Sondagem para ser vice de Lula mostra que o político Flávio Dino está além das fronteiras do Maranhão

 

Flávio Dino: ação política ultrapassou as fronteiras do Maranhão
Flávio Dino: boa articulação fez ação política ultrapassar as fronteiras do Maranhão

Não surpreendeu a informação, publicada pela coluna “Radar”, da revista Veja dando conta de que a presidente do PT, senadora Gleise Hoffmann (PR), e o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, um dos mais destacados líderes do partido, teriam convidado o governador Flávio Dino (PCdoB), para ser o companheiro de chapa do ex-presidente Lula da Silva na corrida ao Palácio do Planalto no ano que vem. Esse projeto de composição não é novo, já vem sendo avaliado há algum tempo, revelando uma verdade já estabelecida pela via dos fatos que ordenaram a vida na Nação nos últimos dois anos: o governador do Maranhão ganhou tamanho e musculatura políticos que extrapolaram as fronteiras do Maranhão para torná-lo uma referência política no plano nacional. E com um diferencial que o credencia a entrar briga pelo comando do País, seja como candidato a vice numa chapa liderada pelo líder petista, ou até mesmo como cabeça de uma chapa á esquerda como candidato do PCdoB. Vencer a eleição presidencial é outra história, mas com a bagagem que acumulou e imagem de correção que construiu, que o diferenciam ostensivamente dos presidenciáveis postos até aqui, dará, no mínimo, uma contribuição excepcional aos debates de campanha, marcados, via de regra, por abordagens medíocres dos problemas nacionais.

No campo político, o governador Flávio Dino conhece o caminho das pedras do cenário nacional. Vem da rica escola do movimento estudantil, atuou como magistrado no plano federal e, como tal, presidiu a Associação dos Juízes Federais, uma entidade cuja atuação vai muito além dos das lutas corporativas, tendo alcançado claro status de liderança classista. Surpreendeu meio mundo quando abandonou uma carreira que muito provavelmente o levaria ao topo do Judiciário para entrar na seara política, preenchendo as expectativas com um mandato de deputado federal que o tornou referência no Congresso Nacional. Foi presidente da Embratur e chamou atenção pela desenvoltura e eficácia com que comandou a empresa. Antes de eleger-se governador, amargou duas derrotas – uma para a Prefeitura de São Luís (2008) e outra para o Governo do Estado (2010). Chegou ao comando político e administrativo do Maranhão em 2014 numa campanha que analistas enxergam como entre o fim do ciclo sarneysista e o início de um novo momento por ele liderado na política maranhense.

No campo administrativo, Flávio Dino tem dado demonstrações seguidas de que sabe o que deve ser feito dentro das suas concepções do que deve ser a relação Governo-Sociedade. E comanda esse processo com equilíbrio, liderança inconteste, firmeza, e um elemento recente e essencial que é a transparência. Vem aos poucos mudando o conceito de gestão pública e, mais do que isso, do que deve ser a relação do poder público com a política. E o faz com a consciência de que mudanças dessa envergadura significam desmontar uma velha ordem, desfazer latifúndios, desmanchar condomínios, e que isso gera reações fortes em todos os níveis da vida estadual, a começar pelo plano político. Não é, portanto, por acaso que, que seu nome tem sido projetado nacionalmente, num processo que é atentamente acompanhado pelos antenadíssimos comandos políticos de Brasília. E não é exagero examinar a impressão de que politicamente o Maranhão ficou pequeno para o tamanho político que ele alcançou.

Além da afinidade política e ideológica que o liga ao PT, ao qual já foi filiado, o que torna Flávio Dino hoje uma das grandes referências do seu campo político é que é que a esquerda democrática perdeu seus principais líderes: Dilma Rousseff não tem futuro no plano majoritário, José Dirceu amarga condenação por corrupção, José Genoíno também, Eduardo Campos morreu jovem, p governador mineiro está politicamente morto, Ciro Gomes não tem equilíbrio, e algumas promessas se perderam ou tentam sobreviver com mandatos proporcionais. E numa avaliação bem pé no chão, além de Lula, que se debate ferozmente contra a ameaça de condenação e cadeia, o governador Flávio Dino é o nome mais bem situado nessa seara, enxergado com os mesmos olhos de Norte a Sul e de Leste a Oeste. A firme e corajosa posição que ele manteve contra a cassação da presidente  da presidente Dilma Rousseff foi elogiada até por adversários da presidente. Não é, portanto, surpreendente que o governador do Maranhão esteja cotado para ser companheiro de Lula.

Por caminho bem diferente, Flávio Dino chega à situação da então governadora Roseana Sarney (PMDB) em 2002, que chegou a liderar pesquisas de opinião como pré-candidata a presidente da República, mas o seu projeto foi pulverizado pela Operação Lunus. A diferença é que Flávio Dino tem lastro sólido e autoridade moral e política para trilhar o caminho que achar mais adequado, podendo tentar a reeleição, com amplas chances de vitória, ser candidato ao Senado – que muitos acham a opção mais viável para sua projeção nacional pensando num projeto maior em 2022, ou atender ao apelo do PT para ser vice de Lula, também com amplas chances de vir a ser inquilino do Palácio do Jaburu, para depois repetir, pela via direta, José Sarney (PMDB). Porque não?

