Os três senadores maranhenses votaram pela pronúncia que transformou a presidente da República afastada Dilma Rousseff (PT) em ré e autorizou o prosseguimento do processo de impeachment na Casa. João Alberto (PMDB), Edison Lobão (PMDB) e Roberto Rocha (PSB) seguiram as orientações dos seus partidos, formando assim, com argumentos diferentes, uma unanimidade que não formavam desde que o processo chegou ao Senado da República. Os três, no entanto, informaram que o voto pelo prosseguimento do processo de impeachment não significa que estejam votando a favor do impeachment, mas até as para que o processo avance, de modo que acusação e defesa se digladiem, mostrem seus argumentos, para que os senadores possam avaliar todos os aspectos da acusação e as contraditas da defesa e se posicionem em relação a eles, seja para aceitar o argumento de que a presidente cometeu crime de responsabilidade, seja para chegar a uma conclusão diferente, que não enxergue os crimes que os acusadores relacionam.
A posição que chamou mais atenção foi a do senador João Alberto, que desde o início se posicionou contra o impeachment, mas na votação desta madrugada, votou de acordo com a orientação do PMDB. Fiel ao acordo do PMDB com o PT, que garantiu sustentação política e parlamentar aos 13 anos de governos petistas – oito de Lula e cinco de Dilma Rousseff- João Alberto manteve posição contraria ao impeachment desde que, no final de 2015, o então presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), aceitou a denuncia, deflagrando o processo pelo impedimento que agora está na sua fase conclusiva no Senado da República. João Alberto contestou a acusação e criticou o processo, sem, porém, colocar dúvidas sobre a sua legalidade, já que todos os trâmites e decisões que o envolvem estão se sucedendo rigorosamente dentro da lei. Agora, no entanto, o senador explica que o impeachment é rigorosamente político e envolve diretamente o seu partido, que por essa via chegou ao Palácio do Planalto com a posse do presidente interino Michel Temer. “Fiz o que pude fazer para discutir melhor esse processo, mas agora eu não posso faltar com o meu partido”, diz o senador, para quem é quase impossível aos defensores da presidente reverter a tendência a favor do impedimento.
O senador pemedebista Edison Lobão – que foi ministro de Minas e Energia do final do Governo Lula e do primeiro mandato do Governo Dilma Rousseff – se manifestou favorável ao prosseguimento do processo desde que ele foi protocolado no Senado juntamente com a autorização da Câmara Federal. Nos seus votos, o senador e ex-ministro deixou claro que não estava se manifestando ainda sobre o mérito, limitando-se apenas ao andamento do processo, sob o argumento de que o votou pela admissão do processo e pela abertura do mesmo, sem manifestar, em qualquer momento, juízo de valor a respeito da acusação e aos argumentos da defesa. Ontem, Lobão manteve a linha de atuação, votando pelo prosseguimento do processo de impeachment, mas ressalvando que não estava relacionando o seu voto com o mérito da questão. Inicialmente muito cobrado por petistas e aliados de Dilma em geral, Lobão se manteve irredutível na sua posição favorável á continuidade do processo. E avisou que sua posição a favor ou contra o impeachment será conhecida no julgamento final.
Sem qualquer vinculação política com Governos do PT, o senador Roberto Rocha (PSB) repetiu a posição que adotou quando da abertura do processo no Senado. Em discurso conciso, objetivo e quase didático, ele votou pela da pronúncia que impôs à presidente afastada a condição de ré. E foi claro ao afirmar que não votou motivado pelos argumentos da acusação e da defesa, mas para que todas as possibilidades e oportunidades sejam dadas a ambas. “Meu voto, neste momento, portanto, cumpre o papel de que não podemos nos furtar de dar sequência ao processo que e precisa chegar a termo, para o bem do país”, disse. E concluiu: “Não vinculo a decisão de hoje ao voto que darei na sessão final de julgamento”. Atuando de acordo com o seu partido, Roberto Rocha tem, no entanto, manifestado posições de independência, como a de não antecipar o voto que dará no julgamento final. Em conversas reservadas, tem dito que já formou convicção sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Mesmo com os cuidados que vêm adotando para evitar posicionamentos precipitados – o que em política é um erro primário – os três senadores maranhenses sinalizam que suas manifestações finais serão pelo impedimento da presidente. Não tanto por conta das acusações, mas principalmente pelo de a presidente Dilma Rousseff ter perdido inteiramente as condições políticas para continuar governando o país.
