Todas as avaliações feitas sobre os votos maranhenses na sessão da Câmara Federal que autorizou o Senado da República a instaurar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a mais enfática foi, sem dúvida, a reviravolta protagonizada pelo 1º vice-presidente da Casa, deputado Waldir Maranhão (PP), que na antevéspera da votação foi dormir afinado com seu partido e com seu padrinho, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com voto certo a favor do impeachment, e acordou na véspera aliado da chefe da Nação, agora sob a orientação do governador Flávio Dino (PCdoB). Quando votou, fez questão de jurar fidelidade ao deputado-presidente perante o parlamento e a milhões de brasileiros que assistiram, incrédulos, ao seu voto inusitado e surpreendente. Waldir saiu da sessão festejado pelos aliados da presidente, mas consciente de que aquela manifestação lhe imporia um custo político muito elevado.
As bordoadas no 1º vice-presidente da Câmara não demoraram. Já na segunda-feira (18), Waldir Maranhão recebeu a maior de todas: por haver mudado de posição e votado em defesa da presidente da República, o parlamentar perdeu o comando do PP no Maranhão e foi ainda bombardeado pela informação – logo desmentida – segundo a qual seria expulso do partido. Waldir enfrentou a ira dos caciques do PP, que não engoliram o seu voto e imediatamente dispararam retaliações: fez uma intervenção branca na Comissão Provisória do Maranhão, tirou-lhe o comando do partido o entregou ao deputado André Fufuca, recém-filiado ao partido. Em relação ao Governo, Waldir Maranhão conseguiu manter o controle sobre alguns cargos federais no Maranhão e deve também ganhar um quinhão, ainda que modesto, na administração do governador Flávio Dino.
Entre seus colegas, a impressão dominante é a de que Waldir Maranhão saiu do episódio mais prestigiado pela presidente Dilma Rousseff e por alguns dos seus aliados mais próximos, mas também ganhou a ira dos adversários da presidente, que não engoliram a sua virada de mesa, deixando de cumprir o voto anti-Dilma. O 1º vice-presidente da Câmara Federal vive, assim, a incômoda dualidade do deputado que descumpriu a orientação e passou a se movimentar como uma espécie de vilão dentro do PP, onde perdeu todos os postos, mas ao mesmo tempo desfrutando do apoio dos aliados da presidente Dilma dentro e fora do Maranhão. Tenta se adaptar à essa situação nova, que terá um desfecho definitivo quando o Senado bater martelo em relação ao pedido de impeachment. Se o processo seguir em frente e a presidente Dilma cair, Waldir Maranhão terá confirmado os revezes que estão desenhados na sua frente – perda de prestígio, restrições do novo governo e até mesmo um provável “chega-pra-lá” do presidente Eduardo Cunha, apesar da jura de fidelidade. Mas se a presidente Dilma escapar, Waldir Maranhão terá dado a cartada certa e sobreviverá como aliado de proa do Palácio do Planalto, onde seu prestigio deve disparar.
Há quem diga que enquanto a situação não se define, Waldir Maranhão aproveita para trabalhar com o objetivo de melhorar seu cacife no partido e junto ao presidente Eduardo Cunha (PMDB), como também intensifica suas relações com o núcleo que cerca a presidente Dilma e os partidos que lhe dão sustentação. Sabe que se meteu numa enrascada de grandes proporções e que somente os afagos do Palácio dos Leões não serão suficientes para tocar sua vida política e encarar uma reeleição daqui a dois anos.
Ontem, circulou a segundo a qual Waldir Maranhão teve negado na Justiça pedido seu para que o comando do PP no estado lhe fosse devolvido, numa evidência de que sua vida não será nada fácil no campo partidário, pois terá de se contentar – pelo menos por enquanto – com o suporte político que está recebendo do governador Flávio Dino e dos apoiadores da presidente da República.
PONTO & CONTRAPONTO
Wellington atropela Waldir Maranhão e ganha o comando do PP em São Luís para ser candidato a prefeito
O deputado Wellington do Curso (PP) conseguiu o que mais almejava nos últimos dias: obter carta branca do seu partido para sair candidato à Prefeitura de São Luís. A garantia foi obtida numa articulação feita pelo agora presidente da agremiação, deputado federal André Fufuca (PP), com o presidente nacional, senador Ciro Nogueira, que, segundo uma fonte acreditada, estaria querendo ver o 1º vice-presidente da Câmara Federal pelas Costas. O problema maior é que Waldir Maranhão terá de se conformar com a condição de rejeitado dentro do PP, já que ele não tem a opção de mudar de partido, já que com o fechamento da “janela partidária” essa possibilidade se esgotou. Wellington do Curso, que deixou o PPS, aonde vinha dando suporte à pré-candidatura da deputada Eliziane Gama, agora tem a grande oportunidade de dar ao projeto de candidatura o lastro que ele estava tentando viabilizar para tentar chegar ao Palácio de la Ravardière.
Eleição movimenta as escolas de ensino médio no Maranhão
Termina hoje o prazo para que as escolas de que realizaram eleições para coordenação das eleições para os cargos do Colegiado Escolar, biênio de 2016/2018, da Rede de Ensino Público do Maranhão. O pleito foi realizado terça-feira realizado terça-feira (26). O prazo para que as Unidades Regionais de Ensino (UREs) encaminhem os relatórios para a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) com os nomes dos eleitos encerra hoje (29). Após a computação de todos os votos e da leitura dos relatórios será definida a data para a posse dos eleitos. As eleições movimentaram cerca de 200 mil eleitores, entre estudantes, professores, servidores escolares e pais de alunos. “O colegiado fortalece as ações democráticas no ambiente escolar e integra a política educacional do governador Flávio Dino, iniciada em 2015 com a eleição direta para gestor escolar. Conta com a representação de pais, servidores da escola, alunos e professores na tomada de decisões e isso impacta na melhoria do ensino e prepara nossos alunos para o exercício da cidadania”, assinalou a secretária adjunta de gestão das regionais, Rosyjane Paula. Para quem não sabe, o Colegiado Escolar é um órgão constituído por representantes dos diversos segmentos da comunidade escolar – pais, estudantes, professores e demais servidores, objetivando a participação nas decisões da escola, no âmbito administrativo, político-pedagógico e financeiro. Emite opiniões, toma decisões, elabora diagnóstico, fiscaliza, apoia, promove e estimula a comunidade escolar em busca da melhoria da qualidade do ensino. Além disso, decide e/ou opina sobre aspectos da vida pedagógica, administrativa e financeira das escolas; delibera sobre as questões da escola, propondo alternativas e procedimentos para a melhoria da qualidade do trabalho escolar, respeitando a legislação em vigor; acompanha e avalia os resultados pedagógicos, administrativos e financeiros da escola. Uma grande inovação. O professor de matemática Wuimair da Gama Rocha, há mais de 30 anos de profissão, sendo 15 destes dedicado a rede estadual de ensino, especificamente ao Liceu Maranhense, é um dos candidatos dentro do segmento dos professores. “Essa é uma boa oportunidade para que possamos alinhar os nossos discursos e debater melhorias para a classe dos professores e consequentemente a situação do alunado. Precisamos unir forças e focar nos nossos objetivos”, ressaltou. Cada escola pode eleger de quarto a 16 membros representando os segmentos da comunidade escolar e seus respectivos suplentes. As eleições para a formação do Colegiado
São Luís, 28 de Abril de 2016.