Grupo formado por Weverton Rocha, Othelino Neto e Juscelino Filho ganha músculos e gás para jogar forte na disputa de 2022

 

Weverton Rocha, Othelino Neto e Juscelino Filho: triúnviros de um movimento que ganha força no tabuleiro da política estadual visando a disputa pelo poder em 22

Em meio à saudável agitação causada pelo início das novas administrações municipais, notadamente a de Eduardo Braide (Podemos) em São Luís, da disputada eleição que transformou definitivamente a Famem numa organização municipalista com forte viés político, e dos ajustes feitos pelo governador Flávio Dino (PCdoB) nos braços mais políticos do seu Governo, o meio partidário maranhense assiste, com redobrada atenção, o surgimento de um segmento bem definido dentro da aliança governista, formado a partir de uma bem articulada parceria do senador Weverton Rocha, que comanda o PDT no estado, com o deputado Othelino Neto (PCdoB), presidente da Assembleia Legislativa, e com o deputado federal Juscelino Filho, presidente estadual do DEM. O grupo entrou na contagem regressiva para as eleições de 2022 com um projeto claro: colocar o senador Weverton Rocha no gabinete principal do Palácio dos Leões ou emplacar o vice numa chapa de consenso na aliança dinista, ou ainda, numa hipótese bem mais remota e largamente improvável, indicar o candidato a senador, caso o governador Flávio Dino escolha outro caminho. No contrapeso do movimento está o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos), que se articula intensamente com o mesmo objetivo.

Essa corrente ganhou forma e musculatura nas eleições municipais, nas quais, mesmo tropeçando em São Luís e Codó, teve atuação forte, saindo das urnas com influência direta sobre pelo menos 30% dos prefeitos, vários vices e centenas de vereadores. Com esse cacife, o senador Weverton Rocha, o deputado Othelino Neto e o deputado federal Juscelino Filho formaram um triunvirato credenciado a sentar na távola da aliança dinista com direito a voz e voto nas principais tomadas de decisão. Com movimentos bem pensados, vêm deixando claro que seguem a liderança do governador Flávio Dino e que não lhes interessa romper com essa base, estando determinados a discutir uma proposta de consenso no grupo para 22. Ao mesmo tempo, com um discurso cuidadoso, mas direto, sinalizam que, se não houver um amplo entendimento no sentido de frear o vice-governador, estão dispostos a seguir rumo próprio, como aconteceu na eleição para a Prefeitura de São Luís.

Pelo menos até aqui, mesmo com algumas ações vivamente destoantes das do Palácio dos Leões, nada indica que o grupo já faça ou venha a fazer oposição ao Governo Flávio Dino. Ao contrário, o senador Weverton Rocha mantém alinhamento total com o Governo do Estado em tudo o que é de interesse do Maranhão em Brasília. Na mesma linha, na presidência da Assembleia Legislativa o deputado Othelino Neto tem sido um incansável articulador no sentido de que o plenário da Casa garanta aval a todas as propostas encaminhadas pelo Palácio dos Leões. Não existem muitas informações disponíveis sobre a atuação do deputado Juscelino Filho em relação ao Governo do PCdoB, mas até onde é sabido ele tem agido como um correto integrante da aliança dinista. Em resumo, os movimentos desse triunvirato estão voltados para a disputa pelo poder estadual. Tanto que o PDT e o DEM fazem parte da máquina governista e o presidente Othelino Neto mantém intacta sua posição dentro do PCdoB, mesmo com as tensões causadas pela disputa em São Luís.

Esse grupo está sendo observado por diversas óticas. Numa delas é visto como uma tentativa de minar o poder de fogo do governador Flávio Dino, o que, pelo menos até aqui não faz sentido. Em outra, os observadores enxergam uma cisão dentro da base dinista causada pelo projeto de poder do senador Weverton Rocha, o que faz sentido, uma vez que o vice-governador Carlos Brandão faz o mesmo, sem, no entanto, ser olhado como uma ameaça à estabilidade da aliança governista. A verdade, porém, é que, expressada pela nova geração e por um grande mosaico partidário e ideológico com que derrubou a velha ordem política, a gigantesca base construída pelo governador Flávio Dino começa a produzir novas vertentes, que naturalmente definirão seus rumos.

