Flávio Dino mostra força e turbina campanha na reta final; Roseana Sarney continua sem dar sinais de reação

 

Flávio Dino e Roseana Sarney: ele caminha opara a eleição e ela não dá sinais de reação na reta final da campanha

Faltando exatos 10 dias para as eleições mais importantes para o Maranhão nas últimas décadas, todos os indicativos – da conversa de rua aos percentuais de pesquisa, passando pelo conteúdo da propaganda eleitoral no Rádio e na TV, incluindo ainda o cauteloso alerta de que eleição só se ganha com a apuração dos votos – apontam para uma vitória do governador Flávio Dino (PCdoB) logo no primeiro turno. Na mesma linha, é visível que a eleição presidencial será definida num segundo turno entre o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que representa a direita em todos os seus vieses, e o candidato do PT, Fernando Haddad, que encarna a esquerda, devendo o petista dar uma surra de votos no direitista nos dois turnos no Maranhão. Nesse contexto, o governador Flávio Dino inicia a reta final da sua campanha exibindo confiança na aprovação do seu Governo e, por via de desdobramento, na renovação do seu mandato, enquanto que a ex-governadora Roseana Sarney enfrentará os últimos dias se desdobrando para evitar a completa derrocada do império político da sua família, configurada nas informações estatísticas e no que é visível em matéria de campanha.

O diferencial dessa situação é que no comando da coligação “Todos pelo Maranhão”, liderada pelo governador Flávio Dino, a ordem geral é não cantar vitória antes do tempo. Ao contrário, a orientação é no sentido de que a campanha seja intensificada à medida que se aproximar o dia da votação, devendo os partidos e seus candidatos permanecerem mobilizados para o que der e vier. No contraponto, os chefes da coligação liderada pela ex-governadora Roseana Sarney têm feito grandes esforços para manterem a crença numa virada cada vez mais improvável, já que as mais de uma dezena de pesquisas divulgadas em menos de um mês indicam que a candidata do MDB está, em média, pelo menos 15 pontos atrás do líder, uma diferença que para muitos é praticamente impossível de reverter.

Qualquer observador, posicionado ou não, percebe claramente que o governador Flávio Dino faz uma campanha politicamente correta, com ataques políticos frontais à sua adversária e ao grupo dela, mas numa linguagem civilizada, sem entrar pela grosseria nem pelo xingamento, e sem entrar em qualquer outra seara, principalmente no plano pessoal. Os motes são os de sempre: oligarquia, cinco décadas no poder, influência familiar e outros temas de menor importância. Roseana Sarney, por sua vez, insiste numa campanha de linha personalista, tentando, ao mesmo tempo, descaracterizar a imagem do Governo e do governador, dando seguimento a uma estratégia nitidamente ineficiente. Lançar mão do recurso de usar duas ou três supostas professoras com cara de fome para dizer que a educação “foi sucateada” no atual governo, quando estão aí a contratação de professores, salário básico pelo teto, as escolas de tempo integral, os Iemas e as escolas dignas, é no mínimo um grosseiro erro do gênio da publicidade que está por trás da campanha. A campanha de Roseana Sarney causa a impressão de que sua única meta é desfigurar o Governo e o governador, uma tarefa absolutamente inglória, que não está produzindo qualquer resultado prático.

Diante do que se viu até agora, não restam dúvidas de que o governador Flávio Dino tem nas mãos o controle da situação e orienta os movimentos da sua chapa de acordo com as suas conveniências, estudando cada passo a ser dado, de modo a evitar erros, trombadas e escorregões, enquanto a ex-governadora Roseana Sarney vem colocando proposições mais sérias e de interesse geral em segundo plano para patinar sobre temas surrados, como a apreensão de motos que, está claro, não lhe rendeu um único voto. No outro lado, a segurança de Flávio Dino é tamanha, que ele assumiu os dois candidatos da sua coligação ao Senado, Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS), tirando-os de uma situação indefinida para colocá-los à frente dos demais num confortável favoritismo, enquanto Roseana Sarney não conseguiu turbinar a candidatura do irmão, Sarney Filho (PV), ao Senado.

A julgar pelo que aconteceu até aqui na corrida ao Palácio dos Leões, é visível que o governador Flávio Dino está caminhando seguro para a reeleição, enquanto a ex-governadora Roseana Sarney se move aparentemente sem cacife nem ânimo para reagir e dar a volta por cima. Uma nova rodada de pesquisas dirá o que poderá acontecer daqui a 10 dias.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Sebastião Madeira e Ildon Marques travam duelo pelos votos de Imperatriz

Sebastião madeira e Ildon Marques com Roberto Rocha: raro momento de afinidade política entre os ex-prefeito

Um embate particular está sendo travado no campo de batalha eleitoral de Imperatriz, onde medem forças os ex-prefeitos Sebastião Madeira (PSDB) e Ildon Marques (PP) por vagas na Câmara Federal. É verdade que eles não disputam uma única vaga, pois elas são 18, podendo a bancada acomodar os dois, um só ou nenhum deles. A disputa em curso é para medir o prestígio político de cada um, já que ambos foram prefeitos duas vezes da Princesa do Tocantins, tendo acumulado, cada um a seu modo, fortes doses de prestígio. Os dois foram alvejados pela Justiça Eleitoral por causa de pendências que ficaram das suas gestões. Sebastião Madeira conseguiu reverter a situação para confirmar sua candidatura. Ildon Marques obteve sinal verde para concorrer, mas enfrenta restrições fortes por parte do Ministério Público Eleitoral, que tenta barrá-lo. Os dois são considerados os melhores prefeitos que Imperatriz teve nos últimos tempos. Sebastião Madeira mostrou força ao lançar Ribinha Cunha – vice de Roseana Sarney – na disputa pela Prefeitura em 2016, colocando-o quase em situação de empate com Ildon Marques, que disputou o cargo, mas ficou em segundo lugar. Os dois são políticos independentes, têm cacifes próprios, com a diferença de que nesta campanha Ildon Marques conta com o apoio efetivo e declarado do governador Flávio Fino, enquanto Sebastião Madeira faz uma campanha quase solitária, já que o seu candidato a governador, Roberto Rocha, não consegue sequer embalar a sua própria candidatura. Há quem diga que os dois terão pelo menos 70% dos votos de Imperatriz, numa divisão absolutamente imprevisível.

 

Abril quebra e Veja deixa de circular temporariamente em São Luís

Há três semanas as bancas de São Luís não recebem as principais revistas semanais da Editora Abril, a começar pelos seus dois carros-chefes em vendas: Veja e Caras. Na primeira semana, correu a suspeita de que algum interessado poderia ter comprado todos os exemplares de venda na própria distribuidora, evitando que chegasse às bancas. A suspeita permaneceu na segunda semana, mas logo veio a informação de que a gigante editorial Abril quebrou e está transferindo seus títulos para outras editoras de peso no País. Até na semana passada não estava definido o destino de Veja, que apesar de todo o seu facciosismo como porta-voz quase assumida da direita esclarecida e do grande capital, usada para desidratar vozes de esquerda, a começar pelo PT, é o veículo de maior peso no seu segmento, batendo fácil Época, da Editora Globo, e Isto É, da Editora Três.

São Luís, 26 de Setembro de 2018.

 

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