Weverton diz que Câmara continua, mas avisa que PDT conversará sobre candidatura em São Luís

Weverton Rocha na entrevista à TV Mirante, ontem

Numa oportuna entrevista à TV Mirante, ontem, o senador Weverton Rocha, que preside o PDT no Maranhão, colocou em pratos limpos algumas questões que envolvem a sua ação política e o futuro imediato do partido no Maranhão. O senador jogou aberto em relação à migração  da senadora Ana Paula Lobato do PSB para o PDT, foi direto quanto disse não haver nada de excepcional na sua reaproximação com o deputado Othelino Neto (Solidariedade), e afirmou que o ex-vereador Fábio Câmara continua pré-candidato do PDT à Prefeitura de São Luís, mas com a ressalva de que o item candidatura será tratado pelo partido mais na frente, abrindo a possibilidade de alianças, inclusive com o Solidariedade em torno da pré-candidatura da suplente de deputada federal Flávia Alves, irmã do deputado Othelino Neto. Ou seja, nada está decidido em relação à guerra que será travada para Palácio de la Ravardière.

Sobre a migração da senadora Ana Paula Lobato do PSB para o PDT, que aumentou para quatro o número de senadores pedetistas, o senador Weverton Rocha confirmou que a mudança foi o resultado de um convite seu, reforçado por um convite da senadora Leila (PDT/DF), e que deu à parlamentar maranhense a liderança do PDT na Câmara Alta. Faltou ele incluir o deputado Othelino Neto na articulação, porque até as pedras de cantaria da Praia Grande sabem que a senadora Ana Paula não tomou essa decisão sozinha. Othelino Neto avaliou cuidadosamente seu ingresso no PDT, mas depois de muita reflexão decidiu assumir o controle do Solidariedade no Maranhão, entregando a presidência do partido à suplente de deputada federal Flávia Alves, que como ele, deixou o PCdoB.

Na entrevista, o senador pedetista diz não haver ainda acerto com o Solidariedade em torno da candidatura de Flávia Alves à Prefeitura de São Luís, mas em nenhum momento descartou essa possibilidade, preferindo deixar o tema em aberto. E deixou muito claro que o PDT não fechará suas portas para ninguém, estando, portanto, aberto a conversar inclusive com o prefeito Eduardo Braide (PSD), que lidera a corrida à reeleição até aqui. Ou seja, o ex-vereador Fábio Câmara vai continuar posando de candidato, tentando se viabilizar, mas na hora da decisão ele poderá ter de abrir mão do projeto e ceder a vaga a um candidato de composição. E procurar o seu caminho natural, que é tentar uma vaga na Câmara Municipal.

Os movimentos do senador Weverton Rocha são claros. Diante de tantas perdas sofridas pela agremiação no Maranhão – de três vereadores eleito em 2020 em São Luís só resta um, Raimundo Penha -, ele joga para reabilitar o partido no seu berço político e eleitoral. E sem ter no partido um nome com estatura para disputar a Prefeitura da Capital – ele não quer nem ouvir falar no assunto -, ajusta o projeto de fazer uma bancada forte na Câmara Municipal, de preferência apoiando um candidato forte ao Palácio de la Ravardière. O aliado pode ser o próprio prefeito Eduardo Braide, de quem está afastado, mas não rompido, que também precisa ampliar o seu arco de alianças. Os dois podem conversar, apesar das cautelas que eles têm um em relação ao outro.

O senador Weverton Rocha tem uma noção muito clara de como o PDT está fragilizado no Maranhão, principalmente na Capital, onde mandou e desmandou por duas décadas, no auge do poder político de Jackson Lago, o seu maior líder. E pelo visto está finalmente se movimentando para estancar a sangria e reverter o quadro. Ele sabe que sem um partido forte o seu próprio futuro estará sob risco. E que as eleições municipais são a oportunidade que terá para chegar em 2026 com cacife suficiente para tentar a reeleição ou brigar pelo Palácio dos Leões.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão anuncia pagamento dos precatórios do Fundef aos professores do Estado

Carlos Brandão anuncia
pagamento a professores

Os professores da rede estadual de ensino começarão a receber amanhã (15) valores dos precatórios do Fundef, anunciou ontem o governador Carlos Brandão (PSB), nas suas redes sociais. Nesta quarta-feira receberão os ativos. Na sexta-feira (17) receberão os aposentados. E na próxima segunda-feira (20) os valores cairão nas contas dos desligados, pensionistas e herdeiros. O desembolso será de mais de R$ 3 bilhões.

Dos valores a serem pagos serão descontados os 15% para o pagamento de advogados, uma vez que a liminar o ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, garante o desconto. Mas essa bolada de R$ 460 milhões a serem distribuídos a cinco escritórios de advocacia está sendo questionada, uma vez que esses escritórios só foram acionados pelo Simproessema depois que a questão estava solucionada na Justiça, conforme denúncia feita pelo vice-governador e secretário de Educação Felipe Camarão (PT).

Para os deputados Rodrigo Lago (PCdoB), o desconto de 15% dos valores a serem recebidos pelos professores para pagar advogados “é um roubo”, porque não existiu atuação de advogados que justificasse esse valor. É um absurdo que tem de ser suspenso”, disse ele, avalizado pelo deputado Carlos Lula (PSB), ambos advogados experientes e que conhecem as regras do jogo nessa área. Os dois suspeitam de conluio entre o Simproessema e os escritórios.

A Procuradoria Geral da República vai ingressar com uma ação para impedir o pagamento dos 15% aos escritórios de advocacia.

Câmara instala “CPI dos Contratos” e Braide se prepara para contesta-la na Justiça

Entre Pavão Filho e Álvaro Pires,
Paulo Victor anuncia a CPI dos Contratos

A Câmara Municipal vai mesmo investigar, por meio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, os contratos firmados pela Prefeitura de São Luís, em especial os “contratos de emergência”, que foram firmados sem o aval da Comissão de Licitações. Instalada pelo presidente da Casa, vereador Paulo Victor (PSDB), com base em resolução aprovada, a CPI será composta pelos vereadores Álvaro Pires (PSB), Andrey Monteiro (PV), Marcial Lima (PSB), Pavão Filho (PSB) e Marlon Botão (PSB).

O objetivo da CPI é fazer uma varredura ampla e profunda nos contratos firmados pela atual gestão municipal, concluindo os de emergência, sem licitação, firmados desde o início da gestão do prefeito Eduardo Braide (PSD) em 2021.  “Nos termos do artigo 58, inciso X, da Lei Orgânica do Município, compete ao presidente da Câmara, além de outras atribuições, como designar comissão especial. Nesse sentido, a partir de agora determino a criação de CPI na presente data, por meio da Resolução Administrativa nº 105/24”, disse, em tom formal, o presidente Paulo Victor.

A instalação da já batizada “CPI dos Contratos” ocorre em meio à turbulência que se instalou na Comissão de Licitação da Prefeitura de São Luís, que teve seu presidente e seus integrantes exonerados pelo prefeito Eduardo Braide depois de denúncia de suposto favorecimento a terceiros. Diante do quadro, o vereador Álvaro Pires pediu o desarquivamento de requerimento de autoria do vereador Nato Júnior (PDT) propondo CPI para investigar contratos da Prefeitura.

A CPI instalada nesta segunda-feira tem 90 dias para apresentar relatório.

O prefeito Eduardo Braide ainda não se manifestou sobre o assunto, mas um aliado seu garantiu à Coluna que ele está acompanhando atentamente esse movimento e que se prepara para brigar na Justiça.

São Luís, 14 de Maio de 2024.

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