O triunvirato formado por Weverton Rocha, Othelino Neto e Juscelino Filho pode ser visto, portanto, como o primeiro e politicamente saudável rebento produzido pelo grande movimento liderado pelo Governador Flávio Dino. E pelo visto até aqui, com muito gás para disputar a corrida que começa agora.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Edivaldo Holanda Jr. volta das férias, sai do isolamento e tenta encontrar espaço no PDT

 

Weverton Rocha, Edivaldo Holanda Jr. Othelino Neto e Osmar Filho no café da manhã que iniciou a reinclusão do ex-prefeito no grupo e no cenário político estadual

Depois de pouco mais de duas semanas de descanso da maratona que marcou os últimos meses da sua gestão, período em que mergulhou em orações e pediu a orientação de Cristo, o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Jr. (PDT), saiu do isolamento e busca, agora, ocupar o espaço que acredita lhe caber no cenário político do Maranhão visando as eleições de 2022. Acertou em cheio no primeiro movimento ao procurar o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto, que além de eficiente articulador, tem se revelado também um ás como apaziguador de conflitos, e que o recebeu com a atenção devida e a habilidade de uma raposa.

Edivaldo Holanda Jr. deixou o comando administrativo de São Luís com duas marcas fortes, mas conflitantes. A primeira: foi um excelente gestor e entregou ao seu sucessor uma cidade muito melhor do que a que recebeu e uma Prefeitura bem mais saudável administrativa e financeiramente do que foi oito anos atrás. A segunda: foi um fracasso como político, à medida que, mesmo do alto da sua eficiência como gestor, o que lhe conferia indiscutível autoridade política, não teve garra para preparar a sua própria sucessão, optando por um inacreditável isolamento político, e contribuindo decisivamente para que a Prefeitura de São Luís, a maior joia da coroa pedetista, fosse conquistada por um adversário.

Edivaldo Holanda Jr. saiu do cargo com forte cacife político e eleitoral na Capital, mas volta ao cenário tentando fazer o que não fez como prefeito: procurando aliados. Suas reflexões durante o rápido período de férias certamente o levaram à conclusão de que o seu potencial eleitoral na Capital não o levará muito longe se não for movido por um grupo, por um projeto coletivo. Daí o acerto em procurar o presidente Othelino Neto, que sem perda de tempo promoveu, dois dias depois, um café da manhã iniciando a reaproximação do ex-prefeito com o senador Weverton Rocha e com o PDT como um todo.

O ex-prefeito tem agora o desafio de desmanchar a imagem política furta-cor que o cobriu durante a campanha eleitoral de 2020, e de convencer seus parceiros partidários de que é um político de grupo e confiável.

 

Especuladores apontam nomes possíveis para disputar o Governo do Maranhão

Weverton Rocha, Carlos Brandão, Eliziane Gama, Othelino Neto, Felipe Camarão,  Márcio Jerry, Josimar de Maranhãozinho, Edivaldo Holanda Jr., Roberto Rocha, Roseana Sarney, Eduardo Braide e Hilton Gonçalo são nomes especulados para disputar o Palácio dos Leões na corrida eleitoral de 2022 

A Bolsa de especulações do meio político maranhense, formada por toda ordem de observadores, tem sido movimentada com o surgimento, tanto na Situação quanto na Oposição, de nomes com potencial para disputar o Governo do Estado em 2022.

No campo governista, além de Weverton Rocha (PDT) e de Carlos Brandão (Republicanos), fala-se no deputado Othelino Neto (PCdoB), no secretário de Educação Felipe Camarão (DEM), na senadora Eliziane Gama (Cidadania), no deputado federal e atual secretário de Cidades Márcio Jerry (PCdoB), no deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e no ex-prefeito Edivaldo Holanda Jr. (PDT).

No campo oposicionista, integram a lista dos candidatáveis o senador Roberto Rocha (PSDB), a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), o prefeito de São Luís Eduardo Braide (Podemos), o prefeito de Santa Rita Hilton Gonçalo (Avante) – se Carlos Brandão não entrar.

A bolsa das especulações políticas certamente aumentará a lista nos próximos meses.

São Luís, 24 de Janeiro de 2021.

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