PONTO & CONTRAPONTO
Edivaldo Jr. sai da defensiva e partirá para o ataque a adversários
O prefeito Edivaldo Jr. sinalizou que se prepara para sair da posição defensiva e que vai partir para o ataque aos seus adversários. Ele voltou a pregar que recebeu a Prefeitura de São Luís mergulhada no caos, e que, para poder começar a trabalhar, teve de dedicar meses a fio aos esforços de reorganização da estrutura e das finanças da Capital. Suas declarações foram feitas em sabatina movida pelo jornal O Estado do Maranhão e funcionaram como artilharia pesada na direção da candidata do PPS, Eliziane Gama, que vem criticando duramente sua gestão. Com o ataque ao ex-prefeito João Castelo (PSDB), Edivaldo Jr. pretende alvejar a candidata do PPS, Eliziane Gama, que tem Castelo como aliado de proa. O comando de campanha do prefeito de São Luís pretende jogar pesado contra Castelo, acreditando que com isso fragilizará o mais importante aliado direto de Eliziane Gama. “Antes de assumir Prefeitura, sabíamos que existiam dificuldades. Mas somente depois que assumimos é que tivemos a real não do caos que Prefeitura vivia”, disse o prefeito, numa pancada direta no ex-prefeito João Castelo, aliado de Eliziane. Com essa atitude politicamente agressiva, Edivaldo Jr. sinaliza que a partir de agora não vai apanhar calado e que vai responder com a dureza necessária a todos os ataques que vier a sofrer. E sabe que terá de usar sua metralhadora verbal muitas vezes, já que a Eliziane Gama, Wellington do Curso (PP) e Fábio Câmara (PMDB) vão disparar munição pesada na sua direção.
Flávio Dino vai jogar pesado para eleger o prefeito de Pinheiro
A luta pelo comando da Prefeitura de Pinheiro deve se tornar uma das mais renhidas de toda a região da Baixada Ocidental Maranhense. É como políticos e eleitores daquele município estão vendo o embate entre o prefeito Filuca Mendes (PMDB), que concorre às reeleição, e Luciano Genésio (PP) e Leonardo Sá (PCdoB). A disputa ali ganhou coro e dimensão desde que o braço político do Palácio dos Leões comandou uma articulação juntaria as forças do pepista Luciano Genésio, candidato a prefeito, e do comunista Leonardo Sá, candidato a vice, contra o prefeito p0emedebista Filuca Mendes. Anunciada festivamente depois que Genésio e Sá foram ao Palácio dos Leões, na semana passada, comunicar a aliança ao governador Flavio Dino, que a comemorou. A aliança foi desfeita porque, a pedido de aliados, o comando nacional do PP proibiu o partido se coligar com o PCdoB no Maranhão. E avisou a Luciano Genésio que, caso ele viesse a se coligar com o PCdoB, o partido em Pinheiro sofreria intervenção federal, com a nomeação de um interventor que cumpriria rigorosamente as decisões da cúpula partidária. O quadro mudou radicalmente em Pinheiro, porque a aliança PP/PCdoB foi desfeita. Diante da decisão do PP, o governador Flávio Dino bateu martelo decidindo que o PCdoB disputará a Prefeitura com Leonardo Sá. Assim, ao invés de duas candidaturas, que consistia numa ameaça real a Filuca Mendes, a corrida em Pinheiro terá três candidatos, dando ao prefeito a possibilidade concreta de renovar o mandato. Diante do imbróglio, o governador Flávio Dino avisou que vai pessoalmente fazer campanha para Leonardo Sá, porque para ele, ter o controle de Pinheiro é estrategicamente importante para o projeto político em curso.
São Luís, 10 de Agosto de 2016.
Caro Corrêa,
Está claramente desenhado nesta campanha que os demais candidatos vão bater no atual prefeito da capital. Mas vale a ressalva: o eleitorado brasileiro, maranhense, ludovicense, não suporta mais candidatos, que ao contrário de apresentarem propostas sérias e concretas, sem devaneios, preferem ficar atacando os adversários.
Visto o que aconteceu na sabatina com a candidata Eliziane Gama, que falou mentiras e está recebendo uma saraivada de críticas na imprensa e nas redes sociais pela sua postura anti-ética. Em tempos de lava-jato, crise política, os eleitores preferem a transparência dos políticos.