Eliziane Gama ganha apoio do PSDB e tira João Castelo, Neto Evangelista e Sérgio Frota do seu caminho

 

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Eliziane Gama barrou as pré-candidaturas de João Castelo, Neto Evangelista e Sérgio Frota

Quando, cercada por lideranças comunistas e tucanas, recebeu do PSDB manifestação de apoio à sua candidatura à Prefeitura de São Luís, a deputada federal Eliziane Gama consolidou o seu projeto, e, ao mesmo tempo, mandou para o espaço, de uma só vez, três projetos de candidatura em gestação no ninho ludovicense. Com surpreendente eficiência política e, agora, como estrela em ascensão no novo Governo da República, a pré-candidata do PPS saiu de uma situação de quase isolamento para voltar ao cenário da corrida sucessória como quem superou obstáculos e está dando a volta por cima e em condições de ampliar a sombra que mantém hoje sobre o candidato a ser batido, o prefeito Edivaldo Jr. (PDT). E como um candidato implacável, colocou pá de cal sobre a ideia do deputado federal João Castelo de tentar voltar a ser prefeito, adiou por pelo menos quatro anos a pretensão do deputado licenciado Neto Evangelista de comandar a administração da Capital, e puxou o freio do deputado estadual Sérgio Frota, que vinha embalado afirmando não abrir mão da candidatura.

Emoldurada pelo vice-governador Carlo Brandão, que dá as cartas no PSDB maranhense, pelo senador Aécio Neves, que comanda o PSDB nacional, pelo deputado Roberto Freire, que manda no PPS nacional, pelo ex-prefeito João Castelo, pelo deputado federal Rubens Bueno, um dos “triúnviros” do PPS, e pelo suplemente de senador Pinto Itamaraty, que presidente o PSDB em São Luís, Eliziane Gama deu o primeiro e decisivo passo para montar uma coligação de peso. E o faz sem correr o risco de ser hostilizada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), que não parece disposto a tensionar a sua relação com o vice-governador Carlos Brandão, nem abrir uma linha de confronto com o PSDB ou com o PPS, partidos que mantém fortes relações com o seu Governo.

Com o cacife de quem lidera a corrida segundo as pesquisas, Eliziane Gama parece ter ajustado definitivamente o passo depois dos vários e desgastantes tropeços que amargou, entre eles a desastrada saída do PPS para ingressar na Rede Sustentabilidade, um movimento sem qualquer lastro político e que só não enterrou seu projeto eleitoral porque este foi corrigido a tempo com o seu retorno ao PPS. E deve prosseguir fortalecendo sua candidatura com uma provável aliança com o PP, podendo alcançar até uma improvável, mas possível, aliança com o PMDB.

Vinda de uma situação de preferência absoluta do eleitorado nas primeiras aferições, quando foi apontada como virtual vencedora do pleito logo no primeiro turno, Eliziane viu sua posição despencar até chegar a pouco mais de duas dezenas de pontos percentuais, mesmo assim à frente do prefeito Edivaldo Jr., que as pesquisas insistem em informar que está um pouco abaixo dos 20% das preferências do eleitorado. Com a experiência eleitoral que já acumulou, a pré-candidata do PPS sabe que aliança com o PSDB não significa ganhar muitos votos. Mas nas circunstâncias do momento, ter os tucanos como aliados vale como uma injeção de ânimo político. E com uma vantagem a mais, a de que esta parceria eleitoral reforça seu discurso de que está com o novo Governo da República, o que poderá significar portas abertas na Esplanada dos Ministérios.

Ao declarar apoio ao projeto eleitoral de Eliziane Gama, o vice-governador Carlos Brandão desatou o nó que vinha inibindo os movimentos do partido e se firmou como chefe incontestável do PSDB no estado. Por outro lado, esfriou os ânimos dos pré-candidatos João Castelo, Neto Evangelista e Sérgio Frota. O primeiro nada perde, pois sua candidatura seria mais um projeto que não faria nenhuma diferença na sua longa e bem sucedida carreira política. Neto Evangelista perde porque jogou mal e, talvez por inexperiência, não soube dar o tom adequado ao discurso por meio do qual andou se lançando pré-candidato – tem estrada futura para planejar melhor sua caminhada. A maior perda quem sofre é o deputado Sérgio Frota, que acreditou mesmo no projeto e apostava que o partido lhe daria a vaga de candidato, o que não aconteceu – tem agora de repensar suas estratégias para seguir em frente.

