Mais da metade dos brasileiros (55,4%) reprovam o desempenho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra 39,2% que aprovam e 5,4% que não sabem avaliar. O governo do presidente é avaliado como “ruim e péssimo” por 43,4% dos brasileiros, contra 32% que o consideram “ótimo e bom” e 22,9% que o avaliam como “regular”, sendo que apenas 1,7% não têm avaliação. Sobre a atuação dos Governos Federal e estaduais na pandemia do coronavírus, enquanto 51,7% aprovam a atuação do Governo Federal, 69,2% dos brasileiros aprovam a atuação dos Governos Estaduais. E também na contramão do que prega o presidente da República, 67,3% dos entrevistados aprovam o isolamento social para combater a pandemia. Em praticamente todos os itens da pesquisa a maioria se posicionou contra as posições do presidente e seu governo.
Os números são da 146ª Pesquisa CNT de Opinião – feita em parceria com o Instituto MDA, de 7 a 10 de maio de 2020, que mostram também a percepção dos brasileiros sobre a atuação dos governos federal e estaduais no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Realizado em todo o Brasil, o levantamento também aborda questões relacionadas ao isolamento social, à realização das eleições municipais e às recentes manifestações contra o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal), entre outros assuntos que estão na ordem do dia da Nação. Divulgado ontem pela CNT, a pesquisa, feita por telefone, ouviu 2.002 cidadãos de 494 municípios de 25 Unidades da Federação. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais. Os números são os seguintes:
Avaliação do Governo Jair Bolsonaro: Ótimo/bom: 32%, Regular: 22,9%, Ruim/péssimo: 43,4% e Não sabe/não respondeu: 1,7%.
Desempenho pessoal do presidente Jair Bolsonaro: Aprovam: 39,2%, Desaprovam: 55,4%, Não sabe/Não responde: 5,4%.
Avaliação do governador Ótimo: 10,0%, Bom: 31,3%, Regular: 32,7%, Ruim: 8,8%, Péssimo: 15,9%.
Avaliação do prefeito Ótimo: 13,0%, Bom: 27,1%, Regular: 29,7%, Ruim: 9,0%, Péssimo: 18,7%.
Na investigação sobre a atuação dos governos federal e estaduais em relação à Pandemia de Covid-19 (coronavírus), o Governo Bolsonaro é aprovado por uma margem muito tênue, que pode ser alterada pela margem de erro.
Atuação dos governos federal no combate à pandemia do coronavírus é aprovada por 51,7% dos entrevistados, enquanto 42,3% desaprovam.
Já a atuação dos Governos estaduais, na média, é aprovada por 69,2% dos entrevistados contra 26,8% que desaprovam.
Em relação ao isolamento social, fortemente combatido pelo presidente Jair Bolsonaro, 67,3% dos brasileiros consideram que deve ser praticado por todos, independentemente de ser ou não do grupo de risco; para 29,3%, só deve ser praticado pelas pessoas que fazem parte do grupo de risco; e 2,6% contrários ao isolamento social.
A pesquisa mostra com informações cristalinas que o presidente Jair Bolsonaro e seu Governo estão na contramão do Trem da História, à medida que contrariam a lógica, a razão, a ciência e a realidade, desprezam riscos e minimizam 12 mil mortes em dois meses numa escala crescente.
PONTO & CONTRAPONTO
Maioria quer adiamento das eleições e reprova ataques ao Congresso e ao Supremo
A Pesquisa CNT/MDA investigou também a posição dos brasileiros sobre a realização das eleições de prefeitos e vereadores marcadas para Outubro, indagou sua posição em relação às agressões ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal, assuntos que estão na ordem do dia no País, e quis saber o que pensam em relação às informações divulgadas pela Imprensa.
Larga maioria (62,5%) dos entrevistados considera que as eleições municipais devem ser adiadas devido ao impacto da crise da Covid-19; e 30,4% acham que devem mantidas, apesar da crise.
Já em relação às manifestações contra o Congresso Nacional e o STF, 51,8% são contrários, contra 28,8% que são a favor e 10,8% não são nem a favor nem contra.
Em relação ao grau de confiança nas informações divulgadas pela Imprensa sobre a pandemia do novo coronavírus, 24,3% afirmam confiar muito; 48,5% confiam pouco; e 25,2% não confiam.
Flávio Dino critica descortesia de Jair Bolsonaro com o ministro Nelson Teich
“Se você chega a uma entrevista coletiva e sabe pelos jornalistas o que está acontecendo, fica claro que o presidente da República depreciou, destruiu a autoridade do próprio ministro. Fiquei penalizado pelo ministro que ficou sem ter o que dizer dado o absurdo da decisão do presidente”.
Com a declaração, dada ontem à Rádio Gaúcha, o governador Flávio Dino (PCdoB) criticou mais um gesto de irracionalidade do presidente Jair Bolsonaro, desta vez atingindo em cheio o ministro da Saúde, Nelson Teich. O ministro soube por jornalistas, durante entrevista coletiva, que o presidente havia incluído barbearias, salões de beleza e academias de ginástica na lista de atividades essenciais que devem funcionar durante a pandemia.
Milhões de brasileiros testemunharam nos telejornais o desconcerto e o desconforto do ministro ao tomar conhecimento da decisão presidencial, tomada sem consultá-lo nem o comunicar. Nelson Teich ficou perplexo, sem ação, tentando dizer algo, mas sem ter o que dizer, como se tivesse sido alvejado por um petardo, numa das cenas mais constrangedoras das muitas montadas pelo presidente da República em relação a ministros nos últimos tempos.
Na entrevista, o governador do Maranhão informou que o ministro Nelson Teich já reuniu duas vezes com os governadores do Nordeste e se mostra sempre cortês, solícito e aberto ao diálogo em relação às demandas da crise do coronavírus no país.
– Além da demissão formal do (Luiz Henrique) Mandetta, temos agora essa demissão fática do Teich, e eu espero que ele seja readmitido hoje, para que possamos continuar mantendo um canal para tentar resolver o problema do país nessa crise sanitária – assinalou Flávio Dino.
São Luís, 13 de Maio de 2020.