O lançamento do Pronaci 2, ontem, no Maranhão, numa parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Governo do Estado, confirmou a boa relação institucional entre São Luís e Brasília, e deu um “chega-prá-lá” na turma que tenta de qualquer maneira abrir um fosso entre o ministro Flávio Dino e o governador Carlos Brandão. Na presença de políticos, auxiliares e jornalistas, atraídos para a Casa da Mulher Brasileira, onde o programa foi lançado, Flávio Dino e Carlos Brandão deram todas as demonstrações de que cada um está cuidando da sua vida, cumprindo os seus compromissos, sem interferir na seara alheia. Observada atentamente por jornalistas, a afabilidade que marcou o encontro e o ato gerador da visita tranquilizou aliados fiéis de ambos e causou frustração nos que esperavam caras amarradas e sorrisos amarelos que confirmariam a existência da tal crise e da possibilidade de rompimento.
Na sua fala, o ministro Flávio Dino foi taxativo, não deixando qualquer dúvida no ar: “Companheiro governador Brandão, o Ministério da Justiça não deixará de ser do Maranhão. Podem contar com um ministro que é do Brasil, mas acima de tudo foi, é sempre será do Maranhão. Vamos continuar trabalhando juntos as nossas equipes. E queria dizer que estou começando a pagar a lista de pedidos que o Brandão me faz para o estado”.
Por sua vez, o governador Carlos Brandão foi direto ao ponto: “Eu não tenho dúvida que essa aliança, essa parceria com você, Flávio, e o presidente Lula, a gente vai construir um grande Maranhão”.
O evento de ontem mostrou que, se houve ranhuras na formação do Governo em relação à acomodação de quadros mais próximos de Flávio Dino e mais identificados com Carlos Brandão, tais situações foram resolvidas sem maiores problemas. Afinal, tanto Flávio Dino quanto Carlos Brandão sabem exatamente o limite dos seus poderes e, mais do que isso, dos seus campos de atuação. Compor a equipe do Governo do Estado é prerrogativa do governador, que o faz de acordo com seus aliados. O mesmo acontece com a equipe ministerial, que é prerrogativa do ministro, de acordo com o presidente da República. Pode haver aqui e ali um desconforto com a perda de algum espaço, ou com uma presença incômoda. Nada disso, porém, afastaria Flávio Dino de Carlos Brandão.
A não ser que surja uma questão insuperável entre os dois, situação que não está no radar de nenhum observador, Flávio Dino e Carlos Brandão dificilmente romperão a aliança que os une. E por uma equação política simples: dividir o grupo implicaria abrir caminho para o fortalecimento da oposição, que está estilhaçada, mas pode ganhar corpo com um racha na base governista. Nem a Flávio Dino nem a Carlos Brandão interessa dividir forças e, por via de consequência, entrar num embate desnecessário. Na verdade, a Flávio Dino interessa um Carlos Brandão forte no comando do Governo, e a Carlos Brandão interessa um Flávio Dino com o poder de fogo que ele tem hoje como ministro da Justiça e Segurança Pública.
A julgar pelo cenário de agora, essa relação vai continuar firme também no campo institucional. Afinal, parte do sucesso do plano de ação do governador Carlos Brandão tem a ver com acordos firmados com o presidente Lula da Silva (PT), alguns deles avalizados pelo ministro Flávio Dino. Não faz nenhum sentido, portanto, que por conta de um ou outro conflito menor, uma aliança dessa dimensão seja rompida. E o elo garantidor dessa relação é o vice-governador Felipe Camarão (PT), que caminha para assumir o comando daqui a três anos, e com as bênçãos do ministro Flávio Dino, do governador Carlos Brandão e do presidente Lula da Silva.
Portanto, a menos que a realidade política do Maranhão e a do País sejam radicalmente transformadas, o que não está no horizonte, pelo menos até aqui, essa aliança vai continuar firme. O evento de ontem deixou isso bem claro.
PONTO & CONTRAPONTO
Dino sinaliza que vai continuar jogando pesado com golpismo
Em conversa com jornalistas, ontem, em São Luís, o ministro Flávio Dino sinalizou com clareza que vai continuar jogando duro contra o golpismo e que, se depender dele, a tentativa de golpe de 8 de Janeiro vai custar muito caro aos autores da aventura tresloucada. Em que pese a ênfase das suas posições, todas elas calcadas rigorosamente dentro da lei, o ministro usou o bom humor e a descontração para fazer dois comentários.
O primeiro sobre a iniciativa de deputados federais bolsonaristas de pedirem a prisão dele, ministro, por “omissão” na tentativa de golpe que eles próprios fomentaram financiaram: “Passei a noite sem dormir, com acessos de risos, porque não é possível que essa gente seja tão desvairada, tão desatinada ao ponto de querer transformar a vítima em algoz. Nós fomos vítimas de uma tentativa de golpe no dia 08 de Janeiro, portanto, não somos investigados”.
E o segundo, ao ser perguntado como se sentia ao receber uma comenda da Polícia Militar, o ministro da Justiça e da Segurança Pública respondeu com fina ironia: “Muito melhor do que ser presenteado com joias”.
Ônibus: Braide ameaça radicalizar rompendo contrato com empresas
Sob forte pressão por causa da terceira greve de rodoviários na sua gestão, com prejuízo imposto a mais de 600 mil ludovicenses, o prefeito Eduardo Braide (PSD) sinalizou disposição para comprar uma briga cujo desfecho pode colapsar de vez o sistema de transporte de massa de São Luís ou abrir caminho para uma nova e benfazeja realidade nesse campo: romper os contratos com as atuais empresas concessionárias do serviço.
Nas crises no sistema de transporte de massa de São Luís, a Prefeitura tem sido apontada como única vilã, ora por não concordar com aumento de tarifa, ora por não cuidar da malha viária. As empresas, que desrespeitam flagrantemente o contrato, sempre tentam aparecer como vítimas. No meio desse cabo de aço estão os rodoviários – motoristas, cobradores e fiscais -, que via de regras se associam às empresas para pressionar a Prefeitura. Tanto que não se vê manifestação de empresários contra greve; ao contrário, a atitude deles é de visível conivência. Afinal, além do reforço salarial dos rodoviários, aumento de tarifa implica também no esforço de caixa das empresas, que se dizem deficitárias.
A julgar pelo o que é visível nessa relação, o rompimento com as atuais empresas e a contratação de outras pode ser o caminho, por maiores que sejam os custos da transição.
São Luís, 27 de Abril de 2023.
Essa atitude de descredenciamento dessas empresas chegou tarde .Os prefeitos anteriores de São Luis,nunca foram respeitados e os empresários se acham os todos poderosos. Alguém no governo tem que mostrar quem manda na cidade ou vai ficar essa bagunça eterna. Toda a linha da cidade é formada por ônibus velhos,sem investimento por parte dos empresarios. Uma nova licitação emergencial será bem vinda e a cidade agradecerá. Quem for podre ,que se quebre no frigir dos ovos.