Disputa pela Prefeitura de Bacabal ganha importância e intensidade com o apoio aberto de Flávio Dino ao candidato da Oposição

 

Com o apoio de Roberto Costa, Edvan Brandão lidera carreata; César Brito (ao fundo com punho erguido),comanda seu ato com apoiado por Flávio Dino, Weverton Rocha, Simplício Araújo, Carlinhos Florêncio, Rubens Jr. e André Fufuca em animada carreata na campanha intensa pela Prefeitura de Bacabal, que ganhou importância nos últimos dias

Antes vista como mais um embate entre as forças lideradas pelo senador João Alberto (MDB) e as mobilizadas pelo ex-prefeito Zé Vieira (PR), a eleição suplementar para prefeito de Bacabal, que ocorrerá no dia 28, mesma data do segundo turno da eleição presidencial, ganhou uma dimensão bem maior nos últimos dias, porque agora entraram de cabeça na disputa bacabalense o governador Flávio Dino e o grupo que ele lidera. Candidato a ser confirmado no cargo para cumprir o mandato tampão, o prefeito Edvan Brandão (PSC) tem o apoio do senador João Alberto e do deputado Roberto Costa (MDB), e do que sobrou do Grupo Sarney, enquanto o candidato da Oposição, César Brito (PPS), já apoiado pelo ex-prefeito Zé Vieira e pelo deputado estadual reeleito Carlinhos Florêncio (PCdoB), teve sua candidatura turbinada pelo apoio do governador Flávio Dino, pelo deputado federal e senador eleito Weverton Rocha (PDT). A entrada do governador e seu grupo poderá ameaçar seriamente o favoritismo do prefeito Edvan Brandão.

Concorrem ainda Giselle Veloso (PR), que vem recebendo estímulos do deputado estadual e deputado federal eleito Josimar Maranhãozinho, que comanda o PR no estado; Luizinho Padeiro (PSB), que estaria recebendo apoio discreto, mas efetivo, do deputado estadual e deputado federal eleito Bira do Pindaré, presidente do partido no estado, e Professor Maninho do PRB,  partido comandado no Maranhão pelo deputado federal reeleito Cléber Verde.

A corrida pela Prefeitura de Bacabal foi iniciada nas eleições municipais de  2016, tendo o ex-prefeito Zé Vieira vencido o pleito com 20.671 votos contra 18.330 do deputado Roberto Costa, que ficou em segundo lugar. Ocorre que Zé Vieira tivera sua candidatura impugnada pelo Ministério Público Eleitoral sob a alegação de que ele é inelegível por integrar o “clube” dos políticos ficha suja do Maranhão. Depois de uma das mais “espetaculares” chicanas judiciais da história recente do Maranhão, o prefeito teve finalmente seus votos anulados e perdeu o cargo, levando a Justiça Eleitoral a marcar a eleição para o segundo turno das eleições gerais, no dia 28 de Outubro. Com a cassação da sua chapa, Bacabal ficou sem prefeito nem vice-prefeito, levando o então presidente da Câmara Municipal, Edvan Brandão, a assumir o cargo até a eleição no novo prefeito, que poderá ser ele próprio, se eleito for. Roberto Costa abriu mão de candidatar-se para correr pela sua reeleição de deputado estadual, o que conseguiu no dia 7 de Outubro, dedicando-se agora a dar total apoio à candidatura do prefeito.

Todas as pesquisas publicadas até agora deram vantagem expressiva ao prefeito Edvan Brandão, que na avaliação do senador João Alberto, vencerá sem maiores problemas. Ocorre que o adversário, César Brito, que antes tinha o apoio do ex-prefeito Zé Vieira e do deputado estadual Carlinhos Florêncio – cujo filho, Florêncio Neto é candidato à vice -, tem agora o suporte político do governador Flávio Dino e do senador eleito Weverton Rocha. Essa mudança poderá alterar a atual situação, levando a disputa para um confronto de equilíbrio e de imprevisibilidade.

Há quem até preveja que no novo cenário o candidato oposicionista César Brito poderá mesmo virar o jogo. E isso tem tornado a campanha mais intensa, o que é explicado com o fato de que Bacabal, com seus 104 mil habitantes – 52 mil eleitores – e 1.600 quilômetros quadrados situados no coração do chamado Médio Mearim, com economia diversificada, na qual se destaca a pecuária, é um pilar político de grande importância. E do ponto de vista político, devido à poderosa influência do senador João Alberto, seja considerado um bastião do Grupo Sarney, o que talvez explique a investida do governador Flávio Dino em favor do oposicionista César Brito.

