Raros são os políticos que chegam aos 40 anos com o lastro e a maturidade do prefeito Edivaldo Holanda Braga Jr. (PDT), e com um horizonte sem fronteiras pela frente. Ele fecha 2018 completando 2.160 dias no gabinete principal do Palácio de la Ravardière, e se colocasse ponto final na sua carreira neste momento, já entraria para a História como o prefeito que comandou um novo ciclo de modernização de São Luís. Primeiro por estar capitaneando a mais espetacular obra de modernização do tronco urbano da Capital do Maranhão, Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade, e suas ramificações, com a revitalização do Complexo Praça Deodoro-Rua Grande, e segundo por fazer uma gestão sem notícia de casos de corrupção. Quando há seis anos passou a dar as cartas no Palácio de la Ravardière, Edivaldo Holanda Jr. se deparou com uma realidade quase surreal tal a quantidade e a gravidade dos problemas que herdou: salários dos servidores em atraso, a rede escolar municipal desativada e o sistema municipal de saúde em situação de colapso. Hoje, São Luís é uma cidade sob controle, que ainda tem muitos problemas, mas os tem equacionado, com os serviços funcionando em condições cada vez melhores.
Edivaldo Jr., então com 34 anos e filiado ao minúsculo PTC, chegou ao comando da Prefeitura de São Luís embalado por uma forte expectativa. O eleitorado entendera que a gestão do então prefeito João Castelo (PSDB) já estava cansada e exaurida, sem qualquer perspectiva, sendo um erro dar-lhe mais um mandato. A maioria (56%) decidiu apostar no jovem que não tinha um só item que o indicasse como gestor, mas que, mesmo discreto e avesso a rompentes populistas, exibia uma vontade incontida de comandar a máquina pública da Capital. Sofreu duros golpes nos primeiros meses: máquina desgovernada, contas raspadas, credores batendo-lhe a porta e o fundo do poço se aproximando.
Mas aos poucos, engolindo a seco fortes cobranças, duras críticas e ataques implacáveis, mas embalado por determinação férrea, Edivaldo Jr. conseguiu, meses depois, estancar o desastre, colocar a máquina nos eixos e dar um norte para à gestão. Devolveu a funcionalidade e a dignidade às escolas, que estão sendo requalificadas sob um mesmo padrão de qualidade, e com a rede de saúde recebendo o melhor tratamento possível dentro das condições do Município. E encarou um desafio que nem o líder Jackson Lago (PDT) conseguiu quando prefeito: desmontar o velho, atrasado e poderoso cartel das empresas de transporte de massa, realizando nova licitação para modernizar o serviço, garantindo que hoje mais de 70% da frota de mais de mil coletivos seja nova e mais de 30% dela com veículos climatizados, trafegando numa malha viária restaurada. A cidade ganhou novas vias de acesso e nova sinalização, tornando a mobilidade mais eficiente. Ganhou uma nova política cultural associada ao turismo, entregou milhares de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida.
Com a experiência de dois mandatos de vereador de São Luís, meio mandato de deputado federal e um mandato e meio de prefeito da Capital, o advogado Edivaldo Holanda Braga Jr., já alcançou o status de autoridade com poder de fogo para sentar em lugar destacado na mesa em que a aliança liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) decidirá seus próximos passos, a começar pela sucessão do próprio prefeito nas eleições de 2020. E entre aliados e adversários – que são muitos e já trabalham para miná-lo impiedosamente – a grande pergunta que começa a ser feita nas fileiras do dinismo é para onde irá o prefeito Edivaldo Jr. ao encerrar seu mandato em 2020. Há quem diga que em 2022 ele pode ser escalado para suceder o governador, havendo também quem aposte que ele será candidato a deputado federal, e ainda os que supõem que Flávio Dino poderá disputar um mandato nacional, abrindo-lhe caminho para disputar a vaga de senador, enfrentando o seu ex-vice, o hoje senador Roberto Rocha (PSDB).
O fato indiscutível é que, em meio aos bons resultados da sua gestão, o jovem prefeito de São Luís fecha o seu sexto ano no cargo com cacife para definir o espaço mais adequado ao tamanho político que alcançou nesse período em que São Luís está respirando novos ares.
PONTO & CONTRAPONTO
Ivaldo Rodrigues topa entrar na briga pela Prefeitura de São Luís se o PDT lhe der a vaga de candidato
Na equação que está sendo montada para que a aliança comandada pelo governador Flávio Dino encontre o candidato que agrade a gregos, troianos, mouros e turcos, o prefeito Edivaldo Holanda Jr. enfrentará muitas dificuldades para emplacar um nome do PDT – salvo se, numa reviravolta sem pé nem cabeça, o senador eleito Weverton Rocha vier a disputar o cargo, o que é rigorosamente improvável. A gritante escassez de nomes na seara pedetista vem sofrendo uma saudável reviravolta com a entrada do vereador, secretário municipal de Governo e coordenador da Feirinha de São Luís, Ivaldo Rodrigues, no cenário sucessório. “Estou à disposição do PDT”, avisou, deixando claro que se o partido topar e a aliança dinista aprovar, ele irá para a briga defender a permanência do seu partido no comando da Prefeitura de São Luís. Vereador de vários mandatos, Ivaldo Rodrigues entrou na política pela militância no movimento estudantil, tornando-se um dos líderes de base do líder pedetista Jackson Lago. Conhece São Luís e seus problemas como poucos e acredita piamente que tem condições de ser um bom prefeito. Político tarimbado no jogo de bastidor, Ivaldo Rodrigues sabe que há ainda um longo caminho para que o martelo seja batido pelo prefeito Edivaldo Holanda Jr., com o aval do governador Flávio Dino. Mais do que isso: terá de disputar a vaga de candidato com o deputado federal Bira do Pindaré (PSB) e o deputado estadual Duarte Jr. (PCdoB), dois pesos pesados a julgar pelas suas votações em São Luís.
Kátia Bogea estaria refletindo seriamente sobre entrar na corrida ao Palácio de la Ravardière
Duas fontes que sabem o que dizem disseram à Coluna que a presidente do Iphan, Kátia Bogea, estaria refletindo seriamente sobre a possibilidade de filiar-se a um partido e disputar a Prefeitura de São Luís em 2022, dando consistência às especulações que levantaram essa possibilidade. Se decidir viver a experiência, é provável que se filie ao MDB, partido pelo qual chegou à presidência do Iphan logo após a posse do vice-presidente Michel Temer na presidência da República com a derrubada da presidente Dilma Rousseff (PT), a cujo Governo serviu como superintendente do Iphan no Maranhão. Correta e eficiente como gestora pública, é possível que a presidente do Iphan esteja vivendo um drama ético entre o MDB e o PT. Mas no duro, o seu caminho partidário mais provável é a agremiação emedebista, pelos laços que mantém com o ex-presidente José Sarney e a ex-governadora Roseana Sarney, avalistas da sua ascensão ao comando do Instituto no Governo Michel Temer. Ao mesmo tempo, vale destacar que Kátia Bogea é uma mulher de personalidade forte, que se move por um conjunto de princípios, o que a torna uma personalidade politicamente independente.
São Luís, 27 de Dezembro de 2018.
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