Flávio Dino mostra que pode comandar o Ministério da Justiça atuando para despolitizar a PF e a PRF

Flávio Dino: visão madura e abrangente sobre as corporações policiais federais

Instituições de Estado como a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Federal precisam ser desideologizadas, para que voltem a atuar com o necessário profissionalismo, de modo a evitarem situações como o bloqueio de rodovias por grupelhos insatisfeitos com o resultado de uma eleição sobre a qual não recai qualquer traço de irregularidade. É o que pensa o senador eleito Flávio Dino (PSB) e expressado em entrevista concedida ontem ao jornal O Globo. As declarações de Flávio Dino reforçaram a certeza de que, caso venha ser escolhido pelo presidente Lula da Silva (PT) para o Ministério da Justiça, como está sendo especulado, o Governo terá na pasta um quadro preparado para colocar a PRF e a Polícia Federal (PF), também fortemente afetada pela ideologização durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) – novamente nos trilhos da institucionalidade.

Com a experiência de quem foi juiz federal, deputado federal e governador do Maranhão, Flávio Dino está convencido de que nessa eleição houve aparelhamento das instituições para fins partidários, apontando as ações da PRF no domingo como “fora do padrão”. No caso do bloqueio de rodovias por grupelhos de caminhoneiros bolsonaristas, sua avaliação é a de que a PRF não atuou como deveria diante de crimes perpetrados em flagrante, limitando-se a observar.

– Temos, infelizmente, essa ideologização de instituições que devem ser de Estado, ou seja, apartidárias. Uma coisa é a posição pessoal de cada cidadão ou cidadã, que deve sempre ser protegida. Agora, ele não pode usar sua função pública, a farda e o armamento ara militar a favor de uma posição ideológica – declarou o senador eleito, lembrando que isso foi visto também no Ministério Público e no Judiciário.

Do alto da sua experiência profissional e vivência institucional, Flávio Dino chama a atenção para a gravidade da situação e recomenda prudência no processo de desideologização de instituições como a PRF, por exemplo. “É preciso que a gente vá conversar com calma com essas corporações, porque a imensa maioria dos que as integram também não concordam com essa ideologização”, diz, numa clara demonstração de que conhece a natureza dessas corporações e sabe que nesse aspecto elas não podem ser olhadas como um todo. E lembra que quando governou, o presidente Lula da Silva teve muito respeito com as Forças Armadas e com a Polícia Federal.

– Agora, o desafio é maior, é preciso trazer essas corporações, sobretudo o Sistema de Justiça e Segurança Pública, para a legalidade. Não é trazer para a esquerda. Não é trocar um aparelhamento por outro. É colocá-lo a serviço de uma visão republicana, de fato, democrática – assinalou.

Flávio Dino deixou claro que essas posições foram amadurecidas ao longo da sua trajetória na vida pública, atuando nos três poderes (Judiciário, Legislativo e Executivo), o que lhe dá uma visão mais abrangente e diferenciada dessa realidade. É o somatório de mais de uma década como juiz federal – quando lidou diretamente com essas corporações -, um mandato de deputado federal – tempo em que atuou efetivamente como legislador – e dois mandatos de governador do Maranhão, quando teve o Sistema Estadual de Segurança Pública sob seu comando direto. Nenhum dos citados até agora para o Ministério da Justiça reúne tais credenciais, o que reforça seu cacife, ao que se soma sua afinidade política com o presidente da República eleito e sua posição no PSB.

Na entrevista a O Globo, não é possível identificar a preferência do ex-governador do Maranhão, se está apostando no convite para a pasta da Justiça, para a Casa Civil, ou ainda para a Integração Nacional, ou na conclusão de que o melhor mesmo é assumir seu mandato de senador, por meio do qual poderá atuar com mais liberdade e desenvoltura como legislador e como articulador político. Quem o conhece sabe que ele se encaixa perfeitamente nos dois perfis. Mas, comprometido com o futuro imediato do País e do novo Governo, sinaliza que a palavra final é a do presidente Lula da Silva.

PONTO & CONTRAPONTO

Brandão age com firmeza e PM desbloqueia BR-135 e libera o acesso a São Luís

Carlos Brandão: posição firme para desmontar bloqueios em rodovias no Maranhão por bolsonaristas insatisfeitos

O governador Carlos Brandão (PSB) deu mais uma demonstração de que por trás da sua aparente timidez está um governante com personalidade forte e com capacidade de tomar decisões firmes em meio a situações grave. Foi um dos primeiros governadores a atender à decisão do presidente do TSE, ministro Alexandre Moraes, e colocar a Polícia Militar em ação contra bloqueio ilegal de rodovias por bolsonaristas insatisfeitos. Por sua determinação, a PM rompeu o bloqueio na BR-135, na BR-010, em Imperatriz, e em Balsas, onde a ação policial foi aplaudida pela população.

Nas redes sociais, ao anunciar que a PM havia desbloqueado a BR-135, na entrada de São Luís, o governador foi categórico: “Não permitiremos desrespeito com o processo democrático. A principal entrada de São Luís não pode ser interditada, nem qualquer outro trecho, por quem desrespeita o resultado do processo democrático das eleições. O nosso governo tomará as medidas cabíveis, obedecendo o que a lei determina, para promover a segurança dos maranhenses”.

Eliziane admite aceitar cargo na equipe de Lula, se for convidada

Eliane Gama: citada como opção

Não somente o senador eleito Flávio Dino (PSB) está sendo citado como ministeriável nas mais diversas listas que circulam sobre a composição da equipe do presidente Lula da Silva. Também a senadora Eliziane Gama (Cidadania), que teve participação importante na campanha do líder petista ao participar de movimento de líderes evangélicos pró-Lula, contrariando a orientação do Conselho de Pastores da Assembleia de Deus do Maranhão, foi citada, ainda que de maneira tímida, como ministeriável.

Em entrevista ao programa Ponto Final, da Rádio Mirante AM, comandado pelo jornalista Jorge Aragão, a senadora declarou que, se for convocada pelo presidente Lula da Silva para ocupar um cargo no Governo, está pronta para aceitar, mas se sua tarefa for permanecer no Senado dando apoio ao Governo, ela também está pronta.

Jornalista por formação e com a experiência de dois mandatos de deputada estadual, um de deputada federal e no exercício de mandato senatorial, a política maranhense é um quadro qualificado, dotada de sólidos conhecimentos acerca da realidade social e econômica do Maranhão e do Brasil, e com uma visão amadurecida da máquina pública. Reúne cabedal suficiente para sair-se bem no comando de um ministério da área social, por exemplo.

– Se o meu nome for colocado para dar apoio ao Governo do presidente [no Congresso Nacional], estarei pronta para apoiar. E se for para participar do governo, também estarei pronta. Estou para somar com o Brasil […] somar com esse processo de transformação de nossa nação – disse.

Difícil, porém, imaginar dois maranhenses na equipe ministerial de Lula da Silva, sendo mais provável a convocação do senador eleito Flávio Dino.

São Luís, 02 de Novembro de 2022.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *