A Universidade Federal do Maranhão, conhecida e respeitada por todos como UFMA, dá novos e largos passos na sua consolidação como a grande, inesgotável e indispensável fonte de conhecimento do Maranhão, e, como tal, fazendo também as vezes de guardiã da rica memória produzida ao longo dos séculos nesse privilegiado e diferenciado pedaço do mundo. Um desses passos foi a instituição do “Mérito Cultural”, concedido, na semana que passou, a personalidades que, de fato, contribuíram decisivamente para preservação e evolução da ímpar e estimulante cultura maranhense. O outro passo, a ser consumado hoje, no início da noite, será a entrega da “Comenda dos 200 Anos de Fundação da Imprensa no Maranhão” a 50 profissionais que se dedicaram e ainda se dedicam ao Jornalismo, homenageando também o seu consolidado e prestigiado Curso de Comunicação, por onde passou a maioria deles. Duas iniciativas de extrema importância no sentido de valorizar a Cultura e sua magia, e o Jornalismo e o seu papel decisivo na construção histórica do Maranhão desde a circulação da primeira edição de “ O Conciliador do Maranhão”, no dia 21 de abril de 1821, dois séculos atrás, até os dias atuais.
Tão importante como valorizar a cultura, homenageando os que a ela se dedicam nos seus mais diversos aspectos, é fazê-lo quando a identidade cultural de um povo está ameaçada, como acontece nos dias atuais. Nesse sentido, dar a dimensão correta da Imprensa no contexto histórico é igualmente necessário, principalmente em tempos sombrios, de negação dos valores democráticos, nos quais o obscurantismo, filho da ignorância e do primarismo, tenta se impor com o objetivo de suprimir liberdades e enquadrar a evolução histórica nos seus padrões tacanhos. Ao valorizar a produção cultural livre e colocar a Imprensa – com todos os seus acertos, erros e contradições – no patamar das atividades essenciais, a UFMA está dizendo ao mundo, à sua maneira, um sonoro “não” aos que tentam frear e distorcer o processo evolutivo.
Para homenagear a Imprensa laureando 50 profissionais destacados nas diferentes áreas da produção jornalística – Jornalistas, empreendedores, produtores e pesquisadores, e ainda um grupo de Jornalistas escolhidos por votação popular -, a UFMA foi criteriosa na escolha dos nomes. A lista levou em conta as diferentes áreas, destacando personalidades superlativas como Neiva Moreira, gigante do Jornalismo como empreendedor e como repórter e redator; José Sarney, o gigante da política e homem de letras que sempre apostou no Jornalismo; Bandeira Tribuzi, o poeta maior que fundou jornal e fez de tudo na sua produção; Ribamar Bogea, o desassombrado empreendedor e editor; Bernardo Almeida, o dirigente e cronista de escol; e o célebre fotógrafo Dreyfus Azoubel, entre muitos outros que se destacaram nesse desafiador mister.
A lista completa é a seguinte, por categoria:
Jornalista: Alberico Carneiro, Benedito Buzar, Bernardo Almeida, David Peres, Djalma Rodrigues, Félix Alberto Lima, Herbert Fontenele, José Louzeiro, José Raimundo Rodrigues, Amaral Raposo, José Ribamar Gomes, Josilda Bogea, Manoel dos Santos Neto, Marcelo Rodrigues, Márcia Coimbra, Nascimento Moraes Filho, Neiva Moreira, Othelino Nova Alves, Pergentino Holanda Silva, Jurivê Macedo, Raimundo Borges, Ribamar Correa, Roberto Fernandes, Sebastião Negreiros e Sidney Pereira.
Empreendedores: Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço), Ribamar Bogea, José Sarney, Moacyr Sposito, Pedro Freire e Sergio Godinho.
Pesquisadores: Zefinha Bentivi, Marcelo Galves e Sebastião Jorge.
Produção Jornalística: Célio Sérgio Serra Ferreira, Dreyfus Azoubel e César Hypolito.
Outros Profissionais: Francisco Melo Filho e Chafi Braide Júnior.
E um grupo de Jornalistas escolhidos por votação popular: Douglas Pinto, Douglas Cunha, Edvânia Kátia, Jailson Mendes, Bandeira Tribuzi, Carlos da Cunha, Lukas Carvalho, Marcos Saldanha, Mário Linconl e Paulo Melo.
