Neto apoia Braide, PCdoB se mobiliza por Duarte Jr. e PDT perde rumo com silêncio de Weverton e Edivaldo Jr.

 

Rubens Júnior e Duarte Jr. ainda pré-candidatos do PCdoB, se juntam novamente; Eduardo braide recebe o apoio de Carlos Madeira e Neto Evangelista, entre os deputados Glaubert Cutrim e Roberto Costa, anuncia apoio a Eduardo Braide

À medida que o embate entre Eduardo Braide (Podemos) e Duarte Júnior (Republicanos) no 2º turno da eleição para a Prefeitura de São Luís começa a ganhar corpo, as forças políticas e partidárias nele envolvidas se movimentam para ocupar os espaços que suas lideranças vão determinando. Há, porém, curiosidades surpreendentes nessa arrumação, que deixam ar a impressão de que algumas peças estranhas ao processo tentam se encaixar. Enquanto o DEM, com o apoio declarado de Neto Evangelista, e o MDB se posicionaram pela candidatura de Eduardo Braide, e o PCdoB, o Cidadania e o PROS declararam apoio inequívoco à candidatura de Duarte Júnior, o PDT, que é, ainda, uma grande força em São Luís, parece um quartel sem comando, com quadros importantes divididos entre as duas candidaturas, com o prefeito pedetista Edivaldo Holanda Júnior mantendo um silêncio obstinado em relação ao pleito, e o presidente do partido, senador Weverton Rocha, que tanto se empenhou pelo candidato do DEM no 1º turno, se mantém inexplicavelmente afastado do cenário.

Nesse contexto, todas as atenções se voltam para o PDT, em especial para o senador Weverton Rocha e para o prefeito Edivaldo Holanda Júnior. Enquanto o PCdoB atende ao chamamento do governador Flávio Dino e o presidente do partido, deputado federal Márcio Jerry, anuncia mobilização e ação, o PDT mostra-se agora um partido sem rumo e dividido na Capital. Os vereadores reeleitos Osmar Filho e Raimundo Penha – duas forças na cidade, vale registrar – reforçaram a candidatura de Eduardo Braide, enquanto o vereador não reeleito Ivaldo Rodrigues, também um quadro forte, se posicionou a favor de Duarte Júnior – uma situação impensável na era Jackson Lago. Outras figuras menos expressivas estão tentando se acomodar nos dois lados.

Causa estranhamento o distanciamento do senador Weverton Rocha desse contexto desde que o resultado configurou a completa derrota do PDT em São Luís, perdendo a maior e mais importante Prefeitura do Maranhão e metade da sua bancada na Câmara Municipal da Capital. O argumento de que se trata de apenas uma eleição municipal não cola, porque São Luís é peça-chave na montagem política para as eleições de 2022, fazendo uma enorme diferença dependendo de quem esteja no seu controle.

São muito os exemplos de liderança firme. Epitácio Cafeteira e Jackson Lago construíram suas brilhantes carreiras a partir de São Luís. E no caso de Jackson Lago não há registro de que em algum momento o fundador e líder maior do PDT tenha permitido uma situação como essa. Até quando manteve uma “quase” aliança com a então governadora Roseana Sarney Jackson Lago permitiu divisões no partido.

O argumento subterrâneo de que a eleição de Duarte Júnior fortalece o projeto do vice-governador Carlos Brandão (Republicanos) faz sentido na lógica do senador, mas não na lógica do governador, para quem o importante é manter a Capital sob o controle do grupo.

Qualquer que venha ser a posição do senador Weverton Rocha, ela chegará atrasada. Isso porque em política existe uma regra segundo a qual o líder é quem fala primeiro e define a posição do grupo, como fez o governador Flávio Dino ao declarar apoio a Duarte Júnior já na noite de Domingo, para não deixar dúvida.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

No jogo dos apoios, Duarte Jr. está levando a melhor sobre Eduardo Braide

Neto Evangelista vai com Eduardo Braide e Rubens Jr. vai com Duarte Jr. em São Luís

Eduardo Braide conta com três ex-candidatos. O primeiro a lhe declarar apoio foi o deputado Neto Evangelista (DEM), que o fez de maneira enfática, justificou sua posição demarcando a sua distância de Duarte Júnior, mas se manifestando dentro dos limites da civilidade, sem agredir adversário nem passar a antipática imagem do perdedor ressentido. Eduardo Braide passou a contar ontem também com o apoio declarado do competente deputado Yglésio Moises (PROS), que, no entanto, surpreendeu pelo tom agressivo com que se referiu ao candidato do Republicanos, contra quem usou adjetivação pesada, atropelando a civilidade política. Ainda ontem, o candidato do Podemos foi apoiado pelo ex-candidato do Solidariedade, Carlos Madeira – que desistiu da disputa por causa do novo coronavírus. Eduardo Braide conta ainda com os deputados federais Edilázio Jr. (PSD) e Aluísio Mendes (PSC), que o apoiaram no 1º turno. E deve receber ainda o apoio do senador Roberto Rocha (PSDB).

