O PCdoB tem três pré-candidatos à sucessão do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PDT), no ano que vem. São eles: o deputado estadual Duarte Jr., o deputado federal licenciado e atual secretário de Estado das Cidades Rubens Pereira Jr. e o vice-prefeito Júlio Pinheiro. A lista tríplice não é produto de especulação, mas de uma declaração de ninguém menos que o deputado federal Márcio Jerry, presidente estadual do PCdoB) e mais influente conselheiro político do governador Flávio Dino. Com a declaração, feita no contexto de uma entrevista à Rádio Timbira, ontem, Márcio Jerry ligou em definitivo as turbinas para a corrida ao Palácio de la Ravardière, liberando sinal verde para que os três listados iniciem uma medição de força para se viabilizarem dentro do partido. Ao mesmo tempo, deu aos pretendentes de outros partidos, a começar pelo PDT, a informação que todos queriam para montarem suas estratégias. Além do mais, Márcio Jerry deixou implícito que não é pré-candidato, sem no entanto, eliminar totalmente a possibilidade de vir a entrar na disputa numa situação excepcionalíssima.
A lista do PCdoB para disputar a Prefeitura de São Luís não surpreendeu. Os três nomes já vinham sendo citados com frequência, principalmente depois que Felipe Camarão (DEM), secretário de Estado de Educação, que vinha sendo apontado por muitos como o nome da preferência do Palácio dos Leões para a disputa, anunciou formalmente que não será candidato. Mais votado do PCdoB para deputado estadual, Duarte Jr. saiu das urnas pré-candidatíssimo e disposto a jogar pesado para consolidar o projeto que já vinha formulando desde que comandou o Procon e o Mais Cidadão; Rubens Jr. também saiu das urnas muito forte, reeleito que foi com votação consistente para a Câmara Federal, tendo sua pré-candidatura ganhado forma quando o governador Flávio Dino o convocou para assumir a Secretaria das Cidades, cargo técnica e politicamente “associado” a eleição municipal; e Júlio Pinheiro vem trabalhando para, na condição de vice-prefeito, viabilizar a condição de “candidato natural”. Cada um tem agora o desafio de mostrar ao partido é o eleitoralmente mais viável.
Desde outros tempos, os registros vêm mostrando que as disputas para a Prefeitura de São Luís se dão sempre em terreno movediço, no qual grande parte do eleitorado costuma aguardar a evolução da campanha para só então se posicionar, como ocorreu nas duas mais recentes. Em 2013, o prefeito João Castelo (PSDB) começou como favorito e terminou atropelado pelo jovem Edivaldo Jr., então candidato do minúsculo PTC; em 2016, o favoritismo do prefeito Edivaldo Jr. foi perigosamente minado pelo crescimento surpreendente do deputado Eduardo Braide (PMN), este ajudado por outra surpresa, o deputado Wellington do Curso (PSB). Afora as eleições de Jackson Lago (PDT), que sempre foram maiúsculas, as corridas para a Prefeitura de São Luís sempre foram muito disputadas.
O pleito do ano que vem tem três ingredientes importantes a serem anotados: e primeiro: Eduardo Braide vem liderando todas pesquisas feitas até aqui; o Grupo Sarney, que já teria definido o deputado estadual Adriano Sarney (PV), vai fazer de tudo para derrotar ou ver derrotado o candidato do PCdoB, seja ele quem for; e dentro da aliança liderada pelo governador o PDT vai fazer de tudo para emplacar um nome do partido à sucessão do prefeito pedetista Edivaldo Holanda Jr., e no mesmo campo desponta a pré-candidatura importante do deputado federal Bira do Pindaré (PSB).
No contexto de agora, Duarte Jr. tem a vantagem de ser hoje um nome influente nas redes sociais em São Luís, fatos que vem se tornando cada vez mais decisivos nas disputas eleitorais, mas precisa de base política; Rubens Jr. tem forte suporte político, mas precisa se fortalecer eleitoralmente na Capital, e Júlio Pinheiro precisa das duas bases para viabilizar sua candidatura. Como se vê, tudo indica que a escolha do candidato do PCdoB será um processo complicado, renhido, mas politicamente saudável.
