Visita de Dilma ao Maranhão servirá também para medir o cacife político de Dino

 

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Dilma e Flávio Dino devem fazer acertos políticos para apoio no Congresso
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João Alberto não vai; Roberto Rocha é dúvida, e Lobão é presença confirmada

 

BRASÍLIA – A visita da presidente Dilma Rousseff ao Maranhão nesta segunda-feira tem um objetivo muito maior do que inaugurar unidades do programa Minha Casa, Minha Vida e da execução de uma estratégia de reaproximação com as bases populares, que dela se distanciaram diante dos escândalos que ameaçam desestabilizar o seu governo por causa da crise econômica. A presidente da República vai buscar em São Luís o suporte político necessário para estancar a crise que vem colocando a Câmara Federal e o Senado da República em rota de colisão com o Palácio do Planalto, e para isso precisa do apoio determinado governador Flávio Dino (PCdoB) e dos chefes do que restou do Grupo Sarney (PMDB e outros). Para a presidente, o apoio político para sufocar a crise no Congresso Nacional é, nesse momento, mais importante e mais urgente do que ganhar uns pontinhos a mais de aprovação nas pesquisas de opinião.

A presidente Dilma certamente já tem na ponta do lápis o tamanho do seu cacife no Congresso Nacional e do poder de fogo do governador Flávio Dino para ampliar e manter a fidelidade dos deputados federais. No Senado da República nenhum dos três senadores maranhenses segue a orientação do governador. João Alberto e Edison Lobão, ambos do PMDB, são aliados de primeira hora da presidente da República, mas pela via partidária, pois fazem oposição cerrada ao governador Flávio Dino. O terceiro senador, Roberto Rocha (PSB), não reza na cartilha do governador Flávio Dino e tem atuado como membro da oposição, por orientação do seu partido – pelo menos por enquanto. Na Câmara Federal, o cenário se mostra também favorável à presidente no que diz respeito à bancada do Maranhão, cuja situação é a que se segue:

De um modo geral, mas sem fidelidade canina, os deputados Ildo Rocha (PMDB), Ruben Jr. (PCdoB), Cléber Verde (PR), Sarney Filho (PV), José Carlos Araújo (PT), Victor Mendes (PV), Juscelino Filho (PRP), João Marcelo’ (PMDB), André Fufuca (PEN), Júnior Marreca (PEN) votam com o governo, só saindo desse caminho em votação de assuntos polêmicos, com a maioridade penal, mas podem ser considerados integrantes da base de apoio.

Já os deputados Eliziane Gama (PPS), Pedro Fernandes (PTB), Weverton Rocha (PDT), Alberto Filho (PMDB), Waldir Maranhão (PP), por razões partidárias, têm votado contra o governo. Eliziane porque está inteiramente identificada com o comando do seu partido no cenário nacional; Pedro Fernandes por determinação do PTB, que saiu na base do governo e se declarou “independente”; Weverton Rocha, cujo partido, o PDT, resolveu se afastar do governo, mesmo ainda mantendo o Ministério do Trabalho; e Alberto Filho e Waldir Maranhão estariam umbilicalmente ligados ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB) e, por isso, distanciados do Palácio do Planalto. Pode ser que Pedro Fernandes e Weverton Rocha sejam chamados para conversar, de  modo tirá-los dos caminhos da oposição.

Os três restantes – João Castelo (PSDB) e José Reinaldo (PSB), ex-governadores e com voo próprio, são considerados independentes, ora votando com o governo, ora contra, independente da posição das suas bancadas e da orientação do comando nacional dos seus partidos. Já o deputado Aluísio Mendes (PSDC) vem votando com o governo, declarou apoio á presidente Dilma Rousseff, mas a partir de uma posição de independência em relação ao Grupo Sarney, no seio do qual se fez político.

Não se sabe ao certo quantos deputados federais acompanharão a presidente Dilma Rousseff na sua visita ao Maranhão. Essa informação servirá para medir a força que a presidente e seu governo têm na bancada do estado. E por via de desdobramento, fornecerá argumentos para que o poder de fogo político do governador Flávio Dino seja também testado. E o Palácio dos Leões deve torcer para que ele seja forte, porque do contrário a “pauta-bomba” pode estourar no colo dos governadores.

 

PONTOS & CONTRAPONTOS

Lobão vai junto

O senador João Alberto não acompanhará a presidente Dilma Rousseff na visita ao Maranhão, hoje. Ele foi formalmente convidado pelo Palácio do Planalto para acompanhar a visita da presidente Dilma Rousseff a São Luís, mas compromissos outros o obrigaram a permanecer em São Luís. O Cerimonial do Palácio do Planalto repetiu o convite, mas o senador justificou e agradeceu. Junto com a presidente Dilma desembarcará em São Luís o senador Edison Lobão, ex-ministro de Minas e Energia e um dos cardeais do PMDB.

 

São Luís, 9 de Agosto de 2015.

 

 

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