Pesquisa mostra Dino entre os mais fortes nas mídias digitais, à frente de Doria, Witzel e Alcolumbre

 

Flávio Dino: posição nacional bem sucedida por tomada e defesa de decisões firmes
Quadro publicado pelo jornal Folha de São Paulo sobre o levantamento da Quaest

Quem duvidava que o governador Flávio Dino (PCdoB) ganhou status de personalidade política nacional, alcançando o patamar dos líderes mais influentes da atualidade, teve sua dúvida fortemente abalada com os números de um levantamento que resultou de minuciosa investigação estatística sobre a influência dos principais líderes políticos do País nas redes sociais no período de 26 de fevereiro a 4 de abril, correspondente à chegada e ao avanço do coronavírus no Brasil. Realizado pela consultoria Quaest, que elaborou um índice comparativo de 0 a 100 “a partir de variáveis como número de seguidores, volume de comentários, reações positivas e engajamento nas redes sociais”, o levantamento foi divulgado ontem pelo jornal Folha de S. Paulo, os números são os seguintes: Jair Bolsonaro (76,8%), Henrique Mandetta (50,3%), Luciano Huck (29,9%), Lula da Silva (23,5%), Rodrigo Maia (23,3%), Ciro Gomes (17,4%), Flávio Dino (17,1%), João Doria (13,2%), Wilson Witzel (12,3%), Davi Alcolumbre (11,1%).

Uma avaliação rápida dos números revela, de cara, que o governador do Maranhão ocupa uma posição surpreendente num cenário em que estão o atual presidente da República, o ministro da Saúde, um apresentador da TV aberta do País, um ex-presidente da República com estatura de mito, o ativo e influente presidente da Câmara Federal, um ex-ministro e ex-candidato a presidente, o governador de São Paulo, o governador do Rio de Janeiro, e o presidente do Senado e do Congresso Nacional. Todos estão em evidência constante no plano nacional, embalados por formidáveis estruturas de divulgação, ao contrário do governador maranhense, que vem se projetando pelas posições que assume, contando apenas com a sua estrutura de comunicação do Estado, que é limitadíssima se comparada às dos demais, e pelo uso inteligente das mídias digitais.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ocupa grande espaços nas redes sociais por conta de uma gigantesca falange digital controlada pelo seu filho, Carlos Bolsonaro, além do aparato da comunicação institucional da Presidência da República e da milícia que o propaga. O ministro Henrique Mandetta ganhou uma visibilidade sem paralelo com a chegada da pandemia do coronavírus no País, oportunidade que vem sabendo explorar com visível competência. Luciano Huck comanda um dos programas mais importantes da Rede Globo, o que lhe dá uma visibilidade positiva, credibilidade e a imagem de artista comprometido com um viés social que o fez ser lembrado para disputar a Presidência da República. O ex-presidente Lula da Silva é um mito político, que tem forte influência nas mídias digitais independentemente de operá-las, já que a militância do PT cuida disso, mantendo-o sempre em evidência.

O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) comanda o braço mais visível e agitado do Legislativo e tem sua movimentação registrada pela imprensa nacional, sendo embalado diariamente por espaço de mídia excepcional e pela superestrutura de comunicação da Câmara Federal. Ciro Gomes (PDT) se mantém em campanha as 24 horas de cada dia, ocupando grande espaço nas mídias digitais, principalmente pelo seu discurso agressivo, que atrai muita atenção. Usuário eficiente das mídias digitais, governador João Doria (PSDB) tenta ser o contrapeso do presidente Jair Bolsonaro na crise do coronavírus, usando também uma espetacular estrutura de mídia, que vai de espaços generosos nas TVs abertas e nas TVs pagas à máquina de comunicação do Governo de São Paulo. Menos eficiente, o governador fluminense Wilson Witzel (PSC) também conta com uma poderosa estrutura de mídia digital e com o aparato de comunicação do Governo do Rio de Janeiro. O mesmo acontece com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que tem atuação mais discreta, mas com forte movimentação nas redes sociais garantida pela máquina de comunicação da Casa.

O governador Flávio Dino é o menos favorecido por aparato de mídi. Governa um Estado importante, estratégico, mas ainda pobre, onde cada dia tem sua agonia. Sua projeção no cenário político nacional se dá pelo eco das suas declarações e pela repercussão das posições que toma e defende com argumentos muito difícil de serem contestados. E pelos bons resultados de um Governo que já dura cinco anos e funciona como plataforma para encarar o vem por aí.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Weverton que aumentar carência para pagamento de empréstimo para bancar salários

Weverton Rocha quer aumentar carência para pagamento de empréstimo para folha salarial

Um ano de carência, e não seis meses, para que empresas de médio e pequeno porte possam pagar empréstimos que contraírem para pagar salários, e mais abertura de linha de crédito montante de R$ 34 bilhões para esse tipo de financiamento durante a duração da crise causada pelo novo coronavírus. É o que pretende o senador Weverton Rocha (PDT) com proposta de emenda à Medida Provisória 944/2020, que cria o Programa Emergencial de Suporte a Empregos. Para ele, a União deve abrir esse tipo de crédito para empresas que faturem de R$ 360 mil a R$ 10 milhões por ano. O pagamento das 36 parcelas desses empréstimos só começará a ser pago no segundo semestre do ano que vem.

Inteiramente envolvido com o viés trabalhista do seu mandato, orientado pelo seu partido, o senador pedetista argumenta: “Seis meses é pouco tempo. Essas pequenas e médias empresas não terão condições de arcar com pagamento de prestação enquanto durar a pandemia e por um tempo depois”. Weverton Rocha fez a proposta baseado na avaliação de que a fase de incertezas vivida no país pede a adoção de providências mais efetivas e por um tempo maior, de um ano. “Não adianta dizer que um microempresário terá condições de pagar um financiamento pelos próximos meses. Isso é irracional. Ainda não sabemos a dimensão real da propagação do vírus no Brasil, nem as consequências econômicas. Eles precisam de mais tempo de ajuda”, argumentou.

 

Hildo Rocha se aproxima cada vez mais do bolsonarismo

Hildo Rocha trocando efusivo cumprimento com Eduardo Bolsonaro, observado pelo líder emedebista Franco Montoro, que se vivo fosse certamente não aprovaria tal aproximação

O deputado Hildo Rocha (MDB) caminha a passos largos para assumir sua migração para o bolsonarismo, contrariando a orientação do seu partido para que seus representantes no Congresso Nacional mantenham posição de independência, mas sem fazer oposição cerrada ao Governo Bolsonaro. A movimentação do parlamentar maranhense, que pertenceu ao núcleo de ferro do Governo de Roseana Sarney, como influente e poderoso chefe da Casa Civil, é de cada vez mais proximidade com o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, especialmente Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), a ponto de compartilharem a mesma crítica à decisão do governador Flávio Dino de fechar a Avenida Litorânea no último domingo, num grande esforço para conter o avanço do novo coronavírus no Maranhão. Não será surpresa se Hildo Rocha, que tem boa atuação parlamentar, mas é dono de pavio curto, vier a romper politicamente com o grupo da ex-governadora Roseana Sarney, do qual tem se afastado, e assumir a bandeira do bolsonarismo no Maranhão.

São Luís, 10 de Abril de 2020.

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