O comício de campanha do ex-presidente Lula da Silva (PT), ontem, em São Luís, foi, mais uma vez, uma demonstração da sua força política no Maranhão. O ato, que reuniu milhares de pessoas na Praça Maria Aragão, foi também uma mostra da força política da chapa encabeçada pelo governador Carlos Brandão (PSB), candidato à reeleição, tendo como vice Felipe Camarão (PT), e o ex-governador Flávio Dino (PSB), candidato ao Senado. Flávio Dino e Carlos Brandão saudaram o líder petista com o entusiasmo dos que apostam alto na vitória do ex-presidente para o Palácio do Planalto, e no sucesso da chapa estadual nas urnas. Na mesma linha, Lula da Silva se manifestou confiante de que está a caminho de mais uma vitória nas urnas com apoio massivo dos maranhenses, mostrando também certo de que Carlos Brandão será reeleito e Flávio Dino irá para o Senado. Os discursos dos três líderes foram afinados, como era de se esperar.
O ato foi aberto pelo ex-governador Flávio Dino, que fez um balanço do seu governo, defendeu a candidatura do governador Carlos Brandão à reeleição, tendo Felipe Camarão como vice, e enfatizou a importância do projeto de colocar Lula da Silva de volta ao comando do País. “Quem quer liberdade é Lula. Quem quer igualdade é Lula. Quem quer fraternidade é Lula. Queremos dizer claramente que esse estado nunca se enganou com miliciano e que aqui é a terra que nunca teve medo de ser feliz. O caminho de Lula, o nosso caminho no Maranhão tem nome e número: é Brandão 40”, ressaltou. “Com o presidente Lula, o Brasil vai voltar a ser respeitado no mundo inteiro”, destacou ainda o ex-governador, cujo discurso foi ratificado pelo governador Carlos Brandão e seu companheiro de chapa Felipe Camarão.
Aberto com uma interpretação forte do Hino Nacional, o ato de campanha do candidato petista na Praça Maria Aragão superou todas as expectativas em comparecimento – alguns calcularam 30 mil pessoas. E diante da multidão, o ex-presidente reverenciou o Maranhão pelas votações que o eleitorado maranhense lhe deu em 2002 e 2006, à eleição da presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014, e ao petista Fernando Haddad em 2018. “Eu reverencio o Maranhão e os maranhenses pela qualidade, pela força e pela vontade”, declarou, acrescentando que, se eleito for, o Maranhão terá sua atenção.
Um dos mais entusiasmados do palanque, o governador Carlos Brandão destacou no seu discurso: “Tenho a obrigação de fazer um governo ainda melhor que o de Flávio Dino, com Camarão ao meu lado. Tenho certeza de que faremos um grande governo com Lula na Presidência e Flávio Dino no Senado. Não tenho dúvidas de que esse é o momento decisivo das nossas vidas”. Carlos Brandão aplaudiu intensamente o ex-presidente, no que foi seguido pelo seu companheiro de chapa, Felipe Camarão que, ao contrário do que alguns adversários diziam, assumiu de vez a condição de petista.
Na sua fala, o líder e candidato petista fez um elogio forte ao ex-governador Flávio Dino: “Você não só governou o Maranhão. Você cuidou do povo e das crianças do Maranhão, cuidou da saúde e da educação. Isso é mais do que governar”. E na mesma linha destacou a participação do governador Carlos Brandão e do seu candidato a vice Felipe Camarão nesse processo. Afirmando que só tem é que agradecer aos seus aliados e aos maranhenses, Lula terminou seu discurso pedindo aos maranhenses mais um voto de confiança e que reelegem Carlos Brandão e mandem Flávio Dino para o Senado.
Com o comício de ontem, o candidato petista fechou sua campanha presencial no Maranhão, enterrando de vez qualquer dúvida relacionada à aliança PT/PSB no Maranhão, e apostando que os candidatos majoritários aliados, em especial Flávio Dino e Carlos Brandão e Felipe Camarão, intensificarão sua campanha em todo o estado. Nas suas falas e conversas informais, Lula da Silva não escondeu a expectativa de repetir no dia 2 de outubro, no Maranhão, as suas performances de 2002 e 2006, quando obteve maioria esmagadora nas corridas presidenciais nas quais enfrentou os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin, respectivamente. E com a roda do destino lhe dando como vice exatamente o ex-governador de São Paulo.
A julgar pelo entusiasmo da militância, dos partidários e dos simpatizantes que lotaram a Praça Maria Aragão – um templo criado pelo lendário Jackson Lago para eternizar a médica comunista -, o ex-presidente Lula da Silva terá apoio eleitoral massivo dos maranhenses para voltar ao comando da República.
PONTO & CONTRAPONTO
No ato de Lula, Janja fez declaração de amor a São Luís
Além de Flávio Dino, Carlos Brandão, Felipe Camarão e ele próprio, o ato de campanha de Lula da Silva em São Luís reuniu diversos oradores, entre eles o senador amapaense Randolfe Rodrigues (Rede), a líder indígena maranhense Sônia Guajajara, e a mulher de Lula da Silva, Janja, “candidata” primeira-dama do País.
Randolfe Rodrigues declarou que aposta na eleição do líder petista, e fez elogios abertos ao ex-governador Flávio Dino, em quem enxerga um dos mais importantes líderes regionais do País. Sônia Guajajara destacou o trabalho do grupo atualmente no poder no Maranhão e atacou duramente o presidente Jair Bolsonaro (PL). Por último, Janja fez uma declaração de amor ao Maranhão e em especial à cidade de São Luís, pela qual se disse apaixonada.
Rocha surpreende com ataque sem base e sem autoria a Dino
Surpreendeu a virulência com que o senador Roberto Rocha (PTB) atacou o ex-governador Flávio Dino no seu programa noturno na TV. Sem assinar embaixo, como manda a “boa política” por ele defendida, Roberto Rocha ocupou seu espaço com um vídeo em que tenta relacionar o ex-governador com o assassinato do empresário ligado ao vereador Beto Castro. O discurso que sustenta as imagens é um rosário de especulações misturadas com afirmações absolutamente frágeis. O pior é que o vídeo foi veiculado no espaço destinado ao senador Roberto Rocha, sem, no entanto, ter sua origem identificada, uma assinatura ou alguém se responsabilizando. Isso quer dizer que o vídeo seria apócrifo. Mas como foi divulgado no espaço destinado ao senador petebista, que preside o seu partido no estado, no horário gratuito da TV, a responsabilidade passa a ser inteiramente dele. Alguns preveem uma guerra judicial, na qual o senador petebista entra em total desvantagem.
São Luís, 03 de Setembro de 2022.