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Maura Jorge se lança candidata e pode ser a “Terceira Via” na corrida ao Palácio dos Leões

Maura Jorge: lastro sólido e coragem política
Maura Jorge candidata: lastro sólido e coragem política

O lançamento da sua candidatura do Governo do Estado pelo comando nacional do Podemos (ex-PTN) deu à ex-deputada estadual e ex-prefeita Maura Jorge o argumento que lhe faltava para não permanecer no cenário apenas como um factóide. A vinda do Maranhão do senador paranaense Álvaro Dias – hoje o maior nome do Podemos e seu virtual candidato a presidente da república – e da presidente nacional da agremiação, Renata Abreu, para respaldar o projeto foi uma demonstração de que Maura Jorge pode construir o que o senador Roberto Rocha (PSB), por diversas razões, ainda não conseguiu, se viabilizar como a chamada “Terceira Via”.

A menos que esteja fazendo um jogo político arriscado, Maura Jorge tem história e cacife se lançar numa empreitada dessa natureza e envergadura. Nasceu em berço político sólido e aprendeu os primeiros movimentos com o pai, o respeitado  Waldir Jorge, que comandou Lago da Pedra por anos a fio, como prefeito e líder, fez do filho, Waldir Jorge Filho, prefeito e, nesse caminho, um dos jovens políticos mais promissores do Maranhão nos anos 80 – presidiu a Famem -, e infelizmente morto numa tragédia aérea em 1990. Coadjuvante familiar dessa história, ainda muito jovem Maura Jorge se elegeu deputada estadual com a imensa responsabilidade de manter de pé o legado político construído pelo pai e ampliado pelo irmão. Atuando de maneira coerente como integrante assumida, mas com autonomia, do Grupo Sarney.

Desdobrou-se na tarefa, viveu altos e baixos, mas deu a volta por cima quando se elegeu prefeita de Lago da Pedra em 2008 e se reelegeu em 2012, realizando ali uma gestão eficiente, o que consolidou e alargou o seu prestígio na região. Ciosa da sua liderança em Lago da Pedra e região, Maura Jorge, então prefeita de Lago da Pedra, protagonizou com o governador Flávio Dino, no seu município um episódio revelador da sua coragem pessoal e polpitica. Num ato de inauguração no centro de Lago da Pedra, à qual se fez presente apesar de ser oposição ao Governo do Estado, o governador Flávio Dino criticou duramente o Governo passado e, por tabele, a gestão municipal. Mauro Jorge, que estava ao seu lado, pediu a palavra, tendo a assessoria do governador cometido o erro primário de negar. A prefeita deixou o local, mandou providenciar um carro de som, posicionou-o em frente ao palanque e fez um duro discurso rebatendo o governador.

Atitudes assim desenham o perfil pessoal e político de Mauro Jorge. E não é exagero rascunhar que, a menos que haja um grande acordo envolvendo o Podemos, é muito provável que ela mantenha a sua candidatura ao Palácio dos Leões como a uma “Terceira Via” arrojada na corrida sucessória. Por isso, e independente do que o projeto resultar, a política do Maranhão só ganhará com a saudável ousadia da lagopedrense de belos olhos verdes.

 

Sarney Filho deixará ministério para brigar por Michel temer na Câmara Federal.

Sarney Filho: candidatura decidida
Sarney Filho: candidatura decidida

Sarney Filho (PV) vai deixar temporariamente o comando do Ministério do Meio Ambiente e reassumir seu mandato de deputado federal, mandando para casa o suplente Alberto Filho (PMDB). Ele será um dos coordenadores das articulações por meio das quais o presidente Michel temer (PMDB) espera mobilizar votos suficientes para arquivar o pedido de autorização do Supremo Tribunal Federal para processá-lo por corrupção e formação de quadrilham como quer o procurador geral de Justiça, Rodrigo Janot. Um dos membros mais antigos e experientes da Câmara Federal, Sarney Filho é uma espécie de “cardeal” com cadeira cativa no alto clero daquela Casa legislativa. Não lidera grupos nem bancadas, mas é ouvido e trem opinião influente em questões delicadas de grande impacto como é o caso.  Pode dar uma expressiva contribuição, principalmente se assessorado pelo pai, o ex-presidente José Sarney (PMDB). Retornará ao ministério depois da votação, tenha ela o desfecho que tiver.

São Luís, 09 de Julho de 2017.

5 comentários sobre “Sondagem para ser vice de Lula mostra que o político Flávio Dino está além das fronteiras do Maranhão

  1. Waldir Jorge, apesar de ter sido o maior líder político de Lago da Pedra , nunca chegou a ser prefeito. Seus parentes foram diversas vezes : Raimundinha ( esposa) ,1969/1972; 1976/ 1982; 1996/2000; 2000/2004 . Antonio Carlos Jorge (primo), 1972/1976. Waldir Filho(filho), 1988/1992. Maura Jorge(filha), 2008/2012; 2012/2016. Pesquisa mais!!!

  2. Não vejo fundamento neste “convite” pro Dino ser Vice do Lula, vejamos:

    1. Lula já é visto como extrema Esquerda, ele necessariamente precisa de alguém que “quebre” esta imagem; como era o Vice-Presidente dele na época, o Empresário José Alencar;
    Colocar um comunista como vice de um petista é amplificar a rejeição que a esquerda desenvolveu nos últimos anos;

    2. São dois nordestinos: Lula precisa de alguém do Sul/ Sudeste pra facilitar seu acesso ao eleitores daquela Região;

    3. O Partido PCdoB não tem força política significante, nem tempo de TV; as lideranças fortes do PCdoB, se vacilar, cabem numa Kombi;

    4. Lula, no MA, tem mais voto que Flavio Dino.

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