Duarte Júnior, por sua vez, já recebeu o apoio do governador Flávio Dino, do deputado federal e ex-candidato Rubens Júnior, e do PCdoB, do seu presidente, deputado federal Márcio Jerry, e da senadora Eliziane Gama e do Cidadania. Ontem, correu a informação de que o deputado federal Bira do Pindaré e o PSB declararão apoio ao candidato do Republicanos, que também conta com o aval declarado do vice-governador Carlos Brandão (Republicanos) e do presidente do PL, deputado federal Josimar de Maranhãozinho.

Os apoiadores de Eduardo Braide festejam o apoio dos deputados estaduais César Pires (PV), Glaubert Cutrim (PDT), Carlinhos Florêncio (PCdoB), Fernando Pessoa (Solidariedade) – prefeito eleito de Tuntum -, Ciro Neto (PP) e Roberto Costa (MDB). Por sua vez, aliados de Duarte Júnior fazem o contrapeso lembrando que ele é apoiado pelos deputados Detinha (PL) – que se candidatou à Prefeitura de São Luís, mas desistiu -, Hélio Soares (PL), Mical Damasceno (PTB), Pastor Cavalcante (PROS) e Marco Aurélio (PCdoB), segundo colocado na disputa pela Prefeitura de Imperatriz.

Por enquanto, o jogo dos apoios está equilibrado, sendo provável que ao longo da campanha outros deputados se manifestem, entre eles Wellington do Curso (PSDB), que tem base forte em São Luís.

 

Othelino Neto cumpriu maratona e saiu das urnas com uma forte base de apoio

Othelino Neto cumpriu uma verdadeira maratona durante a campanha, saiu forte das urnas, inclusive com a sua mulher, Ana Paula, eleita vice-prefeita de Pinheiro

Em meio às contas do “ganhou-perdeu” que se continua fazendo nos bastidores da política, alguns levantamentos começam a definir o cacife de parlamentares que participaram ativamente das disputas municipais, formando base para o próximo desafio, agendado para 2022. Nesse contexto, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), desponta como um dos mais atuaram e mais acumularam dividendos políticos e eleitorais na corrida que redesenhou o poder político nos municípios maranhenses. Ele apoiou pouco mais de duas dezenas de candidatos, dos quais nada menos que 18 foram bem-sucedidos.

Ao final da intensa e exaustiva maratona, que o levou a percorrer milhares de quilômetros nos quatro quadrantes do Maranhão, Othelino Neto “saiu” das urnas politicamente mais forte e comemorando o maior dos seus ganhos nessa corrida ao voto: a eleição da sua mulher, Ana Paula Lobato (PDT), vice-prefeita de Pinheiro, contribuindo para a retumbante reeleição do prefeito Luciano Genésio (PP). Othelino Neto viu aliados seus elegerem-se nas mais diversas regiões do estado, como Carlinhos Barros (PCdoB) em Vargem Grande, no Baixo Parnaíba, assim como Raimundo Silveira (PROS) em Parnarama, no Leste do estado, Dr. Amilcar (PCdoB) em Barreirinhas, na região dos Lençóis,  e Felipe dos Pneus (Republicanos) em Santa Inês, na Região Central do estado.

Ao final da sua maratona, Othelino Neto apoiou os seguintes candidatos eleitos: Galego Mota (Solidariedade) em Dom Pedro, Doutor Airton (Solidariedade) em Carutapera, Geraldo Azevedo (PCdoB) em Olho D`Água das Cunhãs, Heliezer do Povo (PCdoB) em Peri Mirim, Zé Farias (PDT) em Brejo, Flávio Furtado (PDT) em Duque Bacelar, Raimundo Lídio (Republicanos) em Paulino Neves,  Zezildo Almeida (PTB) em Santa Helena, Antônio Borba (Patriotas) em Timbiras,  Valéria Castro (PCdoB) em Presidente Sarney,  Paulo Curió (PTB) em Turilândia, Toca Serra (PCdoB) em Pedro do Rosário, e Edvan Brandão (PDT) em Bacabal, entre outros.

São Luís, 19 de Novembro de 2020.

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