Em meio a uma guerra sem trégua pelo voto num cenário em que serão eleitos o presidente da República, o governador do Estado, dois senadores, 18 deputados federais e 42 deputados estaduais, e cujo desfecho ocorrerá em um mês, o presidente do Poder Legislativo, deputado Othelino Neto (PCdoB) se desdobra para conciliar o comando da Casa e a corrida em busca de votos e avalia que seu grupo, que é, liderado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), sairá das urnas vitorioso. Bem situado entre os que formam o primeiro time dos que devem ser bem votados, o chefe do parlamento estadual mostra equilíbrio nas suas avaliações e segurança nas suas conclusões, preferindo atuar com a lógica do que com o “chute” aleatório, e por isso prevê que a renovação da Assembleia Legislativa será de 30% a 40%. Foi o que deixou claro numa conversa com a Coluna, na manhã de Quinta-Feira, ao avaliar que o governador Flávio Dino (PCdoB) tem cacife político e preferência eleitoral suficientes para se reeleger no 1º turno, numa vitória que deve refletir-se na grande coligação que lidera.
Sereno na postura e cuidadoso com as palavras, como quem sabe que não pode cometer equívocos, o jovem presidente da Assembleia Legislativa fez o seguinte desenho verbal da guerra política e eleitoral em curso no âmbito do grupo a que pertence, respeitando os candidatos adversários:
“As pesquisas têm mostrado que se desenha uma liderança com uma relativa margem de segurança para o governador Flávio Dino, que hoje pontua com cerca de 60% dos votos válidos, ou seja, venceria a eleição no primeiro turno. Esse foi o quadro do início da campanha com a propaganda eleitoral gratuita. Eu acredito que, por termos o maior grupo político e também por termos o maior tempo de televisão, além do fato de que o governador Flávio Dino tem o trunfo de um Governo bem sucedido, com uma longa lista de obras, de realizações nas áreas de infraestrutura, saúde, educação, segurança e transparência. E agora com a oportunidade que ele tem de mostrar, no horário eleitoral e nas caminhadas pelo estado, aquilo que fez pelo Maranhão, eu creio que a tendência natural é que se consolide a eleição do governador no primeiro turno”.
Com a mesma sensatez que vem moldando sua conduta política e de chefe de Poder, sendo visto até por adversários como “uma boa surpresa”, exatamente por se mostrar conhecedor das filigranas que movem o parlamento estadual, o presidente Othelino Neto faz um prognóstico firme do que deve acontecer na composição da Assembleia Legislativa:
“Toda previsão em período eleitoral é um pouco de exercício de adivinhação. Mas, olhando a movimentação de cada deputado, é possível prevê que a renovação na Assembleia Legislativa será pequena, entre 30% e 40%, considerando que tem colega que não disputará a reeleição, mas que deixaram candidatos da família, o que não se pode considerar exatamente uma renovação. Por exemplo, o deputado Josimar Maranhãozinho (PR) é candidato a deputado federal e a esposa dele, Detinha (PR), é candidata a deputada estadual, e creio que os dois se elegerão. Nessa circunstância, o deputado Stênio Resende (DEM) não será mais candidato, mas lançou sua esposa, Andrea Resende (DEM); a deputada Graça Paz (PSDB) saiu, para ser candidata a vice-governadora, mas lançou o filho, Leonardo Paz (PSDB); e o (ex-)presidente Arnaldo Melo (MDB) será candidato no lugar da filha, deputada Nina Melo (MDB), também com boas condições de conquistar o mandato. Então, acho que a renovação vai ser entre 30% e 40%.
Antes visto como um nome de futuro, o deputado Othelino Neto ganhou outra dimensão no cenário político estadual desde que assumiu o comando do Poder Legislativo, em Janeiro, com a morte do presidente Humberto Coutinho (PDT ), tornando-se o grande articulador da Casa e surpreendendo pela habilidade com que vem cuidando das relações no parlamento. Provocado, ele se situa no cenário da guerra eleitoral:
“Eu sou, acima de tudo, um militante político, entusiasmado com o grupo do qual faço parte, sob a liderança do governador Flávio Dino. Acredito que estamos transformando o Maranhão para melhor, pois foi a isso que nos propusemos, e é essa a nossa missão. Acredito que os maranhenses reconhecem isso, pelo que eu tenho visto em pesquisa e nas ruas a aprovação do governador. Acredito também que apresentamos para o Maranhão os dois melhores nomes para o Senado, o deputado federal Weverton Rocha, que se destaca hoje nacionalmente como líder da Oposição ao Governo Temer, que assumiu posições muito fortes na Câmara dos Deputados contra a reforma trabalhista e contra a cassação da presidente Dilma Rousseff, por exemplo, e a deputada federal Eliziane Gama, que foi uma excelente deputada estadual e tem também um mandato vibrante na Camara Federal. Nós apresentamos para o Maranhão um jovem político e uma jovem política comprometidos com o futuro do Maranhão”.
Ciente de que prestígio eleitoral se conquista no contato direto com o eleitorado, o deputado Othelino Neto tem cumprido uma surpreendente agenda de campanha, que começou no dia 16/08 em São Félix de Balsas e passou por Monção (18/08), Vargem Grande (21/08), Santa Helena (24/08), Grajaú (25/08), Barreirinhas (28/08), São Vicente Ferrer (30/08), Peri-Mirim (31/08), Presidente Sarney (1º/09), Anajatuba (04/09) e Conceição do Lago Açu (06/09). E deu a largada na campanha em São Luís na quinta-feira à frente de uma grande caminhada na Vila Palmeira, avançando numa maratona que alcançará ainda vários municípios nas próximas semanas e que fará com que saia das urnas como um dos mais bem votados, segundo prognósticos que correm nos bastidores da peleja eleitoral.
PONTO & CONTRAPONTO
Líderes maranhenses se solidarizaram com Jair Bolsonaro
Todos os líderes da política maranhense, a começar pelo governador Flávio Dino, manifestaram solidariedade a Jair Bolsonaro, candidato do PSL a presidente da República, por verem no episódio do esfaqueamento que quase lhe tirou a vida durante ato de campanha eleitoral em Juiz de Fora (Minas Gerais). De um modo geral, esses líderes se preocuparam com o risco de morte a que o presidenciável foi submetido, como também se manifestaram no sentido de que se tratou de um ato isolado, radicado por um sujeito desequilibrado, o que afastou a impressão de que poderia ter sido um atentado contra o estado democrático de direito que garante a democracia plena no Brasil de hoje.
A Coluna errou
Na edição de ontem (07/09), a Coluna foi induzida a um erro ao afirmar que o governador Flávio Dino licenciou-se por 30 dias para se dedicar integralmente à campanha eleitoral. Na verdade, o chefe do Poder Executivo cumpriu uma formalidade e comunicou formalmente à Assembleia Legislativa que se licenciará do cargo apenas no dia 6 de Outubro, véspera das eleições. O erro decorreu do fato de que a informação fora obtida de maneira indireta, sem acesso ao documento, o que gerou o equívoco de interpretação. A Coluna pede desculpas aos seus leitores, a começar pelo governador Flávio Dino, que, ao contrário do que foi divulgado, permanecerá no cargo durante toda a campanha eleitoral, fazendo seguidos ajustes logísticos para conciliar os compromissos de candidato à reeleição com os de chefe de Estado e de Governo. A Coluna mantém integralmente todos os comentários e observações contidas no post na edição de ontem.
São Luís, 08 de Setembro de 2018.