A medição de forças foi marcada no fim da semana, quando duas caminhadas agitaram intensamente a cidade. A do prefeito Edvan Brandão incentivada pelo deputado estadual Roberto Costa. A de César Brito com a participação ostensiva do governador Flávio Dino e Weverton Rocha, acompanhados dos deputados federais reeleitos André Fufuca (PP) e Rubens Jr. (PCdoB) e do deputado estadual Carlinhos Florêncio. Uma guerra por território político para ninguém botar defeito.

 

PONTO & CONTRAPONTO

 

A ausência de Eliziane Gama no ato pró-Haddad reflete a intolerância que separa o PPS do PT

Eliziane Gama segue a liderança de Flávio Dino, mas não tem e não quer aproximação com o PT

A deputada federal e senadora eleita Eliziane Gama (PPS) foi duramente criticada pelo fato de não ter participado do ato de campanha do candidato do PT a presidente Fernando Haddad em São Luís, no Domingo. Em nota no twitter, ela explicou que estava fora da Capital cuidando da saúde, reafirmando sua integração total à aliança liderada pelo governador Flávio Dino. O texto, porém, não registra declaração de apoio a Fernando Haddad.

A situação parece muito clara. Eliziane Gama é parte de um conflito visível e indiscutível: o PT não tolera o PPS e o PPS não suporta o PT. Os dois partidos não concordam em nada, tanto que nos três Governos do PT o PPS se aliou ao DEM e ao PSDB numa frente de Oposição ativa e implacável. As diferenças chegaram ao ápice no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), no qual o PPS, sempre junto com DEM e PSDB, tomou posição enfática e irreversível a favor da derrubada da presidente petista, tendo a deputada Eliziane Gama votado em alto e bom som a favor do que o PT chama até hoje de golpe. Nas articulações para a definição dos candidatos a senador na chapa do governador Flávio Dino, os petistas tentaram criar todo tipo de embaraço para atropelar a escolha de Elisiane Gama, que, no entanto, soube se articular e ganhar a vaga.

Essas diferenças do PPS com o PT, que envolvem também posições evangélicas, tornam praticamente impossível uma rodada de cachimbo da paz entre Eliziane Gama e líderes locais do PT. A ausência da popular-socialista do ato de apoio ao candidato petista é reflexo direto dessa intolerância que impede qualquer gesto de aproximação entre membros dos dois partidos. O governador Flávio Dino sabe disso, não aprova tal situação, mas também não vê sentido em  colocar a deputada e senadora que elegeu numa situação de desconforto.

 

Pergunta que corre nos bastidores: para onde vai Luis Fernando Silva?

Luis Fernando: atuação discreta e sem definição do futuro político

Uma pergunta começa a circular no meio político: qual será o futuro do prefeito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva. A indagação que muitos fazem se justifica com o fato de ele ser um quadro político importante, com um cacife respeitável, mas que, por razões que ainda não vieram à tona, ou talvez nem existam, ele vem se mantendo como quem parece desinteressado em relação às urnas, o que certamente não é o caso. Pelo que se sabe, sua administração vai bem, apesar dos problemas que aterrissam diariamente no seu birô de trabalho. Na seara política, viu seus candidatos majoritários eleitos no seu município, a exemplo do governador Flávio Dino, que recebeu 57% dos votos dos ribamarenses, mas viu também o ex-prefeito Gil Cutrim (PDT) se eleger deputado federal e o irmão dele, Glaubert Cutrim (PDT), se reeleger deputado estadual, duas vozes que lhe farão oposição dura, segundo fontes ligadas ao conselheiro do Tribunal de Contas, Edimar Cutrim, pai dos dois, que não perdoa a maneira como Gil Cutrim foi tratado após deixar a Prefeitura de São José de Ribamar em 2017. Outra indagação que se faz a respeito de Luis Fernando Silva é sobre o seu rumo partidário e o seu futuro após deixar o cargo. Disputará o Governo? Comporá uma chapa como vice? Tentará vaga na Câmara Federal? Ou irá para casa?

São Luís, 22 de Outubro de 2018.

 

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