Porto do Itaqui poderá ser refederalizado para depois ser privatizado pelo novo Governo da República

 

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Porto do Itaqui poderá voltar ao controle da União para depois ser privatizado

Com o título Alvo certo, nota publicada na coluna de Ricardo Boechat na edição especial da revista IstoÉ sobre o novo Governo instalado no País, acende o sinal amarelo para o governador Flávio Dino (PCdoB) sobre o futuro do Complexo Portuário do Itaqui. A nota: Os Sarneys estão amolando a faca. Inimigos de carteirinha do governador maranhense Flávio Dino, uma das primeiras reivindicações ao presidente interino Michel Temer é para federalizar o Porto do Itaqui. Se vão ser atendidos é outra história, mas a intenção é atingir Dino. Desde 2001 a área está sob a administração da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap). O Porto do Itaqui, juntamente com os terminais privados da Vale e da Alumar, integram o segundo maior complexo do gênero do País em movimentação de carga e está entre os 10 maiores do mundo.

A informação de Boechat se insere por inteiro num intenso circular de rumores segundo os quais o Governo do PMDB prepararia os maiores portos do País para a privatização dentro da lógica liberal segundo a qual uma das soluções para o Brasil é diminuir o gigantismo do Estado privatizando segmentos da infraestrutura que podem ser muito mais eficientes comandados pela iniciativa privada. A privatização do Porto do Itaqui se enquadra exatamente nessa visão, e a informação da coluna de IstoÉ confirma o que já vinha sendo sussurrado nos bastidores de Brasília, com alguns ecos em São Luís. E ganhou mais força com a declaração atribuída ao suplente de senador Lobão Filho propondo ao novo Governo da República a refederalização do Porto do Itaqui. Tanto que o secretário de Articulação e Comunicação Social do Governo do Estado, Márcio Jerry, que preside o PCdoB e é tido como o mais influente assessor do governador Flávio Dino, considerou a proposta de Lobão Filho “absurda”  e “um acinte ao Maranhão”.

O jogo “federaliza-estadualiza-refederaliza…” não é de agora. Desde o início efetivo das suas operações em escala comercial para valer, o Porto do Itaqui viveu altos e baixos no que diz respeito ao seu controle gerencial, feito pela estatal federal Companhia de Docas do Maranhão (Codomar). O Governo Federal sempre enxergou no complexo um item importante e estratégico da rede portuária nacional, devido, primeiro à sua localização, que o torna o porto brasileiro mais próximo da Europa, e à profundidade, que faz dele um porto em condições de receber navio de qualquer calado. Depois de anos e anos de negociações, a então governadora Roseana Sarney conseguiu “dobrar” o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) a estadualizar o Porto do Itaqui, que saiu do controle da Codomar em 1998 e passou a ser administrado pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap). Já se vão 18 anos sob controle estadual, mas sempre com um rumor aqui e outro ali sobre refederalização, que agora volta a ganhar intensidade.

Durante os mais de 10 anos em que comandou o Porto do Itaqui como uma das joias da sua gestão, Roseana Sarney manteve a Emap como uma estatal à parte, longe de influências políticas, dando frequentes demonstrações de que o porto funcionava melhor estadualizado. Também o governador José Reinaldo Tavares fez o mesmo, controlando de perto todos os movimentos da empresa. Essa rigidez só foi quebrada pelo governador Jackson Lago (PDT), que entregou o seu comando ao ex-governador João Castelo (PSDB), que fugiu à regra e só não foi mais longe na “politização” da Emap porque o Governo Jackson Lago foi derrubado em maio de 2009.

Mais afeito a um Estado forte, que controla o maior número possível de atividades que nas economias de mercado são de responsabilidade da iniciativa privada, o Governo Flávio Dino tem procurado aumentar o controle público sobre a Emap. Recebeu um empório portuário em franca evolução, como espaço de vultosos investimentos e diversificando significativamente sua pauta. Um exemplo do seu fortalecimento: o Terminal de Grãos (Tegram), investimento que foi iniciado no começo deste século e só foi inaugurado no ano passado. Outro exemplo: o Itaqui começou a exportar “carga viva”, ou seja, gado bovino, como aconteceu recentemente, quando 7.700 reses foram transportadas em navios para o Líbano.

