Weverton Rocha assume liderança e se firma como um dos principais articuladores do PDT na Câmara Federal

 

Ciro Gomes anuncia filiação ao PDT
Weverton ( à direita, de punho cerrado): de líder estudantil a líder do PDT, na reunião de ontem, que lançou Ciro Gomes candidato a presidente

O comando nacional do PDT se reuniu ontem em Brasília e reafirmou seu apoio incondicional à presidente Dilma Rousseff (PT), confirmou sua rejeição à proposta de impeachment e alimentou o projeto de lançar o ex-ministro Ciro Gomes a presidente da República em 2018. Foi um dos encontros mais movimentados do partido brizolista nos últimos tempos e teve como um dos principais articuladores o deputado maranhense Weverton Rocha, que desde o dia 8 de janeiro é o novo líder do PDT na Câmara Federal. As decisões tomadas pelo comando partidário na reunião de ontem aumentaram expressivamente o peso da liderança do partido na Câmara Federal, que terá, entre outras tarefas, de defender o Governo Dilma Rousseff dos ataques do grupo oposicionista liderado pelo PSDB e das armações feitas pelo ainda presidente da Casa, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Nesse contexto, o deputado Weverton Rocha será linha de frente.

São as enormes e desafiadoras dificuldades políticas que o Governo enfrentará nos próximos que levaram o comando nacional do PDT a escalar o deputado Weverton Rocha para liderar a bancada num período em que são esperadas muitas e fortes turbulências no Planalto Central, particularmente na Câmara Federal. No ano que passou, Rocha participou ativamente, algumas vezes de maneira decisiva, dos embates com a oposição, nos quais fez discursos duros e ataques fortes contra os adversários mais agressivos, como o líder do PSDB, deputado paulista Carlos Sampaio, e o líder do DEM, o pernambucano Mendonça Filho. Foi um dos poucos deputados que enfrentou o presidente Eduardo Cunha, sugerindo que ele deixasse a cadeira de presidente por não mais condições políticas e morais para manter-se no cargo.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que foi ministro do Trabalho no primeiro mandato de Dilma Rousseff, tendo o então suplente de deputado maranhense como o seu homem de confiança na seara política. Essa posição foi consolidada depois que Weverton Rocha assumiu o mandato definitivamente, em 2011. De lá para cá, Rocha galgou posições importantes nos braços nacional e estadual do partido, tornando-se secretário geral da Executiva nacional e presidente do PDT no Maranhão, seguindo os passos de Jackson Lago e Neiva Moreira.

Não foi sem razão que ele, ainda um dos líderes do movimento dos estudantes secundaristas de São Luís, saindo, portanto, da adolescência, ingressou no PDT em 1996, para rapidamente se tornar um dos mais destacados integrantes do grupo mais próximo a Jackson Lago. Participou ativamente da campanha de Lago à Prefeitura de São Luís em 1996, da campanha para a reeleição dele em 2000, da campanha do ex-prefeito para governador em 2002 e do vitorioso movimento que levou Jackson Lago ao Governo do Estado em 2006. Foi premiado com a Secretaria da Juventude e, meses mais tarde, com a Secretaria de Esportes e Juventude no Governo de Lago. Naquele momento, protagonizou, em 2008, um episódio rumoroso e até hoje não bem explicado: adiantou R$ 5 milhões à empresa que reformaria o Ginásio Costa Rodrigues, mas a reforma não foi feita e a obra só foi concluída em 2014. Foi um dos que defenderam o enfrentamento à decisão judicial que depôs o governador Jackson Lago.

Com a morte de Jackson Lago, em abril de 2011, Weverton mexeu todas as pedras ao seu alcance, dobrou medalhões e se firmou como sucessor de Jackson Lago – que nunca escondeu sua preferência por Rocha para sucedê-lo. Mas não foi fácil, porque forças poderosas se posicionaram contra ele dentro do partido, como os próprios familiares do ex-governador, os quais, liderados pela ex-primeira-dama Clay Lago, deixaram o PDT e se filiaram no PPS. O racha fragilizou o PDT, mas fortaleceu o novo líder, que usando habilidade e, às vezes, agindo na marra, reverteu a situação, convenceu pedetistas de proa e hoje é o líder inconteste do partido. E leva a certeza de que não fosse sua atuação o PDT sucumbido. Hoje, seu prestígio no PDT só equivale ao do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho, com mantem sintonia afinada.

