Mesmo numericamente pequena, bancada maranhense na Câmara Federal tem atuação forte na guerra do impeachment

 

federais
Eliziane Gama, Weverton Rocha, Victor Mendes, Waldir Maranhão, Zé Carlos, Sarney Filho, João Castelo, André Fufuca, Cléber Verde, Hildo Rocha, Alberto Filho, Aluísio Mendes, José Reinaldo, João Marcelo, Juscelino Filho, Pedro Fernandes, Rubens Jr. e Júnior Marreca decidirão o futuro de Dilma Rousseff  na votação de domingo.

As próximas 48 horas serão decisivas para o futuro imediato do País. Ao longo desse tempo exíguo, forças políticas da situação e da oposição travarão, principalmente nos bastidores, uma guerra cuja batalha final terá como campo o plenário da Câmara Federal, onde 513 deputados, entre eles 18 maranhenses, decidirão se o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) será ou não aberto pelo Senado da República. Nesse contexto de grave tensão política e forte expectativa, o Maranhão tem tido papel relevante, já que alguns dos seus líderes estão diretamente envolvidos no confronto político, uns de maneira aberta e assumida, correndo todos os riscos que a situação impõe; outros agindo nos bastidores, o que não lhes tira legitimidade para participar da movimentação das forças. São os 18 deputados federais e os três senadores. Poucas bancadas têm tido participação tão forte na “guerra do impeachment” quanto a do Maranhão, com ações favoráveis e contrárias à presidente Dilma.

Os deputados José Reinaldo Tavares (PSB), Weverton Rocha (PDT), Eliziane Gama (PPS), Rubens Jr. (PCdoB), Sarney Filho (PV), João Castelo (PSDB), João Marcelo Souza (PMDB), Alberto Filho (PMDB), Hildo Rocha (PMDB), André Fufuca (PP), Waldir Maranhão (PP), Pedro Fernandes (PTB), Zé Carlos (PT), Juscelino Filho (DEM), Cléber Verde (PRB), Aluísio Mendes (PTN), Victor Mendes (PSD) e Júnior Marreca (PEN) são, nesta etapa, as figuras centrais, os protagonistas do processo, porque são os seus votos que decidirão se o pedido de impeachment será aceito e encaminhado ao Senado para a instalação do processo de impedimento propriamente dito.

A bancada do Maranhão é uma das mais expressivas da Câmara Federal nesse momento; não pelo seu valor numérico – são apenas 18 representantes -, mas pelos papeis que vários dos seus integrantes estão exercendo. O Maranhão teve quatro representantes na Comissão Especial – Weverton Rocha, João Marcelo, Júnior Marreca, e num determinado momento, a deputada Eliziane Gama. Proporcionalmente, foi o segundo estado com mais membros na Comissão. E com um dado que poucos observaram: dois dos integrantes da Comissão são líderes de bancada – Weverton Rocha (PDT) e Júnior Marreca (PEN) – e um é vice-líder – João Marcelo (PMDB). Além disso, os três votaram contra o impeachment, os dois primeiros respeitando integralmente a aliança dos seus partidos com o Palácio do Planalto, e o terceiro contrariando, por convicção, a orientação da sua agremiação.

No plano geral do embate, os maranhenses têm tido papel destacado nas articulações e no confronto direto em plenário. O deputado Rubens Jr., por exemplo, vem se notabilizando como o principal artilheiro da base governista nos esforços para desmontar as artimanhas da oposição na seara judicial. Weverton Rocha, por sua vez, tem se desdobrado, individualmente e como líder do PDT, para fortalecer a posição da presidente, sendo incansável na pregação do “não ao golpe”, alcançando, para muitos, um espaço que a maioria dos demais líderes da Casa não alcançou. O deputado Sarney Filho faz o contrapeso liderando a bancada do PV para votar pelo impeachment, confirmando posição tomada pelo partido e que ele abraçou como chefe da bancada. Os deputados Aluísio Mendes, líder do PTN, e Júnior Marreca, líder do PEN, negociaram com as direções dos seus partidos e decidiram liberar as bancadas, deixando a cada deputado a liberdade de votar com o bem entender.

Um dos personagens de proa desse momento, o deputado Waldir Maranhão enfrenta situação delicada como 1º vice-presidente da Câmara Federal, preferindo, por cautela, atuar discretamente nos bastidores, para evitar exposição. Com o mandato o endurado por uma liminar da Justiça Eleitoral, e na incômoda posição de suspeito da Operação Lava Jato, o parlamentar vive forte expectativa. Se a presidente Dilma cair e o vice Michel Temer assumir, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, será o vice-presidente da República, o que assegura a Waldir o direito de comandar a Casa todas as vezes em que Cunha for presidente na ausência de Temer. No controle de alguns órgãos federais no estado, Maranhão contraria interesses e deve votar contra o impeachment da presidente Dilma.

