em busca de solução para a crise financeira do Aldenora Bello

Othelino Neto ladeado à direita por Yglésio Moises, Glória Mafra, Helena Duailibe e Hélio Soares à esquerda por Carlos Lula, José Generoso da Silva e Ruy Lopes Freitas

Uma solução de emergência para assegurar a retomada de alguns serviços essenciais oferecidos pelo Hospital Aldenora Bello (HAB), suspensos por falta de recursos, a pacientes com câncer, começou a ser construída ontem, no Palácio Manoel Beckman, em reunião comandada pelo presidente Othelino Neto, cm a participação do secretário de estado da Saúde, Carlos Lula, da promotora da Saúde, Glória Mafra, dos deputados Yglésio Moises (PDT), Helena Duailibe (Solidariedade) e Hélio Soares (PL), e dois diretores da Fundação Jorge Dino, Ruy Lopes Freitas e José Generoso da Silva. Na reunião, os diretores detalharam a dramática situação financeira que levou o HAB a suspender alguns serviços de assistência a doentes com câncer, demonstrando não haver condições de mantê-los. Depois de uma série de avaliações, o presidente Othelino Neto apresentou como solução a cessão, por cada um dos 42 deputados, de R$ 100 mil em emendas, totalizando R$ 4,2 milhões a serem repassados ao HAB. Tudo indica que a solução proposta será viabilizada tão logo a Fundação apresenta as planilhas de gastos e os procedimentos. “Nós percebemos a situação se agravando e convoquei a reunião para que pudéssemos discutir e achar caminhos mais rápidos para que os serviços voltem a ser ofertados o quanto antes”, explicou Othelino Neto, anunciando o compromisso de que os serviços – Pronto Atendimento Oncológico, as cirurgias, combate à dor e cuidados paliativos – serão retomados na próxima semana.

Os espasmos de crise financeira no HAB são recorrentes, e via de regra as soluções, muitas paliativas, acabam sendo viabilizadas pelo Poder Público, principalmente o Governo do Estado. A importância do HAB é indiscutível, e exatamente por isso é que uma solução permanente deve ser construída. Vale a pena o investimento.

 

Roberto Costa garante que MDB terá candidato próprio em São Luís

Roberto Costa reafirma: MDB terá candidato próprio em São Luís

O MDB vai mesmo lançar candidato próprio à Prefeitura de São Luís, que pode ser o ainda juiz federal José Carlos Madeira, a arquiteta Kátia Bogea, atual presidente nacional do Iphan, ou o ex-deputado federal Victor Mendes. A informação, divulgada pela Coluna, foi confirmada ontem pelo deputado Roberto Costa, presidente em exercício do MDB no Maranhão, ao retornar da convenção nacional do partido. Roberto Costa explicou que os dois primeiros são nomes com os quais o partido está conversando, deixando claro que a possibilidade mais viável é a candidatura do juiz José Carlos Madeira, com quem o partido vem dialogando há algum tempo. O fato é que, segundo o parlamentar, o MDB está se reestruturando para participar amplamente das eleições municipais do ano que vem, pretendendo eleger prefeitos e vereadores em grande número de municípios.

São Luís, 09 de Outubro de 2019.