De fonte fidedigna, que sabe o que diz e jamais faria tal afirmação se não tivesse absolutamente segura: o governador Flávio Dino (PCdoB) vai transformar o combate à criminalidade na principal ação do seu Governo em 2016. Ele reassumiu o comando do Governo e deve se manifestar em breve sobre o tema. Depois de cuidadosa avaliação sobre as ações do seu primeiro ano de gestão, concluiu que é chegada a hora de declarar guerra total ao crime organizado, que responde por tráfico e assaltos a banco, e à delinquência periférica, que inferniza o dia a dia dos grandes centros urbanos, a começar por São Luís. De acordo com a fonte, o governador está decidido a investir os recursos que estiverem ao seu alcance para devolver aos maranhenses a sensação de segurança que há muito foi perdida para o banditismo. A segurança pública será, portanto, o objetivo maior a ser alcançado nos próximos 350 dias.
A escolha faz todo sentido, haja vista que os números vêm mostrando que, mesmo diante dos esforços feitos até aqui no Sistema Estadual de Segurança Pública, com investimentos expressivos na Polícia Civil e na Polícia Militar – incluindo a contratação de concursados para aumentar os efetivos -, a bandidagem impôs o medo nos centros urbanos, com assaltos a ônibus, a banco, explosões de caixas eletrônicos e agências bancárias, agressões a cidadãos indefesos e latrocínios. Os números não apontam um crescimento demasiado da violência, mas também não indicam que a situação melhorou sob o novo Governo do Estado. E como a meta prometida pelo candidato do PCdoB na campanha eleitoral é sufocar a violência dando combate sem trégua aos seus agentes, o governador entendeu que chegou a hora de levar essa guerra ao seu limite.
Uma informação numérica é suficiente para justificar a decisão do governador em eleger a segurança pública como meta em 2016. Os registros da Secretaria de Estado da Segurança Pública anotaram a ocorrência de 366 assaltos a ônibus em São Luís ao longo de 2014, último ano da gestão anterior. Em 2015, primeiro ano da nova gestão, esse número saltou assombrosamente para 657, ou seja, 291 a mais, o que equivale a um aumento de quase 100%. E numa demonstração de que a situação ainda está muito longe de controlada, números divulgados nesta semana informam que somente em São Luís já foram 14 assaltos a ônibus em 2016, quase um por dia. E o que é mais grave, com o registro de latrocínio e de tragédias como a ocorrida com uma mulher de mais de 60 anos, terça-feira à noite, numa linha de ônibus da periferia: apavorada com a ação de cinco assaltantes, ele tentou saltar do ônibus em movimento, caiu, fraturou o crânio e morreu na hora. No total, a região metropolitana de São Luís foi palco de 1.032 mortes violentas em 2015, sendo 62 casos de latrocínio.
Claro que situações como essa não é exclusividade do atual Governo nem também caber a acusação de que isso foi gerado e deixado como “herança maldita” deixada por governos anteriores. Os governantes passados têm, sim, responsabilidade nesse passivo de violência, mas essa é uma realidade de todo o país, a começar por São Paulo, o estado mais rico e com maior estrutura, e Rio de Janeiro, o segundo mais rico e que sediará as Olimpíadas quase que em situação de guerra civil contra a criminalidade. Não há entre todos os estados da Federação, incluindo o Distrito Federal, um só em que a violência esteja sob controle. Isso porque a violência é consequência de uma série de fatores, mas cujo combate só pode ser feito, em princípio, com ação policial intensa e implacável. E para isso, Governos devem priorizar tal ação com decisão política, mesmo que a um custo muito alto.
Alguns sinais dessa política que o governador Flávio Dino deve anunciar tão logo reassuma o comando foram evidenciados ontem. Um deles: o Jornal Pequeno publicou matéria informando que a PM formou uma turma de 23 policiais especializados no com bate a assaltos a banco, com ações diferenciadas e armamento pesado. Outro: sob a orientação do governador, o governador em exercício Carlos Brandão demitiu o coronel Marco Antonio Alves do comando geral da PM e nomeou para o cargo o coronel José Frederico Gomes Pereira, cuja trajetória foi forjada na ação efetiva, como integrante de tropas especiais, do Bope, na guerra na selva e outras atividades de confronto direto com o crime. Por fim, também ontem, o secretário de Estado da Segurança Pública, delegado Jefferson Portela, em entrevista à Rádio Mirante AM, no programa Ponto Final, comandado pelo radialista Roberto Fernandes, soltou uma série de pistas que indicam mudanças nessa direção.
