O deputado federal e atual ministro do Meio Ambiente Sarney Filho (PV) saiu da proteção do biombo ministerial para entrar de vez no cenário político de olho nas urnas do ano que vem, as quais pretende encarar como candidato a senador. Nas últimas 48 horas , Sarney Filho usou as redes sociais para confirmar o lançamento da sua candidatura no próximo dia 2, sexta-feira, organizando para tanto um ato político que, espera. causará forte repercussão em todo o Maranhão. Ontem, participou do programa nacional do PV, ocupando espaço expressivo para dizer que a agremiação é nanico, mas um nanico bem diferente dos partidos apontados como “legendas de aluguel”. No seu discurso, o ministro aspirante a senador destacou a importância do PV, assinalando que na sua avaliação, sem a presença do partido, o cenário político do Brasil estaria em permanente risco. No comunicado do lançamento da sua candidatura ao Senado, Sarney Filho avisou que seu projeto é para valer e irreversível, o que significa dizer que está disposto a atropelar até mesmo a possível candidatura da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) ao Governo do Estado.
Sarney Filho vive um momento absolutamente delicado. Primeiro porque sua posição no Ministério do Meio Ambiente é tão instável quanto a do presidente Michel Temer, e dependerá do desfecho da crise que invadiu de vez o Palácio do Planalto, chegando avassaladora ao gabinete presidencial., colocando em risco grave o mandato presidencial e estabilidade ministério. Depois, mesmo demonstrando que está firme no PV, vem enfrentando divergências fortes dentro do partido, onde já não é a unanimidade de antes, o que tem provocado a especulação segundo a qual estaria em vias de deixar o partido para ingressar no PMDB. E, finalmente, a maior pedra no seu sapato: a possível candidatura da irmã mais velha ao Governo do Estado.
A situação ministerial é simples e vai depender do futuro do president5e da República. Se Michel Temer cair, o ministro Sarney Filho cairá junto, sendo assim obrigado a voltar à Câmara Federal, a menos que o futuro presidente resolva mantê-lo na equipe, o que seria um desfecho para lá de remoto, mas possível, se combinado de um lado com o PV e de outro com o ex-presidente José Sarney, que certamente terá alguma influência num eventual próximo Governo, principalmente se ele vier a ser chefiado pelo ex-ministro do Supremo Nelson Jobim (PMDB) ou pelo atual presidente da Câmara Federal, Rodrigo maia (DEM). Quanto à possível migração para o PMDB, aventada por bem informados colunistas políticos de Brasília, parece uma possibilidade cada vez mais remota, mas não descartada. Por enquanto, o indicativo mais seguro é o de que o ministro se mantenha como candidato do PV ao Senado.
A possível candidatura da ex-governadora Roseana ao Governo do Estado, que deveria ser uma injeção de ânimo no projeto senatorial de Sarney Filho é, na verdade, o maior dos seus problemas. Primeiro porque todas as análises indicam que o eleitorado dificilmente elegerá dois Sarney numa mesma chapa majoritária. E como as pesquisas também indicam que a ex-governadora é o púnico nome do Grupo com cacife para enfrentar o governador Flávio Dino (PCdoB), a fria lógica da politica recomenda que um deles abra mão da candidatura. Ele já avisou que não abre mão de ser candidato ao Senado, justificando sua posição com o argumento de que já foi muitas vezes deixado de lado e que agora a vez é dele.
Dono de uma carreira parlamentar e política respeitável, com dez mandatos – um de deputado estadual e nove de deputado federal -, e posições e ações como o voto pelas Diretas em 1984, a fundação da Frente Parlamentar Ambientalistas no Congresso Nacional, ter presidido a Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional e a Comissão do Consumidor e Meio Ambiente da Câmara Federal, ter sido o relator do projeto que formalizou a participação do Brasil no Mercosul, ter sido um dos fundadores do PV e ter sido duas vezes ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho está credenciado para disputar a senatória com grandes possibilidade de sucesso nas urnas. Resta saber se os interesses do Grupo Sarney vão se ajustar.
Para alguns observadores, se realmente lançar sua candidatura na próxima sexta-feira, Sarney Filho dará uma demonstração de que levará a melhor dentro do grupo.
PONTO & CONTRAPONTO.