Na campanha de 2014, Weverton Rocha comandou o PDT na grande aliança que levou Flávio Dino (PCdoB) ao Governo do Maranhão. Foi e continua aliado de primeira hora, mas sempre deixando bem claro que não abre mão da autonomia do partido nem de dizer o que pensa em relação ao Governo, seja no campo politico seja no administrativo. Um exemplo mostra com clareza o perfil do chefe do PDT: a enfermeira Rosângela Curado, primeira suplente de deputado federal pelo PDT e nome forte para a Prefeitura de Imperatriz, foi acusada de desviar recursos da Saúde e demitida sumariamente pelo governador Flávio Dino. Weverton Rocha protestou, e numa demonstração de que é aliado, mas não se dobra, se licenciou da Câmara e deu 121 dias de mandato para a pedetista. Muitos viram no episódio uma afronta ao governador Flávio Dino, enquanto outros avaliaram o gesto como o de um líder partidário sem amarras. Tais gestos fazem com que o parlamentar se confunda hoje com o partido, ao qual se dedica todo o seu tempo político.

Na terça-feira, o novo líder do PDT na Câmara Federal previu, numa conversa com jornalista em Brasília, que a presidente Dilma “vai saber atravessar a crise, como um piloto de avião que arruma o plano de voo em plena turbulência.” E que o PDT terá “calma e serenidade” para enfrentar temas espinhosos, como a CPMF, por exemplo. Reafirmou tais posições na reunião de Brasília.

 

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Mau exemplo da maioria

É vexatória a situação de inadimplência da maioria dos municípios maranhenses em relação à transparência nas suas contas. Documento entregue ao Poder Executivo pelo Tribunal de Contas do Estado informa que somente 35 das 217 Prefeituras do Maranhão têm portal de transparência funcionando, enquanto que 187 ainda não cumpriram a norma legal de implantar portais com esse objetivo. Chama atenção, por exemplo, que municípios como Codó, Bacabal, Pinheiro, Pedreiras, Rosário Colinas, Porto Franco, Tutóia, Barreirinhas, entre outros de porte médio, pontifiquem numa lista de maus exemplos. Dá para imaginar, por exemplo, como se sentiu o presidente do TCE, conselheiro Jorge Pavão, ao entregar uma lista de adimplentes na qual não consta a Prefeitura de Santa Helena, sua cidade natal. Vale a indagação: o que faz com que essas Prefeituras ainda não tenham implantado um sistema de informática que permita ao cidadão – eleitor e contribuinte – ter acesso a informações básicas como quanto entrou e quanto saiu das contas municiais a cada mês? As desculpas podem ser várias, como a falta de recursos, por exemplo. Mas como explicar que Prefeituras paupérrimas como a de Pedro do Rosário já tenham implantado seus portais? Os prefeitos devem ser chamados às falas pelo Ministério Público. E a decisão do Governo do Estado de não repassar recursos conveniados a essas prefeituras caixas-pretas é correta e benvinda.

 

Edivaldo Jr. tem agenda cheia

O prefeito Edivaldo Jr. (PDT) tem se desdobrado para cumprir uma intensa agenda de trabalho. Seu tempo está dividido entre despachos no Palácio de la Ravardière, visita a canteiros de obras nas diversas regiões da cidade e inaugurações. Na maioria das vezes acompanhado da primeira-dama Camila Holanda, Edivaldo Jr. aproveita essa itinerância pelos bairros de São Luís para cumprimentar pessoas, com abraços e tapinhas nas costas. Cuidadoso para não parecer um candidato em campanha, o prefeito de São Luís vai aos poucos se consolidando como candidato fortíssimo a mais um mandato. Um político experiente disse à Coluna que sua previsão é que até maio Edivaldo Jr. estará na frente nas pesquisas.

 

São Luís, 22 de Janeiro de 2016.

 

 

 

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