A largada, na manhã de sábado, do programa “Mais Asfalto”, parceria da Prefeitura com o Governo do Estado para a pavimentação asfáltica de 124 quilômetros de ruas nas diversas regiões de São Luís, pode ter sido muito mais do que um simples ato de parceria administrativa. Isso porque, vista pelo prisma da política, a ação conjunta com o governador Flávio Dino (PCdoB) poderá ter dado ao prefeito Edivaldo Jr. (PTC) o embalo que ele estava precisando para ajustar o rumo da sua caminhada na direção das urnas em busca da reeleição. Sinal forte desse ânimo político foi o discurso entusiasmado feito ontem pelo deputado Edivaldo Holanda (PTC), guardião e porta-voz do prefeito de São Luís na Assembleia Legislativa e para quem a Capital “vive uma nova era”.
Na sua fala, o deputado Edivaldo Holanda depositou na parceria que o prefeito Edivaldo Jr. vem costurando com o governador Flávio Dino praticamente todas as esperanças da atual administração municipal. Lembrou, inicialmente, que os municípios estão sendo sufocados pela violenta redução no valor das transferências constitucionais – Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que nos últimos meses vêm caindo progressivamente, na mesma medida em que a arrecadação tributária cai com o desarranjo da economia. Essa perda de receita faz com que os recursos arrecadados por São Luís sejam suficientes para bancar as despesas fixas, como folha de pessoal e outros itens de maior peso, sobrando muito pouco para investimentos.
O que vem salvando as finanças de São Luís é o resultado de um impiedoso ajuste feito nas contas nos dois primeiros anos, período em que poucos foram os recursos investidos em obras. Nesses meses, o prefeito Edivaldo Jr. enfrentou todo tipo de cobrança e ataque, mas sabia que se acelerassem os tratores antes da hora, levaria o Município à bancarrota, o que numa situação comparativa, significaria um quadro de falência plena. Foram meses de privação crua, durante os quais o prefeito, eleito como a redenção da Capital, enfrentou adjetivos duros, como “incompetente” e “despreparado”, por exemplo. Continua apanhando de alguns, mas o tom já não é o mesmo.
O lançamento do programa “Mais Asfalto” funcionou com o resultado prático e positivo da parceria Prefeitura/Governo do Estado para melhorar a malha viária da Capital. Mas também teve o efeito de uma sinalização de que o prefeito Edivaldo Jr., que muitos julgaram politicamente liquidado, começa a reagir a tempo de reverter o cenário no qual ele é visto como apenas mais um e no qual a deputada federal Eliziane Gama (PPS) reina absoluta nas primeiras avaliações. Na esteira do “Mais Asfalto” estão a caminho outros investimentos, como os do PAC das Cidades Históricas, com a restauração de parte do centro comercial de São Luís, a exemplo do que já foi feito na Praça da Alegria. Há também programas educacionais em curso, como as primeiras experiências da escola de tempo integral.
Tais registros, porém, são apenas indicadores de que o prefeito Edivaldo Jr. começa a sair da inércia imposta pela inexperiência e pelas circunstâncias. Isso não significa dizer que sob seu comando a Prefeitura de São Luís saiu do vermelho e mergulhou no azul, nada disso. O que é possível observar é que após dois anos de recursos minguados e de ajustes draconianos nas contas, o prefeito começa a respirar e a se movimentar. E com uma vantagem a mais: até aqui, após escorregões de alguns auxiliares no primeiro momento, não se tem notícia de desvios ou atos de improbidade na gestão municipal, numa situação de “não faz, mas não rouba”.
Mesmo estando muito longe do ideal prometido durante a campanha, o novo momento da Prefeitura de São Luís é festejado pelo deputado Edivaldo Holanda como o caminho a ser seguido. Para ele, o resultado desse entendimento entre o Palácio de la Ravardière o Palácio dos Leões vai muito além de bons resultados administrativos. “A paz voltou a reinar em São Luís, porque acabou a era da perseguição”, declarou Edivaldo Holanda.
PONTOS & CONTRAPONTOS
Cobrança dura
O deputado federal Hildo Rocha (PMDB) (foto) fez ontem um duro discurso na Câmara Federal criticando o que ele definiu como “postura injustificável” do Governo do Estado em relação ao assassinato brutal do mecânico, em Peri Mirim, há duas semanas, por um guarda municipal na presença de uma Patrulha da Polícia Militar. Rocha interpretou o assassinato como “uma grave violação dos direitos humanos” e criticou o governador Flávio Dino pelas providências tomadas até agora. O parlamentar pemedebista acha que o Governo do Estado deve desculpas à sociedade maranhense, porque, na avaliação dele, o que houve foi um “crime de Estado”.
Pouco esclarecimento
O Caso de Peri Mirim, que foi denunciado até à ONU, entra para a história como um fato que mistura violência brutal, despreparo de policiais e falta de controle no uso de arma. Não dá para justificar que o assassino estivesse usando uma arma com livre arbítrio para sacar e atirar. Não é possível explicar a conduta de policiais militares diante da ação do assassino, que recebeu inclusive a proteção deles. E causam má impressão as atitudes do Governo, que só se manifestou por meio de notas que pouco informaram e por isso ficou devendo uma manifestação mais esclarecedora. Isso porque o caso é emblemático, exatamente por reunir aspectos inaceitáveis na sociedade atual.
Fernando Brant, adeus
A morte prematura tirou dos brasileiros uma das suas vozes mais importantes em todos os tempos, o poeta mineiro Fernando Brant, expressão cultural e política do Clube da Esquina, o movimento cultural, expressado na palavra e na música, que colocou Minas Gerais no epicentro da Música Popular Brasileira. Poucos poetas transformaram sua obra em marcas tão forte como Fernando Brant, principalmente por tê-la associado à música. Sim, porque ele não foi apenas um letrista, foi um poeta de mão cheia, que disse as verdades que todos queriam dizer num momento em que não se podia falar. Em Travessia, Brant mostrou o caminho a ser seguido. Em Canção da América, bradou forte a favor dos povos oprimidos que precisavam se unir e agir. Em Coração de Estudante, fez da poesia simples, quase óbvia, a teia que une pessoas. Junto com Milton Nascimento, Lô Borges, Wagner Tiso e muitos outros moleques de esquina do seu tempo, Fernando Brant teceu uma obra forte, bela e elegante, que já encantou três gerações e que certamente continuará encantando por todo o sempre. Difícil assimilar sua partida.
São Luís, 15 de Junho de 2015.
Em Pontos e Contrapontos você fala que o crime contra o mecânico ocorreu em Peri Mirim. Na realidade, o crime ocorrido no último 28 de maio, aconteceu em Vitória do Mearim.
Após o crime, além do executor, os 2 (dois) policiais que estavam na blitz foram presos. Pasmem! Vitória do Mearim tem apenas 5 (cinco) policiais. Após a prisão dos 2 (dois), ficou apenas com 3 (três).
Ninguém ainda não entendeu porque até agora a Secretária de Segurança não repôs esses policiais.
A tempo, depois desse crime, Vitória do Mearim está uma terra sem lei. Assalto a mão armada todos os dias; Arrombamento e saqueamento durante a madrugada nos comércios e lojas;
Resumindo: no quesito Segurança Pública, ao menos em Vitória do Mearim, o Governo Flávio Dino ainda não disse pra que veio.