No Senado, dos três senadores trabalham intensamente contra o impeachment. João Alberto e Edison Lobão, ambos do PMDB são linha de frente do grupo de pemedebistas que não concordaram com o desembarque do partido do Governo, vendo na decisão do partido um mero lance de oportunismo político. João Alberto, que preside o Conselho de Ética pela quinta vez consecutiva, tem dito que não abandonará a presidente, e desde o acirramento da crise, tem sido um interlocutor de ponta do Palácio do Planalto.

Qualquer que seja a avaliação da atuação e do desempenho da bancada levará à conclusão que, proporcionalmente, nenhuma bancada regional é tão ativa nesse processo quanto a do Maranhão.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Sarney faz um silêncio que grita
sarney 7
Sarney: influencia mesmo se mantendo em silêncio

Mesmo considerando o luto familiar, causado pela morte do irmão mais novo Evandro Sarney, o ex-senador José Sarney está mergulhado num silêncio “ensurdecedor”, principalmente se levado em conta o fato de que o seu partido, o PMDB, encontra-se agora na linha de frente do  movimento oposicionista destinado a derrubar a presidente Dilma Rousseff. Legalista assumido, que defende com intransigência a ordem constitucional e respeita o ritual em torno do cargo de presidente da República, Sarney atuou fortemente para destronar o presidente Fernando Collor – então deputada federal, Roseana Sarney foi a coordenadora da votação do impeachment do caçador de marajá. Tem sido um dos mais ativos articuladores do PMDB nos últimos anos, e por isso ninguém acredita que esteja distanciado da crise política no seu momento mais agudo. Sim, porque no caso dele, isolamento e silêncio, podem ser armas eficientes, cujo uso, por ele, só será medido na noite de domingo, quando o plenário da Câmara Federal autorizar o processo de impeachment pelo Senado ou mandá-lo para o arquivo morto.

 

Curso de medicina a caminho de Bacabal
medicina em bacabal
Roberto Costa, Nair Portela, João Alberto e Aloísio Mercadante: buscando meios de implantar o Curso de Medicina em Bacabal, um pleito antigo do senador

O forte clima de tensão política não impediu de que se discutisse em Brasilia projetos que interessam, de fato, à população. Em meio a isso, o deputado estadual Roberto Costa (PMDB) ficou a um passo de comemorar uma grande conquista para Bacabal. Se os compromissos que obteve do ministro da Educação, Aluízio Mercadante, a principal cidade do Médio Mearim terá em pouco tempo um Curso de Medicina em funcionamento. O acordo foi firmado em audiência realizada terça-feira, em Brasília, no Ministério da Educação, com a participação do senador João Alberto (PMDB) e do deputado federal João Marcelo Souza (PMDB). O compromisso assumido pelo ministro da Educação pode coroar um projeto que vem sendo perseguido há anos pelo senador João Alberto e pelo deputado Roberto Costa. O deputado pemedebista, que se prepara para disputar a Prefeitura de Bacabal, saiu da reunião em estado de graça, por ter conseguido criar a convicção de que o projeto de imantar um Curso de Medicina em Bacabal é viável e tem tudo para dar certo. Tanto Roberto Costa quanto o senador João Alberto e o deputado federal João Marcelo comemoraram o resultado da reunião com o ministro Mercadante. “O ministro falou em retomar a implantação do Curso de Medicina. E agora nós temos duas possibilidades: o curso pela UFMA, o que demoraria um pouco, ou por uma universidade privada, que seria mais rápida a tramitação do processo e a consequente implantação”, analisou Roberto Costa, ratificado pelo senador João Alberto. O ministro Aluízio Mercadante lembrou que o processo para implantação do curso data de 2013 e que o senador João Alberto já vinha lutando por esta demanda. “Devido a alguns problemas técnicos exigidos por Lei, o Curso de Medicina para Bacabal acabou não saindo. Mas agora, em alguns aspectos houve avanços e podemos retomar o processo”, disse o ministro. Presente à reunião com o ministro, a reitora da UFMA, Nair Portela assinalou que enquanto o Curso de Medicina não sai, outras demandas da comunidade de Bacabal podem ser atendidas, como o Curso de Enfermagem e o de Educação Física, além de melhorias no campus da instituição em Bacabal.

 

São Luís, q3 de Abril de 2016.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *