Saída de Rubens Júnior do Governo é senha de largada da corrida à Prefeitura de São Luís

 

Rubens Júnior, Eduardo Braide, Bira do Pindaré, Duarte Júnior, Yglésio Moises, Jeisael Marx, Neto Evangelista, Adriano Sarney, Wellington do Curso, Franklin Douglas, Saulo Arcangeli, Carlos madeira e Detinha se moverão na direção do cobiçado Palácio de la Ravardière

A desincompatibilização, ontem, de Rubens Júnior da Secretaria das Cidades e Desenvolvimento Urbano para reassumir seu mandato de deputado federal pelo PCdoB, mais do que um movimento isolado de um pré-candidato, funcionou como senha de largada da corrida à Prefeitura de São Luís, que deve agitar os demais pré-candidatos mesmo levando-se em conta a grande e densa nuvem de incertezas que paira sobre o calendário eleitoral deste ano por causa dos estragos que o novo coronavírus está fazendo na sociedade, na economia e na política brasileiras. Aguardado com expectativa pelos demais aspirantes, o passo dado pelo pré-candidato do PCdoB está agitando os bastidores partidários, que a partir de agora vão intensificar articulações para consolidar ou modificar os projetos de candidatura alinhavados até aqui. São 13 postulantes, entre escolhidos irreversíveis, definidos em consolidação e indicados que ainda precisam mostrar que suas candidaturas fazem sentido. A julgar pelo que se ouve nos bastidores, a maioria vai pagar para ver, o que transformará o 1º turno da disputa na Capital num grande embate político e partidário.

Escolha de martelo batido pelo PCdoB, Rubens Júnior se posiciona na linha de frente dos aspirantes consolidados, dependendo apenas da convenção, agendada para julho, para se tornar oficialmente candidato. Nesse time de proa está o deputado federal Eduardo Braide, pré-candidato irreversível do Podemos, que lidera as pesquisas sobre sucessão e também só aguarda a formalização da candidatura em ato convencional. Outro que tem pré-candidatura sacramentada é o deputado federal Bira do Pindaré, que é o nome ungido pelo PSB, sem qualquer possibilidade de retrocesso, salvo por um ato de vontade pessoal. O deputado estadual Duarte Júnior, que tem grande potencial e é nome certo e confirmado como pré-candidato do Republicanos, posição igualmente consolidada pelo deputado estadual Neto Evangelista como pré-candidato do DEM, e também do deputado estadual Yglésio Moises como o nome do PROS para a disputa na Capital, e do deputado estadual Wellington do Curso, que deve ser o candidato do PSDB.

Do time dos nomes consolidados para disputar a Prefeitura de São Luís fazem parte também o jornalista Jeisael Marx, já anunciado como representante do Rede, o professor Franklin Douglas, que irá às urnas com as bandeiras do PSOL, o servidor público Saulo Arcangeli, já consolidado como o nome do PSTU, e o deputado estadual Adriano Sarney, mantido pelo PV.

Rumores que correm nos bastidores da política municipal colocam dúvidas sobre duas candidaturas, a do ex-juiz Carlos Madeira pelo Solidariedade e a da deputada estadual Detinha pelo PL. Carlos Madeira, mesmo sendo um bom nome pela sua história e suas posições, estaria sendo avaliado como um projeto sem lastro político, que – pelo menos até aqui – não entusiasmou o grupo que o lançou, e que por isso tem até a convenção para galvanizar aliados. Quanto à deputada Detinha, além de não ter qualquer vínculo político e pessoal com São Luís, sua candidatura é total e absolutamente dependente do deputado federal Josimar de Maranhãozinho, seu mentor e tutor político, que comanda o PL no estado, ensaia candidatar-se a governador, mas que seria também uma bomba política de alto teor destrutivo prestes a explodir.