Cabe a Eliziane Gama  se desdobrar para ganhar o apoio dos três. Pelas seguintes razões: Castelo é dono de um eleitorado cativo em São Luís, que pode seguir sua orientação, se ele indicar o candidato; Evangelista herdou do pai, o ex-deputado João Evangelista, uma expressiva base eleitoral na Capital; e Frota tem forte influência sobre a torcida do Sampaio Corrêa.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

Todos perguntam: como Sarney, com quase 60 anos de praia, caiu na cilada de um político de segunda como Sérgio Machado?
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Sarney caiu numa armadilha montada por um político mequetrefe e do baixo clero

Não é confortável a situação do ex-presidente José Sarney (PMDB) face à revelação do teor das conversas com o ex-senador e ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Por mais que se use o argumento de que foram conversas “privadas”, que elas não revelam uma ação efetiva, e que no geral foram manifestações de opinião e avaliações sobre o cenário político, não dá para o cidadão comum não se surpreender e não afundar na perplexidade com algumas declarações do ex-chefe da Nação. Mais ainda falando abertamente e trocando impressões sobre temas gravíssimos com um político do baixo clero, que foi um senador apagado e que só ganhou alguma projeção como presidente da Transpetro e, nessa condição, agora se sabe, operou  somas milionárias para as campanhas do PMDB.

Para quem conhece os meandros da política e tem noção clara de quanto é pesada a guerra pelo poder é possível compreender algumas frases que soam fortemente para a maioria. O ex-presidente da República trocava com um amigo (que amigo canalha, heim?!) impressões sobre o rolo-compressor que é a Operação Lava Jato e tentavam alinhavar caminhos para “ajudar” parceiros apanhados pela rede das delações. As sugestões vão de simples manobras até planos mirabolantes de “amolecer” ministro do Supremo Tribunal Federal, especialmente o relator da Operação, Teori Zavaski, um magistrado de reputação irretocável. Outros diálogos revelam um Sarney ora inseguro, ora irritado e ora meio atordoado, insistentemente provocado por Sérgio Machado e respondendo com monossílabos, às vezes parecendo incomodado. O mais chocante, até mesmo para quem o conhece, é ouvi-lo, preocupado, como se estivesse amedrontado.

Mesmo considerando o fato de que foram conversas fechadas, nas quais os interlocutores falam mais abertamente, é absolutamente desapontador ouvir José Sarney se referir de maneira tão inadequada a ministros do Supremo Tribunal Federal, sugerindo que o Brasil caminha para uma ditadura do Judiciário, avaliando que essa será, se vingar, a pior das ditaduras.

A bombástica e surpreendente revelação sugere uma série de indagações. Como pôde José Sarney, aos 86 anos e quase 60 anos de praia, cair numa cilada armada por um político mequetrefe como Sérgio Machado? Onde estava o faro da raposa experiente, que construiu uma carreira que inclui cinco anos de Presidência da República, três anos e meio como governador do Estado e oito anos de presidência do Senado e Congresso Nacional? Como se explica que um az da política que conviveu os mais importantes líderes da segunda metade do século passado para cá, como Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves, se bateu com Leonel Brizola e Neiva Moreira, para citar alguns exemplos se encontra agora constrangido por um golpe tão primário? Enfim, como o político consagrado como comandante da transição da ditadura para a democracia, e que tinha até agora a fama de ouvir muito e falar pouco, caiu numa cilada dessas?

São indagações difíceis de responder, porque tudo o que está acontecendo no momento com um dos mais experientes políticos da República parece ser uma recomendação um tanto enfática de que está na hora de ele se recolher e mergulhar nas suas memórias e esperar que a História o julgue. Afinal, Os Renans, os Jucás e os Machados da vida podem, e devem, responder pelos seus malfeitos e acertar suas contas com a Justiça.

 

São Luís, 26 de Maio de 2016.

3 comentários sobre “Eliziane Gama ganha apoio do PSDB e tira João Castelo, Neto Evangelista e Sérgio Frota do seu caminho

  1. Eliziane grana como sempre oportunista, manipuladora e mal caráter. Uma candidata que faz de tudo, passa por cima de quem quer que seja, no desespero de levar a eleição como prefeita. Já inviabilizou candidatura de tanta gente desde 2012 e continua atacando… essa mulher não representa nosso povo.

  2. Como coisa dela ter apoio desse novo governo da república golpista e ladrão fosse ajudar ela em alguma coisa… eliziane, o povo não te quer como nossa representante, entenda isso!

  3. Ainda não consegui entender esse apoio do PSDB. Quem criticava tanto, agora precisou correr atrás de todo mundo. Eliziane passando por cima de tudo e de todos pra conseguir o que queria

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