A relação de laureados com o “Mérito Cultural” representa expressivamente os muitos que atuaram e atuam no amplo e diversificado universo cultural do Maranhão, como o grande cronista e produtor cultural Américo Azevedo Neto, o músico Antônio Padilha, o consagrado maestro Fernando Moucherek, a pintora Dila, a arquiteta Kátia Bogea, a atriz Lúcia Nascimento, o professor Mario Cella, o teatrólogo e produtor cultural Tácito Borralho, a pesquisadora Zelinda Lima, Deusamar Rocha dos Santos, Izaura Silva, Jandir Silva Gonçalves, João da Cruz Atenas, José Ribamar Neres Costa, Marlene Barros Ribeiro, Nerine Lobão Coelho, Pe. Luigi Risso e Pureza Lopes Loiola, além de Antônio Pereira da Costa e Maria Michol Pinho de Carvalho.
Com as duas iniciativas, comandadas pelo reitor Natalino Salgado – que também já está na história da instituição como um dos seus maiores timoneiros -, a UFMA presta um serviço inestimável à memória do Maranhão. O reitor justifica a honraria com o indiscutível argumento do mérito que cada homenageado detém. “Todos são merecedores das honrarias”, disse. E com o envolvimento direto do vice-reitor e diretor de Comunicação, professor e jornalista Marcos Fábio. Nesse ambiente de efervescência cultural, apesar das sombras que rondam as fontes do bem, o “Mérito Cultural” nasce destinado a ser um poderoso instrumento de valorização da cultura do Maranhão, principalmente pelo fato de reconhecer, em vida ou in memorian, aqueles que a fazem, cultivando assim a sua essência. A Comenda dos 200 Anos de Fundação da Imprensa no Maranhão foi criada para resgatar a trajetória da Imprensa maranhense, para a qual foi fundamental o envolvimento de profissionais que se entregaram e se entregam ao trabalho de informar como um ideal de vida. (Honrado por estar entre os homenageados, o autor da Coluna se integra a essa falange de idealistas que lutam em defesa da liberdade de informar).
Em Tempo: A entrega da Comenda dos 200 Anos de Fundação da Imprensa do Maranhão ocorrerá hoje, às 18 horas, no Centro Pedagógico Paulo Freire, com transmissão pelo Canal Institucional da UFMA no YouTube.
PONTO & CONTRAPONTO
Juscelino Filho e Pedro Lucas conversam sobre comando do União Brasil no Maranhão
Todas as avaliações feitas até aqui indicam que o União Brasil, resultante da união do DEM com o PSL será a maior força partidária a ser formada para as eleições do ano que vem, a começar pelo fato de que será o partido com mais deputado federal e mais dinheiro para gastar no esforço para atrair o eleitor. Tanto que, à medida que o partido vai se consolidando, aumentam as tensões pelos seus controles regionais. No Maranhão, falta decidir quem vai comandar a nova legenda entre os deputados federais Juscelino Filho, que comandava o DEM, e Pedro Lucas Fernandes, que dirigia o PSL. Os dois estão conversando e, ao que tudo indica, estão trabalhando para encontrar uma solução que atenda a ambos, preservando o braço maranhense do União Brasil de tremores logo no nascimento. A solução deve sair início do próximo ano.
PSOL mantém coerência e mantém pré-candidatura de Enilton Rodrigues
Na contramão da linha de ação mais aberta orientada pela direção nacional, o PSOL manteve o padrão das suas decisões no Maranhão no que diz respeito à corrida, afastando a possibilidade de alianças e lançando candidato próprio ao Governo do Estado. O escolhido para capitanear a chapa foi o engenheiro Enilton Rodrigues, que teve sua pré-candidatura lançada ao final de uma Conferência Eleitoral realizada pelo partido. Antônia Coriongo foi escolhida para disputar o Senado. Com a definição da pré-candidatura de Enilton Rodrigues, o PSOL fecha todas as portas para alianças no campo mais conservador, só podendo se juntar aos partidos mais à esquerda, como PSTU, PCB e PCO que estão quase mortos. A decisão de lançar candidato próprio e de se fechar para alianças tem pelo menos o mérito da coerência, que raramente faz parte do mundo da política partidária.
São Luís, 21 de Dezembro de 2021.