Na condição de represente do PCdoB na corrida ao Palácio de la Ravardière, o deputado federal Rubens Júnior concentra peso político e partidário suficiente para, com seu movimento, tirar a disputa pelo poder na Capital do estado de letargia imposto pela pandemia do novo coronavírus. Isso porque, mesmo que venha a ser entregue ao novo prefeito com seus problemas agigantados pela pandemia, apesar da boa gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), São Luís, com seus 1,2 milhão de habitantes e seu potencial econômico, a começar pelo turismo, tem força política para embalar projetos de poder, como aconteceu com os ex-prefeitos Epitácio Cafeteira e Jackson Lago, se tornaram governadores a partir de boas gestões na Capital. Mas também tem desafios suficientes para sepultar carreiras, a exemplo do que aconteceu com Gardênia Castelo, Conceição Andrade e Tadeu Palácio.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

“PEC Antigolpe” de Márcio Jerry deve produzir amplo e intenso debate no Congresso Nacional

Márcio Jerry reage à interpretação de Augusto Aras de artigo da Carta Magna e tem apoio de Flávio Dino

Não há qualquer garantia de que será aprovado, mas certamente será objeto de intensos e tensos debates a serem travados por deputados federais e senadores o Projeto de Emenda à Constituição, já apropriadamente batizado “PEC Antigolpe”, protocolado terça-feira (02) pelo deputado federal maranhense Márcio Jerry (PCdoB), com o objetivo de alterar o artigo 142 da Constituição Federal, que trata do papel institucional das Forças Armadas.

A proposta de Márcio Jerry visa reescrever o artigo tornando claro e direto que as Forças Armadas não têm nem direito nem poder de intervir como poder moderador em caso de crise institucional. O artigo 142 já é claro, mas na segunda-feira, em entrevista ao jornalista Pedro Bial, na Rede Globo, o procurador geral da República, Augusto Aras, surpreendeu os mundos jurídico e político ao insinuar que as Forças Armas poderiam funcionar como moderadoras de conflitos entre os Poderes da República. Augusto Aras enfrentou um tsunami de críticas, entre elas a do governador Flávio Dino, que sabe o que diz nessa seara. Uma delas do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes: “Acho que se instalou no país uma grande loucura, uma grande confusão. Essa tese é uma tese de lunáticos e é uma viagem de lunáticos”.

Em meio ao debate causado pelo PGR, o deputado Márcio Jerry resolveu colocar as coisas nos seus devidos lugares com uma PEC que mande para o espaço qualquer resquício de dúvida sobre o papel das Forças Armadas. Na proposta, o parlamentar quer tornar “explícita” a proibição da participação das Forças Armadas em quaisquer tentativas de limitar um poder sobre o outro. Classificou a PEC como uma “vacina” contra aventuras golpistas baseadas em interpretações desvirtuadas do atual conteúdo do artigo 142 da Carta Magna.

O governador Flávio Dino elogiou a PEC apresentada pelo deputado Márcio Jerry: “De alta importância a PEC Antigolpe que o deputado Márcio Jerry apresentou. Objetivo é eliminar de vez esse absurdo debate sobre o artigo 142 da Constituição como elemento de legitimação de ‘intervenção militar’”.

 

João Alberto prevê adiamento das eleições e confirma candidatura a vereador de Bacabal

João Alberto prevê adiamento do pleito e confirma candidatura em Bacabal

Com a experiência de oitentão com boa saúde, o ex-senador João Alberto, comandante do MDB no Maranhão, completou 73 dias de confinamento na sua residência, no Calhau, cumprindo rigorosamente os cuidados com o novo coronavírus. Deixou de despachar na sede do partido, no São Francisco, mas não se desligou da política, mantendo-se informado por meio de longas conversas telefônicas com líderes nacionais do MDB, como o presidente Baleia Rossi, e ex-colegas de Congresso Nacional, e com aliados em São Luís e nas diversas regiões do Maranhão. Nessas conversas com interlocutores de Brasília, formou a convicção de que as eleições municipais serão adiadas para dezembro, faltando apenas definir a data. Não sabe ainda como o MDB vai participar da corrida à Prefeitura de São Luís, mas já decidiu, de maneira irreversível, que vai mesmo disputar uma cadeira na Câmara Municipal de Bacabal, onde pretende fechar sua bem-sucedida trajetória política.

São Luís, 04 de Maio de 2020.

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