Um momento excepcional na luta contra o crime
Na segunda metade do século passado, mais precisamente nas últimas duas décadas, o Maranhão viveu vários momentos de luta contra o crime organizado. O primeiro foi em 1990, no Governo João Alberto de Souza. Naquele momento, o Maranhão encontrava-se fortemente afetado pela ação do crime organizado, principalmente pelos crimes de encomenda. O foco maior era Imperatriz, então ponto de concentração de garimpeiros, muitos desempregados e desencantados com a febre do ouro, situação agravada pela chegada ao Norte e Nordeste de quadrilhas fugidas do Centro-Sul, principalmente do Rio de Janeiro. Ali se concentravam também alguns chefões. O governador João Alberto resolveu virar o jogo e colocou em marcha uma ampla ação de combate ao crime marcada pelo enfrentamento direto. Comandada pelo secretário de Segurança Pública, advogado Pedro Emanoel, a ação teve apoio decisivo da Polícia Militar, então comandada pelo coronel Walter Brasil. Na concepção do governador – e muitos concordavam porque era óbvio -, o Maranhão estava sendo vivendo uma guerra, o que obrigava o Governo a agir como tal. Foram meses de enfrentamento, mas do início da gestão, em abril de 1990, a abril de 1991, com varias operações, entre elas a famosa Operação Tigre – levada a cabo na Região Tocantina e na qual vários bandidos famosos tombaram – o resultado foi que, pela primeira vez, a criminalidade recuou, com a volta da sensação de segurança no estado. Criticada por alguns, a ação do governador João Alberto – que foi muito ameaçado em telefonemas e cartas anônimos – teve larga e indiscutível aprovação popular. Exatamente porque os resultados foram sentidos em todo o estado, e até fora dele, já que os governos do Pará e do Piauí, por exemplo, reclamaram do aumento da criminalidade em seus estados devido à fuga de muitos bandidos do Maranhão. A repercussão foi tamanha que em praticamente todos os governos do grupo que se seguiram, o ex-governador lembrado para comandar a Segurança Pública. Mas recusou, preferindo a ação parlamentar.
PONTO & CONTRAPONTO
Para universalizar a comunicação
O Maranhão vai ampliar sua rede de meios de comunicação no0s próximos dois anos. Vau receber concessões para 29 emissoras de rádio comunitárias, por meio do Plano Nacional de Outorgas. Também serão contemplados 16 municípios maranhenses com novas rádios FM, que terão fins educativos. Além disso, será contemplado pelo programa ‘Cidades Digitais’, que consiste na integração de órgãos públicos e escolas em 26 cidades maranhenses, com o objetivo central é universalizar a internet garantindo o acesso em áreas mais remotas. Tais benefícios na área de comunicação foram acertados ontem entre o governador Flávio Dino e o ministro das Comunicações, André Figueiredo, que esteve no Maranhão bem vindo para firmar com o governador Flavio Dino convênio de parceria técnica entre o Governo federal e o Governo do Estado na área de comunicação. O convênio foi firmado na presença do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho (PDT), e do prefeito de São Luís, Edivaldo Jr. (PDT), além de outras autoridades, como os secretários de Comunicação do Governo do Estado, jornalista Robson Paz, e da Prefeitura de São Luís, jornalista Batista Matos.
O objetivo a ser alcançado com esses instrumentos é a universalização da comunicação e ampliação do acesso à internet nos municípios maranhenses. Durante a assinatura do Termo de Cooperação Técnica, o ministro destacou o compromisso de sua gestão com as regiões Norte e Nordeste frisando o fato de também ser nordestino e ter nesta uma missão de honra a ser cumprida. Para o governador Flávio Dino, a estada do ministro representa a efetivação de políticas reais pelo melhor acesso dos maranhenses aos meios de mídias e às tecnologias. No documento firmado pelo governador e pelo ministro das Comunicações estabelece que Governo do Estado e Governo Federal trabalharão em conjunto na realização de pesquisas, desenvolvimento e formação e treinamento de recursos humanos e a absorção e transferência de tecnologias.
Diálogos trazem ministro a São Luís para debater comunicação
Iniciada ontem com a visita e firmação de convênio com o ministro André Figueiredo (Comunicações), a agenda do governador Flavio Dino na seara das comunicações continuará hoje à tarde, no auditório do Palácio dos Leões, com o evento “Diálogos pela Comunicação”, ao estará presente o ministro Edinho Silva, titular da Secretaria de Comunicação da Presidência da República. A pauta do evento é debater objetivamente o cenário da Comunicação no país Diálogos evento, que objetiva debater o cenário da Comunicação no Brasil e no Maranhão, contará, ainda, com a participação do secretário de Estado da Comunicação Social, Robson Paz, e é aberto à participação de todos os profissionais interessados.
São Luís, 14 de Janeiro de 2016