PONTO & CONTRAPONTO
Pesquisa mostra credibilidades das 10 mais importantes instituições brasileiras
Pesquisa feita pelo Data Folha e publicada pelo jornal Folha de São Paulo investigou a credibilidade das 10 mais importantes instituições brasileiras. O resultado foi o seguinte: 45% acham que a instituição brasileira mais acreditada são as Forças Armadas, 29% acham que é a Presidência da República, 25% apontam o Ministério Público, 24% consideram que a instituição mais acreditada é a Imprensa, 22% acham que são as grandes empresas, 18% avaliam que é o Supremo Tribunal Federal, 10% preferem as redes sociais, 8% indicam o Congresso Nacional e apenas 1% escolheram os partidos políticos como instituições de maior credibilidade. Para quem acompanha há muito esse tipo de avaliação, dois dados dessa pesquisa chamam realmente a atenção. O primeiro é a queda dramática do Supremo, que até na primeira década deste século aparecia sempre as entre as mais acreditadas e agora amarga forte descrédito, provavelmente refletindo a Justiça como um todo. O outro dado é a Imprensa, que não chegou ao fundo do poço, mas perdeu prestígio, gostemos ou não nós, militantes do mundo da informação, que vem sendo implacavelmente invadido por canais das redes sociais que se passam por imprensa sem sê-lo. São os novos tempos, sobre os quais paira uma perigosa nuvem obscurantista, que precisa ser enfrentado com firmeza, equilíbrio e competência.
Cidadão Edilázio Jr. tropeça nas palavras e atinge duramente o deputado federal Edilázio Jr.
O deputado federal Edilázio Jr. (PSD) – foto – envolveu-se numa polêmica e dela está saindo com o pesado ônus de um pedido de desculpas por declarações que como político jamais poderia ter dado. Morador da Península, na Ponta D`Areia, onde um apartamento de 150 metros quadrados não sai por menos de R$ 3 milhões, o deputado declarou guerra ao projeto do Cais São Luís-Alcântara, imaginado para a área do antigo Iate Clube. Numa reunião na qual técnicos do Governo do Estado foram expor o projeto a moradores da área, o deputado fez um pronunciamento impressionante, no qual externou sua condição de morador apavorado com a possibilidade de o Cais atrair para ali motoqueiros, vans, carrinhos de venda de comida, enfim, pobres. O exemplo que Edilázio Jr, dá da babá do seu filho, que poderá usar o Cais São Luís-Alcântara é inacreditável. Suas palavras, mesmo lapidadas com ressalvas, exalam preconceito, a começar pelo fato de que para ele a Península deve ser território exclusivo dos que ali residem, livre da perigosa e incômoda arraia miúda. Aplaudido pelos vizinhos que pensam como ele e que estão preocupados com o risco de desvalorização dos seus imóveis, o deputado Edilázio Jr. só se deu conta da trombada que deu com a realidade quando o áudio com seu discurso ganhou mundo. E reagiu com uma nota em que afirma ter sido “mal interpretado”, jura ser a favor dos “menos favorecidos de São Luís” e, para espanto de todos, pede desculpas pela suposta má interpretação que deram às suas palavras. Na nota ele confirma o que disse no discurso, mostrando convicção, o que torna surpreendente e até mesmo espantoso o pedido de desculpas. É como se tivesse dizendo “Não quero o cais aqui, não quero motoqueiros aqui, não quero vencedor de espetinho aqui, me desculpe por não querer vocês aqui”. O cidadão Edilázio Jr. disse o que pensa, um direito inalienável, por mais condenáveis que sejam suas declarações. Já o deputado federal Edilázio Jr. trombou feio com a ética e o bom senso.
Seminário deve definir posições em relação ao CLA em tempos de Acordo com EUA
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação, Marcos Pontes, aterrissa nesta segunda-feira em São Luís para participar do seminário, “Base de Alcântara: Próximos Passos”, promovido pelo Governo do Estado para debater o futuro do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) a partir do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) recém firmado pelos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump e que permitirá o uso do CLA pelos Estados Unidos para lançamento de foguetes de programas espaciais. Não será um evento qualquer. Acontecerá no auditório Terezinha Jansen, no Multicenter Sebrae, e será dividido em duas etapas. Na parte da manhã (9h), sob o comando do governador Flávio Dino, será discutido tema Geopolítica Espacial e, claro, a inserção definitiva do CLA nesse universo. À tarde (14h) será discutido o desenvolvimento regional a partir do Acordo, seguido de debate sobre produção de conhecimento científico, estando o encerramento previsto para as 18h. O evento deve ser o grande momento de discussão sobre a relação social e econômica do Maranhão com a Base de Alcântara no contexto da corrida espacial.
São Luís, 14 de Abril de 2019.