Quem apostou que o governador Flávio Dino (PSB) se dobraria a pressões para precipitar o processo de escolha do candidato do grupo por ele liderado ao Governo do Estado – desrespeitando o compromisso firmado pelos partidos da aliança governista formalizando que o nome será escolhido pelo grupo e não por ele, governador -, fez leitura equivocada do processo e perdeu feio. A Coluna apurou que o governador, ao contrário, conserva inalterado o método da escolha definido com os partidos, mantém a data da definição – provavelmente no final de Novembro -, e que não será uma escolha individual, dele, mas do grupo. Ou seja, driblando as pressões, que se avolumam a cada dia, algumas delas agressivas, o governador vai seguir à risca o documento firmado pelos partidos no início do ano.
Na edição de Quarta-Feira (29), RepórterTempo registrou que, diferentemente do que vêm afirmando alguns aliados de proa de pré-candidatos, está seguindo à risca o acordo firmado com os partidos e os pré-candidatos. E atribuiu rumores e boatos sobre sua posição a “muita ansiedade desnecessária”, como vem demonstrando parte da blogosfera.
O método de escolha do candidato a governador é simples: consulta aos partidos e posição em pesquisas para medir a inclinação dos eleitores, entre outros critérios. Além disso, está firmado que haverá consenso em torno do escolhido por esse conjunto de fatores, e que quem não foi escolhido apoiará o candidato definido pelo grupo. O processo definido no acordo se completará com a data da escolha, que deverá ocorrer “provavelmente no final de Novembro”, conforme declarou o próprio governador reiteradas vezes. Os aliados mais afoitos dos candidatos fazem de conta que não admitem, mas nos bastidores reconhecem que o processo está em curso.
Não há até aqui uma só situação em que o governador Flávio Dino tenha contrariado o acordo firmado com os partidos. Ele se reúne periodicamente com os pré-candidatos, para avaliar o processo e quebrar uma ou outra aresta – o que é natural num jogo de tensões como esse. E tem feito questão da presença dos pré-candidatos nos eventos que promove, como inauguração de obras do Governo, por exemplo, em São Luís e no interior. Nesse contexto, estimula o debate político dentro do grupo e incentiva aliados com potencial a se movimentar e a ocupar espaços no cenário político.
Com a delegação de coordenador desse processo, Flávio Dino tem atuado de maneira republicana, não aceitando as tentativas de se limitar o número de pré-candidatos à sua sucessão. Ele tem dado mostras de que não aceita a inibição do bom e necessário debate dentro do grupo, que é politicamente heterogêneo e via de regra não chega a consensos rápida e facilmente. Um exemplo é que não fez qualquer restrição ao fato de vários líderes da aliança partidária que comanda terem antecipando suas preferências com uma antecedência nada comum se levada em conta a dinâmica do processo política.
O senador Weverton Rocha (PDT), o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o secretário Simplício Araújo (Solidariedade) e nomes que sobem e descem de acordo com as marés da política em tempos pré-eleitorais – como Felipe Camarão (PT), por exemplo -, estão jogo e sabem que o governador Flávio Dino não quebrará o acordo firmado sem que seja forçado a uma tomada deposição fora do roteiro acordado. Todos vêm usando os instrumentos que dispõem para convencer seus aliados e o eleitorado da viabilidade dos seus projetos de candidatura. Cada um a seu modo se movimentas para mostrar que tem potencial e condições de vencer nas urnas adversários ainda imprecisos.
E apesar das escaramuças, das ciladas e das provocações ocorridas até aqui e que geraram alguns incômodos, e das gigantescas diferenças de poder de fogo entre os pré-candidatos, é visível que o governador Flávio Dino avalie que a corrida ao posto de candidato da base governista à sua sucessão segue dentro do previsto.
PONTO & CONTRAPONTO
Joaquim Haickel deixa a Secomzinha e volta aos negócios, ao cinema, à política e à agitação cultural
O empresário cineasta, escritor e agitador cultural Joaquim Haickel não mais integra a equipe do prefeito Eduardo Braide (Podemos) da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de São Luís. Independentemente de ter havido ou não um motivo específico para a saída, muitos dos que o conhecem e estranharam ter ele aceitado cargo, previam que, por uma série de motivos, sua permanência à frente da chamada Secomzinha seria efêmera. Durou nove meses, muito tempo. Joaquim Haickel é um homem de múltiplas atividades, atuando como empresário em diversas áreas, produzindo roteiros e dirigindo filmes e documentários de elevada qualidade, escrevendo comentários provocativos, às vezes ácidos e explosivos, sobre política e na seara cultural, e se dedicando intensamente à nobre tarefa de consolidar a Fundação Nagib Haickel, dando atenção ao seu principal rebento: o Museu de Áudio Visual do Maranhão (Mavam). Poucos acreditaram que ele se afastaria dessas frentes de ação contínua para se dedicar integralmente à tarefa de cuidar da imagem do prefeito Eduardo Braide e sua gestão. Não foi, portanto, surpreendente a sua saída nove meses após a posse. Um dos principais colaboradores políticos do então candidato a prefeito de São Luís, com participação importante na campanha, é provável que Joaquim Haickel permanece como conselheiro informal do prefeito da Capital, de quem é amigo também por laços familiares.
O novo titular é o jornalista Igor Almeida, secretário adjunto e que, devido à ligação profissional que mantém com o prefeito Eduardo Braide, foi alçado sem surpresa ao comando da pasta.
Comissão de Meio Ambiente discute gestão de resíduos sólidos em audiências em municípios
Provavelmente cumprindo a sua tarefa mais importante desde que foi criada, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa do Maranhão concluiu ontem, em Codó e Timon, a primeira etapa de audiências públicas em que está sendo discutido o Projeto de Lei 233/2015, que estabelece as regras para uma política eficiente para o tratamento dos resíduos sólidos no Maranhão, hoje descartados em lixões na esmagadora maioria dos municípios maranhenses. Sob o comando do autor do projeto e presidente da Comissão, deputado Rafael Leitoa (PDT), a mesma programação foi levada quarta-feira para as cidades de Bacabal e Pedreiras.
Em Codó e Timon, foram abordados os principais eixos da política estadual relativa ao tema e o diagnóstico do Plano Estadual de Resíduos Sólidos. Participaram dos debates os deputados Rafael (presidente da Comissão), Zito Rolim (PDT), Socorro Waquim (MDB) e Betel Gomes (PRTB), além de representantes da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, secretários municipais, vereadores, coordenadores ambientais, catadores de lixo e pessoas da comunidade.
Rafael Leitoa considerou as audiências positivas e salientou que as discussões são fundamentais, principalmente por abordar a política nacional de resíduos sólidos, o marco regulatório do saneamento e a lei dos resíduos sólidos, que estabelece o fim dos lixões em todo o Brasil. A bióloga Emanuelle Magalhães apresentou exemplos de boas práticas no tratamento de resíduos sólidos em Codó, com ênfase aos projetos de implantação de ecopontos, horta sustentável e solidária, viveiro, arborização e de placas de conscientização distribuídas em 14 pontos da cidade.
“A política de resíduos sólidos é vital para o desenvolvimento econômico do Maranhão e para o crescimento da sociedade”, afirmou Rafael, agradecendo o apoio do presidente da Assembleia, Othelino Neto (PCdoB), e informando que, na próxima semana, será definido o calendário dos próximos encontros. (Com informações da Assessoria de Imprensa da Assembleia Legislativa)
São Luís, 01 de Outubro de 2021.