Extinção de zonas eleitorais pode prejudicar gravemente a movimentação eleitoral do Maranhão
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MA) e a Assembleia Legislativa estão diante de um desafio político administrativo, mas com forte implicação política: o Tribunal Superior Eleitoral, alegando a necessidade de economizar recursos na gigantesca operação estrutural para a realização das eleições, determinou, por Resolução, que 16 Estados, entre eles o Maranhão, terão de reduzir o número de Zonas Eleitorais, inclusive nas Capitais. E para buscar uma revisão de acordo com o Poder Legislativo, o presidente da Justiça Eleitoral do Maranhão, desembargador Raimundo Barros, foi ontem à Assembleia Legislativa, onde pediu o apoio do parlamento para tentar reverter essa decisão, que será muito prejudicial ao sistema eleitoral do Maranhão. O presidente Raimundo Barros se reuniu com o presidente em exercício da Casa, deputado Othelino Neto (PCdoB), que abraçou a causa e convocou para o encontro o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputado Marco Aurélio (PCdoB).
Se consumada como determina a Resolução do TSE, a mudança criará enormes dificuldades operacionais para a Justiça Eleitoral do Maranhão e um grave incômodo para milhares de eleitores das zonas extintas, que terão de mudar os seus locais de votação. Com a mudança no Maranhão, o TSE economizará R$ 13 milhões, argumentando que também conseguirá “aprimorar e otimizar os recursos das zonas, com foco na qualidade do atendimento ao eleitor brasileiro”. O presidente do TRE-MA informou a extinção de três zonas eleitorais em São Luís e, para os municípios do interior do estado, serão utilizados critérios demográficos. Ele ressaltou que a extinção dessas zonas trará prejuízos ao eleitor maranhense.
– Muitas zonas serão extintas no Maranhão. E nós entendemos que essa decisão, sob o argumento de fazer economia, vai comprometer o atendimento do eleitorado. Essa visita tem como objetivo convocar a Assembleia Legislativa para entrar nessa discussão, na defesa da manutenção dessas zonas eleitorais. Ter o apoio e a voz da classe política é fundamental, que também será de certa forma atingida por essa Resolução”, assinalou o desembargador Raimundo Barros.
presidente em exercício Othelino Neto destacou que essa é uma discussão que já está sendo feita na Casa e que tem despertado a preocupação dos parlamentares. Na sessão plenária desta terça-feira, foi aprovado por unanimidade um requerimento convocando uma audiência pública, que vai tratar sobre essas alterações da portaria do TSE no Maranhão. “Nós percebemos com muita preocupação esse assunto, que é inclusive tema já discutido nesta Casa. A visita do desembargador Raimundo Barros só reforça nossa preocupação, no sentido de que nós possamos unir forças. Já fiz contato com o nosso coordenador da Bancada Federal, deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB), para que ele peça uma audiência com o presidente do TSE, a fim de que nós possamos expor a importância de rever essa decisão”, assinalou.
O deputado Professor Marco Aurélio também reforçou o compromisso do Legislativo em apoiar a causa: “No momento em que o TRE busca cada vez mais aperfeiçoar o seu trabalho para cumprir com as metas estabelecidas no processo de implantação da biometria, que precisa cada vez mais melhorar no processo de fiscalização, retirar as zonas eleitorais será um prejuízo enorme para o processo democrático”.
Luis Fernando Silva garante: São José de Ribamar já é o terceiro mais populoso município do Maranhão
Na edição de sábado (27), a Coluna registrou que o município de São José de Ribamar (foto) seria o quinto mais populoso do Maranhão, com cerca de 150 mil habitantes. Atento a tudo o que diz respeito ao território que comanda, o prefeito Luis Fernando Silva fez um alerta e informou, primeiro, que São José de Ribamar tem hoje “cerca de 205 mil habitantes”, o que o torna o terceiro maior município maranhense, só perdendo em população para São Luís (1,2 milhão de habitantes) e para Imperatriz (254 mil), batendo Timon (166 mil) e Caxias (162 mil), com as quais “rivalizou” durante muito tempo. O surpreendente salto populacional dado pela Terra do Padroeiro aconteceu há pouco, com a inauguração de conjuntos habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, que agregou nada menos que 30 mil habitantes, catapultando a unidade municipal para a terceira posição no ranking dos das mais populosas do Maranhão. O problema é que essa mudança ainda não está registrada formalmente em documentos ou fontes de pesquisa, como a Wikipédia, por exemplo, que não é de todo confiável, mas é uma referência com alguma consistência. Essa correção tem de ser feita com urgência pelo IBGE.
São Luís, 30 de Maio de 2017.