Lula tem no Maranhão apoio para bater Bolsonaro, Ciro, Dória, Moro e Mandetta

 

Lula da Silva lidera com folga, deixando Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, João Dória, Sérgio Moro e Henrique Mandetta muito atrás na preferência dos eleitores do Maranhão

Se a eleição para presidente da República fosse agora, o ex-presidente Lula da Silva (PT) sairia das urnas do Maranhão com nada menos que 59,5%, seguido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que amargaria o segundo lugar com 23,4%; atrás deles estariam o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) com 6,5%, o ex-ministro Sérgio Moro (sem partido) com 1,3%, o governador de São Paulo João Dória (PSDB) com 1,2%, e o ex-ministro da Luiz Henrique Mandetta (DEM) com 0,7%, Nenhum/Branco/Nulo somam 3,6% e Não Sabe/Não Respondeu, 3,9%. Foi esse o cenário encontrado pela pesquisa Econométrica, que ouviu 1.616 eleitores no período de 22 a 25 deste mês, tem margem de erro de 2,4% e intervalo de confiança de 95%, e foi contratada pelo programa de rádio “Ponto e Vírgula”.

Tudo leva a crer que a pesquisa traduz com fidelidade as intenções do eleitorado maranhense. Isso porque não é nenhuma surpresa que o ex-presidente Lula da Silva é um líder consagrado no Maranhão. Primeiro pela atenção que deu ao estado nos seus oito anos de Governo, que pode ser medida por um dado apenas: o cadastramento de mais de 01 milhão de famílias no programa Bolsa Família, proporcionalmente o maior número entre os 26 estados e o Distrito Federal. E depois, pelas relações políticas que construiu no território maranhense, onde teve como aliados o ex-presidente José Sarney (MDB) e seu grupo Sarney, tendo depois se aproximado do governador Flávio Dino (PCdoB), cuja candidatura não apoiou em 2014. A esmagadora maioria de intenções de voto do eleitorado maranhense manifestada a seu favor é sólida e dificilmente será revertida, principalmente agora que tem Flávio Dino, agora no PSB, como principal aliado, mas também reconstruindo os laços com o ex-presidente José Sarney.

O presidente Jair Bolsonaro tem posição exatamente inversa. Não conhece o Maranhão, só pisou no seu território em passagens esporádicas, e os aliados que encontrou no estado são politicamente inexpressivos, sem condições de lhe dar um apoio política e eleitoralmente forte. Além do mais, seu Governo não criou vínculos com os maranhenses, e seu principal aliado no estado, o senador Roberto Rocha (sem partido), aparece nas pesquisas sem qualquer chance de reeleição ou de brigar pelo Governo do Estado. Para reforçar mais ainda a distância, o presidente e seus ministros se comportam de maneira hostil em relação às lideranças do estado, a começar pelo governador Flávio Dino (PSB), que tem sido uma das vozes mais contundentes na oposição no País. É improvável que o presidente Jair Bolsonaro encontre um caminho para melhorar sua posição no eleitorado maranhense.

O pré-candidato do PDT, ex-ministro Ciro Gomes, tem no Maranhão o reflexo do que tem hoje no Brasil inteiro. Integrante da elite da sua geração de políticos, preparado e desassombrado, Ciro Gomes é, por outro lado, o retrato fiel da contradição. Isso porque, ao mesmo tempo em que tem posições políticas avançadas, atua com o um candidato agressivo, desbocado, minando o seu próprio prestígio. Sua posição no estado se choca frontalmente com a do pré-candidato do seu partido ao Governo do Estado, o senador Weverton Rocha, que não o associa ao seu projeto de candidatura, certamente temendo sofrer desgastes.

Finalmente, o governador paulista João Dória, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta são ilustres desconhecidos dos maranhenses, em que pese o fato de serem eles figuras já carimbadas na vida política do Brasil. João Dória é, por exemplo, do mesmo partido do vice-governador Carlos Brandão, o PSDB, mas ninguém o associa ao futuro governador do Estado. O ex-ministro Sérgio Moro, que já posou de herói na Operação Lava Jato, desabou no conceito dos maranhenses quando largou a magistratura para ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, confirmando as suspeitas de ter agido parcialmente como juiz em relação ao ex-presidente Lula. E Luiz Henrique Mandetta não existe no horizonte político dos maranhenses.

Mesmo faltando ainda mais de um ano para as eleições, um período de tempo em que tudo pode acontecer na seara política, não é exagero prever que se forem os candidatos ao Palácio do Planalto, o ex-presidente Lula da Silva será eleito com folga.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Nomes fortes se preparam para disputar mandato federal

Amanda Gentil, Felipe Camarão, Roseana Sarney e Carlos Lula estão entre os nomes que podem desequilibrar a disputa para a Câmara Federal

Reina uma forte preocupação entre mais da metade dos atuais deputados federais por conta da dimensão que eleição para a bancada maranhense na Câmara Federal está tomando com a força de alguns nomes que estão entrando na disputa pelas 18 vagas. Começa com a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), que vai liderara chapa proporcional do partido, e com deputado Duarte Jr. (PSB), visto por muitos como detentor de condições para se eleger. Como eles, os dois nomes de maior visibilidade na equipe do governador Flávio Dino, o secretário de Educação Felipe Camarão (PT) e seu colega da Saúde Carlos Lula (PSB) vão disputar cadeiras na Câmara Federal. Em São Luís, todos os sinais indicam que o prefeito Eduardo Braide (Podemos) investirá seu cacife eleitoral num candidato a deputado federal ainda a ser definido. Em Caxias e região se prepara a engenheira Amanda Gentil (Republicanos), filha do prefeito Fábio Gentil; em Timon, o ex-prefeito Chico Leitoa (PDT) está na disputa, e em Imperatriz se movimenta o ex-prefeito Sebastião Madeira (PSDB).

E no campo das especulações aparecem três prefeitos politicamente importantes: Éric Silva (PDT), de Balsas, Luciano Genésio (PP), de Pinheiro, e Assis Ramos (DEM), de Imperatriz. Todos reeleitos, eles estariam avaliando o projeto de renunciar no ano que vem para disputar mandatos de deputado federal.

Se esses projetos de candidatura se confirmaram, serão páreos duros na disputa.

 

Brandão reúne prefeitos em grande ato político em Presidente Dutra

Carlos Brandão (C) lidera o ato que reuniu lideranças estaduais em Presidente Dutra

Em situação intermediária nas pesquisas de intenção de voto para o Palácio dos Leões, o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) dá demonstração de vitalidade política. Ontem, por exemplo, ele realizou mais um ato político forte, esse em Presidente Dutra, com a participação de dezenas de prefeitos e deputados da região central e do leste do estado. A reunião, marcada por manifestações entusiasmadas de apoio ao seu projeto de candidatura e que será governador a partir de Abril, mostra que está construindo uma base política forte em todo o estado. Três semanas atrás Carlos Brandão foi alvo de manifestação parecida, desta vez em Miranda do Norte.

São Luís, 31 de Julho de 2021.

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