Edivaldo Jr. adia para Outubro início da sua pré-campanha no interior, onde seus concorrentes já vão longe

 

Edivaldo  Jr. ladeado por Edilázio Jr., líder do PSD, e César Pires, seu conselheiro-mor

O ex-prefeito de São Luís e pré-candidato a governador pelo PSD, Edivaldo Holanda Jr., resolveu que só iniciará sua maratona no interior em busca de votos em Outubro, ou seja, um ano antes da corrida às urnas. Seu argumento em conversa com o presidente do partido, deputado federal Edilázio Jr.: o fluxo de lideranças – prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e militantes políticos de diversas cores – no seu escritório político tem se mantido intenso, não permitindo, por enquanto, que ele interrompa essas audiências política e eleitoralmente produtivas. As viagens aos municípios e o contato direto com o eleitorado do interior são essenciais para o projeto de candidatura do ex-prefeito, cuja ação política efetiva está resumida aos quatro municípios da Ilha de Upaon Açu e alguns contatos em municípios distantes e dispersos, não formando, portanto, uma base de sustentação, sobretudo em se tratando de um projeto cujo objetivo central é nada menos que alcançar a chave do Palácio dos Leões. Edivaldo Holanda Jr. não tem link com a grande e dispersa massa votante do interior do Maranhão, mas, ao que parece, está determinado a fazer essa ligação, só que no seu tempo e no seu ritmo.

Daqui a um mês, quando iniciar sua peregrinação pelas diferentes regiões do Maranhão, Edivaldo Holanda Jr. vai encontrar grande parte do território geopolítico maranhense já demarcado pelo senador Weverton Rocha, pré-candidato do PDT, e pelo vice-governador Carlos Brandão, pré-candidato do PSDB, já tendo sido “invadido” também pelo senador Roberto Rocha (sem partido), pelo deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) e pelo prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PSL). Os três primeiros já percorreram boa parte do Maranhão, tendo o senador pedetista assumido nessas incursões a condição de pré-candidato irreversível, e realizar atos com estrutura de campanha propriamente dita, como o grande e rumoroso comício realizado em Imperatriz. Também o vice-governador tucano vem também liderando grandes atos políticos nos quais prefeitos, vereadores e deputados estaduais e federais têm declarado apoio à sua pré-candidatura.

Edivaldo Holanda Jr. vai começar praticamente “do zero”. Ele tem o desafio de construir uma candidatura a partir de um projeto que até agora não foi tornado público, começando com o fato de que até agora nem ele próprio deu uma declaração enfática sobre sua pré-candidatura. Ao contrário dos demais aspirantes, que já contam estruturas de comunicação, Edivaldo Holanda Jr. não tem sequer um porta-voz na área de imprensa, o que torna seu desafio bem mais difícil. O que se sabe até agora a respeito dos seus movimentos vem de declarações feitas aqui e ali pelo deputado federal Edilázio Jr., presidente do PSD, e pelo deputado estadual César Pires, que parece ser o “conselheiro-mor” do ex-prefeito de São Luís para essa jornada. Nada além disso, a não ser o fato de o seu propósito é mesmo disputar o Palácio dos Leões de igual para igual com os com correntes que saíram na frente e precisam ser alcançados.

Uma observação mais cuidadosa, no entanto, aponta sinais de que pré-candidato do PSD não cumprirá um roteiro aleatório no interior do estado. Ele conta com uma grande teia de aliados na malha de templos da Igreja Assembleia de Deus, uma das mais tradicionais do mundo evangélico maranhense, da qual é membro de primeira linha, com ramificação em todas as regiões do Maranhão. As informações que vem recebendo balizarão seus movimentos iniciais na direção dos municípios. É verdade que ainda não conta do o apoio formal da denominação, mas no meio político ninguém duvida que o ex-prefeito terá esse aval, mesmo tendo a senadora Eliziane Gama fazendo carga a favor do senador Weverton Rocha nessa seara.

Há quem avalie que, diante da volumosa e estridente pré-campanha do pré-candidato do PDT e da movimentação feitas até aqui pelo pré-candidato do PSDB, Edivaldo Holanda Jr. realiza até aqui uma movimentação tímida, mas que pode ganhar uma nova dinâmica.  Isso exigirá dele esforços hercúleos para reverter alguns traços e algumas cores do cenário sucessório já desenhado.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

PTB mergulha na incerteza e pode destituir Jefferson e Mical

Mical Damasceno entre a atual presidente do PTB, Graciele Nienov, e o presidente agora preso Roberto Jefferson: complicação que pode tirá-la do comando

A prisão do ex-deputado federal e presidente do PTB Roberto Jefferson, mantidas nesta semana por conta da sua condição de militante agressivo contra a democracia, mergulhou a legenda criada por Getúlio Vargas num turbulento mar de incertezas. Essa situação começa a ser sentida no Maranhão, onde o partido, agora nas mãos da deputada estadual Mical Damasceno, parece estar perdendo parte expressiva da base que mantinha sob o comando do deputado federal Pedro Lucas Fernandes, a partir de uma base solidam ente construída pelo seu pai, o ex-deputado federal e atual prefeito de Arame, Pedro Fernandes. No meio político de Brasília já se dá como certo a realização de um movimento de petebistas no sentido de isolar Roberto Jefferson, destituí-lo do comando partidário e levar o PTB a outro rumo, distante do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No Maranhão, parte dos aliados de Pedro Lucas Fernandes que estavam no PTB está migrando para o PSL. Inicialmente entusiasmada no comando estadual do PTB, a deputada Mical Damasceno começa a perceber um partido com as características do PTB não é fácil. Isso porque, de Roberto Jefferson for destituído, como quer uma banda do partido, Mical Damasceno cairá junto com ele.

 

Acusar Brandão pelo desempenho do PSDB em 2020 é factoide

Carlos Brandão nada tem a ver com perdas do PSDB

A decisão do vice-governador Carlos Brandão de passar o bastão presidencial do PSDB maranhense ao advogado Pedro Chagas parece estar sendo mal interpretada por seus adversários. E o ponto central é que estão tentando jogar na sua conta o fato de o PSDB só ter elegido quatro prefeitos no maranhão nas eleições municiais do ano passado.

Para começar, o vice-governador tem lastro para mostrar que é eficiente na articulação com prefeitos. Nas eleições municipais de 2016, que Brandão o presidia, o PSDB elegeu 28 prefeitos, dois a mais do que o PDT. Nas eleições de 2020, ele participou como membro – sem cargo de comando – do Republicanos, que saiu com mais de 30 prefeitos eleitos, metade deles ligados a Carlos Brandão e que devem apoiá-lo na corrida ao Palácio dos Leões.

Vale lembrar que o desempenho pífio do PSDB nas eleições municiais do ano passado se deveu diretamente ao comando desanimado do senador Roberto Rocha, então presidente do partido.

São Luís, 03 de Setembro de 2021.

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