Não há dúvidas de que se perder o controle do Porto do Itaqui o Governo Flávio Dino vai diminuir de tamanho, porque a tendência do complexo é crescer, aconteça o que acontecer no cenário econômico nacional e mundial. Agora mesmo, em meio à recessão que abala a economia brasileira, o Porto maranhense praticamente não alterou a sua movimentação. Tanto que seus lucros mensais são sempre crescentes. No ano passado, por exemplo, a Emap fechou o exercício com R$ 301 milhões, contra R$ 61 milhões do ano de 2014. Sem o controle do Itaqui, o Governo do Estado continua ganhando receita, mas será inevitável a perda de poder e, naturalmente, redução de influência no campo econômico. Portanto, se não quiser ver seu poder de fogo reduzido, o governador terá de brigar muito para que o Governo do Estado mantenha o controle do Porto do Itaqui.

 

PONTO & CONTRAPONTO

Waldir Maranhão em apuros I
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Andrea Murad quer investigar salários pagos ilegalmente  a Waldir Maranhão pela Uema

A Assembleia Legislativa deve votar hoje requerimento proposto pela deputada Andrea Murad (PMDB) pedindo ao reitor da Uema, Gustavo Pereira da Costa, que informe as providências que foram tomadas para esclarecer a denúncia segundo a qual o ex-reitor Waldir Maranhão (PP) e atual presidente interino da Câmara Federal teria recebido salários irregulares e indevidamente. Na justificativa, a deputada pemedebista foi cruel com o presidente interino da Câmara Federal. “Tudo e com todas as comprovações do que, realmente, foi providenciado, se é que tomaram providências ou se Flávio Dino mandou engavetar e ficou por isso mesmo”, disse a líder de oposição. Andrea Murad aproveitou para atacar o governador Flávio Dino e o secretário de Estado de Transparência e Combate à Corrupção, Rodrigo Lago, diante do caso e enfatizou que o órgão só trabalha para perseguir adversários políticos. “Com os seus opositores, o governador é carrasco, inventa, cria, mas com os dele, ele não faz nada. Waldir Maranhão recebeu por quase dois anos o salário indevido e não teve nada. Se não fosse a imprensa brasileira nos dizer, escarafunchar a vida do Waldir Maranhão, se não fosse as trapalhadas dele e do Dino, nós não íamos saber. E aí eu pergunto: cadê a Secretaria de Transparência? Cadê Rodrigo Lago, que não tomou nenhuma providência, para cobrar, para apurar e cobrar a devolução do dinheiro de Waldir Maranhão? O problema é que neste governo, todos são omissos às ilegalidades praticadas por seus aliados, mas muito ferrenhos quanto a seus inimigos, quando inventam e fazem o que for para prejudicar aqueles que estão em seu calcanhar”, disse a deputada pemedebista.

 

Waldir Maranhão em apuros II

Quem assistiu à ida, ontem, do presidente interino da Câmara Federal, deputado Waldir Maranhão, ao plenário da Casa pode ter uma medida aproximada da confusão em que o parlamentar está metido. Tão logo chegou à cadeira de presidente, Waldir ouviu uma série de incomodados questionamentos a respeito da ocupação do cargo por ele. O parlamentar tentou balbuciar uma explicação, mas seus pares, motivados por líderes de bancadas, iniciaram um irado coro em que a frase de ordem foi “fora”. Perplexo, como quem não sabia o que estava acontecendo, o deputado Waldir Maranhão tentou agir com a frieza racional e perigosa do presidente afastado da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas logo ficou claro que não tem a estatura nem a ousadia daquele a quem chamou de “meu querido presidente”. Foi um momento revelador, que mostrou ao mundo que o parlamentar maranhense não tem a menor condição de permanecer no cargo, a não ser pela fórmula segundo a qual ele funcionará como uma espécie de rainha da Inglaterra.

 

São Luís, 17 de Maio de 2016.

 

 

 

 

Um comentário sobre “Porto do Itaqui poderá ser refederalizado para depois ser privatizado pelo novo Governo da República

  1. Caro Reporter Tempo

    Vc comete um equivoco nessa excelente materia: o gov Jackson Lago colocou na EMAP um dos melhores gestores portuarios do Brasil , ex porto de Vitoria e atual presd da Transnordestina , Angelo Baptista

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