Se prestígio político e partidário pesar na escolha do eleitorado, a candidatura do deputado federal Weverton Rocha (PDT) ao Senado, na chapa liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), está consolidada e seguirá para as urnas levando todas as condições para obter resultado positivo. Os indicativos de que o sucessor do ex-governador Jackson Lago na liderança do PDT vem construindo um projeto político e eleitoral sólido e consistente foram exibidos na noite desta segunda-feira, no Multicenter Sebrae, onde lançou sua pré-candidatura. Ali, comandou um ato que reuniu ninguém menos que o governador Flávio Dino, o candidato do PDT a presidente Ciro Gomes, o presidente nacional do PDT Carlos Lupi, o presidente da Assembleia Legislativa deputado Othelino Neto (PCdoB), o prefeito de São Luís Edivaldo Jr. (PDT), deputados federais, deputados estaduais, prefeitos, vereadores de todos os recantos do Maranhão e um animado batalhão de apoiadores do projeto. Fez um discurso de candidato aguerrido e o político maduro e influente, que defende bandeiras bem definidas e está plenamente conectado com a realidade na qual se movimenta. E o resultado dessa construção é uma candidatura viável e vista por muitos como uma das favoritas.
Weverton Rocha pregou a união das forças que formam a aliança liderada pelo governador Flávio Dino, defendeu com veemência sua reeleição, reforçou o discurso anti-sarneysista, declarou apoio à candidatura da deputada federal Eliziane Gama (PPS) à outra vaga ao Senado pela coligação e propôs que a aliança dinista se mobilize em torno da candidatura de Ciro Gomes a presidente da República. Para ele, é esse o caminho que o Maranhão deve seguir, apontando Flávio Dino como o timoneiro do processo de mudança: “Há muito tempo sonhávamos com a libertação do Maranhão, que começou com Jackson Lago, mas golpearam ele, caçaram, e lá do céu ele te iluminou. Você é o grito de libertação que estava na nossa garganta”.
O projeto senatorial de Weverton Rocha não foi alinhavado por acaso nem por lances de oportunismo, mas construído passo a passo numa linha de ação política bem definida de centro-esquerda, de raiz brizolista, germinada ainda no movimento estudantil, e pela ousadia com que escalou os degraus do PDT, tornando-se, logo cedo, um dos homens de confiança do líder Jackson Lago e, com a morte do líder, assumindo o comando do PDT, ocupando também amplo espaço de decisão na cúpula nacional do partido, como membro do Diretório e da Executiva e conselheiro do presidente Carlos Lupi. Durante o Governo Jackson Lago, foi secretário de Esportes, realizando um forte trabalho de mobilização, mas também sendo duramente atingido por suspeita de desvio nas Obras do Ginásio Costa Rodrigues, num caso ainda sem solução definitiva nos tribunais superiores.
Com esse suporte, Weverton Rocha se tornou uma das vozes mais influentes da Câmara Federal, ocupando cadeira no chamado “alto clero”. Foi vice-líder e líder da bancada do PDT, funções que exerceu com firmeza parlamentar e coerência política, posicionando-se contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e fazendo oposição cerrada ao governo do presidente Michel Temer (MDB). No momento, exerce a liderança da Minoria na Câmara Federal, que reúne todas as correntes oposicionistas. Tem sido também um legislador produtivo, com enfoque principalmente na área trabalhista, ditado pela linha mestra do seu partido.
No campo político-partidário, Weverton Rocha tem se mostrado um líder ousado e desafiador. Nas eleições municipais de 2016, por exemplo, manteve posições controvertidas – como o apoio incondicional à candidatura de Rosângela Curado, em Imperatriz, que foi derrotada e acabou presa acusada de corrupção, por exemplo – e decisivas – como o apoio que dedicou à reeleição do prefeito Edivaldo Jr., em São Luís. Nesse processo, festejou conquistas avassaladoras (São Luís e Codó) e amargou derrotas acachapantes (Imperatriz), sem, no entanto, perder uma só réstia de motivação em relação ao projeto senatorial. Ao contrário, rompeu todas as barreiras que se colocaram entre ele e o Palácio dos Leões, e conseguiu, com habilidade de político tarimbado, ocupar o espaço que mirou na chapa majoritária liderada pelo governador Flávio Dino, firmando-se como figura de proa da aliança dinista.
O ato de ontem no Multicenter Sebrae reuniu com clareza todos os traços da bem sucedida trajetória de Weverton Rocha e consolidou de vez a possibilidade de uma participação positiva numa disputa que envolve, além da aliada Eliziane Gama, pesos pesados da política estadual como o senador Edison Lobão (MDB), o deputado federal Sarney Filho (PV), o ex-governdor José Reinaldo Tavares (PSDB) e o deputado estadual Alexandre Almeida (PSDB).
PONTO & CONTRAPONTO
Lobão articula visita de integrantes da CCJ do Senado a Lula na prisão
Ao contrário do que tem sido divulgado, o senador Edison Lobão (MDB) não será apenas “um dos senadores” que devem visitar o ex-presidente Luka da Silva (PT) na prisão, em Curitiba. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Lobão foi o principal articulador do movimento e quem, em nome da CCJ, encaminhou à Justiça Federal no Paraná o pedido de autorização para que integrantes da Comissão visitem o ex-presidente. O pedido foi formalizado há duas semanas, depois que senadores integrantes da CCJ avaliaram todos os aspectos políticos e institucionais da iniciativa, chegando à conclusão de que a visita faz todo sentido por se tratar de um ex-presidente da República condenado num processo polêmico e, para muitos, com clara motivação política. Há cerca de um mês, em aparte a um discurso do senador catarinense Roberto Requião (MDB), o senador Edison Lobão criticou duramente a condenação e a prisão do ex-presidente, afirmando categoricamente estar convencido de que “Lula foi condenado preso para não ser o próximo presidente da República”. Foi aplaudido por muitos, que concordam com sua posição, e criticado por outros, que enxergam nela oportunismo eleitoral. Edison Lobão, porém, tem autoridade de sobra para defender Lula da Silva em qualquer situação ou circunstância: foi ministro de Minas e Energia dos seus dois Governos e construiu com o ex-presidente uma amizade sólida, a ponto de torná-lo um dos seus interlocutores mais frequentes, com quem trocava impressões sobre a área de Minas e Energia, Governo e cenário político.
Edivaldo Holanda aliviado com a decisão do PTC de não lançar Fernando Collor
O deputado Edivaldo Holanda ficou aliviado quando o seu partido, o PTC, chegou à conclusão de que não deveria lançar a candidatura do ex-presidente Fernando Collor à presidência da República. O projeto foi imaginado pelo próprio Collor e apoiado por alguns líderes evangélicos ligados ao PTC, mas acabou naufragado por absoluta falta de base e de apoio. Ainda em março, quando a articulação começava a ganhar corpo nos bastidores da sucessão presidencial, a Coluna perguntou ao deputado Edivaldo Holanda o que ele achava de o seu partido lançar Fernando Collor como candidato presidencial. O chefe do PTC no Maranhão reagiu com rispidez e indignação: “Espero que não façam essa burrice. Se depender de mim ele não fica nem no partido”. O desfecho do malfadado projeto deixou Edivaldo Holanda em estado de graça.
São Luís, 17 de Julho de 2018.